INCÓGNITA - CAPÍTULO 7 (ESPECIAL)
segunda-feira, outubro 12, 2020INCÓGNITA
Cena 1: Mansão dos Silva / Sala de Estar / Interior / Manhã
Continuação imediata da última cena do capítulo anterior
Larissa segura os dois braços de Humberto, fortemente:
Larissa:
- Pra que isso, cara, pra que? Tira essa venda que tá nos seus olhos, para de
achar que essa situação é real! Tá na cara que o Eduardo armou tudo isso!
Humberto:
- Ah, é?
Humberto
apanha seu celular do bolso e mostra a suposta mensagem enviada por Larissa,
marcando o encontro na manhã seguinte ao plano para sabotar Dr. Eduardo.
Larissa:
- Não. (T) Não é possível.
Humberto
e Larissa trocam olhares apreensivos e de decepção, em takes alternados.
Humberto
(indignado) – E aí? Era isso que você queria, né? Você queria convencer o
Eduardo da sua inocência e fazer de mim o bode expiatório dele, não é? É claro!
E de quebra, proteger o teu filhinho. (T)
Humberto
aproxima seu rosto do de Larissa:
Humberto:
- Bem típico de uma vadia feito você (T).
Num
rompante, Larissa cospe no rosto de Humberto, que cerra os olhos. A socialite
segura fortemente o seu rosto, quase fincando as unhas, e o puxa para perto de
si.
Larissa:
- Eu suportei por anos um Figueiredo Silva me pisando (T). Só que eu não vou
aceitar outro fazendo a mesma coisa comigo.
Larissa
larga Humberto, que cambaleia.
Humberto:
- É guerra?
Larissa:
- Se você quer realmente mudar de lado nesse tabuleiro, Humberto. (T) – ela
estica a mão para a Humberto, a fim de selar um pacto – então é guerra.
Os
dois apertam as mãos, assentindo.
Larissa:
- Você pode ir lá, até a Delegacia contar tudo. Vai (T) Se quiser, até mesmo eu
posso ir. Eu chego lá e grito: “Eu matei Emiliano Figueiredo Silva”. Você quer?
Você pode. (T), Mas (T) e aí? (T) Quem é que vai provar...né?
Humberto
cerra as mãos, segurando a vontade de desferir um soco. Larissa olha de lado
para elas:
Larissa
(irônica): - Sabe qual é a regra pra um crime perfeito, Humberto? É não deixar
marcas. E, pelas suas mãos, teu estado de nervos e teu histórico familiar, você
não é muito bom nisso.
Humberto:
- Você quem pensa (T) – ele novamente se aproxima do rosto de Larissa, tomando
o tom irônico da socialite para si – “meu amor”.
Os
dois se olham, sem piscar, compenetrados, à espera da reação um do outro. De
repente, Humberto se vira e caminha até a porta, batendo-a fortemente depois de
sair. Larissa passa as mãos pelos cabelos encaracolados, suspirando, num misto
de alívio e preocupação. Corta para:
Cena
2: Refeitório da Penitenciária / Interior / Dia
Ronaldo
e Pezão estão tomando café da manhã, no refeitório do presídio. A câmera vai se
aproximando gradualmente na mesa, onde os dois comem um pão francês meio amassado
e café requentado num copo descartável:
Ronaldo:
- Isso daqui tá morno, esse pão duro pra cacete (T) Inferno.
Pezão
(rindo): - Tu tava acostumado com caviar e champanhe no café da manhã, garoto,
aposto. Difícil morar no céu e ser despejado pro inferno, assim, de repente.
Ronaldo:
- É (T) Eu posso dizer que eu já comi o pão que o Diabo amassou.
Pezão
se aproxima de Ronaldo, a fim de questioná-lo:
Pezão;
- Ronaldo (T) Se “tu” pudesse ter uma oportunidade de (T) “salvar” a tua mãe
(T) tua faria isso?
Ronaldo
ergue lentamente a cabeça, assustado com o questionamento. Corta para/
Cena
3: São Paulo / Transição de cenas / Exterior / Dia
Mostram-se
cenas da cidade de São Paulo. Pessoas caminhando na 25 de março, carros
transitando pela Avenida Paulista, estudantes caminhando pelo Faculdade de
Direito da USP, localizada no Largo São Francisco. Corta para:
Cena
4: Cela de Ronaldo / Presídio / Interior / Dia
A câmera foca na cela de Ronaldo senda aberta, e seu rosto por detrás das grades da cela:
Carcereiro:
- Bora, moleque, anda. Visita pra você.
Ronaldo
(em dúvida): - Quem é:
Carcereiro:
- “Tu” vai saber logo, anda.
