Vale Reler: Escuridão - Capítulo 24 (Penúltimo Capítulo)

quinta-feira, março 12, 2020



Escuridão - Capítulo 24 (Penúltimo Capítulo):

**Cena01


Clara continua caída no chão, com a mão no rosto e chocada:

Clara (chocada): Mas o que é isso, Mauro ? Porque fez isso ?

Mauro: Sua desgraçada. Vagabunda, prostituta, assassina.

Clara: O que ?

Mauro: Você é uma vagabunda, uma assassina. Me enganou esse tempo todo. (T) Achou que iria ficar nesse bem-bom a vida toda, sua maldita ? Você se enganou! Eu vou acabar com você.

Clara: Mas do que você tá falando, meu amor ?

Mauro (gritando): Para. Para com esse teatrinho que tá me dando nojo. (T) Confessa, sua maldita. Confessa que você matou a Mariana. Confessa que você tentou matar a Samara. Vai, fala sua desgraçada.

Clara: O que é isso, Mauro ? Como você pode pensar isso de mim ? Eu não fiz nada disso, meu amor!

Mauro: Eu vi o vídeo, Clara. Eu vi você confessando tudo naquele maldito vídeo. Só que agora eu quero ouvir dessa tua boca imunda. Confessa logo, sua cadela.

Clara começa a se fazer de vítima:

Clara (inventando): Meu amor, isso aí não é verdade. Foi... Foi uma encenação com a Samara. A Juliana quem gravou. Pergunta a ela.

Ela começa a gritar por Juliana:

Clara (gritando): Juliana ? Juliana ?

Mauro: Para de ser cínica, sua vagabunda. A Juliana gravou esse vídeo pra me mostrar o demônio que você é.

Clara ajoelha e agarra as pernas de Mauro:

Clara (fingindo): Meu amor, não acredita nisso. Eu não cometi esses crimes. Por favor, acredita em mim.

Mauro: Eu não acredito mais em nenhuma palavra que sai dessa sua boca imunda, sua ratazana.

Clara começa a chorar:

Clara: Eu te amo, Mauro. Você é o amor da minha vida, sem você eu não vivo. Por favor, acredita em mim.

Mauro dá um forte tapa no rosto de Clara, que cai outra vez no chão, sentindo seu rosto arder:

Mauro: Confessa, desgraçada. Confessa logo que você fez tudo isso, não tem mais pra onde correr.

Clara começa a ficar com raiva:

Clara (com raiva): Quer saber ? Eu fiz tudo isso sim. Eu cometi cada crime citado nesse maldito vídeo e não me arrependo. Aquela praga lerda da Mariana merecia morrer. Ela tinha que sair do meu caminho de qualquer jeito. Sabe pra quê ? Pra eu conquistar o otário do marido dela e depois roubar tudo o que é dele. Sabe que foi até fácil fazer tudo isso ?

Mauro fica com nojo de tudo o que ouve sair da boca de Clara.

Clara: Eu até teria parado se não fosse aquele maldito Otávio. Aquele embuste que insistiu em me chantagear. (T) Ai, como foi libertador pegar aquela faca e cravar cinco vezes no bucho de merda dele.

Mauro fica apavorado com a confissão de Clara.

Clara: Eu fiz isso. Fiz com muito prazer. Ver aquele sangue jorrar foi uma das melhores sensações que senti na vida.

Ela solta um riso:

Clara: Mais uma vez eu teria parado, mas aquela velha porca não deixou. A Samara veio me ameaçar, disse que iria contar tudo pra você. Tive a chance de acabar com ela naquela mesma hora e o quê que eu fiz ? Empurrei aquele maracujá murcho escada abaixo. (T) Pena que não percebi que foi uma armação, né ? Uma armação que a velha e a otária da Juliana bolaram. Desgraçadas. Sabe que eu até pensei em matar a Samara de novo ? Mas ela voltou sem memória, toda lascada com aquela cara de rata velha dela e eu deixei passar. Recentemente foi a Juliana. Queria ter estraçalhado ela com o carro na rua. Era pra ela estar toda embutida no asfalto da pista agora. A desgraçada foi rápida e saiu da frente do carro!

Mauro continua com nojo de toda aquela situação. Ele está arrasado ouvindo tudo que Clara está dizendo.

