Divergentes - Capítulo 16

segunda-feira, março 23, 2020


DIVERGENTES


Novela de Raffa Lins


CAPÍTULO 16


CENA 01 / MANSÃO VASCONCELLOS / SALA / INT. / MANHÃ /

A cena volta exatamente quando Beatriz descobre sobre a morte de Joel.

RECEPCIONISTA: (Cel) Senhora, eu sinto lhe informar, mas o Joel morreu, nesta madrugada!

BEATRIZ: (Assutada/Cel) MORREU?! Moça, isso é impossível, eu estava conversando com ele nesta noite... O que aconteceu?

RECEPCIONISTA: Ainda não se sabe ao certo, mas tudo indica que ele tenha bebido muito, e causado um incêndio involuntário. (T) Infelizmente ele não resistiu as queimaduras por todo o corpo!

Ainda em choque com a notícia, Beatriz desliga o celular, voltando à sala, onde ela se senta, sem reação.

BEATRIZ: (Chocada) Não é possível que ele morreu, isso é estranho demais...

LUANA: Quem morreu, mamãe? Eu e o Dan ficamos prepcupados! É alguém importante pra você?!

Beatriz se vira, ainda assutada, vendo Luana ao lado de Daniel, apreensivo, de mãos dadas.

BEATRIZ: (Cel) Desculpe, tenho que desligar agora. (P/Luana e Daniel) Não, não é ninguém importante não. (T) Vamos pra aula?

DANIEL: (Cabisbaixo) Desculpe se eu intrometi na sua conversa, mamãe.

BEATRIZ: Ô meu filho, aqui cê tem carta branca pra tudo, meu amor.

Beatriz se aproxima do filho, o abraçando. Close em Luana, observando o abraço, onde Beatriz a olha, séria.

Corte rápido para:

CENA 02 / MANSÃO DUTRA / BANHEIRO / INT. / MANHÃ /

Passando pelo corredor, Lívia vê Carla, limpando o banheiro. Decidida, ela volta, entrando no banheiro ensaboado. Tomando cuidado pra não cair, Lívia se aproxima de Carla, de costas, esfregando o chão.

LÍVIA: Ei, Carla!

Carla se levanta, ficando de frente para Lívia.

CARLA: Aconteceu alguma coisa, dona Lívia?

LÍVIA: (Nervosa) Para com essa mania boba de ficar falando desse jeito!

CARLA: É apenas o meu trabalho, dona Lívia!

LÍVIA: (Impaciente) Ai, olha, eu não tô aqui pra te falar a forma que você tem que me tratar, mas sim, sobre a Aline.

CARLA: (Estranha) O que tem a Aline?

LÍVIA: O Mauro nunca me disse sobre ela, o que ela fazia, onde estava, a história de vida...

CARLA: Bom, se você quer saber isso, não vai ser da minha boca. Pergunte ao Mauro, talvez ele lhe responda!

Carla volta a esfregar o chão, sem dar confiança para Lívia.

LÍVIA: (Grita/Nervosa) EU NÃO MANDEI VOCÊ VOLTAR A TRABALHAR! (T) LEVANTA... ANDA!

Ouvindo os gritos de Lívia, Carla se levanta novamente, séria.

LÍVIA: Já que você tá fazendo questão de me chamar de "dona Lívia", então responda agora, pra sua dona, o que ela está querendo saber. Ou...

CARLA: Ou?

LÍVIA: Ou eu entro de volta neste banheiro, e faço questão de cair nesse chão molhado. Imagina só, eu quebrando a minha perna, por causa do descuido da empregada, demitindo ela por justa causa, sem direito a benefícios. (T) Ou nós podemos fazer do jeito tradicional, a patroa faz uma simples pergunta, e a empregada responde. (T) Simples, não acha?

Carla encara Lívia, séria, engolindo seco.

CARLA: Aline é filha do primeiro casamento do Mauro, que durou muito pouco, porque logo depois, ele teve um caso com a Simone, que se engravidou do Vicente. Então, ele se casou com a Simone, e alguns dias depois do nascimento do Vicente, a mãe da Aline morreu. (T) Ela foi criada nesta casa por toda sua infância, até se formar no ensino médio. Ela quis fazer medicina, o Mauro pagava a faculdade pra ela, e anos depois, ela desistiu, voltando pra casa. (T) Mais alguma dúvida, dona Lívia?

LÍVIA: (Estranha) Pera aí, por quanto tempo ela ficou nessa faculdade?

CARLA: Acho que uns cinco ou seis anos, mais ou menos.

