**Cena01

Clara continua chocada com o que está vendo:

Clara: O que é isso ? Que merda é essa ?

Márcia: Além de cadela é cega ?
Não está vendo ? É você confessando todos os seus crimes. O mais incrível de tudo é que eu não precisei fazer nenhum esforço pra conseguir isso.

Clara: Foi ela, não foi ? Foi a cachorra da Juliana.

Márcia: Não sei...

Clara: Foi ela. Ela quem gravou isso. Olha a posição dessa câmera... O momento... Aquela desgraçada me paga, vou cortar a garganta dela.

Zeca (aumentando o tom): Chega. Se você encostar as suas mãos nela você tá ferrada. Esse vídeo vai direto até o Mauro. E tenha certeza que nem ele e nem a gente vamoa deixar barato.

Clara: Vocês não teriam coragem de me enfrentar dessa forma. Eu acabo com vocês num piscar de olhos.

Márcia: Aah não ? Você tem certeza ?

Ela aponta pra antiga casa de Clara toda destruída, com as janelas quebradas. Clara fica assustada ao ver aquela cena:

Clara: Desgraçados.

Natália: Isso é pra você ter uma noção do que a gente é capaz de fazer. Testa a gente pra você ver, sua cadela. Esse vídeo pode parar nas mãos do Mauro rapidinho.

Clara: Não, não façam isso.

Márcia: Implora.

Clara (surpresa): Como é que é ?

Márcia: Não ouviu ?
Ajoelha no chão e implora.

Clara lança um olhar furioso pra Márcia:

Clara: Eu não vou fazer isso, não adianta. Sua cachorr...

Márcia (interrompendo): Você quem sabe. Ou ajoelha nesse chão e implora pra gente não mandar esse vídeo pro Mauro, ou ele recebe essas belas imagens de você confessando todos os seus crimes e ainda empurrando essa velhinha fofa da escada.

Clara fica furiosa. Ela vai abaixando devagar, até encostar seus joelhos no chão:

Clara: Por favor, não façam isso.

Márcia: Eu não escutei direito. Acho que vou mandar esse vídeo logo pro Mauro e acabar com isso de uma vez.

Clara (falando alto): Por favor, não faz isso. Eu te imploro, não manda esse maldito vídeo pro Mauro.

Zeca: Não está bom.

Clara: O que mais vocês querem que eu faça ? Eu já implorei demais.

Márcia: Que atriz canastrona você, hein ?
Nem fingir que está implorando sabe. (T) Olha, se o Cláudio te ver atuando desse jeito, ele nunca mais te chama pra nada.

Clara: Vai pro inferno.

Zeca: Olha essa boca suja, cadela. Não nos custa nada mandar esse vídeo pro corno... Pro galhudo. Aposto que é assim que você chama ele, não é ?

Clara: O que vocês querem ? Eu já fiz o melhor que eu pude. Já tirei forças de onde não tinha pra me humilhar desse jeito.

Márcia: Eu já deveria saber que você não é uma boa atriz. A final de contas, como foi mesmo que conseguiu aquele papel ? Aah, lembrei. Ameaçando a Joana, não foi ?

Clara: Eu consegui com o meu suor, com meu desempenho. Agora, se aquela invejosa foi inventar coisas ao meu respeito e vocês acreditaram, o problema não é meu.

Natália (impaciente): Aaah, conta outra. A gente com esse vídeo aqui, você confessando tudo que fez e ainda vem negar isso, sendo que foi a Joana quem falou ?
Toma vergonha, Clara. Para de ser mentirosa e falsa.

Clara começa a se fazer de vítima:

Clara: Olha, eu posso ter cometido todos esses crimes, mas foi pra vencer na vida. Se eu não tivesse os feito, eu ainda estaria na Bahia, sofrendo igual uma condenada pra realizar meu sonho.

Natália dá um tapa na cara de Clara:

Natália (falando alto): Sua cachorra cínica. Você é podre. Cometeu esses crimes porque é uma assassina, uma bandida. Não tem vergonha de dizer isso não ? Pra subir na vida, não precisa passar por cima de ninguém. Muito menos tirar a vida de pessoas inocentes, de pessoas que nunca te fizeram mal.

Clara: Pessoas que faziam questão de estar no meu caminho. Pessoas que nunca me deram uma chance de ser feliz.

Márcia: Isso você consegue derramando seu suor, não o sangue alheio.
Olha as coisas que você fez, Clara. Olha. Até os seus próprios pais foram vítimas suas, mesmo que não tenha tido intenção de fazer mal a eles.

Clara (fingindo): Eu nunca quis o mal pra vocês. Vocês sempre foram a minha família.