Clara: Sabe qual foi a melhor coisa disso tudo ? A melhor coisa disso tudo foi te enganar, otário. Esse tempo todo você sendo feito de trouxa, levando chifres nessa tua testa, debaixo do teu nariz e você feito um idiota não percebeu. Eu faria tudo de novo!

Ela solta outro riso, debochando de Mauro.

Clara: Canguinha... Tem todo esse dinheiro e ainda continua sendo um merdinha, um otário que não presta pra nada. Eu tenho nojo de te beijar, nojo de tocar em você, nojo de morar na mesma casa que você, seu embuste. Passar por todos esses desprazeres valeu a pena por uma coisa: o seu dinheiro. Isso temos que admitir, você sabe muito bem como ganhar. Mas seus dotes param por aí... Depois disso, só serve pra levar chifre e ser engando mesmo.

Mauro (chorando): Vagabunda. Cadela. Piranha.

Clara: Foi tão bom esse tempo que eu passei aqui. Matei, chifrei e ainda humilhei. Que coisa boa. Você e essa sua gentinha só servem pra serem pisados, humilhados. Bando de perdedores.

Mauro (debochando): Perdedores, é ? Olha só quem está falando disso. Olha onde você está, Clara. Acha mesmo que somos os perdedores ?

Clara: Você é um merdinha mesmo. Um otário, que burro.

Ela começa a rir:

Clara: Onde que eu, Clara, linda e gostosa, iria se apaixonar por um homem cafona, que não tem o senso do ridículo ao colocar aqueles ternos de velho pra ir trabalhar ? Nunca. Eu só queria teu dinheiro mesmo, otário. Era pra eu ter te matado logo, sabe ?Não iria fazer falta. (T) Aaah, esqueci de te falar. Sabe aquele filho que eu disse que estava esperando seu ? Então... Era outra mentira. (T) Cê acha mesmo que eu iria engravidar de uma toupeira igual a você ? Se enxerga.

Mauro: Desgraçada. Eu vou acabar com você, sua maldita.

Ele dá mais outro tapa em Clara, que começa a rir:

Clara: Nem um tapa na cara direito você sabe dar. Imprestável, ridículo. Songa monga maior que você não existe.

Mauro (exaltado): Sai da minha casa.

Clara (debochando): Jumento, chifrudo, corno manso. Morre, miséria, morre.

Mauro segura pelo braço de Clara e a sacode:

Mauro: Você vai sair da minha casa agora e nunca mais vai aparecer na minha frente. Vai embora.

Ele a puxa com brutalidade até a porta:

Mauro: Vai pra sarjeta, desgraça. Demônia.

Clara (gritando): Me solta, cê tá me machucando.

Mauro: É pra machucar mesmo.

Ele abre a porta da casa e joga Clara do lado de fora:

Mauro: Nunca mais aparece aqui, ouviu, sua cachorra ? Vai embora da minha vida. (T) E pode ter certeza que não vou deixar isso barato. Você vai apodrecer na cadeia.

Ele bate a porta na cara de Clara e a mesma começa a dar pontapés:

Clara (com ódio): DESGRAÇADO, INSETO. VAI PRO INFERNO, EU TE ODEIO.

Ela começa a chorar de raiva. Logo em seguida, se dirije até o portão, abre e sai andando pela rua. Ela expressa um olhar furioso.

Clara (com ódio): Márcia, sua maldita. Você me prometeu...

Ela continua andando pela rua, com o rosto expressando fúria, ódio e rancor.


**Cena02: Natália e Bruno estão se beijando na praça. Eles soltam os sorvetes e se pegam de forma mais intensa. Na hora, passa uma velhinha:

Velhinha: Mas que pouca vergonha é essa aqui ? Tem crianças nessa praça. Se quiserem fazer essas safadezas, procurem um motel.

Natália: Como é que é ?
Olha, não é porque a senhora é uma coroa que eu vou deixar falar assim comigo não, ok ?
Até parece que a senhora nunca deu uns pegas em um boy numa praça.

Velhinha: Que garota atrevida. Toma vergonha, sua fuleirinha. Isso é coisa de prostituta.

Bruno começa a rir e Natália fica indignada:

Natália: Como é que é ? Olha, a senhora me respeite.