LÍVIA: E que faculdade era essa?

CARLA: Ah, isso eu não me esqueço, já que ela me escrevia todo mês, cartinhas super fofas/

LÍVIA: (Por cima, Impaciente) Eu não tô nem aí pra isso, qual era a faculdade?

CARLA: Era mais ou menos o Centro Universitário... Tancredo Neves, ou Almeida, não me lembro muito bem. Só sei que era em São João Del Rei.

LÍVIA: Bom saber...

Lívia vai saindo do banheiro, pensativa.

CARLA: (Sussurrando) Por nada, dona Lívia.

LÍVIA: (Estranha) O que você disse?

Carla dá uma pequena risadinha para Lívia, voltando a trabalhar. Respirando fundo, Lívia sai do banheiro.

CARLA: Como sempre, nunca agradecendo...

Corte rápido para:

CENA 03 / RUA / EXT. / MANHÃ /

Andando sem prestar a atenção na rua, olhando para o celular, Renan se esbarra em Vicente, ao lado de sua mãe, Simone.

SIMONE: (Irritada) Ei garoto, olha por onde anda. Tá cego?

RENAN: (Surpreso) Vicente?

SIMONE: Você conhece o meu filho?

VICENTE: (P/Simone) Ele é o filho da Carla, que trabalhava comigo.

SIMONE: (Debocha) Ah, claro, tinha que ser né, tão desastrado quanto ela!

RENAN: (Nervoso) Olha como você fala da minha mãe!

SIMONE: Não gostou, querido?

RENAN: (Sério) Não gostei!

VICENTE: Mãe, para, por favor...

SIMONE: Então da um recadinho pra ela? Diz que ela sempre vai ser uma empregadinha de merda!

RENAN: (Nervoso) Eu vou perder a cabeça se você ofender a minha mãe novamente!

SIMONE: Tá me ameaçando, garoto? Pra isso, cê tem que sair das fraldas primeiro, pra querer bater de frente comigo!

VICENTE: (Grita/Nervoso) CHEGA!!

As pessoas que vão passando por eles, começam a olhar a discussão. Vicente puxa Renan para o lado, ficando a sós, deixando Simone longe da conversa.

VICENTE: (Sério) O que você quer de mim, Renan? Me fala, que a gente acaba isso de uma vez. (T) Eu não aguento mais olhar você, te ver na minha frente, sentir a sua presença, muito menos essa palhaçada que tá acontecendo aqui agora.

RENAN: (Olhos Marejados) Você me beijou, aquilo não foi nada? Depois cê surtou, e saiu do correndo do escritório, e sumiu!

VICENTE: Ainda se lembra disso? Foi um erro, foi o calor do momento, mas isso não vai mais se repetir, sabe por quê? (Direto) Eu não gosto de você, a minha vida é outra agora, e você tá longe de fazer parte dela!

RENAN: (Emocionado) Eu nuca quis que você gostasse de mim. Desde o começo, eu só queria um tratamento igual, como tivemos nos seus últimos dias na Empresa. Você me beijou, bagunçou a minha cabeça, e agora tá voltando a me tratar do jeito que era no começo? (T) Você e aquela mulher ali que cê chama de mãe, se merecem. Dois bostas! (P/Simone, Gritando) VOCÊ É UMA BOSTA DE MÃE E UMA BOSTA DE MULHER!!

Nervoso, Renan sai rapidamente de perto dos dois, apressando o seu passo.

SIMONE: (Grita) VAI CONSOLAR A CHORONA DA SUA MÃE, E MORRA NAS LÁGRIMAS DELA, IDIOTA!!

VICENTE: (Sério) Acabou o circo, Mãe. Vamos embora!

Close em Vicente, abalado.

Corte rápido para:

CENA 04 / EMPRESA DUTRA / ESCRITÓRIO / INT. / MANHÃ /

Renan chega na Empresa, nervoso, passando pela secretaria.

SABRINA: Algum problema, Renan?

RENAN: Muitos problemas, Sabrina, só que vão se resolver agora! (T) Avise ao Mauro a minha entrada, por favor!

Pegando o telefone, a cena se corta para Renan, entrando na sala de Mauro.

MAURO: Queria falar comigo?

RENAN: (Direto) Eu aceito o cargo de consultor financeiro no lugar do Vicente!

Animado, Mauro se levanta de sua mesa, indo cumprimentar Renan.

MAURO: (Feliz) Ô Renan, a melhor notícia do dia! (T) O que te fez aceitar assim, rápido?

