Vale Reler: Escuridão - Capítulo 25 (Último Capítulo)

sexta-feira, março 13, 2020



Escuridão - Capítulo 25 (Último Capítulo):


**Cena01

Clara: Que cena mais linda. A familiazinha de merda todinha reunida em prol da paz mundial. Bando de malditos.

Mauro: Clara, vai embora daqui. Sai, nos deixa em paz.

Clara: deixar em paz ?

Ela debocha:

Clara: eu não vou deixar vocês em paz, não mesmo. Quero acabar com isso logo, quero ver vocês mortos, sendo enterrados. Quero ter o prazer de saber que vocês estão debaixo da terra, debaixo de mim.

Márcia: Vai embora. Você não vai conseguir o que quer, não vai nos matar.

Clara: cadê a tua marra agora, maninha ? Cadê aquela mulher que me bate, me humilha, diz várias coisas pra mim ? Sumiu ?

Márcia: Você só fala isso porque tá com essa arma na mão. Solta ela e vem resolver isso comigo, vem. Não é isso que você quer ?

Clara: Mas você é muito burra mesmo, hein ? Eu não quero você, não quero nada que venha de você, sua imunda. Eu quero o dinheiro do otário aí do teu lado. Ele sim vai me dar tudo o que eu quero.

Mauro: Então o que você quer, hein ? fala logo. Vamos acabar com isso de uma vez por todas. Eu te dou o que você tanto quer, e você deixa a gente em paz. Vamos negociar.

Clara: Espera aqui. Não tenta nenhuma gracinha, se não mando todo mundo por inferno.

Ela vai até porta da sala e a tranca com a chave. Na cozinha, Mauro que está com seu celular debaixo da mesa no seu colo, manda uma mensagem pra Juliana pedindo pra mandar a Polícia até a sua casa. De repente, Clara chega na cozinha novamente e aponta a arma pra ele:

Clara: Olha aqui pra mim.

Mauro olha pra ela:

Clara: A gente poderia ter sido felizes juntos, sabia ? Do meu jeito, mas daria. Eu te enganando ali, te fazendo de otário... Seria melhor do que morrer aqui dessa forma.

Mauro (com ódio): Sua vagabunda.

Clara: E você, maninha ? Porque teve que se meter no meu caminho, hein ? Eu realmente não queria fazer mal a vocês, mas se atreveram a continuar com esse plano ridículo de vingança.

Márcia (gritando): E você queria que a gente fizesse o que ? Queria que a gente deixasse você com essa sua maldade na mente fazer mal a mais gente ? Alguém tinha que te parar, alguém tinha que fazer você pagar por tudo isso que você fez e ainda continua fazendo.

Clara: É impressionante essa sua determinação. É uma pena nada disso ter adiantado, né ? por que você vai morrer na praia. Eu vou atirar nessa tua testa agora mesmo. Você duvida ?

Clara continua apontando a arma pra Márcia, que mantém uma expressão de raiva.

**Cena02: Juliana e Samara estão tomando cerveja, sentadas em uma mesa num bar perto da casa de Samara:

Samara: Está gostando, dona Juliana ?

Juliana: Nossa, aqui é tudo bem animado. Eu estou amando.

Ela pega seu celular pra olhar às horas e se depara uma mensagem de Mauro:

Mensagem: "Juliana, manda a Polícia pra cá agora. Depois eu te explico tudo."

Juliana (preocupada): Meu Deus, o que será aconteceu ?

Samara: O que houve ?

Juliana: Mauro pediu pra eu mandar a Polícia lá pra casa. Fiquei preocupadíssima agora. Estou com medo da Clara estar tentando algo contra eles.

Samara: Liga pra polícia logo.

Juliana disca o número da polícia e faz a chamada...

**Cena03: Clara continua na casa de Mauro, apontando a arma pra Márcia:

Clara: Duvida, sua vagabunda. Duvida pra você ver se eu não estouro a tua cabeça aí nessa mesa agora mesmo.

Márcia: Para com isso, não vai levar a nada.

Clara: Claro que vai levar. Ou vocês preferem morrer a me dar dinheiro ? Nada mais justo do que dividir comigo. Passei esse tempo todo me arriscando, fazendo todo mundo de gato e sapato... Sabia que isso também cansa ? Trabalho de bandido também deixa as pessoas exaustas.

Zeca e Natália permanecem calados, enquanto Mauro expressa seu ódio em sua face. Márcia está receosa de Clara fazer alguma coisa:

Márcia: Vamos negociar então. Quanto você quer ? Fala e a gente deixa você ir com esse dinheiro. Agora você vai deixar a gente em paz.

Clara: Claro. A final de contas eu cumpro com a minha palavra, diferente de você que é uma pistoleirazinha safada. Uma mal caráter que promete e não cumpre. Que coisa feia, maninha.

Márcia: Sua hipócrita, debochada. Fala logo quanto você quer, desgraça.