Velhinha: Respeitar uma coisinha sem vegonha igual a você ? Você merece ser apedrejada.

Bruno se levanta:

Bruno: Olha, você agora passou dos limites. Vou pedir, por favor, pra senhora se retirar e nos deixar em paz.

Velhinha: Que rapaz educado. Aprende, sua fuleira.

A velhinha sai andando.

Natália: Nossa, que coroa mal educada. Eu não tenho paciência.

Bruno: Vamos esquecer ela. Agora eu quero você todinha pra mim.

Bruno abraça Natália:

Natália: Quer ?

Bruno: Quero.

Ele beija o pescoço dela:

Natália: Vai ter. Vamos pra casa ?

Bruno: Vamos.

Os dois se beijam e começam a andar de volta pra pensão.

**Cena03: Júnior e Cacau estão se beijando na sala da pensão. Eles param e ficam se olhando:

Junior: Cacau, eu não quero esperar. Quero você pra mim, somente pra mim. Eu te amo.

Cacau: Eu também te amo, eu sou louca por você. Mas ao mesmo tempo eu tenho medo de tentar e me machucar depois.

Júnior: Eu jamais faria algo que te machucasse, eu não sou disso. Quando eu amo, eu cuido, eu sou fiel. Eu preciso que você confie em mim.

Cacau: Eu confio em você, mas...

Júnior: Mas ?

Cacau fica em silêncio por um tempinho olhando pra Júnior:

Júnior: Mas o o que ?

Cacau: Quer saber ? Que se lasque. Eu vou é ser feliz.

De repente, ela o agarra novamente e o beija durante um tempo. Eles param:

Júnior: Você quer namorar comigo ?

Cacau: É o que eu mais quero. Eu quero te amar, quero ser feliz do seu lado.

Ele a beija novamente, selando assim a união dos dois. De repente, Clara aparece na sala da pensão, assustando os dois:

Clara: Olá, sabe me dizer se a Márcia está ?

**Cena04: Márcia e Zeca estão no quarto deles. De repente, eles escutam um barulho vindo de fora do quarto. É Clara brigando com Cacau e Júnior:

Clara (gritando): Me solta, garota. Eu vou falar com ela de qualquer jeito, e não é você nem ninguém que vai me impedir.

Cacau: Você não pode subir aqui sem permissão.

Márcia abre a porta do quarto e observa a briga:

Márcia: Pode deixar, Cacau. Eu me entendo com ela.

Cacau está segurando o braço de Clara:

Clara (gritando): Ouviu não ? Me solta, sua cavala.

Ela puxa o seu braço das mãos de Cacau:

Clara: Vocês dois poderiam sair, por favor ? Eu preciso trocar um papo com eles dois.

Cacau: Vamos, Júnior.

Eles dois saem e deixam Clara, Márcia e Zeca sozinhos:

Márcia: Nossa, que papelão, hein vadia ?

Clara: Sua vagabunda. Como você tem essa cara de pau, hein ? Prometeu que não iria me entregar e mandou aquela desgraça de vídeo pro Mauro.

Márcia: Mas a culpa não é minha se você é burra e confia em todo mundo. Eu aprendi a não confiar em todo mundo por sua causa. Lembra ? Você, a minha própria irmã transformou a minha vida em um inferno.

Clara: Mas eu te dei um milhão de reais em troca do seu silêncio, sua cadela.

Márcia (debochando): Mas eu fiquei em silêncio. Quando eu mandei o vídeo pro Mauro eu não fiz um barulho se quer. Fiquei quietinha.

Clara: Para de debochar, sua cadela. Você não cumpriu a sua palavra.

Márcia: Se ele resolveu te expulsar de casa, a culpa não é minha. Aliás, a única culpada dessa história é você. Já deveria saber que o que se planta, também se colhe. Você plantou somente o mal, aguente as consequências.

Clara: Você não perde por esperar. Eu vou te matar, vou deixar essa sua cara de piranha toda deformada. Maldita, vocês todos vão me pagar.

Márcia (debochando): Olha como eu estou tremendo de medo. Nossa, Clara... Você é burra demais. Uma hora dessas o Mauro já deve ter colocado a polícia atrás de você e você aí, toda despreocupada como se nada tivesse acontecido. Acho melhor você correr. Não vai querer ser presa, não é ?

