**Cena01
Cara: O que vocês estão fazendo aqui ? Saiam daqui, vão embora.

Márcia (gritando): Cala essa sua boca, sua vadia.

Clara fica mais assustada ainda com o tom de voz de Márcia:

Clara: Quem você pensa que é pra mandar eu calar a boca ? Você tá na minha casa. Sai daqui.

Márcia: Eu não vou embora antes de você me ouvir.

Clara: Eu não quero te ouvir.

Márcia: Mas você vai me ouvir sim. (T) Como você teve coragem ? Como você foi capaz ?

Clara: Capaz de quê ? De correr atrás dos meu sonhos ?
De tentar uma vida melhor longe de vocês ?

Márcia: Essa sua fuga me trouxe tanto sofrimento, você nem imagina. (Chorando) Você imagina o quanto eu sofri ? Você imagina o tanto que chorei por meus pais não estarem lá comigo me ajudando e me dando o amor que eu precisava ?

Clara: Do que você está falando ?

Márcia (chorando): Nossos pais, eles morreram por sua causa em um acidente de carro que sofremos. Estávamos indo atrás de você quando aconteceu essa desgraça. Se você não tivesse fugido, eles ainda estariam vivos.

Clara começa a chorar:

Clara: Eu não acredito em você, você quer que eu volte. Eu não vou voltar, desista. Eu não sou obrigada a aturar você e essa ganguezinha de merda que veio atrás de você igual a dois cachorros atrás de uma cadela no cio. Eu sempre odiei todo mundo naquela merda de lugar, naquela merda de casa que eu vivia. Eu não vou acreditar em você, desista.

Márcia impõe a voz:

Márcia: Quem mente aqui é você. Você é uma vagabunda que durante a minha vida toda falou que me amava. (T) Cadê o amor ?
A três anos eu não acredito mais nele por sua causa. Porque você foi imatura e cruel com todo mundo que sempre te estendeu a mão. Você tem noção das barbaridades que você cometeu, tem ?

Clara: Eu nunca te amei, nunca amei ninguém. E quer saber, eu não ligo. Tô nem aí pra vocês. Sempre foram um bando de insetos na minha vida. Eles morreram ? Que pena. Eu estou aqui, linda, gostosa e, principalmente, viva.

Ao terminar essas palavras, Clara recebe um tapa de Márcia.
Ela põe a mão no rosto, expressando um semblante de ódio e sentindo o rosto arder.

Clara (com a mão no rosto): Você tá ficando maluca ? Sai daqui. Vai pro inferno, sua cachorra.

E recebe outro tapa. Dessa vez ela cai no chão:

Márcia: Você vai levar a surra que sempre mereceu. Só que dessa vez eu não vou aliviar. Eu vou acabar com você.

Márcia senta em cima de Clara e prende os braços dela debaixo dos seus joelhos, enquanto sua irmã fica se batendo na tentativa de escapar.

Márcia (com ódio): Eu vou te matar, sua maldita.

Márcia dá mais um tapa em Clara, depois outro e mais outro:

Márcia (com ódio): Eu te odeio, sua vagabunda.

Mais outros dois tapas:

Clara (gritando): Sai de cima de mim, sua louca. Baixa.

Márcia: Tá gostando, tá ?

Márcia dá outros três tapas nos rosto de Clara e depois levanta e começa a dar chutes na vilã:

Márcia: Toma vadia, toma.

Mais um chute, mais outro e mais outro:

Márcia: Isso é pra você aprender, sua vagabunda.

Clara (chorando e com o rosto todo machucado): Você me paga. Eu te odeio, sua imbecil. Vai pro inferno você e esses seus amigos idiotas.

Márcia da outro chute em Clara, que geme de dor:

Márcia: Você lava essa sua boca imunda pra falar dos meu amigos. Eles são os melhores do mundo, Clara. Eu aposto que você não tem nenhum. Você é sozinha, sem ninguém. (T) Fica aí na sua solidão, vagabunda.

Natália: Espera.

Natália dá um chute forte em Clara, que geme de dor mais uma vez.

Natália: Pronto, agora podemos ir.

Márcia: Eu espero profundamente que você sofra, Clara. (T) Eu vou dedicar toda a minha vida a isso, a fazer você sofrer como nunca antes.

Márcia, Zeca e Natália saem da casa de Clara, que começa a chorar desesperadamente:

Clara (chorando): Vocês vão me pagar, isso não vai ficar assim.

E fica lá, caida no chão, sentido dor e com o rosto todo machucado.

**Cena02: Otávio está andando pelas ruas. De repente, para uma moto com dois caras em cima e aponta uma arma pra ele:

Bandido1: Bora, mermão. Passa dinheiro, celular, tudo.
Bora porra, tenho o dia todo não.

Otávio (com medo): Calma.

Bandido2: Calma o caralho. Passa essa porra logo.

Otávio dá o seu dinheiro, o seu celular e os assaltantes saem arrancando com a moto:

Otávio: Não acredito nisso.

Otávio senta em um batente e começa a chorar:

Otávio (chorando): Droga.

