**Cena01:
Clara continua apontando a arma pra Márcia, que está apavorada:

Clara: E agora, hein ? Cadê aquela tua marra ? Cadê aquela mulher que me batia, me xingava ?

Márcia: Me solta que você vai encontrar ela, sua desgraçada.

Clara: Sua vida está nas minha mãos agora. Sabe, eu acho que vou te matar, só assim você me deixa em paz.

Márcia: Tá esperando o que ? Atira, desgraçada. Acaba logo com isso.

Clara: Calma. Está muito apressada.

Ela coloca a arma na cintura de volta:

Clara: Eu ainda quero brincar com você.

Márcia (gritando): Vagabunda psicopata.

De repente, Clara dá um tapa no rosto de Márcia, que sente sua face arder:

Clara (gritando): EU VOU DEVOLVER TODOS OS TAPAS QUE VOCÊ ME DEU, CADELA.

Ela dá outro tapa no rosto da sua irmã.

Márcia: Aiii.

Clara: Desgraçada.

Mais um tapa.

Clara: Maldita.

Outro tapa, mais outro e mais outro.

Clara: Cadela. Toma, desgraçada.

Outro tapa.

Clara: Toma mais, maldita.

Mais outro tapa.

Clara: Gostou, vagabunda ?

Márcia está com o rosto vermelho, com sangue no canto da boca e sentindo dor:

Márcia (com a cabeça baixa): Você faz isso porquê eu estou amarrada. Você é uma medrosa, não tem coragem de me enfrentar sem eu estar presa nessa cadeira.

Clara (com ódio): Cala a boca, vagabunda.

De repente, Clara empurra a cadeira em que sua irmã está amarrada no chão. Ela tira a arma da cintura e pressiona o cano da arma na cabeça da irmã:

Clara: Isso é pra você saber quem manda aqui. Pensa duas vezes antes de bater de frente comigo denovo.

Clara começa a chutar a barriga da irmã, que grita sentindo a dor

Márcia (gritando e sentindo dor): Para, tá doendo.

Clara: Isso é pra você aprender, sua cachorra.

Marcia fica caída no chão e chorando, gritando e sentindo as dores dos chutes:

Clara: Grita. Grita mais, maldita.

Márcia continua chorando e gritando:

Márcia (chorando): Para, por favor.

Clara para de chutar a irmã, que continua chorando:

Clara: Da próxima vez, eu te dou um caixão e uma cova de presente. (T) Agora pensa, maninha. Pensa muito antes de vir bater de frente comigo, antes de cogitar fazer algo contra mim. Pensa muito.

Ela sai, deixando Márcia amarrada na cadeira, caída no chão e chorando.


**Cena02: Cacau está em seu quarto. Ela está deitada, conversando sozinha:

Cacau: Droga, estava tudo bem. Eu não acredito que isso vai acontecer.

Ela levanta da cama e vai até a janela para fecha-la. Quando vai fechar, ela vê uma pessoa parada olhando para a janela dela. Assustada, ela fecha a janela, vai correndo até o quarto dos três amigos e bate na porta:

Cacau (gritando e batendo na porta): Zeca, abre. Me deixa entrar, por favor.

Zeca abre a porta:

Zeca: O que aconteceu ?

A mulher está apavorada, andando pra todos os cantos do quarto:

Natália: Cacau, o que está acontecendo com você.

Cacau (assustada): Eu não acredito que está acontecendo. Eu estou com medo.

Ela abraça Zeca e começa a chorar:

Cacau (chorando): Não deixa ele me pegar, por favor.

Zeca: Quem não pode te pegar, Cacau ?

Cacau fica calada, pois está muito apavorada:

Natália: Cacau, me escuta. Se acalma, vou buscar água pra você.

Natália sai do quarto.

Zeca: Cacau, fica calma, tá ?
Ninguém vai te pegar. Senta aqui na cama.

Ela senta na cama junto com Zeca:

Zeca: Fica calma, respira.

Cacau começa a respirar fundo.

Zeca: Agora me conta, o que está acontecendo com você ?

Cacau (assustada): Eu não quero ficar sozinha.

Zeca: A gente não vai deixar você sozinha.

Cacau chora, assustada:

Cacau: Estava tudo bem, agora isso está acontecendo.

Zeca: Me escuta. Você está segura aqui, ninguém vai te pegar.

