Divergentes - Capítulo 22 (Últimas Semanas)

terça-feira, março 31, 2020


DIVERGENTES


Novela de Raffa Lins 

CAPÍTULO 22


CENA 01 / AEROPORTO / INT. / MANHÃ /

Adentrando ao aeroporto, carregando uma mala de carrinho, e outra no ombro, Aline conversa no celular com Josué.

ALINE: (Cel. Cont) Minha cabeça tá explodindo, eu apaguei ontem e nem lembro como. Deve ser o estresse de tudo!

JOSUÉ: (Cel.) Não tô acreditando que você tá realmente indo embora.

ALINE: Minha volta pra essa cidade foi só sofrer, Josué, cansei. Viver com aquela louca da Lívia ao meu lado, não dá, eu não ia suportar.

JOSUÉ: Falando nela, ontem ela veio me procurar, querendo que eu arrumasse algumas coisinhas pra ela. Exigiu que eu entregasse tudo ontem mesmo.

ALINE: (Estranha) Que coisinhas? Drogas?

JOSUÉ: (Rindo) O que mais seria?

ALINE: (Séria) E você arrumou?!

JOSUÉ: Arrumei, eu/

Desligando o celular, demonstrando preocupação, Aline se abaixa, pronta pra abrir sua mala. Ao abrir o zíper, um cão policial se aproxima de Aline, que se assusta ao ver um policial vindo em sua direção.

ALINE: (Desconversa/Rindo de nervoso) Acho que esse cachorro gostou de mim...

POLICIAL: Me parece que ele gostou da sua mala. (Cachorro rosnando para a mala) Com licença, terei que ver o que tem dentro dela!

ALINE: A mala?!

Aline se levanta, um pouco ofegante. O policial pega sua mala, terminando de abrir. Ao tirar algumas roupas, ele toca em algo. Neste instante, percebendo toda a situação, Aline sai correndo de perto, tentando fugir do policial.

POLICIAL 01: (Grita) EI, EI, FUGITIVA!!

Todos no aeroporto começam a olhar para Aline, tentando fugir. Ela olha para trás, vendo o cachorro se aproximando, e ao olhar para frente, ela bate em cheio em outro policial, que a segura.

ALINE: (Grita/Histérica) ME SOLTA!!

POLICIAL 02: Tava correndo por quê?!

Segurando Aline, ele vai a levando para perto do outro policial, que aparece com um saco nas mãos.

POLICIAL 01: A mocinha aí tava fugindo, porque tava querendo embarcar com uma grande quantidade de drogas na mala. (T) Você tá presa!!

ALINE: (Assutada) Presa? Eu não posso ser presa!!

Corte para:

CENA 02 / DELEGACIA / SALA DE INTERROGATÓRIO / INT. / MANHÃ /

Continuando pegando os depoimentos, agora é a vez de Renan, que mostra estar um pouco nervoso.

RENAN: (Cont.) Eu tinha uma boa relação com o Mauro, ele foi muito importante pra mim, pela confiança que ele me depositou.

MOREIRA: Eu fiquei sabendo por aí, informalmente, que antes de morrer, ele tinha te demitido, é verdade?

RENAN: Não, claro que não. Mauro tava de cabeça quente, visivelmente. Ele disse coisas que eu tenho certeza que ele teria se arrependido.

MOREIRA: Que coisas foram essas?

RENAN: Na raiva, ele quis renegar todos que estavam ali, sem necessidade. Acredito que foi de cabeça quente.

MOREIRA: E depois, você foi pra onde?

RENAN: Eu fui esquecido, literalmente. Tive que pegar carona com um dos convidados que me deixaram em casa, só depois fiquei sabendo do assassinato.

MOREIRA: E você pode provar que esteve em casa?

RENAN: Claro, a Lurdinha, amiga da minha mãe, estava lá.

MOREIRA: Tá liberado!!

Renan se levanta, saindo da sala de interrogatório.

FERREIRA: O moço aí hein, sei não...

MOREIRA: Sabemos de nada! (T) Mande entrar o próximo!

Corte de cena, onde agora, Vicente que dá seu depoimento.

MOREIRA: (Cont.) No depoimento de sua mãe, ela me disse que você e ela ficaram em casa, assistindo filmes, confere?

VICENTE: Isso.

MOREIRA: Sabe me dizer qual era o filme?

