Castelo de Vidro - Capítulo 28 (Últimos Capítulos)

quarta-feira, outubro 28, 2020

 

Castelo de Vidro


NOVELA DE

Gabriel Malifer


COLABORAÇÃO

Gabriel Pretto


AUTORIZAÇÃO

Web Novelas Channel


Capítulo 28 - Perseguição


O CONTEÚDO ABAIXO NÃO É RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS. CONTÉM LINGUAGEM IMPRÓPRIA, CONTEÚDO SEXUAL E VIOLÊNCIA


CENA 01/MORRO DO SOL/CASA DE SOCORRO/INTERIOR/NOITE

Socorro e Maura estão sentadas no sofá. A primeira está muito apreensiva, por isso Maura segura na mão dela para a controlar. A campainha da casa toca, o nervosismo toma cada vez mais conta de Socorro. Maura se levanta e atende a porta. Carlinhos adentra e vai ate Socorro e já estranha o clima.


Carlinhos: Socorro? Por que você tá tão nervosa?

Maura: Carlinhos… A Socorro tem algo muito importante pra te contar! (Ela fala com Socorro no ouvido, para a incentivar, Socorro se levanta e fica frente a frente com Carlinhos) Quando você estiver pronta, pode começar…

Socorro (chorosa): Carlinhos, eu tive que tomar muita coragem pra ter essa conversa com você… Há 16 anos atrás, eu conheci o homem que era o amor da minha vida… A razão de eu acordar todos os dias sorrindo. Meu pai e minha mãe já haviam falecido, e eu trabalhava pra me sustentar. (T) Eu me envolvi cada vez mais com o Carlos, que era o meu grande amor e é até hoje. (T) Nós nos envolvemos tanto, que um dia... eu acabei engravidando dele. (T) Naquele momento eu me desesperei… Achava que tava tudo perdido!

Carlinhos: Eu até agora não entendi onde você quer chegar…

Maura: Carlinhos! Deixa ela terminar.

Socorro: Quando eu contei pro Carlos, eu pensava que ia ter a maior decepção da minha vida e (T) Eu... Eu achava que ele ia, sei lá, me abandonar. (T) Mas muito pelo contrário, ele me apoiou e a gente ia se casar! O pai e a mãe dele estavam de acordo. (T) (Lágrimas começam a escorrer) Até que um dia… Carlos, seu pai, sua mãe e eu estávamos indo viajar a noite e o carro deles acabou tendo uma falha e a gente ia colidir com um caminhão, o pai dele foi desviar… (T) Ai… Isso me dói tanto! (Desaba em choro) Eu tô sendo muito forte pra te contar isso! (T) Quando eu acordei, eu percebi que eu tava viva, eu tava cercada de gente, numa maca… E quando eu olhei pro lado, eu vi o Adolfo e os pais dele… Completamente ensanguentados! Na colisão, os mais atingidos foram eles! A situação era horrível, eu não conseguia ter reação. (T) Nosso filho nasceu com 7 meses, por um momento, eu pensei que ele não ia sobreviver, mas por um milagre, Deus permitiu que o bebê nascesse! (T) Eu carreguei um trauma por muitos anos, tive depressão pós parto… Foi horrível! (T) Sem condições nenhuma, eu vim parar no Morro do Sol, na casa de uma… amiga do meu pai. Ao bebê eu dei o nome de Carlos, em homenagem ao pai. (Carlinhos começa a associar e seus olhos começam a marejar, confuso.) Eu estava com um trauma muito grande… e entreguei esse bebê a essa senhora! Ela me deu uma casa e depois eu consegui um emprego, mas não tive coragem de tirar o bebê dela, era como um neto, ela havia se apegado! Essa história ficou só entre eu e essa senhora. (T) E toda essa história que eu te contei, Carlinhos… É a sua história! Você é meu filho, Carlinhos!


Socorro desaba em lágrimas após conseguir contar toda a história, sua pressão cai e Maura a ampara. Carlinhos começa a se afobar, desesperado e sai correndo dali, batendo a porta e indo para bem longe. O menino acabara de rejeitar ela. Essa que por sua vez, toma um choque de realidade e se desespera.