Cacau (com medo): Eu não estou segura em lugar nenhum. Eu só vou estar segura quando ele morrer.

Zeca: Ele quem ?

Cacau (assustada): ...

Natália entra no quarto com um copo de água e entrega a Cacau:

Natália: Nos conta, o que houve ?

Cacau (assustada): Eu... Eu preciso dormir, estou com sono...

Cacau deita lentamente na cama, ainda assustada e com medo.

**Cena03: Márcia está tentando se desamarrar da cadeira. Com muito esforço, ela consegue e se levanta, sentindo seu corpo doer:

Márcia: Desgraçada, você vai me pagar. Já passou da hora de eu acabar com isso.

Ela sai andando com dificuldade:

A imagem escurece e mostra Márcia andando lentamente pelo escuro, tentando sair daquele lugar.

A imagem escurece...

De repente, começa a chover e ela continua andando com dificuldade.

A imagem escurece mais uma vez e, logo em seguida, foca no rosto machucado de Márcia.

**Cena04: Amanhece no Rio de Janeiro. Zeca está na sala, junto com Natália. Os dois estão assistindo, preocupados com Márcia:

Zeca (preocupado): Meu Deus... Cadê a minha amiga ?

Natália: Eu aposto que a desgraçada da Clara fez algo com ela.

Zeca: Se ela tiver encostado um dedo na minha amiga, eu acabo com ela.

Natália: Isso tudo já está indo longe demais. Se alguma coisa acontecer com a Márcia, eu faço a Clara pagar por tudo de uma vez só.

Zeca: Só vou esperar a Márcia chegar pra avisar a ela que isso já deu.

De repente, Márcia adentra a pensão com o rosto todo machucado, sentindo seu corpo doer e os amigos correm para ajudar ela:

Zeca: Meu Deus, Márcia. O que houve com você ?

Márcia: Eu preciso tomar um banho...

Natália: Não senhora. Antes vai nos contar o que aconteceu.

Márcia: Eu tenho que tirar essas roupas molhadas logo, se não vou gripar.

Zeca: Foi a Clara, não foi ? Ela quem fez isso com você.

Márcia: Foi. Foi aquela desgraçada que fez isso.

Os amigos ficam assustados:

Natália: Meu Deus...

Márcia (chorando): Eu.. Eu não queria fraquejar, mas ela é muito perigosa. Se a gente continuar, uma hora ou outra pode aparecer o corpo de um de nós jogado em qualquer terreno baldio por aí.

Zeca (chorando): Márcia... Eu não sei o que dizer.

Natália (chocada): Aquela vagabunda. Aquela desgraçada fez isso com você. Ela não pode ficar solta por aí. Isso vai acontecer sempre que alguém cruzar o caminho dela.

Zeca: Eu achava que ela não teria coragem de fazer alguma maldade contra a Márcia. Imagina, atentar contra a própria irmã ?
Olha aí ela nos surpreendendo de novo.

Márcia (chorando): Eu não posso colocar a vida de outras pessoas em risco. Não posso mais deixar vocês participarem disso. Eu vou continuar sozinha.

Zeca: Não, eu não vou deixar você continuar sozinha.

Natália: Nem eu.
Poxa, isso nos diz respeito também. É uma dívida que ela tem com a gente, e ela tem que pagar a nós três.

Márcia (chorando): É muito perigoso, gente. Ela é perigosa, bandida. Ela é capaz de tudo. Se acontecer algo comigo, pelo menos vocês estarão vivos e salvos.

Zeca: Não importa. Você não vai fazer isso sozinha, não vamos deixar. Você é nossa amiga e a gente veio aqui pra fazer justiça, pra fazer ela pagar por tudo que fez contra nós.

Natália: A gente te ama, Márcia. Vamos fazer isso juntos. Lembra ?
Irmãos, para sempre. Se tiver que correr risco, que seja juntos. Nós estamos aqui e vamos te apoiar no que for preciso.

Márcia (chorando): Eu não vivo sem vocês. Vocês são minha família, minha base... Sem vocês eu desmorono.

Os três amigos se abraçam chorando.

Natália (chorando): Nós te amamos e vamos continuar juntos.

Zeca: Ela não vai sair impune. Vamos agir, o mais rápido possível.