VICENTE: (Gagueja) Era... Eu...

MOREIRA: Não precisa ficar com medo, eu não fiz essa pergunta pra sua mãe, então não correm o risco das respostas não se baterem...

VICENTE: O delegado acha que estamos mentindo?

MOREIRA: Acho! Mas, vamos prosseguir. (T) Me corrige se eu estiver errado em algo. Seu pai, a vítima, te expulsou da empresa da família, e pós isso, vocês não se mantiveram em contato.

VICENTE: Sim, mas isso não é o suficiente pra eu matar o meu próprio pai!

MOREIRA: Epa, eu não estava pensando assim, mas algo te fez pensar. O que seria suficiente pra você matar o seu próprio pai?

VICENTE: (Sério) Nada! Eu não sou assassino, eu não seria capaz mesmo se ele me ferrasse ao extremo. Ele é o meu pai, e isso basta!!

MOREIRA: Tá dispensado!

Vicente se levanta, saindo da sala rapidamente.

MOREIRA: Esse garoto é problemático, hein. Marcação cerrada nele!

FERREIRA: Pode deixar... (T) Agora é a última pessoa que o senhor deixou pro final... A atual esposa, Lívia Dutra!

MOREIRA: Essa eu quero ouvir o que vai dizer...

Corte de cena onde, onde Lívia, de frente ao delegado, derrama algumas lágrimas.

LÍVIA: (Cont./Chorando) O Mauro foi a pessoa mais importante que passou na minha vida. Eu sentia que com ele, eu seria feliz de verdade...

MOREIRA: Então me explica, o porquê de você ter mentido pra ele, sobre sua família?

LÍVIA: Eles não são minha família, delegado. A Carla, a mulher me colocou nesse mundo, nunca foi como mãe pra mim. Eu sofri nas mãos dessa mulher, que eu clamava todas as noites por uma oportunidade de sair de casa. Quando eu tive, foi com o Mauro, justo o patrão dela, com quem ela sempre foi apaixonada...

MOREIRA: Eles tiveram um caso?

LÍVIA: Ela não te falou? (T) O Mauro teve um caso comigo e com ela ao mesmo tempo, e só terminou tudo com ela, quando eu disse que estava grávida.

MOREIRA: Mesmo sem saber que eram mãe e filha?

LÍVIA: Eu queria contar, de verdade. Mas ela não me deixava.

MOREIRA: E o que ela ganhava com isso?

LÍVIA: A minha cabeça, ela queria me deixar maluca! Então ela me usou, o Mauro também, apenas por um joguinho patético. Pode confirmar com qualquer um, a Carla teve a oportunidade de acabar com a farsa que ela mesmo queria manter, mas só fez isso, no dia do meu casamento, pra ver o circo pegar fogo...

MOREIRA: Então você tá me dizendo que ela pode sim, ter matado o Mauro?

LÍVIA: (Limpando as lágrimas) Não, eu acho que não. Apesar das mentiras, assassina, ela não é!

MOREIRA: Entendi. (T) Última coisa, aonde você foi, enquanto Mauro era assassinado?

LÍVIA: Quando o meu marido saiu daquele jeito, todo nervoso, eu tive medo que ele batesse com o carro, ou qualquer coisa de ruim. Então eu fui atrás dele, sem cabeça e nem nada, andando mesmo.

MOREIRA: Sua mãe saiu da cerimônia, e foi de motorista de aplicativo. Você não pensou o mesmo, quis fazer uma caminhada, ou deu um jeito de chegar primeiro lá, fazer o serviço e fingir ter chegado depois?

Close em Lívia, assustada com a direta do Delegado.

Corte rápido para:

CENA 03 / RUA / EXT. / MANHÃ /


Andando juntos, Renan e Vicente conversam, distraídos.

RENAN: (Cont.) Minha mãe ficou um pouco abalada sim, mas ela é forte, tá sabendo voltar ao normal.

VICENTE: Por que você e ela não abriram o jogo de uma vez, sobre a Lívia? Tudo isso talvez poderia ter sido evitado.

RENAN: Eu sempre fui contra, achava isso uma ideia absurda. Mas a minha mãe queria ver a Lívia tendo seu próprio tombo sozinha. Só que as coisas saíram do controle...

VICENTE: Agora ela tá lá, como presidente da Empresa. Como pode ela ter chegado tão longe assim?

