Castelo de Vidro - Capítulo 16

segunda-feira, outubro 12, 2020

 

Linha PeraPhone oferece:

Ana Maria que estava reclusa, ao ouvir as palavras que saem da boca de Fortunato, de espanto vai tomando ódio em sua face e indignação. A empresária resolve partir para o ataque:


Ana Maria: Mas o que é que você disse? Mas nem morta que eu vou deixar isso acontecer!

Eduardo: Você não tem escolha, Ana Maria! Com todos esses crimes que você cometeu, você ainda tem coragem de-

Ana Maria: PERA LÁ! Tudo isso que eu fiz foi pelo MEU FILHO! Para construir um império pra ele herdar e ter um futuro digno. COISA QUE VOCÊ NÃO FEZ QUANDO QUANDO ABANDONOU A MIM E A NOSSO FILHO AINDA RECÉM NASCIDO! SE TEM ALGUÉM QUE TEM CULPA NO CARTÓRIO É VOCÊ!

Lucas (off): Como… Como é que é?


A câmera tira o foco de Eduardo e Ana Maria e revela Lucas que estava na porta presenciando toda a discussão e que ouviu todas as palavras muito bem. Closes alternados entre todos os que estão presentes na sala.

Castelo de Vidro


NOVELA DE

Gabriel Malifer


COLABORAÇÃO

Gabriel Pretto

Ivette Dorleak


AUTORIZAÇÃO

Web Novelas Channel


Capítulo 16 - Ainda dá tempo?


O CONTEÚDO ABAIXO NÃO É RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS. CONTÉM LINGUAGEM IMPRÓPRIA, CONTEÚDO SEXUAL E VIOLÊNCIA


CENA 01/REAL BRASIL/SALA DE ANA MARIA/INTERIOR/DIA

Continuação imediata do gancho do capítulo anterior. Todos na sala se entreolham tensos. Lucas está perplexo, em choque no local. Ele e Eduardo não param de se encarar. Manoel e Fortunato estão apreensivos com o desenrolar da situação e Helena e Neidinha se olham sem entender nada. Close em Ana Maria, com um sorriso sádico olhando para Eduardo.


Ana Maria (irônica): Por que essa carinha, Eduardinho? Vai continuar omitindo isso do seu filhotinho? Até quando você ia sustentar isso, hein? É um fraco mesmo viu!

Fortunato: Ana Maria…

Manoel: Você está ultrapassando de todos os limites! Se contenha pelo amor de Deus… Olha onde você está chegando!

Ana Maria: O QUE É? Vocês vão continuar a alimentar a mentirada do Eduardo? É muita hipocrisia nessa sala viu… (Revira os olhos)

Fortunato: Você é baixa demais! Só tá fazendo isso pra desviar os olhares de você!


A câmera volta a focar em Lucas com a cabeça baixa e tentando processar a situação.


Lucas: Por favor, Eduardo… Me diz que isso não é verdade!?

Eduardo: Lucas… Eu… (Suspira) Tudo que a sua mãe disse é verdade, mas eu posso te explicar-


Lucas sai correndo aos prantos da sala, Helena e Eduardo correm atrás do mesmo, desesperados. A mídia também vai atrás. Close em Manoel, Fortunato e Ana Maria próximos um ao outro.


Fortunato: NÃO HAVIA NECESSIDADE DISSO, ANA MARIA! OLHA A SITUAÇÃO DEGRADANTE QUE VOCÊ EXPÔS O SEU FILHO!

Ana Maria: EU SEI MUITO BEM O QUE FAÇO! (T) E isso serve para esse garotinho vira um HOMEM! Eu fiz foi um favor pra ele.

Manoel: Você agiu de uma forma tão baixa… Eu tenho vergonha de ser irmão de um MONSTRO feito você!

Ana Maria: Então morra! Assim você não será meu irmão mais. Aliás, é isso que vai acontecer com vocês se não sairem daqui AGORA: A morte. E podem ter certeza que isso não vai sair barato pra vocês.


Ana Maria viras as costas para os dois e se apoia sobre a mesa para pensar. Close em Fortunato e Manoel que saem da sala a passos lentos.


CENA 02/REAL BRASIL/PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO/INTERIOR/DIA

Pelos corredores movimentados, tanto pela mídia quanto por funcionários, da Real Brasil, caminha um Lucas completamente destruído com o que acabou de ficar sabendo. O rapaz caminha a passos pesados e faz de tudo para não encontrar a mídia. Ele limpa as lágrimas e grune de raiva. A vida inteira, ela acreditou que Roberto fosse seu pai. Agora foi lhe revelado que na verdade essa figura se trata de Eduardo. 