Clara: Eu quero cinco milhões e um jatinho pra eu sair desse país de merda sem ter que entrar em merda de rodoviária cheia de pobre fedendo a suor.

Mauro: Você vai ter os seus cinco milhões e o jatinho, eu te prometo. Agora deixa a gente em paz, por favor.

Clara: Você não sabe nem mentir. Como vai conseguir esse dinheiro agora, seu desgraçado ? Hein ? Você quer me passar a perna.
Eu não sou burra, não vai conseguir me dobrar. Quero esse dinheiro agora, sei que você tem essa quantia no cofre.

Mauro: Que cofre ?

Clara: Deixa de ser mentiroso. Eu sei muito bem que tem um cofre lá em cima, atrás da cama.

Mauro: Como descobriu, sua vagabunda ?

Clara: Mas você é um otário mesmo, não é ? Palmas pra você, consegue ser mais burro que essa aí.

Ela aponta pra Márcia:

Clara: Ela me passou a perna achando que eu não iria voltar. Logo eu, euzinha... Me poupe, né querido? Bora, adiante logo com isso. Levanta e vai buscar esse dinheiro. Olha, eu vou na tua cola, não tenta nada se não eu broco tua cabeça de tiro.

Ela olha pra Márcia e seus amigos na mesa:

Clara: E se vocês saírem daí, podem ter certeza que o Mauro rola escada abaixo já morto, sem vida.

Mauro levanta da cadeira e vai até Clara, que aponta a arma pra sua cabeça. Os dois se encaminham até a sala e de repente, escuta-se um barulho de carro na frente da casa de Mauro:

Clara (apontando a arma pra ele): Fica aí, não se mexe.

Ela vai até a janela e vê Juliana com dois policiais passando pelo portão da casa:

Clara (assustada): Merda. Tem dois policiais ali. É o seguinte: você vai me dizer agora por onde eu posso sair, se não já sabe. Seus miolos irão rolar por esse chão onde aquela sua esposa caiu morta.

Mauro: Tem um portão ali nos fundos. Sai por ele e deixa a gente em paz.

Clara: Me dá a chave. Eu não sou burra, está trancado. Você quer ganhar tempo.

Mauro suspira e tira suas chaves do seu bolso:

Mauro: Toma aqui, agora vai logo. Vai embora.

Clara vai saindo, mas olha ora Mauro:

Clara: Eu vou voltar.

Clara vai correndo até os fundos da casa pela cozinha e dá a volta na piscina. Ela destranca o portão e sai correndo pela rua. Na sala, Mauro abre a porta e vê os policiais chegando:

Mauro: Corre, a Clara saiu pelos fundos. Vocês conseguem alcançar ela ainda.

Os policiais saem correndo atrás de Clara. Juliana vai até Mauro e o abraça:

Juliana: Vocês estão bem ? Ela fez algo com vocês ?

Mauro: Não, mas quase iria fazer. Ela está completamente louca. Chegou aqui com uma arma e ameaçou a gente. Disse que iria nos matar caso a gente não desse cinco milhões e um jatinho a ela.

Márcia chega na sala junto com Zeca e Natália. Eles estão preocupados:

Zeca: Oxente, aquela desgraçada escapou. Aquela maldita saiu pelos fundos.

Mauro: A polícia já foi atrás dela. Com fé ela vai ser pega.

Márcia: Espero que ela não escape. Se ela escapar, vai vir atrás da gente denovo.

Natália: Ela vai ser pega.

Todos ficam preocupados.

**Cena04: Mãe Celeste estão no sofá da sala da pensão. Elas conversam:

Mãe Celeste: Oh, minha filha ? Como vão as coisas com o Júnior ?

Cacau: Ah, mãe Celeste. Estamos bem, estamos apaixonados. Eu não consigo mais ficar longe dele, me bate um sofrimento.

Ela ri:

Mãe Celeste: Olha, você tem que tomar cuidado. Júnior lá pela Bahia era bem galinha, bem soltinho. Não sei se ele vai se acostumar com essa vida de ficar com uma pessoa só.

Cacau: Não, disso eu sei. Mas, eu preciso tentar, sabe ? Preciso namorar, ser feliz... Quero viver minha vida sem se preocupar com o futuro.

Mãe Celeste: Sabe, quando eu era novinha, assim da sua idade, eu namorava um homão. Mas era um homão mesmo, um partidão daqueles ricos... Ele dizia que nunca ia me trair. Demorou nem dois meses e eu peguei ele na cama com uma amiga. Eu não deixei por isso mesmo, fiz um barracão com direito a tapa na cara e empurrão da escada.

Cacau (espantada): Gente, você...

Mãe Celeste: Isso mesmo. Eu dei vários tapas na cara da cachorra falsa e empurrei o traidor da escada. Ele não deu queixa, mas eu me arrependi depois pela minha consciência. Eu tô te falando isso pra te alertar. Não quero te botar medo nem nada, mas quero que tome cuidado. Não só com o Júnior, mas com qualquer homem que você se envolver.