Clara: Por que você tá tão tranquila assim, hein ? Não tem medo não ?

Márcia: Eu não tenho medo. Quem deveria ter medo é você. Eu tô tranquila, sei que você não tem dinheiro nem pra colocar uma gasolina no carro. Como poderia sair do Rio de Janeiro ?

Clara: Você deveria estar com medo. Eu não vou deixar isso barato, pode ter certeza.

Clara sai do quarto deles e bate a porta bem forte.

Márcia (gritando): Olha, cuidado com a polícia, viu ?

Márcia e Zeca começam a rir. Natália adentra o quarto:

Natália: Nossa, a Clara saiu daqui voando praticamente. O que vocês fizeram pra ela sair assim ?

Zeca: A Márcia disse umas coisinhas pra ela.

Natália: Me conta.

Márcia e Zeca começam a contar o que aconteceu pra Natália, que escuta tudo atentamente.

**Cena05: Mauro está sentado no sofá da sua casa. Ele chora muito e começa a lembrar de Mariana:

***Flashback:

Mauro e Mariana estão nadando na piscina de sua casa. Eles param e ficam na borda se beijando:

Mariana: Eu te amo muito, meu amor. Você é a pessoa que eu mais amo nesse mundo.

Mauro: Eu também te amo muito, minha vida.

Eles se beijam outra vez, selando a emoção daquele momento único que eles estão vivendo.

***Fim do Flashback.

Ele chora mais ainda ao lembrar de Clara:

Mauro (chorando): Mariana, me perdoa. (T) Droga, droga, droga... Isso tudo é culpa minha.

Ele continua chorando. De repente, Samara chega na sala e o observa chorando:

Samara: Isso não é culpa sua, Mauro. É tudo culpa da Clara. Ela merece se sentir assim, você não.

Mauro (chorando): Mas fui eu quem colocou essa mulher aqui. Foi por minha causa que a Mariana conheceu ela e deu no que deu.

Samara: Não se culpe, você jamais imaginaria que a Clara fosse esse demônio, esse ser maldito. Por falar nela, você vai denunciar ?

Mauro: Claro. Eu quero aquela desgraçada presa, comendo merda das detentas. Isso vai acontecer, nem que seja a última coisa que eu faça.

Samara: Eu não vou negar que eu também quero que isso aconteça. Ela é monstro... Como pode ? Uma mulher aparentemente tão meiga, tão simpática ser aquela aberração ? Realmente, quem vê cara não vê coração.

Mauro: Eu não vou esperar até amanhã. Eu vou agora mesmo colocar a polícia atrás dela.

Ele levanta, pega as chaves do seu carro e sai. Samara fica preocupada:

Samara: Meu Deus, proteje o Mauro, por favor.

**Cena06: Mauro chega na delegacia e vai até o delegado:

Mauro (afobado): Seu delegado, eu preciso fazer uma denúncia. Eu tenho provas.

Delegado: Calma. Quem você quer denunciar ?

Mauro: Quero denunciar uma maldita que entrou na minha vida e só trouxe desgraça. Eu quero denunciar Clara Nunes.

Delegado: Clara Nunes não é aquela atriz que fez uma novela que acabou agora a pouco ?

Mauro: Ela mesma. Eu quero denunciar aquela desgraçada com base nessas provas.

Ele mostra o vídeo de Clara confessando todos os seus crimes e empurrando Samara da escada pro delegado:

Delegado: Meu Deus. Jânio ?

Jânio: Eu.

Delegado: Coloca duas viaturas atrás de Clara Nunes, aquela atriz famosa. Quero ela presa aqui agora.

Mauro: Duas viaturas ? Isso é caso de forças armadas. É caso de FBI, a porra toda. Aquela mulher é louca, não pode ficar solta por aí.

Jânio: Ok, delegado. Indo mandar as duas viaturas atrás dela.

Jânio sai da sala do delegado.

Delegado: O senhor não se preocupe, seu Mauro. Ela vai ser presa hoje mesmo. Se não for hoje, vai ser amanhã. Do Rio de Janeiro ela não sai.

Mauro: Obrigado, seu delegado. Qualquer notícia o senhor me avisa.

Delegado: Ok.

Mauro sai da delegacia rumo a sua casa.