Ele continua sentado no batente e chorando.

**Cena03: Mauro está sentado no sofá e estranha a demora de Clara:

Mauro: Estranho essa demora da Clara.

Mauro resolve ligar pra Clara, porém ela não atende.

**Cena04: Clara está caida no chão de sua casa, sentindo dor e toda machucada. Ela tenta levantar, porém cai no chão novamente:

Clara começa a gritar sem parar:

Clara (gritando): QUE INFERNOOOOO. Sua maldita. Você me paga, desgraça.

E mais uma vez ela chora, caída no chão:

Clara: Eu vou te matar, Márcia. Me aguarde. Você e os seus malditos amigos vão tudo pro inferno.

Ela tenta levantar mais uma vez e, com muito esforço, consegue. Ela espera ficar um pouquinho melhor, vai até o banheiro toma um banho, veste outra roupa, pega suas coisas e sai.



**Cena05: Mauro está preocupado com Clara. De repente alguém toca a campanhia. É Clara, toda machucada e com olho roxo:

Mauro (assustado): Clara ?
Meu Deus. O que aconteceu com você ?

Clara abraça Mauro, se fazendo de vítima:

Clara (chorando): Foi horrível, Mauro. Horrível.
Um mendigo invadiu minha casa e me bateu. Roubou minha comida, meu dinheiro. Tive que sair toda arrebentada pelo meio da rua até chegar aqui.

Mauro: Meu Deus, que horror. Vem, deita aqui no sofá. Vou pegar um analgésico pra você.

Clara deita no sofá. Samara, que já tinha voltado ao trabalho e informada de que Mariana tinha morrido entra na sala e pergunta se Clara quer algo:

Samara: Você quer alguma coisa ?

Clara (fazendo a "vítima"): Quero. Um suco de maracujá, por favor. Preciso ficar calma. Eu fui espancada, estou muito frágil.

Samara: Vou preparar, com licença.

Clara: Toda.

Mauro volta com um copo de água e um remédio pra Clara:

Mauro: Aqui. Bota o remédio na boca e toma com a água.

Clara faz o que Mauro mandou:

Mauro: Me explica, como foi que isso aconteceu ?

Clara (se fazendo de vítima): Mauro, foi horrível. Eu nunca tinha sido espancada antes. Eu prefiro não relembrar esse pesadelo.

Mauro: Tá bom. Vai deitar um pouquinho. Você precisa descansar depois desse absurdo.

Clara se levanta, abraça Mauro, sobe as escadas e vai deitar.

Mauro: Que mundo perigoso. Nossa, um absurdo sem tamanho.

E suspira.

**Cena06: Márcia, Zeca e Natália estão estão entrando no quarto deles comemorando a surra em Clara:

Márcia (rindo): Vocês viram o jeito que a cachorrinha ficou lá no chão ?

Zeca: Claro, aquela mocreia teve o que mereceu. Merece muito mais, mas eu lavei minha alma com a quela surra digna de novela das nove.

Natália: Queria ter dado uns chutes a mais nela, mas eu adorei.

Márcia: Quero descobrir pra onde ela está se mudando. Ela estava com as malas prontas.

Natália: Deve ter sido pra casa do novo otário que ela vai enganar.

Zeca: Temos que descobrir e parar aquela vagabunda antes que seja tarde.

Márcia: É isso. Vamos descobrir pra onde ela tá indo.
Vamos reencontrar a nossa amiga Joana depois.

Os três se entreolham e sorriem uns para os outros.

**Cena07: Clara está deitada na cama. De repente, Samara bate na porta do quarto:

Clara: Quem é ?

Samara: Sou eu, a Samara.

Clara: Aah, entra, Samara.

Samara entra:

Samara: Com licença, tem um rapaz chamando a senhora lá fora. Ele não disse o nome. Mando entrar ?

Clara: Não, eu vou lá ver quem é.

Clara se levanta da cama, desce as escadas, abre a porta e lá fora vê Otávio. Clara se aproxima do mesmo:

Clara: O que você tá fazendo aqui ? Já não falei pra me esquecer ?

Otávio: O que houve com seu rosto ?

Clara: Não te interessa. Agora me fala, o que você quer ?

Otávio: Eu preciso da sua ajuda, Clara. Eu fui assaltado no meio da rua, me deixaram sem nada. Me ajuda.

Clara: E o que eu tenho a ver com isso ? Você não é nada meu.

Otávio: Eu preciso de dinheiro pra comer. Por favor, me ajuda.

Clara: Vai trabalhar, vagabundo. Me deixa em paz.

Quando Clara vira pra entrar em casa, Otávio segura forte em seu braço:

Otavio: Se você não me ajudar, eu entro lá e faço um escândalo. Aproveito e conto todos os seus podres, tudo o que fez comigo... Sabe, o Mauro adoraria ficas sabendo da cobra que ele anda colocando dentro de casa.

Clara fica assustada com a violência de Otávio.

De repente, um flash branco passa pela imagem, congelando o rosto de Clara, que expressa um semblante assustado.