Cacau: Eu estou assim, apaixonada e boba, mas estou de olho também. Ele que não ouse me trair, acabo com a raça dele. Corto a esperança que ele tem de ter um filho, se é que me entende.

Mãe Celeste solta uma gargalhada:

Mãe Celeste: Vamos lá fazer alguma coisa pra comer ? Estou faminta, preciso me alimentar.

Cacau: Vamos, estou faminta também.

As duas se levantam e vão até a cozinha.

**Cena05: Clara está correndo no meio da rua tentando fugir da polícia. Ela passa por várias ruas, mas quando entra em uma, vê dois policiais andando:

Clara (com medo): Merda.

Ela volta sem que os policiais a vejam e corre na direção oposta.
Ela vê uma caçamba de lixo vazia:

Clara: Eles não iriam me procurar aqui dentro.

Ela abre a caçamba e começa a entrar dentro:

Clara (com nojo): Que horror, que nojo. Ai, que coisa fedorenta.

Ela senta em cima dos lixos e fecha a caçamba:

Clara: Que ótimo, dentro do lixo e ainda no escuro. Inferno. Mauro, você me paga.

Ela escuta passos do lado de fora e fica quieta. Os passos ficam mais distantes, ela abre um pouco a caçamba e olha pra fora:

Clara: Foram embora. Vou ficar aqui por mais um tempinho.

Ela fecha a caçamba e se senta em cima dos lixos denovo:

Clara: Merda.

Ela começa a gritar e chutar a caçamba:

Clara (gritando): MERDA. MERDA. MERDA. INFERNO. DESGRAÇA.



**Cena06: Cadu e Bruno estão conversando na frente da pensão. Eles falam sobre Zeca e Natália:

Cadu: Bruno, eu tô pensando em fazer uma coisa. Tem um tempinho já que isso tá na minha mente.

Bruno: O que ?

Cadu: Eu quero pedir o Zeca em noivado. Eu amo ele e sei que ele também me ama, nada mais certo do que a gente ficar juntos.

Bruno: Vai em frente. Sei que você ama ele mesmo. Ele também te ama, vejo isso no olhar dele quando vê você.

Cadu: Eu vou fazer isso sim, amo muito ele, é o amor da minha vida, e disso eu não tenho dúvidas.
Mas e você... Porque não pede a Natália em namoro ? Aposto que ela está bem caidinha por você.

Bruno: Olha, isso é bem complicado. Eu beijei ela quando a gente foi dar um passeio e gostei. Me senti correspondido pela primeira vez.

Cadu: E a coisa evoluiu ?

Bruno: Eu até queria... Mas uma velhinha chegou na praça e veio falar merda mandando a gente tomar vergonha na cara. Disse que praça não era lugar pra dar uns amassos.

Cadu solta uma risada:

Cadu (rindo): Eita.

Bruno: Eu até tenho vontade de pedir ela em namoro, mas não sei se daria certo. Eu e ela somos completamente diferentes. Ela é romântica quando está gostando de alguém, eu sempre fui mais largado.

Cadu; Ué, tenta. Não vai saber se vai dar certo ou não se não tentar. E depois o que pode acontecer de ruim ?

Bruno: Eu posso magoar ela. Não quero ela sofrendo por minha causa, mano. Eu já estava ficando com uma mulher aí, só que nunca mais falei com ela. Agora tô ficando com a Natália... Imagina se essa mulher resolve aparecer ?

Cadu: Você diz que não quer mais nada com ela, ué. Você não fechou compromisso nenhum com essa mulher, não vai dar em nada então. Fica com a Natália, ou pelo menos tenta. Se não der certo, conversa com ela, aí fica tudo bem. A Natália tem mente aberta pra isso, mano.

Bruno: É, você tá certo. Vou tentar sim, vou pedir ela em namoro. Agora só resta saber se ela vai aceitar.

Cadu: Claro que vai, ela tá caidinha por você.

Bruno solta um riso.

**Cena07: Mauro está em sua casa junto com os três amigos e Juliana. Eles estão em silêncio esperando notícias da polícia:

Mauro (nervoso): Meu Deus, será que a polícia pegou a Clara ? Espero muito que isso tenha acontecido.

Márcia: Ei, calma. Eles vão pegar ela, eu tenho certeza. Fica calmo, senta aqui no sofá.

Ele se senta e ela o abraça.

De repente, o delegado adentra a casa junto com dois policiais:

Delegado: Gente, a Clara fugiu. Infelizmente ela conseguiu despistar os meus colegas e eles não conseguiram encontrar ela.

Mauro (com raiva): DESGRAÇADA.

Delegado: Mas olha, não vamos desistir. Vamos continuar procurando em todos os cantos da cidade.