RENAN: Eu acredito que sou muito capaz, Sr Mauro, acredito que eu posso dar bons resultados e claro, ser fiel a empresa. Eu pretendo manter minha integridade, e ser quem eu sou!

MAURO: Isso aí, garoto, motivação!

Mauro mostra estar contente com a resposta de Renan, que fica sério, dando um pequeno sorriso.

Corte para:

CENA 05 / SHOPPING / INT. / TARDE /

Andando juntas, Lívia demonstra um nervosismo ao lado de Priscilla.

PRSICILLA: (Cont.) E agora, Lívia, o que cê vai fazer?

LÍVIA: Não sei, mas eu não posso perder tudo assim, por causa daquela garota!

PRISCILLA: Não, nós vamos achar um jeito.

LÍVIA: (Nervosa) Que jeito? Eu tenho até essa noite, só um milagre mesmo!

PRISCILLA: Vamos sentar um pouco...

Priscilla pega nas mãos de Lívia, a levando até um dos bancos do shopping.

PRISCILLA: Vamos recapitular tudo. (T) Sua mãe disse que a Aline é filha do primeiro casamento do Mauro, que depois da mãe dela morrer, foi pra mansão e tudo mais... Ela fez faculdade de medicina, não é?

LÍVIA: Ahan, por uns cinco ou seis anos, sei lá.

PRISCILLA: Aí que tá, biscate. Quem fica numa faculdade de medicina, por todo esse tempo, e desiste logo no final?

Lívia começa a ver sentido no que Priscilla fala.

LÍVIA: Cê tem razão. Mesmo não gostando, não tem um louco que deixe de aguentar mais um ou dois anos, pra se profissionalizar. Tem alguma coisa aí sim...

PRISCILLA: Cê sabe qual era?

LÍVIA: (Animada) Sei, a Carla me disse! (Se Levanta) Pri, eu tenho que ir...

PRISCILLA: Vai logo, nós não podemos perder essa mordomia!!

Corte rápido para:

CENA 06 / MANSÃO DUTRA / QUARTO / INT. / TARDE /
Subindo correndo as escadas, Lívia dá três toques na porta do quarto de Aline. Ao perceber que não há ninguém, ela entra sorrateiramente no quarto, fechando a porta em seguida. Indo direto ao armário, Lívia começa a olhar por debaixo das roupas, na intenção de achar algo. Sem sucesso, ela confere pelas gavetas.

LÍVIA: Onde será que essa cadela guarda as coisas?

Destemida, Lívia vai até a escrivaninha ao lado da cama, abrindo as gavetas, encontrando alguns papéis. Passando o olho rapidamente, ela não vê nada de interessante. Ao deixar um dos papéis cair ao chão, Lívia se agacha para pegar, mas a sua atenção é desviada, ao perceber que debaixo da cama, tem uma mala fachada. Sem pensar, ela puxa a mala, a pegando, colocando em cima da cama. Ao abrir, Lívia se depara com algumas roupas. Estranhando, ela vai tirando as roupas da mala, até que por baixo, Lívia encontra um saco preto fechado.

LÍVIA: O que será que a cadelinha anda escondendo...

Rasgando o saco, Lívia se assusta ao se deparar com várias cápsulas de drogas. Ela começa a ver de perto, sem acreditar.

LÍVIA: (Pasma) Não... Não é possível!!

Lívia dá altas gargalhadas ao descobrir o que Aline esconde. Revirando pela bolsa, ela encontra um papel, da universidade de onde Aline estudava. Se levantando da cama, Lívia pega o seu celular, e copia um número deste papel, fazendo uma ligação, indo até a porta.

Imagens alternadas entre Lívia e uma secretária.

SECRETÁRIA: (Tel.) Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, boa tarde. Com quem eu falo?

LÍVIA: (Cel.) Boa tarde. Eu tô ligando do escritório da Empresa Dutra, por Mauro Dutra, de Nova Era. O senhor Mauro me pediu pra saber se a situação da filha dele, Aline Dutra, já está resolvida?

SECRETÁRIA: Ah sim, claro. Só um momento...

Esperando na ligação, Lívia mostra estar ansiosa, andando pelo quarto.

SECRETÁRIA: Qual o seu nome?

LÍVIA: É Sabrina, também sou secretária daqui!

SECRETÁRIA: Então Sabrina, é aquilo tudo mesmo, o doutor Cézar, responsável pela Universidade, preferiu abafar o caso, para que a mídia não caia matando não só sobre ele, mas também sobre os alunos e os pais. É um caso sério, mas ele preferiu zelar pelo nome da Universidade.