Márcia: Para. Para de ser cínica, fingida... Eu estou ficando com nojo desse seu teatrinho de merda.

Clara: Por favor, acreditem em mim.

Márcia dá um tapa no rosto de Clara:

Márcia: Desgraçada. Como você tem coragem de ser tão falsa assim, hein ? Como você consegue ser tão ruim assim ?
Você é um monstro. Você nunca foi verdadeira, Clara. Nunca amou ninguém, nem mesmo seus próprios pais.

Clara: Isso não é verdade.

Márcia: Claro que é. Se você realmente os amava, não teria fugido daquela forma, depois de ter feito tanto mal a tanta gente. Se você os amava de verdade, a gente não estaria aqui, discutindo. A gente estaria no lugar onde nunca deveríamos ter saído, com os nossos pais. Mas não... Por sua causa eles sairam daquele jeito. Por sua causa sofremos aquele acidente.

Clara (fingindo): Me perdoa...

Márcia: Não adianta, eu nunca vou te perdoar. Não vou cair nesse teu papinho de cobra. Pra mim, você nem tá falando. Você tá destilando seu veneno, como sempre fez.

Clara (furiosa): Cachorra.

Márcia: Isso, mostra quem você é de verdade. Mostra que não está arrependida de nada.

Clara: Eu te odeio. Tenho vorgonha de ter o mesmo sangue que você. Você não é a minha irmã, eu nunca te considerei. Sempre achei você uma pamonha, uma songa monga. (T) O fato é que eu sempre fui mais esperta que você, sempre corri atrás dos meus objetivos, matando ou não.

Márcia: Taí... Uma coisa que você nunca vai ser é esperta. Olha bem pra esse vídeo e me diz: você se acha a esperta ainda ? Hein ?

Clara: Eu posso ter dado esse deslize, mas você não perde por esperar. Eu vou conseguir te dobrar, como sempre fiz.

Márcia: Tenta. Só tenta pra você ver o que te acontece. Eu já deixei você toda lascada uma vez, posso deixar denovo, não me custa nada. Só que dessa vez, presta atenção... Dessa vez eu vou fazer você chegar no limbo. Vou fazer você ir pra cadeia limpar latrina. Quer pagar pra ver ?

Clara: Sua maldita.

Márcia: Ótimo, espero que você não tente me desafiar, você não sabe do que eu sou capaz.
Agora eu vou indo. Espera eu te ligar, aí sim eu vou querer te fazer de gato e sapato. Dessa vez você tá ferrada, não tem pra onde correr.

Márcia vira e sai andando com Zeca e Natália. Clara fica furiosa e vai até seu carro. Ela entra e fecha a porta:

Clara (gritando): AAAAAAAAH, MALDITA. VOU ACABAR COM VOCÊ, SUA CACHORRA.

Ela começa a bater com força no volante, fazendo o som da buzina ecoar. Ela para e começa a chorar de ódio:

Clara (com ódio): Me aguarda, Márcia. Eu vou te mandar pro inferno.

E liga o carro, dá a partida e sai em alta velocidade.

**Cena02: Clara chega na casa de Mauro. Ela sobe as escadas, mas é parada por Juliana:

Juliana: Já chegou ? Rápido, né ?
O que aconteceu ?

Clara se assusta:

Clara (sonsa): Ai, que susto.
As amigas cancelaram o rolê, infelizmente.

Juliana: Ah, é mesmo ? Poxa, que pena.

Clara fica com ódio:

Clara: Vou indo pro meu quarto. Com licença, Juliana.

Juliana: Assassina.

Clara se faz de desentendida:

Clara: Como é que é ?

Juliana (com ódio): Sua assassina miserável. Você é uma maldita.

Clara: Eu não estou entendendo. Você tá ficando maluca. (T) Olha, eu estou cansada, vou dormir.

Juliana: Desgraçada, volta aqui.

Juliana puxa pelos cabelos de Clara e dá um tapa nela. Logo em seguida, ela aperta o pescoço de Clara e a sugura na beira da escada:

Juliana (com ódio): Você duvida eu te jogar daqui ? Hein, sua piranha fingida ? Duvida pra você ver.

Clara (sem ar): Me solta, eu tô sem ar. Por favor, para. Me solta.

Juliana (com ódio): Eu quero que você morra, sua maldita assassina. (T) Eu vou te jogar daqui de cima agora.

Clara (sem ar): Não, por favor. Eu sou inocente, eu não fiz nada. Acredita em mim.

Juliana: Como você tem coragem ? Como tem coragem de mentir nessa cara de pau ?
Vagabunda. Eu sei que você matou a Mariana, a minha irmã.

