Castelo de Vidro - Capítulo 17

terça-feira, outubro 13, 2020

 

Lucas e Helena estão acomodados no sofá da sala, aos beijos, com um balde de pipoca ao lado e assistindo a uma boa comédia romântica. A campainha toca e interrompe o momento deles.


Helena: Quem será que é?

Lucas: A gente vai descobrir isso agora…


Lucas se levanta de onde estava, Helena joga uma pipoca nele e sorri. O rapaz vai até a porta e gira o molho de chaves abrindo a mesma. Quando a porta é aberta, Lucas se desanima ao ver quem é.


Lucas: Eu não acredito que você teve coragem de vir aqui…


A câmera desfoca de Lucas e foca em quem está do outro lado, revelando Eduardo que está tenso e com medo do rumo que tudo pode tomar. O homem suspira e resolve falar:


Eduardo: Lucas… Meu filho… Me deixa entrar, vamos conversar por favor… Eu posso entrar?


Closes alternados em Helena vendo toda a situação do sofá, apreensiva, em Lucas sem reação nenhuma com a atitude do pai em querer ter uma conversa e em Eduardo tenso.

Castelo de Vidro


NOVELA DE

Gabriel Malifer


COLABORAÇÃO

Gabriel Pretto

Ivette Dorleak


AUTORIZAÇÃO

Web Novelas Channel


Capítulo 17 - Duas Caras


O CONTEÚDO ABAIXO NÃO É RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS. CONTÉM LINGUAGEM IMPRÓPRIA, CONTEÚDO SEXUAL E VIOLÊNCIA


CENA 01/APT. DE ANA MARIA/PORTA DE ENTRADA/INTERIOR/DIA

A primeira cena do capítulo consiste de uma continuação do gancho anterior da trama. Eduardo bateu na porta da casa do filho para confortá-lo após Lucas descobrir que o homem na frente de sua porta se trata de seu pai biológico. Lucas encara o homem com repúdio. Uma raiva incandescente sai de seus olhos castanhos. Ele está claramente descontente com a presença de Eduardo. O homem por sua vez está com uma expressão preocupada, como se estivesse querendo reparar erros que cometeu. Ele não para de pensar no repúdio que possui por Ana Maria pela degradante situação a qual colocou seu filho.


Eduardo (preocupado): Lucas, me escuta. Escuta seu pai, por favor! Eu só estou aqui par-

Lucas (interrompendo com ódio): O Lucas não mora nesse endereço. Tenha uma boa tarde.


Lucas segura a maçaneta e tenta fechar a porta de sua casa na cara do pai biológico. Eduardo arregala os olhos, surpreso com o comportamento de Lucas, e o impede de segurar a porta. Helena percebe a procedência da situação. Para evitar que as coisas tomem rumos mais pesados, ela se levanta do sofá e se aproxima do namorado. Lucas e Eduardo se encaram.


Eduardo (sério): Lucas, por favor! Eu não vim aqui te intimidar.

Lucas (indignado): Então veio fazer o que aqui. Inventar uma história e me fazer de sonso?

Eduardo: Eu vim aqui esclarecer as coisas. Você é uma pessoa civilizada. Tenho certeza que podemos resolver essa situação de forma madura. 

Lucas: Sou civilizado pois fui ensinado a ser alguém assim. E para lidar com pessoas medíocres e hipócritas como você, eu fui ensinado a colocar essas pessoas para pra rua.

Helena (segurando o ombro do namorado tentando acalmá-lo): Lucas, escuta ele. O Eduardo é seu pai, queira você ou não. Tenho certeza que ele veio aqui ajudar você. Por favor. Deixe-o entrar.


Lucas fica em silêncio por alguns segundos pensando no que fazer. Eduardo assente discretamente para a atitude de Helena. A moça está preocupada com as procedências que as coisas podem levar e fica observando atentamente as coisas. Lucas eventualmente suspira e olha para Eduardo.


Lucas (sério): Entre…


Eduardo fica aliviado com a resposta de seu filho, pois esperava ser enxotado para a rua. Ele entra dentro e vai para a sala de estar junto com Lucas. Helena os acompanha.