Mauro: Faça isso, por favor. Não vou descansar até ela estar atrás das grades, vendo o sol nascer quadrado. Quero ela limpando a merda das colegas de cela.

Márcia: Isso não está longe de acontecer. Felizmente ela vai ser presa e vamos poder descansar.

Zeca: Eu tô nervoso. Sei que ela pode dar um jeitinho de sair fora do Rio, igual fez lá na Bahia. Ela não é besta, vai sair de carona, pegar algum caminhoneiro na estrada, vai tentar sair de qualquer forma.

Delegado: Não se preocupem, daqui do Rio ela não sai. Vou acionar a PRF pra ficar alerta nas saídas daqui. Ela não vai conseguir fugir.

Mauro (preocupado): Espero mesmo. Aquela maldita merece sofrer na prisão.

Todos ficam preocupados e em silêncio.

**Cena08: Amanhece no Rio de Janeiro. Clara está dormindo dentro da caçamba de lixo. De repente, uma mulher abre a caçamba e se assusta com Clara lá dentro, que também se assusta e fica olhando pra ela:

Mulher: O que você tá fazendo aí dentro, menina ? Sai daí, você vai pegar uma doença nesse monte de lixo.

Clara se irrita:

Clara (grossa): Sai da minha frente, desgraça. Sai que eu tenho que ir embora agora.

Ela empurra a mulher e sai de dentro da caçamba. Ela começa a andar no meio da rua toda suja, com lixo no cabelo:

Clara: Que merda.

Todos na rua começam a olhar estranho pra ela:

Clara: O quê que tão olhando ? Nunca viu uma mulher não, bando de otários ? Vão tudo pro inferno. Que vocês morram, malditos.

Ela continua andando. Em seguida começa a pensar:

Clara: Meu Deus, o que eu vou fazer agora ? Como eu vou sobreviver ? Pensa, Clara, pensa.

Ela pensa muito e tem uma idéia. Logo em seguida, ela sai correndo em direção ao lugar que pretende ir.

Passa-se uma semana...

**Cena09: A noite chega no Rio de Janeiro. Mauro está em seu carro, voltando da emissora. O sinal fecha e ele é obrigado a parar:

Mauro: Merda.

Ele olha pela janela e se assusta com o que vê do lado de fora:

Mauro: Clara ?

Ele vê Clara com uma roupa pequena, se prostituindo:

Mauro: Desgraçada.

Ele pega o seu celular e liga pro delegado. O delegado atende:

Mauro: Seu delegado ? Eu encontrei a Clara. Eu estou vendo ela aqui agora, manda alguém vir pra cá. (T) Certo, manda logo. Vou ficar de olho pra ela não sair. (T) O endereço ? Vou mandar, espera.

Ele passa o endereço pro delegado.

**Cena10: Clara está em uma rua se prostituindo. De repente, para um carro perto dela e um homem abaixa o vidro:

Homem: Ei, gostosa. Quanto tá o teu programa ?

Clara: Cem reais a hora, gato.

Homem: Eita porra, vai roubar outro. Tem como abaixar isso aí não ?

Clara: Não, querido. É Cem reais a hora, se quiser prazer, vai ter que pagar. Quer programa de graça ? vai atrás das ratazanas fedidas que você pega por aí.

Homem: Além de ladrona é grossa. Aah, vai pro inferno. Tua perseguida é de ouro é ? Vai roubar outro.

Clara: Então vai embora, porra. Não quer, tem quem queira. Não achei minha xereca no lixo pra vender ela praticamente de graça. Ainda mais pra você, feio desse jeito. Tribufú, filhote de cruz credo.

Homem: Vagabunda.

O homem levanta o vidro do carro e vai embora rapidamente. Clara corre atrás do carro querendo o alcançar, mas sem sucesso:

Clara (gritando): VAGABUNDA É TUA AVÓ, DESGRAÇA.

De repente, um policial atrás dela a chama:

Policial: Clara ?

Ela vira e o olha, ficando assustada:

Clara: Merda.

Policial: Você tá presa.

Clara olha pro policial assustada. Ele segura as mãos dela e coloca as algemas:

Clara (gritando): ME SOLTA, EU SOU INOCENTE. EU NÃO FIZ NADA, SOU UMA POBRE PROSTITUTA DERRAMANDO O MEU SUOR TRABALHANDO. ME LARGA, ME SOLTA.

Ele a coloca dentro do carro da polícia e fecha a porta.

**Cena11: Passa-se uma semana. A noite chega no Rio de Janeiro. Bruno está conversando com Natália no seu quarto:

Bruno: Natália ?

Natália: Oi ?

Bruno: Eu... Eu queria te perguntar uma coisa, mas estou sem jeito.

Ele coça a nuca:

Natália (sorrindo): Pode perguntar, comigo não tem essa cerimônia. Não precisa ficar com vergonha.

Bruno (nervoso): É que... A gente já tá ficando faz um tempinho e... E eu queria saber se você não quer namorar comigo.