Ronaldo
se levanta e caminha em direção ao carcereiro, que o segura pelo braço e fecha
a cela com as chaves. Corta para
Cena 5: Saleta de visitas / Presídio / Interior / Dia
O carcereiro abre a cela da sala de visitas, onde restam somente uma mesa de madeira e duas cadeiras do mesmo material, bastante desconfortáveis. Larissa está sentada em uma delas, com as roupas amassadas por causa da inspeção, feita antes da visita. Ela ouve o som da cela se abrindo e observa Ronaldo. Seus olhos lacrimejam e ela parte para abraçar o filho.
Larissa:
- Meu filho (T)
O
carcereiro interrompe
Carcereiro:
- Podem ir parando, sem contato físico aqui. Usem a boca (gesticulando).
O
carcereiro se evade do local, fechando o portão da saleta e aguardando do lado
de fora dela. O seu rosto parece observar a conversa, na tentativa de obter
alguma informação. Ronaldo e Larissa caminham até a mesa, se sentando. Os dois
choram, num misto de emoção e tristeza.
Ronaldo
(irônico) – Eu bem que sempre quis raspar o cabelo, mas você sempre gostou dele
cheinho. (T) Bom, agora eu sei como a minha autoestima reagiria comigo sendo
careca (rindo).
Larissa
(reflexiva): - Ah, filho. A realidade é que eu te privei de muita coisa na tua
vida. Te privei da paz, do afeto (T) Inclusive de alguém que você pudesse
chamar de “pai”.
Ronaldo
(repousando sua mão sobre a de Larissa): - Mas nunca me privou de ter alguém
pra eu chamar de “mãe”.
As
mãos se entrelaçam e logo se afastam. Ronaldo se dirige a Larissa:
Ronaldo:
- Você (T) Conseguiu alguém pra me tirar daqui?
Larissa:
- Ronaldo (T) ontem, o Dr. Ricardo foi até em casa e (T) disse que o dinheiro
do teu p/(corta) do Emiliano, sumiu, depois da morte dele. E não foi feita
transferência alguma, todo o valor foi sacado em notas descontínuas.
Ronaldo
(indignado): - E daí? Usa aquele dinheiro que você e o tio Humberto desviaram
e/ (Larissa corta).
Larissa
(sussurrando) – Cala essa boca, Ronaldo! Eu não posso usar aquele dinheiro por
enquanto. Eu não posso usar agora porque (T) o Dr. Eduardo já não é mais o
único no meu encalço.
Ronaldo
(inquisidor): - De quem você tá falando?
Larissa:
- Justamente do teu tio.
Ronaldo
ergue os olhos, assustado.
Larissa:
- O teu tio tá ameaçando contar pro Eduardo que eu matei o Emiliano, inclusive
que eu tinha uma vasta lista de motivos pra isso.
O
semblante de Ronaldo fica claramente enraivecido. Ele serra o punho da mão
direita e bate, fortemente, balançando o móvel de madeira.
Ronaldo:
- Filho da puta, desgraçado!
Larissa
estendo a mão, tentando acalmar o filho:
Larissa
(sussurrando) - Calma, Ronaldo, calma. A gente tem que se preocupar não só com
o emissor dessa versão, mas com o receptor dela. (T) Ontem eu fui até a casa do
Eduardo, com a justificativa de um rodada de queijos e vinhos, tentei dopar ele
mas (T), eu acho (T) ou melhor, (T) tenho certeza de ele trocou as taças,
porque eu desmaiei e acordei completamente nua, em casa, e do lado dele.
Ronaldo:
- E esse foi o estopim pra esse acesso de raiva do Humberto?
Larissa
assente com a cabeça, em concordância.
Larissa:
- Teu tio sabia dessa minha jogada, e de repente veio com um discurso moralista
fajuto, como se eu fosse propriedade dele, e como se ele não soubesse da real
intenção que eu tinha naquela noite.
Ronaldo
passa as duas mãos sobre o rosto, em claro sinal de preocupação.
Larissa:
- Eu não consigo me lembrar de nada, esse é o problema. Eu lembro só de (T) de
segurar o celular na mão e, de repente tudo ficou escuro. (T) E o mais estranho
de tudo depois foi uma mensagem do meu celular pro Humberto, pedindo pra que
ele fosse cedinho pra casa pra comemorarmos o resultado do plano. Tá na cara
que isso foi coisa do Eduardo, mas eu não ent./ (corta)
Larissa
expande o olhar e se recosta na cadeira, de modo conclusivo:
Larissa:
- As fotos. É isso!
Ronaldo
(inquisidor): - Que? Que fotos?
Larissa:
- Antes de eu desmaiar, o Eduardo fingiu que tinha bebido o vinho dopado e eu
vasculhei a casa pra achar alguma coisa que justificasse esse comportamento
esquisito com a gente. Eu revirei a cômoda dele e lá (T) lá tinham fotos
nossas, da nossa família. E não eram recortes de jornal, nem de revista. (T)
eram fotografias imprimidas em papel fotográfico, como se ele estivesse no
mesmo lugar que aqueles eventos retratados nas fotos, entende?