RENAN: Realmente, eu me pergunto o mesmo!

Vicente coloca suas mãos em seu bolso, demostrando ter esquecido algo.

VICENTE: Nossa, eu esqueci meu celular lá na delegacia, e agora?

RENAN: Ué, vamos lá pegar!!

Corte rápido para:

CENA 04 / DELEGACIA / SALA DE INTERROGATÓRIO / INT. / MANHÃ /

Continuação do depoimento, onde o Delegado questiona Lívia sobre seu suposto envolvimento com a morte de Mauro.

LÍVIA: (Nervosa) Tá achando que eu seria capaz de matar o meu próprio marido?

MOREIRA: Abaixa o tom, mocinha, e não aumentei o meu!

LÍVIA: Tá dizendo na minha cara que eu poderia estar fingindo ter demorado pra chegar, depois já ter feito o serviço?

MOREIRA: Poderia. Nós estamos usando essa conversa no "achismo" ou no "se". Qual o motivo da sua exaltação?

LÍVIA: (Se impondo) Meu marido foi morto!! (T) O pai do meu filho, o homem que eu escolhi amar! Não imagina como tá sendo difícil pra mim, viver naquela casa, sabendo que não só foi morto lá, mas que ele nunca voltará a entrar por aquela porta. (T) O senhor já perdeu alguém importante na sua vida?

Neste momento, um alvoroço começa a se fazer fora da sala do Delegado, que estranha, indo até a porta.

MOREIRA: Mas que porra é essa que tá acontecendo?

Ferreira o acompanha, e ao abrir a porta, eles se deparam com Aline, tentando se soltar do policial, aos gritos.

ALINE: (Grita) QUE INFERNO, ISSO NÃO É MEU!!

MOREIRA: (Grita/Nervoso) EI, EI, EI, QUE PORRA É ESSA QUE TÁ ACONTECENDO AQUI?

POLICIAL 01: Senhor, a moça aqui, tentou embarcar com diversos tipos de drogas enroladas em um saco plástico, no meio das roupas. Na hora de ser revistada, ela tentou fugir.

ALINE: Eu não fiz nada... ISSO NÃO É MEU!!

Close em Lívia, ouvindo tudo, contra a parede da sala do Delegado, sem que Aline a veja.

MOREIRA: Pera aí, essa não é a filha do Mauro Dutra? (T) Tentando sair da cidade com drogas? Leva ela pra cela, agora!!

ALINE: (Grita/Transtornada) VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO... NÃO PODE!!

Fazendo força, o policial vai encaminhando Aline para outra parte da delegacia, enquanto o Delegado volta para a sala. Lívia senta se novamente na cadeira, rapidamente.

MOREIRA: Desculpa a demora, é que/

LÍVIA: (Interrompe) Essa é a voz da Aline?

MOREIRA: Ela mesma, quem diria hein, você aqui, ela lá...

LÍVIA: (Falando baixo) Meu Deus, eu não sabia que ela ainda mexia com isso...

MOREIRA: Como é?

LÍVIA: Não é nada, delegado.

MOREIRA: Acho melhor você dizer...

LÍVIA: Tá bom, mas promete que isso não vai prejudicar ela? (T) Aline teve problemas com drogas na Universidade, enquanto fazia medicina. Ela foi expulsa, e voltou pra cidade, prometendo nunca mais usar essas coisas, ou vender

MOREIRA: Então não é a primeira vez? O que disseram sobre ela estar envolvida com esse tipo de drogas naquela noite, é a verdade?

LÍVIA: Infelizmente. (T) Delegado, eu preciso falar com ela. Entender o porquê dela ter feito isso novamente. Aline é a minha enteada, e só temos uma a outra nesse momento... Eu preciso ver ela!!

Corte rápido para:

CENA 05 / DELEGACIA / CELA / INT. / MANHÃ /

Andando de um lado pro outro, angustiada, dentro da cela, Aline tenta se controlar, mostrando um enorme nervosismo. Uma das mulheres, sentada ao chão, se irrita.

MULHER 01: (Nervosa) Garota, cê tá me deixando maluca andando desse jeito. Acho melhor parar, ou eu dou jeito em você!

LÍVIA: Sossega Aline, o que você mais vai ter agora, é tempo.

Assutada, Aline vira se para trás, se deparando com Lívia, do lado de fora da cela.

ALINE: O que você tá fazendo aqui?