Natália começa rir:

Natália (rindo): Sério que você fez essa cerimônia toda pra me pedir em namoro ?

Ela continua rindo.

Bruno: Ué, eu estava nervoso. Me desculpa, isso foi ridículo da minha parte.

Natália: Não foi não. Eu achei fofo até. Você, lindo desse jeito, grandão se enrolando pra me pedir em namoro. Bem fofo.

Bruno sorri.

Bruno: É... Você aceita ?

Natália: Aceito, claro. Sou louca por você desde que cheguei aqui, só não investi antes por causa da minha vergonha. E...

Bruno: E ?

Natália: E eu queria ter você nas minhas mãos, se rastejando por mim.

Bruno (chocado): Mas olha pra isso...

Natália: Tá, isso que eu disse sim foi ridículo. Nossa, que vergonha.

Bruno: Sabe que eu até gosto dessa ideia ? De submissão, rastejar... Eu adoro. Quero rastejar por você, mas de outra forma.

Natália: Eita, me bateu um calor aqui agora.

Ela começa a se abanar.

Bruno: E aí ? Quer aproveitar esse momento que estamos sozinhos aqui ?

Natália: Estou louquinha.

Bruno segura na nuca de Natália e a beija. Eles se agarram de forma quente, fazendo seus corpos se colidirem e os desejos explodirem mais ainda. Bruno deita Natália na cama e tira sua blusa. Natália faz o mesmo e espera ele deitar por cima dela. Bruno tira o sutiã de Natália lentamente e logo em seguida a beija. Natália beija o pescoço de Bruno e vai descendo até chegar em seu abdômen definido, fazendo Bruno gemer. Dessa vez, Bruno a coloca deitada e começa a beijar o seu pescoço de forma quente, fazendo Natália se contorcer na cama sentindo seu corpo arrepiar. Bruno penetra seu pênis em Natália, que geme de prazer. Bruno começa a se mexer lentamente, fazendo seu pênis entrar e sair de dentro de Natália e a mesma geme de forma intensa. Os dois continuam transando até seus corpos cansarem.

**Cena12: A manhã chega no Rio de Janeiro. Clara está em sua cela e um guarda a abre:

Guarda: Ei, você. (Apontando pra Clara.) Tem visita.

Clara levanta e vai saindo da cela. Ela anda junto com o guarda até chegar em uma sala. Chegando lá, ela vê Márcia sentada em uma cadeira:

Clara (com raiva): O que você tá fazendo aqui ? Já não basta saber que eu tô comendo o pão que o diabo amassou nesse inferno ?

Márcia: Fique calma, eu só quero conversar. Quero ter uma última conversa com você.

Clara: Fala logo então. O que você quer ? Veio me destruir mais do que eu já tô ?

Márcia: Sabe, Clara... Quando eu cheguei aqui no Rio junto com os meus amigos, eu só pensava em uma coisa: vingança. Uma vingança por mim, pelo que você fez comigo e com meus amigos. Mas aí eu fiquei sabendo de mais coisas que você fez... O desejo de vingança foi sumindo e me subiu um desejo de justiça. Sim, de justiça. Eu queria fazer justiça por todo mundo que você fez mal.

Clara: Você fala como se eu fosse a pior pessoa desse mundo.

Márcia: Olha aí. Você é hipócrita, dissimulada, assassina... Fora outros adjetivos que lhe cabe muito bem. Você acabou consigo mesma. Olha o futuro brilhante que você tinha, Clara. Você tinha uma carreira nas mãos, um futuro no qual poderia trilhar honestamente, mas não. Acabou com ele fazendo esse monte de merda que você julga ser certo pra conseguir o que quer.

Clara: Eu fiz tudo isso sim. Eu fiz pra conseguir subir e...

Márcia (gritando): E precisava ? Precisava acabar com vidas ? Precisava acabar com pessoas que não tinham nada a ver com seus problemas ? Você matou, Clara. Você matou, roubou, mentiu, fez um monte de merda pra tá aí agora, limpando bosta naqueles sanitários imundos e fedidos.

Clara (chorando): Me ajuda... Me tira daqui desse lugar.

Márcia: Eu não vou te tirar daí não. Você merece isso, merece passar por cada humilhação, por cada sofrimento que tá passando. Eu tô achando muito interessante te ver aí dentro, Clara. É muito divertido, sabe ?

Clara continua chorando:

Márcia: Não é bom sofrer ? Saiba que esse sofrimente aí não é nada comparado à perda que você me fez ter. Lembra ? Dos nossos pais... Aquela gentinha que você tanto odiava, não era ?

Márcia começa a chorar:

Márcia: Eu queria tanto meus pais perto de mim. Queria dar a eles a vida que nunca tiveram. Você acabou com tudo. Você... presta atenção, você me tirou o que eu tinha de mais sagrado. Me tirou tudo o que eu mais amava por causa de um sonho. Um sonho que mais cedo ou mais tarde iria se realizar.