CENA 02/EDIFÍCIO ROYAL/COBERTURA/SALA DE ESTAR/INTERIOR/DIA

Fortunato está sentado no sofá e aparenta já ter tomado uma decisão. Eliza vem da cozinha com dois copos de suco, ela entrega um a ele e fica com o outro, por fim senta-se no sofá encarando-o.


Eliza: E aí? Vai me dizer que "bomba" é essa que você irá soltar por aí?

Fortunato: Sim, eu pensei bastante e decidi que vou mover um processo judicial contra a Ana Maria.

Eliza: Meu Deus… A que ponto essa situação chegou! Eu sei que é o certo a se fazer, mas é melhor você tomar cuidado! A sua irmã já provou que não tem o mínimo de compaixão por ninguém e que para ter o que ela quer, ela vai fazer de tudo! Eu tenho medo por conta da gente, da nossa família!

Fortunato: Eu compreendo muito bem, meu amor! Sei por detalhes quem é a fera. E por mais que eu expresse seriedade, por dentro eu morro de medo do que ela possa fazer! Quero proteger nossa família, mas eu não posso fazer com que ela passe impune de todos os crimes que ela cometeu. Essa mulher vai pagar por todo o mal que ela fez!

Eliza: Tudo bem, qualquer decisão que você tomar eu vou te apoiar!

Fortunato: Mas eu já tomei uma decisão. Eu irei acionar a justiça ainda hoje e marcarei um julgamento!


Closes alternados entre Eliza nervosa com a situação e com medo do que possa ocorrer e em Fortunato decidido a por Ana Maria na justiça.


CENA 03/COLÉGIO MARANHÃO/CORREDORES/INTERIOR/DIA

A porta da sala da coordenação se abre e Alice, Nana e Nina saem da sala, o clima está pesado entre elas que saem andando separadas sem muito contato visual. Do outro lado, Laila e Sara andam juntas bastante animadas e dão de encontro com as meninas. Alice fica surpresa ao ver Laila e Sara juntas.


Alice: O que vocês duas estão fazendo juntas? Isso é um pesadelo ou o quê? 

Laila: Por que seria um pesadelo? Sara e eu somos amigas agora. Superamos nossas diferenças e diferente de muitos que me viraram as costas, a Sara me apoiou!


Sara entendia algumas coisas do que Laila falava e demonstrava animação com a situação. Nana fica feliz com a nova amizade da irmã e corre para abraçar ela, que sorriem juntas. Alice completamente irritada vai até Sara e a encara com um olhar repleto de ódio.


Alice: OLHA AQUI! Depois de eu ter te ajudado, você ainda faz amizade com essa… com essa… GRRRRR!


Alice sai correndo do local, Nina também corre indo atrás da irmã. Nana, Sara e Laila continuam a seguir seus caminhos e conversam bastante animadas.


CENA 04/APT. DE ANA MARIA/SALA DE ESTAR/INTERIOR/TARDE

Sentados no sofá da sala de estar do grandioso e prestigioso apartamento da controversa Ana Maria, estão Lucas, Helena e Eduardo. Helena está supervisionando os dois homens tendo uma séria conversa e está pronta para entrar em ação caso as coisas fiquem pesadas ou violentas. Lucas está mais calmo e com lágrimas brotando em seus olhos. O rosto de Eduardo está vermelho. Ele está nervoso.


Eduardo (sério): São poucos os casos de pessoas que vão por experiências parecidas com a sua que decidem ouvir o que os outros tem a dizer. Isso mostra que você é uma boa pessoa, Lucas. Isso me deixa orgulhoso. Eu quer-

Lucas (interrompendo de uma forma entristecida): Por quê?

Eduardo (confuso): Como assim ‘’por quê’’?

Lucas (deprimido): Por que você me abandonou? Por quê? E por que depois desses anos todos você voltou pra mim? Você me abandonou pois não queria cuidar de mim? Foi por minha causa?


Eduardo faz um pausa e suspirou antes de continuar a falar.


Eduardo (empático): Primeiro de tudo, eu preciso adiantar. Não! Isso não foi culpa sua! Em hipótese alguma isso foi sua culpa. Na verdade...a culpa foi um pouco minha.