Juliana começa a chorar:

Juliana (chorando): A irmã que eu amava tanto. Uma pessoa tão inocente, uma pessoa que não fazia mal a ninguém. Tudo isso por dinheiro. Você não tem vergonha não, sua cadela ?

Clara (sem ar): Para, por favor. Eu não tô conseguindo respirar.

Juliana (com ódio): Você acha mesmo que se fosse pra você respirar eu estaria apertando teu pescoço, vadia ?

De repente, Mauro entra pela porta, Juliana segura pelo braço de Clara e a puxa:

Mauro (espantado): O que está acontecendo aqui?

Mauro sobe as escadas:

Juliana (disfarçando): Mauro ?
Aah, não está acontecendo nada. Na verdade eu até evitei de acontecer, não é Clara ?

Clara: É... Foi sim. Mauro, você não acredita. Eu iria cair da escada, mas a Juliana me segurou. Nossa, que medo eu tive de perder nosso bebê. Que bom que a Juliana apareceu.

Juliana (chocada): Bebê ?

Mauro: É, a Clara está grávida. Ela me contou isso a pouco tempo.

Juliana: Nossa... Parabéns.

Clara (fingindo): Obrigada. Essa criança vai alegrar essa casa. E juntos vamos ser uma família feliz.

Juliana: Hummm...

Mauro: O que foi, Juliana ?

Juliana: An ? Nada. Só estou um pouco cansada. Vou indo dormir, boa noite.

Clara (debochando): Boa noite, Ju.

Juliana fica com ódio e vai andando até seu quarto.

Mauro: Eu também vou indo dormir. Boa noite, Clara.

Quando Mauro vai saindo, Clara segura em seu braço:

Clara: Mauro, até quando você vai ficar assim, desse jeito ? Você nunca mais me procurou, nunca mais a gente fez amor gostoso igual fazíamos.

Mauro: Bom, deve ser porquê eu e você não temos mais nada. Olha, vou te explicar pela última vez. Eu e você não existe mais. Duas pessoas só funcionam como um casal quando as duas partes se amam, quando uma cede em nome da outra. Eu não te amo mais. Entendeu ? Na verdade, eu nunca te amei. Nunca. Essa é a verdade. Agora com licença, eu preciso dormir.

Mauro sai e Clara fica com ódio:

Clara (com ódio): Desgraçado, miserável. (T) Isso não vai ficar assim. Mas não vai mesmo.

Ela respira fundo e coloca as mãos em seu pescoço, sentindo ele doer.

**Cena03: Amanhece no Rio de Janeiro. Cacau está descendo as escadas da pensão. Quando ela chega na sala, dá de cara com Mãe Celeste, Bruno e outra pessoa:

Cacau: Mãe Celeste ? Quanto tempo.

Ela corre e abraça Mãe Celeste:

Mãe Celeste: Oi, Cacau. Bom dia.
Esse aqui é o Júnior, filho de uma amiga minha que veio passar uns dias aqui.

Cacau: Oi, prazer.

Júnior: O prazer é todo meu.

Ela aperta a mão dele:

Cacau: Nossa, você é forte, não é ?

Mãe Celeste: Vish, uma hora dessas da manhã e você com esse fogo na bacurinha ? Cuidado, Júnior. Essa daí tem mais fogo que fogueira de São João.

Cacau: Que isso, Mãe Celeste. Eu sou pura, puríssima.

Júnior: Eu adoro um fogo. Tanto que eu tenho de sobra também.

Mãe Celeste: Iih, é melhor eu subir e deixar vocês sozinhos. Até depois.

Cacau: Até, Mãe.

Mãe Celeste sobe as escadas.

Cacau: Então, de onde você é ?

Júnior: Sou daqui do Rio mesmo. Mas eu estava morando na Bahia, aí resolvi fazer uma visitinha ao lugar onde nasci.

Cacau: Que legal, eu também nasci na Bahia.

Júnior: E o que te trouxe até aqui ?

Cacau: É uma história bem complicada, tenho até preguiça de contar.

Eles riem.

Júnior: Então depois você me conta, agora eu tenho que arrumar as minhas coisas lá no meu quarto.

Cacau: Quer ajuda ?

Júnior: Claro, se não for lhe encomodar.

Cacau: Encomoda nada...

Os dois sobem as escadas da pensão e vão em direção ao quarto de Júnior.

**Cena04: Os três amigos estão no quarto. Eles conversam:

Zeca: Você deveria mandar esse vídeo logo pro Mauro. Vai que a cachorra invente de tentar recuperar ?