CENA 02/HOSPITAL/HALL DE ENTRADA/EXTERIOR/NOITE

Sentada no quinto degrau das escadas que levam até a porta de entrada do Hospital está Alice. Durante um almoço com sua mãe e irmã, a garota assumiu ter sentimentos por Laila. Para uma adolescente como ela, a sexualidade é um tema bastante bagunçado, visto que ainda existe muito estigma na sociedade em relação a casais LGBT e ela ainda ser dita como jovem demais. Alice está neste momento experimentando o que uma grande paixão faz com uma pessoa. Vira a vida de cabeça para baixo. Desafia tudo o que conhecemos. Cura tanta ferida. Causa tantas intrigas.


Mesmo tendo um pouco de vergonha, Alice está decidida a não enganar seu coração ou mudar a forma que pensa simplesmente por conta do opinião alheia. Pensando bem, por que fingir que ama ou não ama simplesmente por conta do pensamento de uma pessoa que não vai afetar a sua vida? É uma coisa totalmente patética. Toda a forma de amor, seja lá qual for ou com quem for é válida e não deve ser julgada. O amor é um sentimento, e sentimentos tem mais de uma variação.  Juntamente com um tipo de emoção, pode vir uma enxurrada de novos estados de ser. 


Alice é corajosa. Não vai dar o braço a torcer perante ao que sente ou ao que os outros pensam. O medo e a incerteza estão presentes, mas não tão fortes quanto o amor que sente por Laila. Ela suspira fundo e fecha os olhos. Com uma expressão decidida, ela puxa o telefone de seu bolso, abre o contato de Laila e começa a telefonar para a mesma.


Laila (no outro lado da linha): Alice?

Alice: Oi Laila. Sou eu? (T) Eu to aqui do lado de fora do hospital. Vim tomar um ar. (T). Alguma novidade do seu avô?

Laila (no cel.): Ainda não, mas vamos entrar pra ver ele logo. Você quer ir junto?

Alice (insegura): Pode ser, mas depois eu queria falar um assunto...particular...com você.

Laila (no cel.): Sobre o quê?

Alice (calma): Eu não posso falar aqui. (T) Só me diz se você aceita.

Laila (no cel.): Aceito sim. Pode ser na cafeteria?

Alice: Pode sim. (T) Eu vou desligar agora e já estou indo ai. Até já.

Laila (no cel.): Até.


Laila desliga. Alice suspira aliviada por ter feito a parte difícil. Ela se levanta e retorna para dentro do hospital.


CENA 03/LUGAR DESERTO/TERRENO BALDIO/NOITE

"Instrumental Batucada - A Força do Querer" na sonoplastia até o final da cena 3. Um carro velho passa por uma estrada de barro, um lugar desértico, apenas com um bar bem ao fundo, de beira de estrada. Em uma transição, vemos o carro parar em frente a um terreno baldio. Januário desce do veículo, ele abre o porta-malas e pega Neidinha de dentro, a carregando nas costas. Nova transição, vemos que já havia uma cova cavada aguardando que eles chegassem. Januário coloca Neidinha dentro de um caixão vagabundo e fecha ela dentro. Em vários closes, vemos ele suspendendo o caixão até o final da cova, que não é muito funda. Logo após, ele começa a colocar toda a terra cavada por cima da cova. Um tempo se passa, a cova está quase toda coberta. A câmera corta para dentro do caixão, os olhos de Neidinha se abrem.


CENA 04/REAL BRASIL/SALA DE FORTUNATO/INTERIOR/NOITE

A notícia que do sequestro de Roberto ainda é recente para todos da sala. Presentes na área do dono da empresa estão Renata, de longe a mais nervosa de todos, Eduardo, Helena e Lucas. Neidinha não está presente na empresa no momento. Os olhares dos mesmo podem ser resumidos em um mesmo sentimento: preocupação. Renata está ofegante. Sua grande paixão está nas mãos de Ivo e o tempo para salvá-lo é curto. Lucas ainda está incrédulo com toda a situação recorrente no momento, mas quebra a cabeça para tentar achar uma solução plausível. Eduardo e Helena fazem o mesmo. Como se pode conseguir tanto dinheiro em tão pouco tempo? Fortunato está instintivamente determinado a tirar Roberto do cativeiro. Não por causa do homem em si, mas por conta da ameaça feita à suas filhas e sua mulher caso Ivo não queira o que deseja.


Renata (estressada): Ainda não acredito que aquele canalha consegue fazer isso com o Roberto? Por que ele?