Lucas: Como assim?

Eduardo: Quando a sua mãe engravidou, ela era secretária de seu avô na Real Brasil. Segundo as informações que eu tenho, ele sempre valorizou a filha por causa da competência dela com negócios e administração. Hoje eu só consigo pensar aonde aquele velho estava com a cabeça pra fazer tal burrada. A Ana sempre foi uma filha mimada e ia até às últimas consequências para conseguir o que queria. Ela sempre se fazia de santa pra ser perfeito aos olhos do pai dela. Eu era funcionário da Real Brasil na época. Era tesoureiro. Sempre me dediquei muito ao meu trabalho e acabei chamando atenção do Afrânio.  Eu e Ana acabamos nos apaixonando. O Manoel não deixava por menos. Sempre dava o seu melhor. Os dois estavam de olho em herdar a chefia da empresa. Algumas semanas depois que a Ana engravidou de você, o Manoel e Ana apresentariam importantes palestras. O Manoel acabou sendo promovido a vice-tesoureiro e acabou começando a trabalhar comigo. Um mês depois, a Ana expôs um ato corrupto de algumas secretarias e elas foram demitidas e processadas. Tiveram que pagar caríssimas indenizações e foram à falência. Três meses antes de você nascer, o Afrânio acabou sofrendo um acidente e ficou internado durante 2 semanas em estado grave. Horas antes dele morrer...ele disse que se ele não resistisse, queria que a Ana assumisse o controle da Real Brasil. Ele veio a falecer e ela assumiu a presidência dias depois.

Lucas: E o que aconteceu depois? O que isso tem haver com a seu sumiço?

Eduardo: Lembra do escândalo das secretarias corruptas? Então, a empresa entrou uma forte crise depois disso e coube a Ana por a casa em ordem. Ela conseguiu recuperar a empresa parcialmente, mas ela nunca teve o mesmo prestígio que já teve. Quando ela estava grávida de 8 meses, o Manoel foi acusado de estar desviando dinheiro. Eu sabia que não era verdade porque eu fazia parte das transações e ele sempre foi um homem de palavra. Mas ele foi processado e rebaixado de cargo na empresa. Depois, eu acabei descobrindo que a Ana implementou provas falsas nas secretarias e no Manoel pra não perder o posto da presidência da Real Brasi. Fiquei abismado com a história e ameaçei contar isso a policia, mas ela acabou mandando alguns homens atrás de mim para me silenciar e eu tive que sair do Brasil. Eu queria voltar pra te ver, filho. Mas eu corria risco de vida.


Lucas fica chocado com a revelação feita por seu pai. Eduardo nunca tinha aberto o jogo sobre isso com ninguém, mesmo sabendo que isso seria o suficiente para derrubar Ana Maria. Helena fica abismada com isso também. Lucas começa a chorar e as lágrimas de Eduardo escorrem pelo seu rosto.


Eduardo (chorando): Depois de tudo isso, você tem todo o direito de não acreditar em mim. Mas uma hora a verdade virá a tona. Lucas...você...me perdoa?


Lucas olha para o pai antes de responder e antes de falar, o abraça forte e desaba a chorar. Helena fica emocionada e ao mesmo tempo chocada com a revelação.


Lucas (desabando): Eu te perdoo, pai! Eu te perdoo! 


Eduardo respira aliviado e retribui o gesto de afeto de Lucas o abraçando de volta.


CENA 05/MORRO DO SOL/CASA DE ZEFERINA/EXTERIOR/TARDE

Chegada a passos largos na casa de Zeferina, nervosas pela informação dada por Noema de que Carlinhos foi visto no restaurante momentos antes do incêndio do Cantinho da Maura, estão Maura e Socorro. Maura é a que está mais brava e irritada. Sua expressão é séria. Socorro já está um pouco mais aflita e nervosa. As duas chegam na frente da porta de casa e batem nela. Ninguém responde. Elas batem novamente e também não tem resposta. Maura coloca a mão na maçaneta e percebe que a porta está destrancada. As duas suspeitas, mas mesmo assim adentra dentro da casa procurando por Carlinhos.