Márcia: Se ela for esperta, não vai tentar tomar esse vídeo de mim.

Natália: Aí é que tá. Ela não é esperta, ela é totalmente louca. Pode ter certeza que uma hora ou outra ela manda alguém te sequestrar denovo. E se pedirem esse vídeo em troca da sua vida, a gente vai entregar ele.

Márcia: Eu quero muito fazer aquela cadela de gato e sapato. Ela merece passar por poucas e boas nas nossas mãos.

Natália: E o que você está pensando em fazer ? Bom, não há o que fazer pra ela pagar por tudo a não ser mandar esse vídeo pro Mauro e pra Polícia.

Márcia: Ela não suporta ficar sem dinheiro. Lembram do que ela fez com seu pai, Zeca ? Pois bem, fora aquele dinheiro que ela roubou dele, não deve ter mais nada. A final, quem tem dinheiro é o Mauro.

Zeca: Espertíssima você.

Márcia: Não é ?
Vamos recuperar o que é nosso. Vamos fazer ela devolver aquele dinheiro. Ela vai ficar literalmente no limbo. Sem casa, sem dinheiro, na cadeia... Não podia ser melhor.

Natália: Coitado do Mauro. Coitada da Mariana... Todo mundo foi vítima daquele monstro em forma de gente.

Márcia: Felizmente estamos com a faca e o queijo nas mãos. Agora ela vai ver do que eu sou capaz.

Zeca: Liga pra ela, quero dar essa ótima notícia logo.

Márcia: Vou ligar agora mesmo.

Márcia pega seu telefone e disca o número de Clara. Ela liga e Clara atende:

***Chamada:

Clara (ignorante): O que é ?

Márcia (sarcástica): Nossa, que ignorância. Isso é jeito de tratar a sua irmã ?

Clara: Fala logo o que você quer, sua maldita.

Márcia: Eu quero que você me encontre naquele bar famosinho perto da emissora, sem demoras.

Clara: Que inferno.

Márcia: Você não viu nada ainda.

Clara: Fala, que horas quer que eu chegue lá ?

Márcia: Agora, pra já. Me espera lá com uma garrafa de champanhe pra comemorar nossos negócios.

Clara: Que negócios, sua vadia ?
Eu não fiz negócio nenhum com você.

Márcia: Não importa. O que realmente importa é que quando eu chegar nesse bar, quero você lá, com uma garrafa de champanhe. Esse negócio merece um brinde.

Clara: Maldita desgraçada. Que você morra atropelada na hora de vir.

Márcia (sarcástica): qMQue isso ? Não pode desejar o mal ao próximo, maninha. Que feio.

Clara (com ódio): Vai pro inferno.

Márcia: Tchauzinho.

Márcia desliga.

***Fim da Chamada.

Márcia solta um riso diabólico:

Márcia: Agora iremos atrás dos nossos direitos.
Eu sou uma gênia. Mereço aplausos, não é ?

Os amigos soltam umas palmas pra Márcia e riem:

Zeca: Olha, tiro meu chapeu pra você. Se eu não te conhecesse bem, pensaria que você é mais uma daquelas songa mongas burras e tapadas das novelas.
Passa longe disso.

Natália: Esperta, espertíssima.

Os três soltam risos:

Márcia: Agora vamos encontrar a safada.

Os três amigos saem.

**Cena05: Os amigos chegam no bar e avistam Clara sentada em uma mesa mais escondida. Eles vão até ela, arrastam as cadeiras e se sentam. Márcia observa o champanhe nas taças:

Márcia: Olha, que obediente. Fez questão de nos servir antes de chegarmos. Continue assim. Desse jeito você ganha o título de cadelinha do mês.

Clara: Para de palhaçada e diz logo o que você quer.

Márcia: O que eu quero é uma coisa que nunca deixou de ser minha. Minha não, do Zeca. Você lembra do que fez com o pai dele ? Lembra ?
Aposto que lembra. A final, quem ficou com aquele dinheiro todo mesmo ?
Aah, foi você. Você ficou com aquele dinheiro. Dinheiro esse que quando você ficou sabendo da existência, fez questão de roubar. E ainda provocou a morte de uma pessoa inocente.

Clara: Eu não acredito que você me chamou até aqui pra falar daquele velho seboso.

Zeca: Olha lá como você fala do meu pai, sua vagabunda. A única sebosa que eu conheço é você. Você é um ser nojento. Olhar pra tua cara me dá vontade de vomitar.

Clara (sendo irônica): Uma pena...

Márcia: Não se preocupa que eu não vou tomar teu tempo. O que eu quero é uma coisinha bem simples...