Clara (chorando): Me desculpa...

Márcia: Por sua causa os meus pais saíram daquele jeito de casa. Por sua causa nós sofremos aquele acidente horrível. Aquele acidente simboliza tudo o que eu sofri. Toda a dor que eu senti quando vi aquele carro explodindo com meus pais lá dentro, sem poder fazer nada...

Clara (gritando): Eles também eram meus pais, você acha que eu não estou sofrendo ? Você acha que eu queria que vocês tivessem saído daquela forma de lá ? Claro que não, meus planos nunca foram esses.

Márcia: Claro que não, como seria se você nem pensou ? Mais uma vez seus atos destruindo lares. A família que a Natália iria construir com o namorado que você empurrou da ponte, lembra ? A família do Zeca que infelizmente de membro agora só resta ele, por sua causa. E o Mauro, lembra dele ? Ele tinha uma família, tinha uma mulher que ele amava e o que você fez ? Tirou a felicidade dele, você matou a mulher dele.  E tudo isso por causa de dinheiro, por uma simples coisa que poderia ganhar derramando o seu suor.

Clara (gritando): Aquela maldita da Mariana... Ela ficou muito tempo no meu caminho atrapalhando meus planos. Eu tinha que dar um jeito nela.

Márcia: Oi ? Olha aí como você é fria. Você é uma cadela assassina, uma vigarista. Você fala isso sendo que me pediu desculpas a nem três minutos atrás. Falsa, é isso que você. Você realmente merece tudo isso e muito mais.

Clara (chorando e sendo falsa): Me perdoa, eu tô arrependida.

Márcia: Eu não acredito em você.

Clara (chorando): Me ajuda a sair daqui, eu quero recomeçar, ter uma vida nova longe de mentiras e violência. Me ajuda.

Márcia: Olha como você é falsa, Clara. Você me pede perdão ao mesmo tempo que fala que matou uma mulher inocente. Eu não vou te ajudar, eu quero mais é que você morra dentro dessa prisão. Quero ver você comendo o pão que o diabo amassou, sofrendo igual a condenada que você é. Eu te odeio, jamais vou te perdoar.

Clara (com ódio): Desgraçada, vai pro inferno. Sai daqui então, me deixa em paz.

Márcia: A última coisa que você vai ter aqui dentro é paz. Lembra de quando eu te disse que você só plantou o mal ? Olha aí, tá colhendo tudo o que plantou. Você merece.

Márcia levanta:

Márcia: Eu tô feliz, consegui fazer justiça, a justiça que eu sempre sonheio. Sabe o que me espera lá fora ? Um futuro digno, um futuro que você queria. Infelizmente você não esperou ele chegar e deu no que deu.

Ela olha pra Clara:

Márcia: Agora eu vou indo. Eu vou curtir a minha liberdade, minha felicidade. Eu sim mereço ser feliz, eu sim fiz por onde isso acontecer. Agora que eu consegui te colocar atrás das grades, eu vou ser feliz. Bye, bye, Clara.

E anda em direção à porta.

Márcia (falando alto): Guardas ?

O guarda abre a porta da sala e ela sai, deixando Clara furiosa:

Clara (gritando e com ódio): VAGABUNDA, CACHORRA. EU VOU SAIR DAQUI E VOU TE PEGAR, MALDITA. ME AGUARDE, EU VOU SAIR DAQUI E VOU ACABAR COM VOCÊ. VOU ACABAR COM VOCÊ, MÁRCIA.

**Cena13: Zeca está em seu quarto junto com Cadu. Os dois estão se beijando, de forma quente. De repente, Cadu interrompe o beijo:

Zeca: O que foi, não gostou ?

Cadu: Não é isso, o beijo estava maravilhoso. É que tem uma coisa que eu quero fazer e estou com vergonha.

Zeca: Oxente, que coisa é essa ?
Não precisa ficar com vergonha.

Cadu levanta e se ajoelha na frente de Zeca. Ele tira uma caixinha do bolso e abre:

Cadu: Você me aceita como seu noivo e futuro esposo ?

Zeca começa a chorar.

Cadu (preocupado): Não chora, meu amor. Porque você tá chorando ?

Zeca (chorando): Eu tô chorando de emoção, de felicidade... Nunca ninguém fez uma coisa linda dessas por mim.

Cadu abraça Zeca:

Cadu: Eu posso te fazer a pessoa mais feliz desse mundo. Quero ver você sorrindo com esse sorriso lindo que tem.

Zeca dá um beijo em Cadu:

Zeca: Eu aceito. Eu aceito ser o seu noivo e futuro marido.

Cadu sorri de felicidade:

Cadu (feliz): Você não sabe o quanto eu estou feliz. Eu te amo, meu amor.

Zeca: Eu também te amo, coisa mais linda.