Ao entrarem dentro da residência e irem até a sala de estar, as duas têm um baita de um susto com o que veem. Sobre a mesa da sala, bem no meio do cômodo, estão vários itens inflamáveis. Lá, temos a presença de galões de  gasolina, isqueiros, caixas de fósforo. Socorro arregala os olhos chocada com o que vê. Ela até coça os olhos para ver o que ela vê é verdade e tem a triste revelação que isso se trata da vida real, e não de um sonho como ela queria. Maura, que já estava cheia de raiva, fica mais enfurecida ainda. Enquanto as duas observam os materiais presentes, Carlinhos desce as escadas com chaves em mãos. Ele percebe a presença de Maura e Socorro.


Carlinhos (confuso): Maura? Socorro? O que vo-


Carlinhos para quando percebe a presença do material na sua mesa. Maura olha para ele com raiva e confusão.


Maura (irritada): Carlinhos...me disseram que antes do incêndio, te viram saindo correndo do meu restaurante e viemos aqui conversar com você sobre isso. Mas nos deparamos com isso aqui…


Ela faz uma pausa e Carlinhos engole seco, sem saber o que dizer.


Maura (enfurecida): O que é isso na sua mesa? Me diz!


O menino fica chocado.


CENA 06/COLÉGIO MARANHÃO/PORTARIA/EXTERIOR/TARDE

Laila, Nana e Sara chegam até a portaria. Chegando lá, Bonifácio e Regina estão juntos esperando elas. As meninas ficam confusas, principalmente Sara que sabe de toda a história.


Sara: Mom…

Laila: Vovô, por que o senhor está acompanhado da mãe da Sara?

Nana: Também fiquei curiosa…


Bonifácio e Regina trocam olhares pensativos. Closes alternados entre Laila, Nana e Sara. O foco volta para Bonifácio e Regina que já pensaram em um solução, então:


Bonifácio: Nós somos amigos…

Regina: De longa data!

Sara (entendendo o recado): Oh… Sure, sure!


Regina e Sara piscam uma para a outra.


Bonifácio: Bom, acho que não precisa de mais explicações… Vamos, meninas?


Laila e Nana vão até Bonifácio, desconfiadas de toda a situação que está a ocorrer. Sara vai até Regina e sorri para a mãe. Todos seguem seus caminhos.


CENA 07/MORRO DO SOL/BARRACO VOLTA SECA/INTERIOR/TARDE

Ana Maria e Ivo estão sentados em umas cadeiras de madeira a comer um pão com queijo e mortadela. Ana Maria demonstra estar com nojo do local e da comida. O silêncio que estava no local é interrompido por uma notificação que chega no celular de Ana Maria.


Ana Maria: O que será hein?

Ivo: Só olhando pra saber.


Ana Maria desbloqueia seu telefone-celular e vai até sua caixa de entrada do email. Quando ela abre a nova mensagem, se depara com uma intimação judicial a um julgamento que irá ocorrer daqui a duas semanas. Todo o processual está descrito na intimação, Ana Maria fica perplexa.


Ivo: O que foi, Ana?

Ana Maria: Você não vai acreditar… O Fortunato acionou um processo contra mim e vai ter um julgamento marcado daqui algumas semanas.

Ivo: Mas isso já era de se esperar. Eu não sei o motivo do espanto!

Ana Maria: Eu fui pega de surpresa, despreparada! Não esperava que seria agora. Mas o julgamento foi marcado como "urgência". Eles querem a todo custo me ver na lama!

Ivo: Madame, calma! Agora você vai ter apenas que se preparar. A senhora é branca, tem um poder aquisitivo bom e se fazer o visual de coitadinha… Na justiça hipócrita e irregular desse país, todos vão se compadecer para pobrezinha Ana Maria!

Ana Maria: Isso é uma estratégia muito arriscada, Ivo…

Ivo: A senhora não vê na televisão? O tanto de gente safada que se safa com as mesmas características que eu citei?! A gente vai começar a trabalhar nisso.


Closes alternados entre Ivo e Ana Maria que trocam olhares.