LÍVIA: Eu vim aqui ver, aquela mulher que encheu de coragem pra fazer aquele circo todo, acabar numa cela de prisão, junto com essas mulheres.

ALINE: Foi você, não foi?

LÍVIA: (Cínica) Eu o quê? Só estou preocupada em saber a sua situação, pode até perguntar pro delegado que ele tá de prova!

ALINE: (Grita/Abalada) EU SEI QUE FOI VOCÊ!! O Josué já me falou que foi atrás dele. Olha o ponto que você chegou, eu corro o risco de passar grande parte da minha vida aqui, por nada?

LÍVIA: Nada? Cê já parou pra pensar que se não fosse a sua grande ideia, nada disso teria acontecido? Mauro taria vivo, eu muito bem casada, e você... Ainda uma drogada! (T) Mas pode ficar tranquila, que não é só você que vai passar por isso não, ainda tem muita gente pra eu derrubar.

ALINE: Eu vou sair daqui, e vai ser hoje ainda que você vai parar aqui. Eu vou trazer o Josué, e ele vai dizer tudo, toda a verdade!!

LÍVIA: (Debocha) Eu juro, de verdade, se aquele rapaz cogitar em te livrar, se entregando, eu desisto de tudo isso aqui, e te entrego de mão beijada! (Séria) Acorda, Aline!! Você agora tá sozinha, sem ninguém. Tá do mesmo jeito que eu senti durante anos da minha vida. Eu te disse pra não entrar no meu caminho.

ALINE: (Histérica) EU VOU TE MATAR!!

LÍVIA: Cada vez mais, tô vendo que foi bom ter você aqui. Uma, vai te fazer ficar um bom tempo longe das drogas, como se fosse uma terapia, não é legal? Dois, tô livrando uma mulher que ameaça a própria madrasta de morte.

Ainda abalada com a visita de Lívia, Aline tenta se acalmar, se aproximando da mesma, colocando seu rosto entre as grades.

ALINE: Sabe o que você quer, de verdade? É atenção!! Nem a sua mãe foi capaz de te dar, então vai querer dos outros. Arrogante, nojenta!! Essa criança aí, que tá na sua barriga, vai crescer sabendo que a mãe é a própria personificação da mulher mau caráter!! Eu tenho pena, que mesmo sendo o meu irmão ou irmã aí, ele vá sofrer o mesmo que você acha que sofreu.

LÍVIA: Isso não é verdade... Você/

ALINE: (Por cima) Não teve o amor da própria família, não teve o amor do meu pai, e não vai ter o amor dessa criança... Porque você nasceu pra ser deslumbrada, mas odiada.

LÍVIA: (Grita) CALA A BOCA!!

Um dos policias se aproximam das duas, percebendo a exaltação.

POLICIAL: O delegado quer que você saia, agora!!

ALINE: Você veio até aqui pra rir da minha cara, pra se vangloriar de ter me colocado aqui, tentado me dizer uma verdade que você ouviu!!

LÍVIA: Sabe qual é a verdade? A liberdade!! E no momento, você não vai ter... Como o seu pai não teve!!

ALINE: DESGRAÇADA!!

Sobre gritos de ódio de Aline, o policial direciona Lívia para fora das celas, olhando para trás, rindo de toda situação que ela mesma criou.

Corte para:

CENA 06 / MANSÃO VASCONCELLOS / QUARTO / INT. / MANHÃ
 /

Entrando no quarto de Daniel, vendo o ainda dormindo, Sidney olha para o garoto, tentando se manter firme, no controle.

FLASHBACK ON:

Segurando as mãos de Beatriz, Sidney se aproxima com a esposa, de frente a um berço branco, todo enfeitado. Um bebê aparece dormindo, rodeado por alguns ursos de pelúcia.
Sidney olha para Beatriz, emocionado.

SIDNEY: (Olhos marejados) Quem diria que um dia, nós iríamos conseguir ter um filho?

BEATRIZ: Eu nunca iria desistir sem te dar um filho, amor... E ele é seu, é nosso filho!!

SIDNEY: Obrigado por me fazer o pai mais feliz do mundo!!

Sidney dá um beijo em Beatriz, logo a abraçando. Close nos dois, emocionados, olhando Daniel, ainda bebê, dormindo.

FLASHBACK OFF.


No impulso, Sidney se aproxima da cama do filho, se sentando na berada, logo o fazendo acordar.