Helena (pensativa): Será que é por causa das fotos?

Renata: Mas ele não tem prova nenhuma de que foi ele. Aliás, fui eu que peguei as fotos. Por que o Roberto e não eu?

Eduardo (preocupado): Acho que o porquê é irrelevante agora. (T) Será que chamamos a polícia?

Lucas (sério): Tá maluco? Daí mesmo que ele vai matar ele.

Fortunato (alarmado): O Lucas tem razão. (T) A única forma de tirar o Roberto de lá é dando o dinheiro

Helena: Tá. Mas onde vamos conseguir 15 milhões em 6 horas? E eu não quero alarmar vocês (aponta para o relógio da sala), mas já se passaram 3 horas. (T) Se faltam 3 horas e agora são 9 da noite, temos… 


Helena faz uma pausa para contar nos dedos o número de horas que faltam.


Helena: Se meus cálculos estão corretos, temos até a meia noite e conseguir a grana e levar até ele.

Eduardo: Calma. Vai dar tempo. Se trabalharmos com calma, vai dar tudo certo. (T) Não da pra tirar dinheiro da Real Brasil pra pegar?

Fortunato (indignado): Tá lelé da cuca? Isso fui afundar a empresa!


Lucas coloca o dedo indicador no seu dedo e arregala os olhos, como se tivesse tido uma ideia. Rapidamente, ele se levanta.


Lucas (apressado): Fiquem aqui. Eu já volto.


Ele corre para a fora da sala rapidamente. Todos ficam surpresos.


Helena (surpresa): Lucas? Aonde você vai? (T) Ué? O que deu nele?

Fortunato: Vai ver pensou em algo. (T) Mas vamos continuar a pensar no que fazer.


O grupo continua a discorrer sobre uma forma de tirar Roberto do cativeiro



CENA 05/HOSPITAL/QUARTO DE FORTUNATO/INTERIOR/NOITE

Sentadas em volta da cama do adormecido senhor estão Regina e Nana. É o horário de visitas para Fortunato. Alice e Laila também vieram fazer a visita, mas saíram para fazer uma parada no banheiro. Regina se sente um pouco exausta e ao mesmo tempo aliviada, mas mesmo assim não sabe se deve se sentir assim ou não. A única certeza que ela tem da hora que ela poderá comemorar será quando Bonifácio acordar. Nana tem algumas lágrimas prevalecentes em seus olhos. Ela só quer ver seu avô acordado e bem.


De repente, as pálpebras de Bonifácio começam a se mexer e o homem começa a lentamente abrir os olhos enquanto move lentamente os dedos da mão direita. Seus sinais vitais são estáveis. Uma bolsa de soro, pendurada em um aparelho hospitalar está conectado ao braço do idoso. Seus olhos se abrem calmamente, mais seus pequenos movimentos foram o suficiente para os rostos de Nana e Regina se encherem de alegria.


Quando o homem acorda, Nana o olha e o abraça, soluçando de alívio. Regina segura a mão de seu pai, que retribui envolvendo os seus dedos nos da filha. Ele abraça Nana e acaricia seus cabelos calmamente. Tudo o que foi pedido para dar certo aconteceu. Bonifácio havia acordado.


CENA 06/MANSÃO DE MANOEL/SUÍTE MASTER/INTERIOR/NOITE

"Encontros & Despedidas - Maria Rita" toca até o final da cena 6. Liliana e Manoel arrumam suas roupas e colocam-as dentro da mala, logo no dia seguinte irão partir em direção a Montevideo. Ao final, Liliana desaba nos braços dele por medo de falecer. O homem a conforta e a acaricia na cabeça.


CENA 07/LUGAR DESERTO/TERRENO BALDIO/NOITE

Neidinha se toca que está enterrada viva, mesmo com medo, ela tenta manter a calma. A mulher sabia o que fazer naquela situação, ela tinha pouco oxigênio e tinha que saber como controlar ele, para não se sufocar. Ela pega a fivela de seu cinto, com dificuldade e começa a furar o caixão, por ser de péssima qualidade, ela consegue quebrar ele logo. O oxigênio dela está acabando, ela começa a se desesperar, mas tenta se manter calma. Ela coloca as mãos sobre a cabeça para se proteger, pois a terra irá cair sobre ela. Sem pensar duas vezes, ela empurra a porta do caixão e a terra começa a cair. Corta para o lado de fora, vemos a visão de cima da cova. Um braço sai da terra, com sufoco, Neidinha consegue se desenterrar. Ela está completamente suja e traumatizada. Desolada, ela sai correndo pela rua procurando por ajuda.