CENA 08/HOTEL/QUARTO DE REGINA/INTERIOR/TARDE

Chegando com sua filha de mais um longo e cansativo dia está Regina, que trás Sara da escola. Regina está se sentindo um pouco mais aliviada após ter tido uma conversa com Bonifácio e por reencontrar sua tia Dorotéia depois de todos esses anos. Sara está mais sorridentes e carrega alguns livros e cadernos que não couberam na mochila. Ela também se sente um pouco mais calma por ter virado amiga de Laila. Ela está prestes a contar isso para a mãe e o pai.


Regina chega na porta da frente, tira de dentro do bolso as chaves do quarto e as destranca. Brian estava sentado no sofá lendo algumas coisas em uma revista de compras da empresa de cosmética ‘’Pérola De Ouro’’ e de um desfile da agência de modelos ‘’Vitória Régia’’. Quando a sua esposa e sua filha entram na casa, o homem tira a atenção de sua leitura e olha para as duas. Ele caminha até a Regina e lhe dá um beijo na boca. Regina sorri para o marido.


Brian (sorridente): So...how was your day? (Então, como foi o dia de vocês?)

Regina (calma): Pretty good. (Bom)

Brian: Did you go to your father’s house? (Você foi até a casa do seu pai?)

Regina: Yes, I did. And he told me that he’s fine with me getting along with the girls... (Sim, fui sim. E ele me disse que ela aprova eu me aproximar das meninas...)

Brian: That’s great. (Isso é ótimo).

Sara: Mom. Dad. I got a new friend now. I’m friends with Laila now. I’m getting along with my sister. (Mãe. Pai. Eu tenho uma nova amiga agora. Eu sou amiga da Laila agora. Eu estou me enturmando com a minha irmã.)


Brian e Regina sorriem para Sara em um sinal de aprovação. Regina franze um pouco a testa. Sabe que não contou toda a verdade sobre seu encontro com Bonifácio para seu marido. Mas ela não se sente confortável para revelar em detalhes como foi sua conversa com o pai.


CENA 09/EDIFÍCIO ROYAL/CASA DE FORTUNATO/QUARTO DE ALICE/INTERIOR/TARDE

Deitada na cama de seu quarto, Alice chora desesperadamente. Ela está muito triste por conta do fim da sua amizade com Laila e se culpa por ter espalhado fofocas sobre a ex-melhor amiga. Ela olha no celular fotos das duas juntas, o que faz ela chorar mais ainda. Ela deixa o telefone sobre um criado mudo ao lado de sua cama, se vira para o lado e continua chorando. De repente, Nina, que escutava os choros da irmã, entra no quarto e vê ela chorando. Ela suspira.


Sem saber muito o que dizer, ela se deita ao lado da irmã mais velha e abraça como uma forma de confortá-la. 


Nina (empática): Alice, o que aconteceu?

Alice (chorosa): Nada, eu só estou com saudades da Laila…e agora a Nana tá com raiva de você...eu acho que a culpa é minha...eu arruinei com a amizade entre vocês duas.


Nina suspira antes de continuar a falar.


Nina (sorrindo): Alice, quem te disse isso é um grande mentiroso! Não foi por sua causa que eu briguei com a Nana...na verdade foi por causa de toda a briga. Mas eu não te culpo. Isso vai passar. Você é forte. Eu sei que você vai superar isso.


Alice abraça a Nina e a segunda fica confortando a irmã mais velha.


CENA 10/APARTAMENTO DE ANA MARIA/PORTA DE ENTRADA/INTERIOR/TARDE

Chegando abraçados e com algumas taças de champagne em mãos estão Renata e Roberto. Os dois se sentem orgulhosos com o fato de Ana Maria está a ponto de falir. Renata ainda sim sente um pouco de pena pelo fato de Lucas ter descoberto de forma tão bruta quem é seu verdadeiro pai. Roberto se sente indiferente em relação a situação. Eles abrem a porta e entram dentro da casa.