LÍVIA: Realmente, era isso mesmo que eu queria saber, Obrigada... (Desconversa) Podemos falar sem formalidades agora né, de secretária pra secretária? O que esse pessoal tinha na cabeça?

SECRETÁRIA: Nem me fale, menina. Tudo filho de pais ricos, tem tudo o querem, pra se afundarem nas drogas? Tá, se gosta disso, faz longe daqui, mas além de usar na Universidade, também quer comercializar?

Lívia fica surpresa com o que ouve, que mostra estar indignada, falsamente.

LÍVIA: Pois é. Como eu sempre digo, esse mundo de hoje tá perdido! Criminosos surgem assim, de uma hora pra outra.

SECRETÁRIA: Sim, esse povo/

LÍVIA: (Interrompe/Grita) TÔ INDO! (T) Amiga, tão me chamando aqui, adorei conversa com você, vai ser muito útil. Beijos e tchau!

Sem esperar a resposta, Lívia desliga o celular, rindo.

LÍVIA: (Firme) Te peguei, drogada!!

Corte rápido para:

CENA 07 / BECO / EXT. / TARDE /

Fumando um baseado ao lado de Josué, Aline mostra estar convicta no que vai fazer.

ALINE: (Cont.) Eu não vou deixar meu pai se ferrar de novo por causa de mulher.

JOSUÉ: A garota parecia bem louca mesmo naquele dia, chegando querendo destruir tudo.

ALINE: Mas a Carla, a Carla? Mentir desse jeito? Tô muito decepcionada com ela!

JOSUÉ: Talvez ela nem tem culpa. E seu pai também não é santinho não...

ALINE: Então, não tô dizendo que o coroa é santo, mas ele merece alguém melhor!

JOSUÉ: E você, contou pra ele, o motivo da sua expulsão da "facul"?

ALINE: Tá maluco, cara? Nem morta que eu conto isso. Eu não gosto de depender do meu pai, mas eu preciso muito dele. (T) Já basta o Vicente, que roubou cinco milhões da empresa, ele expulsou de casa. Imagina eu, que posso sujar o nome da família publicamente?

JOSUÉ: Cê sabe que eu tô precisando de grana né? Não vai fazer os corre mais não?

ALINE: Tô fora, só vou fazer a última remessa e acabou! Fui seguir essa sua ideinha, que acabei caindo fora de lá! Cinco anos, cara, cinco anos jogado no ralo!
Corte para:

CENA 08 / ORFANATO / CORREDOR / INT. / TARDE /

Caminhando pelo corredor do orfanato, apreensiva, Beatriz é parada por um homem.

HOMEM: Boa tarde senhorita, você é?

BEATRIZ: Beatriz Vasconcellos, e você?

HOMEM: Sílvio Moura, eu sou o investigador da polícia.

BEATRIZ: Ah, sim. (T) Quando eu soube o que aconteceu com o Joel, eu tive que vir aqui, pra saber pessoalmente se era verdade. Como isso pode acontecer.

SÍLVIO: Como isso aconteceu, eu não sei, mas que ele mereceu, isso sim.

BEATRIZ: (Estranha) Como assim ele mereceu?

SÍLVIO: Quando o incêndio da casa foi controlado, eu encontrei um notebook, que incrivelmente estava protegido contra o fogo. (T) Joel era um pedófilo, foi encontrado conteúdos de pornografia infantil, como também, conteúdos próprios. Ele usava este orfanato para atrair algumas crianças, que no fim... Acabariam nestes mesmos vídeos.

Beatriz fica boquiaberta, assutada com o que ouve.

BEATRIZ: (Incrédula) Eu não sei o que dizer... Me desculpe, eu preciso ir!!

Rapidamente, Beatriz se afasta do investigador.
Corte de cena rápido, onde ela desliga o alarme do carro, entrando em seguida.

BEATRIZ: (Chora) Meu Deus, o que tá acontecendo? (Clama) Eu só quero paz... PAZ!!

Corte para:

CENA 09 / EMPRESA DUTRA / ESCRITÓRIO / INT. / TARDE /

Mauro e Sidney conversam.

SIDNEY: (Cont.) Você efetivou ele mesmo?

MAURO: Ele que aceitou. Já tá decidido, Sidney, não tem o porquê voltar atrás.

SIDNEY: Tá botando muita fé nesse garoto...

MAURO: Com razão, Sidney. Ele vai te mostrar a que veio, e você vai se surpreender com ele.