CENA 08/REAL BRASIL/SALA DE FORTUNATO/INTERIOR/NOITE

O grupo de Fortunato ainda está discorrendo uma forma de conseguir o dinheiro necessário para liberar Roberto do cativeiro de Ivo e Lucas ainda não voltou na sala. Para Eduardo, interessa muito o motivo de Roberto ter sido o sequestrado, mas não outra pessoa. A explicação mais plausível seria as fotos de Ana Maria. Na realidade, ele está muito pouco interessado em libertar o homem, visto que não confia muito nele. Então, enquanto pensa em uma forma de ajudar, ele olha no seu telefone postagens antigas de um já falido site de fofocas chamada ‘’Click’. 


Um dos principais colunistas do site era um homem chamado Henrique Salustiano, que foi vista pela última vez à quatro anos. Enquanto vasculha o site do ‘’Click’’, Eduardo acaba esbarrando com uma postagem feita uma semana antes do desaparecimento de Henrique. E qual é a capa da postagem? A foto que foi recentemente vazada de Ana Maria vendendo propina. Isso chama a atenção de Eduardo, que tenta acessar o post, mas não consegue, pois a postagem dá como indisponível. O autor do post e das fotografias foi o próprio Henrique. A partir disso Eduardo consegue rapidamente ligar os pontos e deduz que Ana Maria, de alguma fora, silenciou Henrique e conseguiu as fotografias.   


Eduardo (pasmo com sua descoberta): Gente, eu sei que isso não é útil, mas sabe as fotos que foram vazadas?

Fortunato (curioso): Sim. O que tem elas?

Eduardo: Então, o autor das fotos desapareceu 1 semana após publicar as fotos originais e o post original das fotos, do blog ‘’Click’’, está fora do ar. (T). Eu sei que é muito prematura para presumir isso, mas-

Fortunato (interrompendo): Acha que a Ana deu um sumiço no autor?

Eduardo: Isso, pois acho muito estranho o cara ter sumido a anos e as fotos estarem no PC dele. Isso é muito estranho.

Helena: Então se for realmente isso, a Ana provavelmente vai fazer isso com o Roberto. Muito provavelmente ela tá por trás do sequestro. Do jeito que ela é, só pode ser isso.

Renata (preocupada): E o Lucas? Não voltou até agora.

Fortunato: Já deve estar voltando, a não ser que tenha acontecido algo…

Helena: Ai, pelo amor de deus. Não dá ideia.


O grupo continua a discorrer sobre o sequestro.


CENA 09/APARTAMENTO DE ANA MARIA/SALA DE ESTAR/INTERIOR/NOITE

Assistindo Netflix no seu celular, já que não tem mais sua televisão pois destruiu a mesma com um martelo em meio de um de seus surtos, está Ana Maria. A perua ainda está um pouco inquieta por causa de tudo o que está acontecendo e circulando ao redor de sua imagem. Ela não saiu de casa e não quer saber de mídia nenhuma no momento. De repente, batidas são ouvidas na porta da mesma e, muito a contragosto, ela se levanta e atende a mesma. Quem bate na porta é Januario.


Ana Maria (indiferente): O que deseja? 

Januário: Madame, eu só vim aqui avisar que o serviço está feito.


Ana Maria dá um sorriso maléfico.


Ana Maria (satisfeito): Perfeito. Suspeito que quer sua quantia. Não é?

Januário: Isso mesmo.

Ana Maria: Ok. Vou ir lá buscar. Espere aqui.


A perua volta para dentro de sua mansão para pegar o dinheiro para pagar Januário. Um tempo depois, ela volta com uma maleta na mão.


Ana Maria: Está tudo aqui.

Januário: Obrigado. Foi um prazer trabalhar com a senhora.

Ana Maria: Eu que te agradeço. (T) Até mais.

Januário: Até.


Januário vai embora todo feliz com o dinheiro que conseguiu para ajudar a facção. Ana Maria entra dentro de casa e continua a assistir seus programas.