Na Sala de Estar, estão Helena, Eduardo e Lucas. Os dois últimos ainda estão acalmando um ao outro pelo fato de terem acabado de ter feito as pazes em relação a questão da paternidade de Lucas. Helena pegou dois copos de água para os dois. Ambos estão cheios. Os três escutam passos no corredor e ficam atentos. Eles pensam que pode ser Ana Maria, um invasor, ou pior. Renata e Roberto de repente chegam fogosos na sala de estar. Eles se surpreendem com a presença de Lucas, Eduardo e Helena, que não se encontram nada contentes com o fato deles terem entrado de forma repentina no apartamento. Eles nem dão bola e se sentam no sofá.


Roberto (sarcástico): Então...o que perdemos?

Lucas (irritado): O que vocês perderam? Perderam o juízo! Como vocês podem ter a cara de pau de entrar nesse apartamento de forma repentina depois de tudo o que vocês fizeram. 

Renata: Do que você tá falando, moleque? E baixa o tom pra falar com o meu amor.

Eduardo (indignado): Eu contei pra ele tudo o que Ana Maria me fez para tentar me tirar país e me afastar do Lucas.


Roberto e Renata arregalam os olhos, chocados.


Eduardo: Ele já sabe de tudo. E também sabe que vocês são uns puxas-saco que só se aproximaram por uma pessoa tão baixa como a Ana Maria só por interesse.

Roberto (irritado): Eu não vou tolerar esse tipo de linguajar no meu apartamento!

Lucas (enfurecida): Ele nunca esteve em seu nome, então você não ter o direito de dizer isso. Fora daqui! Os dois!

Renata (debochada): Duvido esses dois patetas e a lixona da patota nos botar pra fora. Quero ver.

Helena (irritada): Você baixa o tom pra falar comigo!

Lucas (enfurecido): Já chega! Fora daqui!


Eduardo e Lucas agarram Roberto pelos ombros e Helena segura Renata pelos cabelos. Eles levam os dois para fora do apartamento e jogam os dois na rua, fechando a porta logo em seguida. Renata fica com os seus cabelos bagunçados e o paletó de Roberto fica todo sujo. Os dois se levantam e se entreolham.


CENA 11/MORRO DO SOL/CASA DE ZEFERINA/SALA DE ESTAR/INTERIOR/TARDE

Na sala de estar da humilde residência, estão sentados Carlinhos, Maura e Socorro. As duas últimas, em especial Maura, estão irritadas com Carlinhos pelo fato de ser muito coincidente o fato dele ter sido visto saindo do restaurante momentos antes do incêndio e itens inflamáveis terem sido encontrados em sua casa. Maura está impaciente e sedenta por explicações. Carlinhos suspira antes de começar a falar.


Carlinhos (nervoso): Maura, Socorro. Eu preciso que as duas me escutem atentamente e confiem em mim. Eu sei de fato o que aconteceu dentro daquele restaurante e...lamento informar que eu estou envolvido. Mas não é bem o que vocês estão pensando.

Maura (impaciente): Conte o que sabe…

Carlinhos: Foi a facção do Sobral que incendiou o restaurante.


Socorro e Maura ficam chocadas.


Carlinhos (preocupado): Antes de minha avó falecer...eu comecei a trabalhar pra eles pra conseguir dinheiro para comprar remédios pra ela. Quando ela morreu, eu decidi sair e eles incendiaram o restaurante como uma forma de se vingar. Eles tentaram fazer com que eu incendiasse, mas eu neguei e acabei fugindo. Eles colocaram isso aqui na minha casa pra me incriminar.

Socorro (nervosa): E por que você se envolveu com eles, Carlinhos? Por que não pediu ajuda pra gente?

Carlinhos: Eu não queria dar trabalho.


Maura e Socorro suspiram. As amigas se entreolham durante alguma coisa e voltam sua atenção a Carlinhos.


Maura (calma): Carlinhos, não se preocupa. Eu não estou brava com você e nós não vamos lhe dar as costas. Nós vamos te ajudar.


Enquanto Maura vai falando, a câmera vai se afastando em direção a janela aberta saindo para fora da casa. Dessa forma, é revelado que Sobral e Januário estavam observando toda a conversa. Os dois se entreolham e vão embora.