Clara: Fala logo, já estou sem paciência.

Márcia: Eu quero que você devolva o dinheiro do Zeca. Quero que você devolva o que nunca deixou de ser dele.

Clara: Perdeu foi seu tempo, eu já gastei.

Márcia: Não... Você não seria tão burra de gastar tudo. Mas não importa. Se gastou ou não gastou, eu quero que você dê o seu jeito. Não tem vários truques pra roubar o que é dos outros ? Então... Pode ter truques pra devolver também. Se vira.

Clara: Eu não tenho como conseguir esse dinheiro hoje.

Márcia: Te dou cinco dias. Faz uma ligação pro banco, pede pra reservar logo esse dinheiro. Devolve ele que eu te deixo em paz.

Clara fica calada por segundos. De repente, ela abre a sua bolsa e pega seu telefone. Ela disca um número e começa a falar:

Clara (no telefone): Oi, boa noite. Quero reservar uma quantia alta... Sim, acima de quinhentos mil.

Clara passa seus dados e termina a ligação.

Clara: Daqui a cinco dias eu posso ir pegar o dinheiro.

Márcia: Ótimo, perfeito. Não tente nenhuma gracinha. Como eu já te disse, não é somente eu que tenho esse vídeo.

Clara fica em silêncio.

Márcia: Vamos, migos ? Não quero mais perder tempo com essa descarada.

Márcia e seus amigos se levantam:

Clara: Vocês não vão tomar o champanhe ? Nossa, que desfeita. Foi tão caro.

De repente, Márcia pega a taça e joga o champanhe no rosto de Clara:

Márcia: Você acha mesmo que eu vou tomar esse champanhe vindo de você ? Dentro desse troço deve ter do veneno que você usou pra matar a Mariana.

Clara fica com ódio:

Márcia: Agora tchau.

Os três amigoa saem, deixando Clara sozinha na mesa. Ela pega uns guardanapos e enxuga seu rosto:

Clara (com ódio): Desgraçada.

**Cena06: Passam-se cinco dias...

**Cena07: Pela manhã no Rio de Janeiro. Márcia e seus amigos entram no bar de perto da emissora e avista Clara sentada em uma mesa mais escondida. Eles vão até ela:

Márcia: Cadê ? Trouxe o dinheiro ?

Clara: Trouxe sim. Está aqui, um milhão de reais em espécie.

Ela coloca uma maleta em cima da mesa:

Márcia: Quando eu chegar em casa vou conferir. Se tiver faltando alguma coisa, eu mando imediatamente esse vídeo pro Mauro.

Clara: O que me garante que você vai me deixar em paz agora ?

Márcia: Olha só.

Ela pega seu celular e apaga o vídeo:

Márcia: Viu aí ? E não se preocupe quanto as outras cópias, vou apagar todas. Não sou de faltar com minha palavra, e você sabe muito bem disso.

Clara: Eu espero que você cumpra com sua palavra mesmo.

Márcia: Vamos, gente. Tenho que conferir esse dinheiro, quero acabar com isso de uma vez por todas.

Os três se levantam, saem e deixam Clara sozinha no bar.

**Cena08: Os três amigos chegam na pensão. Eles sobem até o quarto, trancam a porta e começam a conferir o dinheiro. Eles terminam:

Márcia: Está tudo aqui, um milhão de reais.

Zeca (feliz): Adoro.

Natália: E agora ? O que vamos fazer ?

Márcia: Vamos mandar o vídeo pro Mauro, ué.

Márcia começa a rir:

Márcia (rindo): Clara é muito burra, bicho. Dessa vez ela se superou. Como é que pode ? Confiar em uma pessoa que quer fazer justiça ?
Tapada.

Ela solta uma gargalhada alta:

Zeca: Burra é pouco. Agora ela tá lascada.

Márcia: Zeca, me passa seu celular.

Zeca pega seu celular e dá a Márcia. Ela abre a galeria e manda o vídeo pro seu celular:

Márcia: Pronto. Agora vou mandar pro Mauro:

Ela abre o contato de Mauro no WhatsApp e manda o vídeo. Ele carrega e, em fim, é enviado.

Márcia: Agora é só esperar a bomba explodir.

Os três soltam risadas maléficas.

**Cena09: Mauro está na emissora. De repente, chega uma notificação de WhatsApp no seu celular:

Mauro: Márcia me mandando vídeo ? Estranho...

Ele abre a notificação e clica no vídeo. As imagens começam a aparecer e, a cada segundo do vídeo que vai passando, Mauro vai ficando mais chocado.

De repente, um flash branco passa pela imagem, congelando o rosto chocado de Mauro.