CENA 10/HOSPITAL/CORREDORES/INTERIOR/NOITE

Do lado de fora do quarto de Bonifácio, Regina está tendo uma conversa com Brian e Sara. Nana e Laila estão com o seu avô dentro do quarto falando com ele. Isso pode ser observado através de uma janela do corredor. Regina está aparentemente com o rosto um pouco mais tranquilo pelo fato de seu pai ter acordado. Sara e Brian estão tranquilos e calmos. A mulher parece estar inquieta. Move os dedos constantementes e dá alguns pulinhos. É como se ela estivesse querendo dizer alguma coisa. Brian nota a inquietação da esposa e decide questioná-la sobre isso.


Brian (confuso): Do you want to say something? (Você quer dizer alguma coisa?)

Regina (animada): Yes. (T) This is something i’ve been thinking about for a while now and i really wanted to talk with you about that. (Sim. É algo no qual eu estive pensando por um bom tempo e eu estou querendo muito discorrer isso com você)

Brian: What is it? (O que é)

Regina: Since I found the girls, I was wondering if we could buy a house that we all can live in. (T) What do you think? (Desde que eu encontrei as meninas, eu estava pensando se a gente podia comprar uma casa pra nós todos moramos. O que vocês acham?)

Brian: Well, I think it’s a great idea, since we can live in a hotel room forever. (Bem, eu acho que é uma boa ideia, já que não podemos viver em um quarto de hotel para sempre.)

Sara (sorridente): I’m fine with that. (Eu estou de acordo com isso.)


Regina sorri para os dois.


CENA 11/AEROPORTO DE CONGONHAS/VOO 325 DA GOL/INTERIOR/DIA

No movimentado e conhecido Aeroporto de Congonhas, o voo de número 325 da Gol está prestes a decolar em uma viagem de São Paulo com o destino a Montevidéu, Uruguai. Dentro do avião, acomodados em seus assentos, estão Manoel e Liliana. Liliana usa uma peruca marrom e um respirador. Manoel está com um rosto um pouco incerto. Ele sabe que a doação de Heitor pode ser a última esperança de Liliana. Ele sabe que nada pode dar errado. Heitor é um homem saudável e os médicos são qualificados o suficiente. Mas os nós da barriga do homem continuam a surgir mais e mais. 


Liliana está um pouco insegura pelo fato de estar fora de sua casa enquanto batalha a leucemia. Ela se sente um patinho feio em meio a multidão de pessoas saudáveis. O voo também traz um pouco de ansiedade para a mesma. Mas ela está com Manoel, uma pessoa que ela ama. Ela deita a cabeça no ombro do namorado, que acaricia suas costas.


E feito uma asa delta, o avião decola rumo ao seu destino. 


CENA 12/REAL BRASIL/SALA DE FORTUNATO/INTERIOR/DIA

Faltam menos de 2 horas para o prazo máximo da encomenda de Ivo ser entregue. O tempo é curto para Roberto. Todos dentro da sala estão quebrando incansavelmente suas cabeças, tentando achar uma forma de conseguir o dinheiro exigido pelo homem. Eles perambulam pela sala, levam as mãos na cabeça, fazem listas, sugerem ideias, tudo. Mas eles não conseguem chegar a uma plausível conclusão.


Um corte nos leva para o lado de fora de sala, onde vemos um Lucas eufórico e suado correndo pelo hall da empresa. Ele carrega uma maleta preta, que aparenta estar um pouco pesada, indicando que ele está carregando alguma coisa dentro dela. Mas o que será? Seja lá o que for, o filho de Ana Maria entra dentro da sala e todos os presentes nela, sendo esses Helena, Fortunato, Renata e Eduardo, pulam de suas cadeiras e olham para o rapaz.


Lucas (eufórico): Consegui o dinheiro! Tá aqui dentro!  (mostra a maleta)

Fortunato (surpreso): Conseguiu?

Renata (confusa): Da onde você tirou? Como conseguiu?

Lucas (ofegantes): Isso não importa. Mas não se preocupem. Eu não tirei da empresa (T). Ta. Agora que temos a grana, o que fazemos?

Eduardo: Vamos avisar o Ivo.

Fortunato (tirando o celular do bolso): Eu vou mandar uma mensagem pra ele.