**Cena07: Amanhece no Rio de Janeiro. Márcia, Zeca e Natália estão chegando em frente a casa de Mauro:

Márcia: Tem certeza que foi uma boa idéia vir aqui, amores ?

Zeca: Claro que foi. Você vai pegar esse boy de jeito e fazer ele esquecer da maldita.

Natália: Concordo com o Zeca. Vai logo e toca essa pomba dessa campanhia, miga.

Márcia vai até o portão da casa de Mauro e toca a campanhia. De repente o portão é aberto por Samara:

Samara: No que posso ajudar, meu amor ?

Márcia: Bom dia. Você poderia chamar o Mauro por favor ?

Samara: Me desculpe, mas o seu Mauro não está em um bom momento.

Márcia: Não, mas é sobre isso mesmo que eu vim falar com ele. Sei que ele sofreu muito e precisa do meu apoio.

Samara: Aaah, então você que é Márcia, não é ?

Márcia: Sou eu sim. Mas, como sabe meu nome ?

Samara: Olha, vou te contar mas não fala que eu te falei. A dona Juliana, ela ouviu uma discussão sua com a vagabunda da Clara e percebeu que você queria se vingar dela. Aí eu e ela armamos pra ela confessar todos os crimes que ela cometeu e gravarmos um vídeo. A desgraçada caiu direitinho e a gente conseguiu. Mandamos esse vídeo pra você se vingar da Clara.

Márcia: Nossa, foram vocês ? Olha, não sei nem como te agradecer. A gente já sofreu muito por causa da Clara. Ela merece tudo de ruim dessa vida.

Samara: Desculpa perguntar, mas o que você é da Clara ?

Márcia: Infelizmente a maldita é minha irmã. Coitados dos meus pais, não merecia uma filha como ela.

Samara: Deve ser duro pra um pai ou uma mãe saber que tem uma filha assim. Credo, eu internava ela ligeiro.

Os três amigos riem:

Zeca: Aquela desgraçada precisa de tratamento de choque.

Samara ri.

Samara: Venham, vou levar vocês até o seu Mauro.

Os três amigos entram e Samara fecha o portão.

De longe, Clara observa tudo com uma roupa com capuz que não permita que a reconheçam. Ela expressa um semblante de ódio:

Clara (com ódio): Vocês me pagam. Bando de desgraçados.

Ela continua observando a casa.

**Cena08: Mãe Celeste está descendo as escadas da pensão e indo em direção a sala. Chegando lá, ela dá de cara com Cacau e Júnior se pagando:

Mãe Celeste (espantada): Meu Deus, o que bomba é isso na minha sala ?

Cacau e Júnior se assustam. Júnior está somente de cueca e Cacau de calcinha e sutiã:

Mãe Celeste: Mulher, o que é isso ? Você e o Júnior... Morta. Eu tô chocada com essa cena.

Cacau: Calma, mãe Celeste. Não vai morrer do coração. O que a senhora viu demais aqui ?

Mãe Celeste: Vocês... Quase... Quase se comendo na minha sala. Isso é um atentado ao pudor, meus olhos sangram.

Júnior fica rindo de Mãe Celeste:

Mãe Celeste: E você, garoto ? Mal chegou e já tá botando as asinhas de fora ? As asinhas não, né ? O pinto mesmo.

Cacau: Gente, choquei agora.

Mãe Celeste: Não me choca, galinha do jeito que você é...

Cacau: Jamais, amore.

Júnior: Mãe Celeste, isso aqui não foi nada comparado ao que a senhora já deve ter feito.

Mãe Celeste: Mas... Mas que calúnia. Eu nunca na minha vida fui pega com a boca na botija. Vocês deveriam estar no quarto, amados. Lá tem quatro paredes e somente uma entrada. Entrada essa que vocês decidem quem passa por ela ou não.

Cacau: Ai, que saco. Vamos pro quarto, Júnior.

Mãe Celeste: Vão mesmo. Nossa, que vergonha.

Eles saem rindo e deixam Mãe Celeste sozinha na sala.