**Cena05: Cacau está entrando no seu quarto, quando de repente escuta uma voz ecoando pelo ambiente:

Voz: Cláudia...

Cacau (assustada): O que você quer ? ME DEIXA EM PAZ.

Voz: Eu vou te pegar, você vai voltar pra mim.

Cacau (gritando): EU NUNCA VOU VOLTAR PRA VOCÊ, OUVIU BEM ?
NUNCA.

Voz: Estou chegando...

Cacau (gritando): DESGRAÇADO, EU NÃO VOU ME RENDER.

A voz some e Cacau fica parada, bem assustada. Ela se recompõe e entra no quarto.

**Cena06: Clara está descendo as escada. Ela senta no sofá e começa a pensar:

Clara (pensando): Aquele otário do Mauro vai terminar comigo. Isso não pode acontecer, não vou sair com uma mão na frente e outra atrás. Vou roubar até as cuecas do desgraçado.

Ela olha pro nada e continua pensando:

Clara (pensando): Eu tenho que invetar alguma coisa, tenho que prender o corno. Aquela piranha da Márcia fez ele se desligar de mim. Espero que aquele susto tenha surtido efeito e aquela safada nunca mais entre no meu caminho.

Ela solta um riso ao lembrar de Márcia gritando de dor:

Clara (debochando): Que vadia. Aposto que ela não grita daquele jeito com os machos dela. Aquela cadela mereceu aquele susto. Da próxima vez, eu dou um tiro na cabeça daquela galinha feia.

E começa a rir.

**Cena07: Anoitece no Rio de Janeiro. Zeca está indo pro seu quarto e Cadu para ele:

Cadu: Zeca, o que acha de sairmos ?

Zeca: Ai, eu estou com tanta preguiça... Vamos ficar aqui mesmo ?

Cadu: Tudo bem, você escolhe.

Zeca: Vamos assistir filmes.

Cadu: Que tipo de filmes ? Terror ?

Zeca: Terror ? Eu tenho muito medo.

Cadu solta um riso:

Cadu: Eu te protejo.

Zeca olha pra Cadu com um olhar apaixonado. Os dois estão quase se beijando, quando de repente, Cacau aparece no corredor:

Cacau: A coisa está boa aí, hein ?

Zeca: O que ? Não. A gente estava conversando.

Cacau: Sei... Podem continuar conversando então.

Ela sai e Cadu olha pra Zeca:

Cadu: Sabia que eu te amo ?

Zeca: Ama ?

Cadu: Amo muito.

Zeca: Eu também.

Cadu: Sério ?

Zeca: Sim, eu me amo muito.

Cadu solta um riso e dá um tapinha fraco em Zeca:

Cadu (sorrindo): Que besta.

Zeca: Eu gosto muito de você, você é muito fofo.

Cadu: E você é o amor da minha vida.

Zeca fica em silêncio tentando processar o que acabou de escutar:

Zeca (suspirando): Aaaah, como é difícil se controlar...

Cadu: E quem disse que eu quero que você mantenha o controle ?
Quero mais é que você perca ele.

Zeca (sorrindo): Quer ?

Cadu: Quero. Eu quero muito.

De repente, Zeca dá um beijão em Cadu, que agarra ele pela cintura.
Os dois se beijam de forma intensa e apaixonada.

**Cena08: Clara está na sala, sentada no sofá. Mauro entra dentro de casa e ela se levanta do sofá:

Clara: Oi, meu amor. Boa noite!

Ela tenta beijar Mauro, porém ele vira o rosto:

Mauro: Agora não é o momento, Clara.

Clara (espantada): Gente, o que houve ? Porquê você tá assim, frio ?

Mauro: A gente precisa conversar. Já adiamos demais.

Clara: Eu já te perdoei, não precisa se desculpar. Eu sei que foi aquela desgraçada da Márcia que te seduziu pra se vingar de mim. Você não teve culpa.

Mauro: Clara, não é isso. Eu...

Clara: Eu tenho que te contar uma coisa.

Mauro: Deixa eu fal...

Clara (inventando): Eu tô grávida.

Mauro fica espantado com aquela notícia.

Mauro (espantado): Como é que é ?

Clara: É isso mesmo que você ouviu, eu estou grávida.

De repente, um flash branco passa pela imagem, congelando o rosto de Mauro, que expressa um semblante surpreso e de espanto.