Eles se beijam novamente.

**Cena14: Passa-se uma semana. É noite no Rio de Janeiro e Clara está no refeitório do presídio. Ela come junto com outras detentas. De repente, outra detenta chega com tudo e bate na mesa em que Clara está:

Detenta: Ei, loirinha. Esse lugar aí é meu, pode logo ir saindo daí.

Clara (com uma expressão fechada): Tem teu nome aqui, ôh rapariga ?

A detenta fica com ódio e bate mais uma vez na mesa:

Detenta (com ódio): Presta atenção, sua vagabundinha. Você chegou aqui agora a pouco e já quer siscar no meu puleiro ? Veio pro lugar errado, sua cachorra.

A detenta começa a dar tapinhas na cabeça de Clara:

Detenta: Bora porra, sai do meu lugar.

Clara começa a ficar com raiva e aperta a colher de plástico que está em suas mãos. A colher quebra, deixando uma ponta fina. Ela olha pra ponta da colher quebrada. A detenta continua dando tapinhas na cabeça de Clara:

Detenta: Sai daí, sua vagabunda.

A detenta puxa pelos cabelos de Clara que, com ódio, crava a ponta da colher de plástico quebrada no pescoço da detenta, que começa a sangrar e agonizar muito.

Detenta (agonizando): Cachorra.

A detenta tenta segurar Clara, mas ela se afasta e fica observando a mesma cair no chão e sangrar até morrer. Em câmera lenta, Clara olha pra mulher sangrando no chão e solta um riso. De repente, umas guardas chegam e seguram Clara:

Clara (se batendo): Me solta, me larga. Ela quem começou, eu me defendi. Me larga.

Clara é levada até a solitária e as guardas trancam ela lá dentro. Clara fica com ódio e começa a bater na porta da cela fechada.

Clara (com ódio): MERDA. INFERNOOOO.

**Cena15: Mauro está com Márcia na piscina da sua casa. Eles conversam:

Mauro: Que história essa da gente, hein ?

Márcia: Não é ? Eu cheguei aqui no Rio com o objetivo de acabar com a Clara e consegui. Eu sinto muito por tudo que ela te fez, agora ela tá pagando na cadeia, onde deveria estar a muito tempo.

Mauro: Você não tem culpa de nada do que a Clara fez, muito pelo contrário. Eu tenho que te agradecer por abrir meus olhos me mandando aquele vídeo. Sem você, seus amigos, a Juliana e a Samara eu jamais desconfiara dela. Pena que eu não percebi as intenções dela antes. A Mariana ainda estaria viva se...

Márcia o interrompe:

Márcia: Vamos parar de falar da Clara e de todas essas desgraças ? Vamos seguir em frente, vamos ser feliz sem lembrar disso tudo.

Mauro: É, você está certa. Eu também quero esquecer isso tudo. Eu ainda vou ser feliz ao lado de uma pessoa que me ame.

Márcia: Essa pessoa pode estar mais perto do que imagina.

Mauro: Será ?

Os dois se olham e sorriem. Eles vão se aproximando até um sentir a respiração do outro. Ele se beijam de forma intensa, com muita paixão. Juliana chega a piscina:

Juliana: Mauro ? Você não vai pra...

Os dois param de se beijar e olham pra ela:

Juliana: Desculpa interromper.

Márcia (sorrindo): Não tem problema.

Juliana: Eu só queria avisar que o noivado do Zeca...

Márcia (apressada): Ai, meu Deus. O noivado do Zequinha. Vem logo Mauro, se não nos atrasamos.

Mauro (sorrindo): Vamos logo. Juliana, pega as chaves do carro lá dentro ?

Juliana: Pego sim.

Ela entra dentro da casa. Mauro segura Márcia e a beija novamente:

Mauro: Quando a gente chegar terminamos isso.

Márcia: Mauro...

Mauro (com sorriso safado): Eu quero você todinha pra mim, a muito tempo tenho vontade de te pegar de jeito.

Márcia (sorrindo): Safado.

Mauro solta um riso e a beija.

**Cena16: Zeca e Cadu estão em sua festa de noivado recepcionando os convidados. Eles estão segura do taças de champanhe. Joana chega:

Joana (alegre): Zequinha, quanto tempo.

Eles se abraçam.

Zeca: Não é, menina ? Parece que faz séculos que a gente não se vê. E aí, como é que você tá ?

Joana: Aí, Zequinha... Eu estou ótima. Estou de rolo com um gostosão lá da emissora que nossa... Um Deus Grego. E você, tá tudo bem ?

Zeca: Eu estou ótimo, felicíssimo com tudo isso.

Joana: Fiquei sabendo que a Clara foi presa. Você não sabe o quanto eu pulei de alegria.

Zeca: Aah, sim. Aquela cadela desgraçada agora vai apodrecer naquele inferno. Espero que ela sofra muito. Vem, vamos entrar lá pra dentro. Fica à vontade.