Indo no número de Ivo e abrindo a opção de mensagens de texto, Fortunato digita rapidamente e nervosamente um torpedo via Whatsapp para o sequestrador de Roberto. Sua expressão é de confusão e suspeita. Ele quer saber da onde Lucas conseguiu tal quantia. Mas como ele diz não ter tirado da Real Brasil junto com o fato de confiar na palavra do rapaz, ele não dá muita importância.


Fortunato (na mensagem): Estamos com a grana.


Juntamente com a mensagem, ele abre a câmera, aponta para a maleta e tira uma foto com um flash. A luz machuca um pouco os olhos de Lucas. O dono da Real Brasil envia a fotografia para Ivo como uma forma de comprovar o que está dizendo.


Passados alguns segundos, Ivo responde.


+55 11 9736-0609 (na mensagem): Cabana 168, Parque Solimões.


Fortunato conhece o tal parque e sabe que ele é fechado a alguns anos. Ele pega seu celular e suas chaves do carro.


Fortunato: Todo mundo no meu carro. Vamos tirar o Roberto de lá.


Todos saem da sala e vão em direção ao estacionamento.


CENA 13/PARQUE SOLIMÕES/CABANA 168/EXTERIOR/NOITE

Fora da cabana e fazendo Roberto de refém com a arma apontada para a sua cabeça está Ivo. Ele já recebeu a informação de que sua quantia está a caminho. Roberto pensou em tentar fugir, mas resistiu a tentação, sabendo que um movimento errado poderia lhe custar a vida ou pior.


Um carro para em frente a cabana. Esse carro é o de Fortunato. Ivo olha com desdém o veículo enquanto ele estaciona e para na trilha. Os faróis estão ligados. Do banco do motorista, saiu o dono do carro, carregando a maleta de dinheiro e parando em frente a Ivo.


Ivo (sério): Larga a maleta na chão. (aponta a arma para Fortunato)


Não ousando desobedecer às ordens do homem, ele larga a maleta no chão. Com isso, Ivo solta Roberto, que corre para trás de Fortunato. Ele pega a mala e olha para os dois.


Ivo: Agora vão embora.


Os dois voltam para dentro do carro e saem do campo mais rápido possível e Ivo fica ali parado, vendo o veículo saindo. Ele suspira, insatisfeito. Como se estivesse faltando alguma coisa. Ele olha para o seu próprio carro e corre até ele, ligando o motor e saindo em alta velocidade.


Fortunato e seu grupo estão todos sérios e desconfortáveis. Eles querem sair daquele campo o mais rápido possível. Fortunato olha no retrovisor com o objetivo de arrumá-lo. Ao ajustá-lo com a mão, ele percebe que vem vindo um carro em alta velocidade atrás deles. O carro é de Ivo e Fortunato começa a acelerar. Todos dentro do carro ficam ainda mais desconfortáveis e amedrontados com a situação. A essa altura, eles já estão em uma rodovia vazia e a perseguição e é a toda velocidade.


Ivo não se importa com acidentes. Ele não vai deixar eles saírem daqui. De repente, um alto estalo é ouvido no carro e ele começa a derrapar. No susto, Ivo pisa com toda a força no acelerador e o carro gira bruscamente 3 vezes, chegando a quase bater em um poste de luz. O pneu de seu carro furou e ele não consegue mais dirigir, dando o tempo que Fortunato precisava para fugir. Quando ele se dá conta da fuga, Ivo bate 3 vezes em fúria no volante, desapontado por ter perdido o carro.


CENA 14/APARTAMENTO DE ANA MARIA/SALA DE ESTAR/INTERIOR/NOITE

Está quase na hora de Ana Maria ir dormir. Mas antes de ir para a cama, a moça precisa fazer uma transação por home banking para transferir um pouco de dinheiro para sua conta. Ela pega seu cartão de crédito, alguns papéis, uma pasta de documentos e seu laptop. Após ligar o mesmo, ela abre o browser de internet, entra no site de seu banco, Banrisul, e entra no homebanking. O que ela espera ver é a confirmação da transação, mas o que aconteceu foi surpreendente.


Ao olhar cautelosamente seus dados bancários, Ana dá conta que perdeu inexplicavelmente 15 milhões de reais de suas finanças. A informação deixa a moça profundamente confusa e de cabelos  em pé. Seus olhos se arregalam e ela leva as mãos a cabeça.


[A imagem congela sobre a confusa expressão de Ana Maria, barras pretas tomam conta de tela finalizando o capítulo]


Realização




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