SIDNEY: Espero que do lado bom. (T) Eu falar, não vai adiantar nada mesmo, não é?

MAURO: Exato!

SIDNEY: Mudando de assunto, como que tão as coisas lá, na sua casa?

MAURO: É como se eu tirasse um peso das minhas coisas. A Lívia não é paranoica em relação a onde eu tô, ou o que eu faço. Eu chego, e ela me apoia. O homem quer algo mais que isso?

SIDNEY: Mas a Simone tinha a razão dela pra ser paranoica.

MAURO: Quer defender ela mesmo?

SIDNEY: Só tô te falando, eu não tô errado!

MAURO: Mas isso não interessa... E lá na sua casa, tá tudo certo agora?!

SIDNEY: Tá sim, Luana e Beatriz já se acertaram, e o Dan já tá melhor. Estamos mais unidos que nunca!

Corte para:

CENA 10 / CASA DE CARLA / COZINHA / INT. / NOITE /


Lurdinha, na cadeira de rodas, fica ao lado de Carla, sentada em uma cadeira. Close em Renan, com as mãos para trás, segurando algo.

CARLA: Fala logo, Renan, tá me deixando louca!

LURDINHA: Se você não falar agora, eu mesmo levanto dessa cadeira de rodas, e te dou uns tabefes.

RENAN: (Cabisbaixo) Aconteceu uma coisa...

CARLA: (Preocupada) O que aconteceu?!

RENAN: (Grita/Animado) EU SOU O NOVO CONSULTOR FINANCEIRO DA EMPRESA DUTRA!!

LURDINHA: (Surpresa) Sério?

RENAN: A mais pura verdade!

Renan olha para sua mãe, já emocionada, que se levanta, o abraçando.

CARLA: (Emocionada) Ô meu filho, cê não imagina o quanto me deixa orgulhosa, de conseguir tudo, através do seu suor, e da sua honestidade! Eu amo você...

RENAN: Também te amo, mãe! (T) Mas agora, é hora de comemorar!!

Colocando as mãos para frente, Renan agita um champanhe, animado, o estourando.

LURDINHA: Eu não posso beber, mas essa comemoração, eu não perco! Pega a minha taça, Carla, vamos brindar.

Abrindo o armário, Carla pega três taças, onde Renan serve as três, entregando uma pra cada.

CARLA: (Feliz) A felicidade do Renan, você vai ter tudo o que quiser!!

Brindando, os três mostram estar felizes, animados.

Corte para:

CENA 11 / MANSÃO DUTRA / QUARTO / INT. / NOITE /


Chegando em casa, Aline espirra um spray na boca, para tirar o hálito da maconha. Ao entrar no seu quarto, Aline se depara com Lívia, sentada em sua cama.

ALINE: O que cê tá fazendo no meu quarto?

LÍVIA: Pela manhã, você me fez uma visitinha, ali do lado. Eu resolvi fazer o mesmo, reciprocidade. (T) Você tinha muita coisa pra dizer sobre mim, e pra mantermos o mesmo nível, eu deveria também saber de coisas suas, não acha?

ALINE: (Séria) Sai do meu quarto, e vá fazer o que eu pedi, se não eu conto tudo pro meu pai, sem dó!

LÍVIA: Tudo mesmo?!

Se levantando da cama, Lívia retira o mesmo saco de suas, costas, deixando cair no chão, todas as cápsulas de drogas que Aline escondia.

ALINE: (Pasma) O que é isso? Como você encontrou?

LÍVIA: (Cínica) Debaixo da cama, meu amor? Muito fraca em esconder segredos. (T) Deixa eu te contar uma coisinha, eu também fiquei sabendo do porquê da sua saída da faculdade... Comercializar drogas pros alunos? Seu pai sabe disso? Claro que não sabe, senão você já teria saído daqui junto com o Vicente.

ALINE: (Assustada) Meu Deus, como você sabe disso?!

LÍVIA: (Séria) Enquanto você acha que é esperta, comemorando a sua pequena vitória, eu fiquei aqui, até encontrar o seu lado podre, e bem podre eu diria. (T) (Debocha) O que você queria fazer mesmo, contar pro Mauro as minhas mentiras, de que eu omiti em dizer que a Carla é a minha mãe? Infelizmente ele vai ter uma decepção dupla. A namorada mentirosa, e a filha drogada e criminosa. (T) Você quem escolhe, vou te dar esse poder. Quer acabar com tudo isso, drogadinha?!

Close no rosto assustado de Aline, sendo desmascarada por Lívia, onde a imagem se congela em branco.

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