Ronaldo
esboça um sorriso sarcástico.
Ronaldo
(sussurrando): - Dá um tempo, mãe, isso já é paranoia. O “cara” pode ter, sei
lá (T) pedido essas fotos pra investigação, até mesmo pra tentar entender se a
relação entre você e o Emiliano era pacífica, ou (T) se você tinha motivos pra
matar ele.
Larissa
(sussurrando): - No depoimento eu fui bem clara que a nossa relação era
tempestuosa, mas eu também deixei bem posto que nós tínhamos um álibi no dia da
morte do Emiliano. Essas fotos ou qualquer suposição da cabeça desse delegado
não provam absolutamente nada.
Ronaldo
(sussurrando): - Mas esse foi teu erro, mãe. (T) Você foi impulsiva no momento
em que contou pro Delegado que você e o pap./ (T) que o Emiliano tinham uma
relação abusiva, de violência. O álibi era um complemento. O cara já estava
morto, não ia adiantar nada manchar a imagem que você foi obrigada a construir
com ele por um instinto vingativo.
Larissa
se reacomoda na cadeira, claramente demonstrando a irritação com o momento e as
proposições de Ronaldo
Larissa:
- Chega, Ronaldo, chega (T) Antes de mais nada eu preciso tirar um peão desse
tabuleiro: o Humberto.
Ronaldo:
- E o que você pensa em fazer?
Larissa
(suspirando): - Agora é isso que eu vou fazer: pensar. E (T) de noite (T)
Instala-se
um silencio na saleta.
Larissa: - Eu vou agir.
O
carcereiro volta e reabre a cela, declarando o término do horário de visitas.
Larissa se levanta, ajeitando as roupas amarrotadas, e antes de sair, olha
novamente para o Ronaldo, lançando lhe um beijo com as mãos. Corta para:
Cena 6: Cela de Ronaldo / Presídio / Interior
Ronaldo
caminha pelo corredor das celas do presídio, e é praticamente jogada pelo
carcereiro, de volta à sua. Pezão se levanta do banco cimentado e agacha para
falar com Ronaldo:
Pezão:
- E aí, mano, qual foi?
Ronaldo:
- Pezão, aquela “tua” proposta (T) aquela que “tu” fez de manhã (T) tá de pé,
ainda?
Pezão
começa a rir, de maneira gradual e Ronaldo o acompanha. Os dois trocam um
cumprimento. A câmera troca rapidamente, mostrando Larissa, pelas costas,
recebendo a bolsa de volta das funcionárias da penitenciária, e se evadindo do
local, repousando novamente os óculos escuros sobre o rosto. Do lado de fora,
ela apanha o celular da bolsa e observa uma foto de Humberto.
Larissa:
- Acabou (T) – ela bloqueia a tela do aparelho no mesmo instante – meu anjo. Corta
para:
Cena 7: São Paulo / Transição de tempo / Exterior
Cenas
cotidianas da cidade de São Paulo, numa transição do dia, para o final da
tarde. Um dia ensolarado, com o sol poente em plena atividade. Corta para:
Cena 8: Refeitório da Penitenciária / Interior / Final do dia
São
18h05 da tarde. Os presidiários estão jantando, debruçados sobre marmitas de
alumínio e talheres de alumínio. A luz é pouca, alaranjada, causa incomodo e
repulsa, e deixa à mostra o mau estado do lugar. As paredes são mal pintadas,
encardidas, e os presidiários suam com o bafo quente que circula pelo lugar. A
câmera foca nos olhos de Pezão. Ele pisca para outro presidiário, que assente
levemente com a cabeça:
Presidiário 1 (se levantando e jogando a marmita contra a parede): - Isso daqui é lavagem pra
porco!
A
comida praticamente se espalha contra a parede. Os carcereiros e policiais da
guarita, que estavam do lado de fora, ingressam no presídio. Instala-se uma
rebelião, Pezão segura Ronaldo pelo braço e os dois se abaixam atrás do balcão
em que serviram as marmitas. Eles se protegem enquanto os outros presidiários
brigam. Corta para:
Cena 9: São Paulo / Rua Augusta / Apartamento de Humberto / Bairro Cerqueira César /
Exterior / Final da tarde
A
câmera está posicionada na traseira de um automóvel. É o carro de Larissa,
alugado pela socialite. Mas ela está diferente: preenchida por um disfarce. Um
sobretudo preto, um capuz que recobre sua cabeça e óculos escuros com lentes
grandes, e, ainda, luvas de couro bem ajustadas em suas mãos. Ela está de
tocaia, à espera de Humberto saia do apartamento, disposta a segui-lo e efetivar
seu plano:
-Larissa
(observando o horário no celular): - 18h47. É (T), já era pra ter saído.