CENA 12/MORRO DO SOL/BARRACO VOLTA SECA/INTERIOR/ANOITECER

Sentada sozinha contra a parede e falando ao telefone está Ana Maria. Ivo não está no barraco. Saiu para fazer algumas compras. Ana está no meio de uma ligação telefônica com alguém que não é revelado. Ao que aparenta, a empresária está marcando um encontro. A moça está enjoada daquele barraco empoeirado e do morro pouco luxuoso como o seu apartamento. De uma certa forma, ela se sente aliviada ao ter a oportunidade de sair para um encontro. 


Ana Maria (falando ao telefone com um tom certo): Sim. Eu sei. (T) Sim, já estou vendo isso. Podemos nos encontrar essa noite? (T) Ótimo, pode ser naquele restaurante perto do prédio da empresa? (T) Ok. Estou indo aí agora. Talvez eu demore um pouco a chegar pois estou meio longe (T) Ok, pode trazer ele também. Até logo.


Ana Maria desliga. Antes de sair do barraco, ela abre o Whatsapp, vai no contato de Ivo e manda uma mensagem. ‘’Oi. Vou sair para um encontro. Ligo quando estiver voltando.’’, a mensagem diz. Ela se levanta, pega a bolsa e sai do barraco. 


CENA 13/CONDOMÍNIO/MANSÃO DE MANOEL/SALA DE ESTAR/INTERIOR/NOITE

A porta da casa se abre e Manoel adentra, ele pendura seu terno e coloca sua maleta em cima de uma mesa no canto. Liliana vinha andando até a sala, a cara dela estava um pouco pálida.


Liliana: Meu amor que bom que você chegou…

Manoel: Liliana… Você tá pálida, tá tudo bem meu amor?

Liliana: Claro que tá!


Liliana e Manoel dão de encontro e ele faz a ação de beija-la, mas surpreendendo-o, Liliana tem uma tontura e quase cai no chão, sendo segurada pelo amado, que fica chocado com a situação.


Manoel (assustado): LILIANA! Meu Deus… O que aconteceu, meu amor?

Liliana (se recompondo): Nada… Nada… Foi só uma dor forte que eu senti e uma tontura… Só isso…

Manoel: Vem… Senta aqui no sofá!


Manoel leva Liliana e a senta no sofá da sala, ele vai até uma cozinha buscar uma água para a mulher. Close em Liliana pálida e tentando ficar calma.


CENA 14/VILA CÉU-AZUL/CASA DE BONIFÁCIO/SALA DE ESTAR/INTERIOR/NOITE

Tudo está escuro no local. A porta se abre e Bonifácio, Laila e Nana adentram a casa conversando. Bonifácio acende a luz, Nana joga sua mochila de lado e vai correndo para o quarto. Laila ia indo mas Bonifácio a para.


Bonifácio (sério): Laila, minha querida… A gente precisa ter uma conversa!

Laila (confusa): Sobre o que, vovô?

Bonifácio: Vamos sentar aqui no sofá, a conversa é longa.


Bonifácio e Laila sentam no sofá.


Bonifácio (segurando nas mãos dela): Meu amor, eu já sei de tudo… 


Closes alternados em Bonifácio encarando-a e em Laila tensa com os rumos que a conversa poderá tomar.


CENA 15/RESTAURANTE PURO LUXEH/ HALL PRINCIPAL/INTERIOR/NOITE

O local está bastante movimentado, vários garçons passam pelo local com bandejas, as pessoas não param de falar. A câmera foca na entrada onde uma mulher com peruca de cabelos pretos e um óculos escuros olha pelo hall e identifica onde quer chegar. Ela vai andando segurando uma bolsa pequena, ela chega em uma mesa e se assenta. A mulher tira o óculos e revela Ana Maria, que está disfarçada para não ser reconhecida. Ela aparenta estar encarando alguém.


Ana Maria: Que bom que vocês chegaram cedo, eu tenho muita coisa para falar com vocês e que tenho certeza que é de interesse dos dois.


A câmera tira o foco de Ana Maria e se volta para as pessoas que estão encarando-a, revelando Renata e Roberto, uns dos grandes rivais da empresária. Closes alternados entre eles.


[A câmera congela em Renata e Roberto interessados]



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