DANIEL: (Sonolento) Perdeu outra coisa, papai?

Algumas lágrimas caiam, e automaticamente Sidney abraça Daniel, que sem entender, também abraça seu pai, que chora compulsivamente.

DANIEL: (Estranha) O que tá acontecendo, pai?!

Sidney se solta de Daniel, pegando em seu rosto, o olhando fixamente.

SIDNEY: (Sério/Limpando as lágrimas) Você é o meu filho, tá? Ninguém vai fazer ser o contrário, você sempre será o meu Dan...

DANIEL: Eu sei. E o senhor é o meu pai, não é?

SIDNEY: Seu pai, seu amigo, a pessoa que mais te ama nesse mundo!!

Novamente, Sidney abraça o garoto, emocionado.
Close ao lado da porta, onde Beatriz, não consegue segurar as lágrimas vendo a emoção de pai e filho.

Corte para:

CENA 07 / PRAÇA / INT. / MANHÃ /

Andando de um lado para o outro, Josué se mostra apreensivo, com um cigarro nas mãos. Ao ver Anita se aproximando, ele joga o cigarro ao chão, indo até a mesma.

ANITA: (Estranha) Que isso, Josué?

JOSUÉ: Eu acho que fiz uma burrada... Das grandes!!

ANITA: Burrada você faz todo dia, e cê já sabe o motivo...

JOSUÉ: Só que dessa vez, eu não ferrei a mim, e sim a Aline...

ANITA: (Preocupada) O que você fez?

JOSUÉ: (Abalado) Eu sem nem saber, fiz ela ser presa... Eu juro que não imaginaria.

ANITA: (Assutada) Presa? Você tá de brincadeira, né?

JOSUÉ: Não sou louco de brincar com umas coisas dessas... Aquela pirada lá da Lívia, que tava com o pai dela, veio até mim e me pediu algumas drogas, que precisava no mesmo dia, mas não me disse o motivo. (T) Eu dei... E dei com grandes quantidades que considera ser tráfico!

Assustada com Josué, Anita dá um forte tapa no seu rosto, nervosa.

JOSUÉ: Pode bater, eu tô merecendo...

Anita dá um outra tapa no rosto de Josué, que coloca suas mãos, sentindo dor.

ANITA: (Grita/Nervosa) SEU IDIOTA!! Cê sabia que a Aline tinha problema com essa mulher, que ela sabe de tudo!! Como você faz isso?? (T) Você vai agora até essa Lívia, dizer que vai estragar não só ela, e também se entregar pra livrar a cara da minha amiga!! (T) Cê já ferrou com ela uma vez, eu não vou deixar que faça isso de novo!!

Corte para:

CENA 08 / DELEGACIA / SAÍDA / EXT. / MANHÃ /

Passando pela saída da Delegacia, Lívia para na calçada, conversando com Priscilla pelo Celular.

PRISCILLA: (Cel./Cont.) Mas como ela tava?

LÍVIA: (Cel/Cínica) Tava bem né, tá no lugar que uma drogada deveria ficar... Mas calma, que isso foi só um presentinho. Deixa ela entrar no meu caminho novamente pra ela ver.

PRISCILLA: Que sorte hein, você lá na delegacia, e ela chegando, sendo presa...

LÍVIA: E cê não acha que eu não tava o tempo todo na hora do depoimento pensando que ela poderia chegar algemada a qualquer momento? (Rindo) Meu amor, eu/

Atravessando a rua, neste mesmo momento, um carro em alta velocidade acerta Lívia em cheio, que bate no parabrisa do carro, rodando sobre ele, a atropelando. Close apenas no carro, que não para, acelerando ainda mais, fugindo do local ao virar a primeira esquina.
A imagem vai passando pelo celular no chão...

PRSICILLA: (Cel/Preocupada) Alô, Lívia? Cê tá aí? (T) Amiga, o que aconteceu?

Som ambiente do burburinho se formando na rua, em frente a delegacia, onde a imagem vai se aproximando de uma rodinha, mostrando Lívia, de bruços ao chão, desacordada, com o rosto machucado, após ser atropelada.

Corte rápido para:

CENA 09 / APARTAMENTO / SALA / INT. / MANHÃ /


Folheando uma revista, totalmente desinteressada, Simone muda sua feição, ao ver seu celular tocando, o pegando rapidamente sobre a mesa.