De
repente, Humberto desce as escadas. Ele parece estar cambaleando, e é abordado
pelo porteiro do prédio, que tenta impedi-lo de dirigir. Ele reage de modo
brusco, abre a porta do automóvel e parte.
Quando
Larissa dá partida em seu carro, um motoqueiro, com um malote de entrega de
restaurante dá um rasante ao lado do automóvel. Ela retém a vontade de se
queixar – pelo receio de quebrar o disfarce – e segue Humberto, ao mesmo tempo que
o motoqueiro continua próximo. Corta para:
Cena 10: Refeitório da Penitenciária / Interior / Final do dia
Os
presidiários continuam brigando, já se apossando dos armamentos dos policiais e
carcereiros, que foram mortos pelo motim. Poças de sangue e os talheres
manchados com o líquido estão espalhados pelo local, em meio às balas
disparadas. Já não há mais unanimidade de armas: os presos agora atiram contra
os guardas e vice-versa.
O
presidiário que iniciou toda a rebelião joga uma pistola para Pezão, que a
apanha e atira no último policial no recinto. A bala acerta contra a cabeça, e
faz com que o servidor caia contra o chão.
Presidiário 1 (esbaforido): - Bora correr daqui porra, a Corregedoria já deve estar sabendo do bagulho
aqui, foge, bora, porra, bora.
Antes
de fugir, Pezão agarra uma pistola de alto alcance de um dos policiais da
guarita. Ele, Ronaldo e o outro presidiário correm até a porta do presídio – já
escancarada, pois outros presidiários já teriam fugido, tendo disparado contra
o portão para abri-lo. Corta para:
Cena
11: Rodovia próxima ao presídio ontem está Ronaldo / São Paulo / Exterior / Noite
Humberto
segue na direção de seu automóvel, com Larissa atrás dele, protegida por seu
disfarce e pelo insulfilm do carro. Ainda atrás está o mesmo motoqueiro. De
repente, ele vira para uma das entradas da rodovia, à esquerda, onde há uma
subida e, ao lado, uma pequena colina, em paralelo.
Larissa
aperta o volante, demonstrando nervosismo e, até mesmo tranquilidade, em razão
de o motoqueiro ter se distanciado. A câmera vai se distanciando de seu rosto e
foca no banco chão do carro, no lado do passageiro, onde há uma arma de caça,
travada. Corta para:
Cena
12: Rodovia próxima ao presídio ontem está Ronaldo / São Paulo / Exterior / Noite
Ronaldo,
Pezão e o outro presidiário já estão do lado de fora do presídio quando, de repente,
são abordados por outro preso, carregando algumas roupas, pressionadas contra
sua camiseta branca manchada de sangue:
Presidiário 2:
- Pega aqui, mano, são umas “roupa” dos polícia. Peguei do vestiário dos cara, não
é do teu tamanho, mas dá pra fugir daqui mais “sussa”.
Pezão,
portando a arma, apanha as roupas, Ronaldo e o outro presidiário fazem o mesmo.
O preso que os ajudou com as roupas indica uma viela para fugirem dali que dá
acesso ao mesmo local em enveredou o motoboy que seguia Larissa. Eles correm
até lá, se trocando em meio à caminhada e guardando as roupas da cadeia num
saco preto.
Presidiário 2:
- Depois a gente queima isso num latão, mas longe daqui, pro fogo “num” chamar
a atenção, ainda mais agora de noite. Corta para:
Cena
13: Rodovia próxima ao presídio ontem está Ronaldo / São Paulo / Exterior / Noite
Humberto continua dirigindo, a câmera agora foca em seu semblante, nervoso, cansado, preocupado. Não se tem mais visão se há alguém o seguindo. De repente, a câmera dá um giro. Ronaldo, Pezão e os outros dois colegas chegam no final da colina, em paralelo à rodovia. A arma agora está com Ronaldo, que observa a rodovia.
Instala-se
um silêncio. Takes alternados entre os olhares de Ronaldo para a rodovia, suas
mãos ativando a arma e o carro de Humberto passando. Os olhos de Ronaldo
parecem reconhecer aquele carro: um vermelho incomum, mas claro que os carros
com o mesmo tom. Sua mão agarra firmemente o gatilho da arma. A câmera volta
rapidamente e mostra outras mãos, sem relevar quem as detém, estando estas com
luvas, apontando para a rodovia, de modo a atirar de modo certeiro.
O
carro de Humberto, de repente, um projétil atinge o carro do amante de Larissa,
em câmera lenta. Ele perde o controle do automóvel e bate contra a mureta de
aço, capotando seguidamente sobre o gramado que divide as pistas. A câmera
aproxima-se gradualmente do carro, estilhaçado e destruído pelo acidente.
De
repente...a explosão. Corta para:
-GANCHO-
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