**Cena09: Os três amigos estão sentados no sofá da sala de Mauro. Eles esperam um pouco, até que Mauro aparece. Ele senta perto dos amigos:

Márcia: Eu... Eu queria dizer que sinto muito por tudo. Sinto muito por ter te mandado esse vídeo, por ter acabado com sua felicidade dessa forma. Eu só quero que saiba que isso foi necessário. Foi mais que necessário pra você ser feliz de verdade. A Clara é um demônio. Eu não te contei antes porque não tinha provas e...

Mauro a interrompe:

Mauro: Não precisa se desculpar. Eu entendo que só fez isso pro meu bem. Vocês são os meus anjos. Vocês evitaram uma desgraça maior. As vezes eu fico pensando se tudo não seria diferente se eu não tivesse apresentado a Clara pra Mariana. Eu fico me culpando por tudo isso que aconteceu.

Zeca: Mas isso não é culpa sua. Foi a Clara a responsável por essas desgraças na vida da gente. Ela quem foi o pivô disso tudo. Por onde aquela mulher passa, um rastro de sangue é deixado pra trás. Eu espero, do fundo do meu coração que ela seja presa e nunca mais saia de lá.

Márcia: Você é um homem muito bom, Mauro. Você só teve a má sorte de se bater com uma pessoa tão ruim feito a Clara. Eu realmente sinto muito por tudo isso.

Mauro: Márcia... Eu...

De repente, Samara aparece na sala com Juliana:

Juliana: Mauro, eu tô saindo com a Samara. A gente vai em um pagode que vai ter perto da casa dela. Aí ela me convidou pra conhecer o povo de lá.

Mauro: Vai, Juliana. Pode ir, você merece um pouco de diversão.

Juliana: Por que não vem com a gente ?

Mauro: Eu prefiro ficar em casa mesmo, é melhor. Preciso colocar a minha cabeça no lugar.

Samara: O senhor vai ficar sozinho aqui ?

Márcia: Não, de jeito nenhum. A gente vai ficar aqui com ele dando apoio. Podem ir, se divirtam.

Samara: Então ok, cuida bem do seu Mauro, ele merece o máximo de atenção e carinho.

Márcia: Podem deixar.

Márcia solta um riso e as duas saem.

Lá fora, Clara observa Samara e Juliana saindo da casa.

Clara: Isso, a cadelinha velha e a cadelinha nova iriam me atrapalhar muito. Vão e morram no caminho de seja lá pra onde estiverem indo.

Dentro da casa, os quatro continuam conversando:

Márcia: Hoje eu vou preparar o jantar. Vou fazer uma comida bem gostosa e alegre pra você.

Zeca: Vish... Olha, Mauro. Vou te dar um toque, não deixa a Márcia cozinhar, pois ela é uma cozinheira... Digamos que um pouco desprovida de dotes culinários necessários.

Mauro solta uma gargalhada:

Márcia: Seu desgraçado. Mauro, não liga. Eu sou uma ótima cozinheira. Inclusive piso no Zeca nesse quesito.

Mauro: Não se preocupa, pode mandar bala na cozinha.

Márcia: Amo, vou impressionar todo mundo.

Zeca e Natália riem debochando:

Márcia: Do que estão rindo, vadias ?

Natália: Ué, de nada.

De repente, os três começam a rir, levando Mauro junto nessa onda.

**Cena10: Anoitece no Rio de Janeiro. Clara está indo em direção ao portão da casa de Mauro. Ela tira uma chave do seu bolso e destranca o portão:

Clara: Nem tomar as chaves da casa de mim esse songa monga fez. Burro mesmo!

Ela entra dentro da casa e fecha o portão. Logo em seguida, ela começa a andar em direção à porta da casa. Antes de entrar, ela para na frente da porta e saca uma arma da cintura. Ela abre a porta cuidadosamente, sem fazer barulho e adentra, não encontrando ninguém na sala. Em seguida, vê as luzes da cozinha acesas e vai até o local. Chegando lá, ela encontra Márcia, Zeca, Natália e Mauro sentados à mesa e comendo. Ela aponta a arma pra todos e os surpreendem:

Clara: Olha só, a família de songa mongas toda reunida. Que coisa mais linda.

As pessoas na mesa ficam assustados com Clara apontando aquela arma pra eles.

Clara expressa um semblante de deboche misturado com ódio por presenciar aquela cena.

De repente, um flash branco passa pela imagem, congelando o semblante de ódio de Clara.

2020

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