SIMONE: (Ansiosa) Oi, e aí, fez?

Imagens alternadas entre Simone e Fábio, ao lado do mesmo carro que atropelou Lívia, de frente a um precipício.

FÁBIO: Tá feito! Eu fiz a cachorra voar...

Simone começa gargalhar com a notícia dada por Fábio.

SIMONE: (Rindo) Então a vagaba voou? Eu daria tudo só pra ver esse momento. (T) Ninguém te viu, né?

FÁBIO: Claro que não, eu sou safo.

SIMONE: (Sério) Agora, eu faço a minha parte, e você termina de fazer a sua. Entendeu?

FÁBIO: Pô, eu amo tanto essa carro...

SIMONE: Meu amor, saiba que depois disso, cê terá dinheiro pra comprar diversos carros iguais a essa caranga velha, lamba os beiços que cê tá no lucro...

Desligando o celular, a imagem fica em Fábio, que volta para dentro do carro, dando partida. Ele se abaixa, pegando debaixo do banco, uma enorme pedra, onde ele a coloca sobre o pedal de aceleração, puxando o freio de mão, e logo em seguida, se saltando do carro.
Sozinho, o carro vai direto para frente, caindo no mesmo precipício, capotando diversas vezes até chegar ao fundo.

FÁBIO: Adeus, carrinho...

Corte para:

CENA 10 / HOSPITAL / RECEPÇÃO / INT. / TARDE /

Apressada, indo até as recepcionistas, Simone em prantos, finge estar preocupada com algo.

SIMOME: (Fingindo dificuldades de falar/Trêmula) A minha filha... A minha filhinha... Ela foi atropelada agora a pouco, eu preciso saber como ela tá!!

RECEPCIONISTA: Muita calma, senhora. Qual o nome da sua filha?

SIMONE: (Chorando) É Lívia de Souza... Dutra!

A recepcionista confere no computador as informações.

RECEPCIONISTA: Então senhora, ela deu entrada logo que aconteceu o acidente. Pode ir até a ala de emergência, que o médico irá te explicar melhor, tudo bem?

SIMONE: (Cínica) Claro, muito obrigada. Você não imagina o desespero de uma mãe ao saber que a sua filha correu algum risco...

Corte para:

CENA 11 / DELEGACIA / ENTRADA / INT. / TARDE /

Chegando juntos, Renan é Vicente vão direto até um dos policias presentes.

VICENTE: Eu esqueci o meu celular aqui, quando eu tava fazendo o interrogatório. Como faço pra/

MOREIRA: Voltaram rápido, rapazes!!

O delegado se aproxima dos dois, sério.

VICENTE: É que eu deixei o meu celular aqui, e eu preciso dele.

MOREIRA: Então você não tá sabendo da sua irmã, né?

VICENTE: (Estranha) Aline?

MOREIRA: Ela tá presa, por tentar sair da cidade com uma grande quantidade de drogas ilícitas...

VICENTE: Não é possível...

MOREIRA: (P/Renan) E aquela mocinha lá, a Lívia, é a sua irmã, não é? Ela foi atropelada aí, aqui em frente a delegacia.

RENAN: (Assustado) Atropelada? Meu Deus, pra onde ela foi?!

Close em Renan e Vicente, ambos assustados.

Corte rápido para:

CENA 12 / HOSPITAL / EMERGÊNCIA / INT. / TARDE /

Agora, de frente com o médico, Simone tenta parecer mais calma.

SIMONE: Pode falar, doutor, a verdade. Qual a real situação da minha filha?

MÉDICO: Qual é o nome da senhora?

SIMONE: É Carla!

MÉDICO: Então, Carla, a Lívia como a senhora já sabe, foi atropelada. Mas pode ficar tranquila que nada de errado com ela aconteceu. Lívia tá muito bem, já tá sendo medicada, sofreu apenas alguns ferimentos circunstâncias, nada que possa afetar.

SIMONE: (Fingindo alívio) Graças a Deus, doutor... (T) Mas e o bebê, como ele tá?

MÉDICO: É muito triste dizer, mas infelizmente pelo impacto na queda, a sua filha perdeu o bebê.

SIMONE: (Surpresa) Ela perdeu... perdeu o bebê?!

Close em Simone, surpresa ao saber que a Lívia perdeu o bebê, onde a imagem se congela em branco.

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