Joana entra. Zeca continua na recepção da pensão. De repente, Márcia, Mauro, Juliana e Samara adentram a pensão:

Zeca (feliz): Amiga, que bom que você veio, estava preocupado.

Márcia: Oxente, onde que eu deixaria de vir a uma festa de noivado do meu melhor amigo ?

Zeca: Te amo, amiga.

Ele se abraçam:

Márcia: Parabéns, meu amor. Que vocês sejam muito felizes.

Zeca: Obrigado, miga.

Eles se soltam e Márcia vai falar com Cadu. Zeca abraça Juliana e Samara. Logo em seguida, abraça Mauro que o parabeniza pelo noivado. Eles vão até a sala da pensão e começam a beber champanhe. De repente, Cacau chega com Júnior e Natália chega com Bruno na sala. Ela corre e abraça os seus dois melhores amigos. De repente, Mãe Celeste troca a música lenta, começa a tocar uma música agitada e todo mundo começa a dançar na sala da pensão.

**Cena17: Clara está sozinha está na Solitária escura e sombria do presídio. Ela permanece sentada e encostada na parede. A câmera foca no rosto dela que mantém uma expressão cansada e de ódio. A câmera vai se afastando lentamente enquanto ela mantém o mesmo semblante, olhando pra porta que a um tempinho atrás estava chutando.

**Cena18: Todo mundo continua dançando, enquanto os três amigos caminham em direção à pequena praça em frente a pensão. Eles sentam em um banco e observam o local que lhes proporcionaram alegria e moradia enquanto arquitetavam seus planos:

Márcia: É, então foi aqui que tudo começou. Foi aqui que ficamos, que descansamos... Foi aqui que encontramos paz e amor em meio a tanta coisa ruim.

Zeca: Sim, eu olho pra trás e vejo a nossa trajetória. Em fim, conseguimos concluir o nosso objetivo, mesmo que com muito esforço e correndo muito perigo.

Natália: Estou orgulhosa de nós, muito feliz e realizada. Chegamos aqui, fizemos o que tínhamos que fazer, agora acabou.

Zeca: Sim, acabou.

Márcia: Agora é a hora do nosso recomeço. É hora de pensar em nós. Vamos ficar sempre juntos, como sempre foi.

Zeca e Natália concordam e logo em seguida os três amigos se abraçam bem apertado. A câmera foca nos três e vai se afastando lentamente, deixando aparecer a pensão com as luzes da festa atrás deles.

De repente, um flash branco passa pela imagem, congelando os três amigos felizes, se abraçando e na pensão por trás deles, deixando as luzes da festa escaparem pelas janelas.


******FIM******

uma novela criada e escrita por

TEDINHO MOREIRA

elenco em ordem alfabética

Adriana Esteves

Betty Faria

Cauã Reymond

Cláudia Abreu

Dan Stulback

Deborah Secco

Guida Vianna

Irene Ravache

Juca de Oliveira

Marco Pigossi

Mariana Ximenes

Nanda Costa

Rafael Cardoso

Renata Sorrah

Reynaldo Gianechinni

Ricardo Tozzi

Rodrigo Lombardi

Rogério Gomes

2020


Escuridão – Edição da Reprise

CAPÍTULO 1: Capítulo 1 completo

CAPÍTULO 2: Capítulo 2 completo

CAPÍTULO 3: Capítulo 3 completo

CAPÍTULO 4: Capítulo 4 completo

CAPÍTULO 5: Capítulo 5 completo

CAPÍTULO 6: Capítulo 6 + 7 completos

CAPÍTULO 7: Capítulo 8 completo

CAPÍTULO 8: Capítulo 9 completo

CAPÍTULO 9: Capítulo 10 completo

CAPÍTULO 10: Capítulo 11 + 12 completos

CAPÍTULO 11: Capítulo 13 completo

CAPÍTULO 12: Capítulo 14 completo

CAPÍTULO 13: Capítulo 15 + 16 completos

CAPÍTULO 14: Capítulo 17 + Metade do capítulo 18

CAPÍTULO 15: Restante do capítulo 18 + Capítulo 19 completo

CAPÍTULO 16 (últimos capítulos): Capítulo 20 + Capítulo 21 completos

CAPÍTULO 17 (últimos capítulos): Capítulo 22 completo

CAPÍTULO 18 (últimos capítulos): Capítulo 23 completo

CAPÍTULO 19 (últimos capítulos): Capítulo 24 completo

CAPÍTULO 20 (últimos capítulos): Capítulo 25 completo

CAPÍTULO 21 (última semana): Capítulo 26 completo

CAPÍTULO 22 (última semana): Capítulo 27 completo

CAPÍTULO 23 (última semana): Capítulo 28 completo

CAPÍTULO 24 (penúltimo capítulo): Capítulo 29 completo

CAPÍTULO 25 (último capítulo): Capítulo 30 completo

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