Chegando na praça de alimentação, Lucas se senta uma mesa e fica ali. Quieto. Não quer falar com ninguém. Sua expressão é de estresse e desolação. Lágrimas escorrem pelos seu rosto e fazem seus olhos castanhos brilharem. Helena e Eduardo chegam e observam o garoto destruído. Helena olha para o pai do rapaz e faz menção para ele esperar. Ele assente com a cabeça. A moça então caminha em direção a mesa e se senta na frente de seu namorado e segura seu braço, como uma forma de confortá-lo.


Helena (calma): Lucas, não precisas ter medo. Eu to aqui. Eu vou te ajudar.

Lucas (destruído): O que você tem pra ajudar, Helena? Nada vai desfazer essa mentira que me foi guardada durante anos.

Helena: Eu posso te dar conforto ou um braço para chorar.

Lucas (revoltado): Como é que ela pode fazer isso? E na frente de todo mundo ainda? E como ela pode ser desonesta comigo e com o Roberto esses anos todos? 

Helena (tranquila): Ei! Tenta ficar calmo. Não vai adiantar de nada ficar nervoso. E sobre essas mentiras, eu não consigo imaginar como uma pessoa pode ter tamanha desonestidade com a própria família. Mas agora toda a mídia sabe disso. E pode ter certeza que a repercussão dela não vai ser nada positiva. Ela vai comer o próprio pão que amassou.


A mídia chega às pressas na praça de alimentação. Eles estão apressados. Famintos pela informação e por fofocas. Suas câmeras ligadas e os microfones sintonizados. Ao perceber a chegada da mídia, que vai em direção a Lucas, Eduardo decide agir. Ele se enfia na frente do filho para que as pessoas não o flagrem.


Eduardo (indignado): Qual o problema de vocês? Vocês não tem nada melhor pra fazer não? O garoto acabou de receber uma notícia que o abalou e é assim que vocês ajudam? Filmando-o? 

Helena: Lucas, é melhor a gente ir embora pra gente conversar de forma mais privada.


Lucas assente com a cabeça e se levanta com Helena para ir embora. Eduardo fica para tentar deixar a mídia longe de seu filho, mas isso não impede que alguns paparazzis sigam Lucas e Helena.


CENA 03/FLAT DE ROBERTO/SUÍTE/INTERIOR/DIA

Roberto e Renata estão deitados na cama do local, com roupões e com um balde de champagne com duas taças ao lado. Os dois estão assistindo a um programa de televisão que noticia tudo que ocorreu na Real Brasil e todos os escândalos.


Roberto: Finalmente a vagabunda da Ana Maria teve o que merece! Eu esperei tanto por esse dia… Parece um sonho! (Risos)

Renata: Eu também estou super feliz. Não esqueço nunca aquele vexame que ela me fez passar! Mas… Você não tá sentido por conta dessa notícia em relação a paternidade do Lucas?

Roberto: Sendo bem sincero… Não! Eu sempre soube que aquele menino não era meu filho, mas eu assumi a paternidade dele para "ajudar" a Ana Maria. Porém, entretanto, todavia… Depois que nos separamos eu relevei esse assunto, eu nunca me dei bem com o Lucas… Mas nunca quis o mal dele, sabe?

Renata: Entendi… Então, vamos brindar? Porque meu amor, uma Ana Maria derrotada não é todo dia que a gente por aí, né? (Risos) MEU DEUUSSS! Eu vivi por esse dia.


Os dois pegam o balde onde está a champagne e a estouram, espirrando espuma por todos os lados. Eles se beijam e pulam sobre a cama. Logo após, eles colocam champagne nas taças e brindam a comemorar.


CENA 04/VILA CÉU-AZUL/CASA DE BONIFÁCIO/SALA DE ESTAR/INTERIOR/DIA

Bonifácio e Regina adentram ao local. O primeiro fecha a porta do local e encara ela que está parada em meio a sala. Os dois se entreolham por alguns minutos até que Regina toma coragem:


Regina: Pai, eu…

Bonifácio (corta): Pai? Você ainda tem coragem de me chamar de pai? Eu já tô vendo que essa conversa não vai me fazer nada bem…

Regina: Olha aqui… Eu não vim aqui brigar com o senhor! E eu acredito que sabes muito bem qual é o assunto que a gente tem a tratar… Sendo bem clara, eu só quero o meu direito de MÃE!

Bonifácio (surpreso): Como é que é? O que foi que eu acabei de ouvir? Você acha mesmo que tem o direito de se intitular de MÃE? Mãe nenhuma faz o que você fez, Regina! Abandonar duas meninas pequenas sem mais nem menos!

Regina: EU TENHO MEUS MOTIVOS! EU FUI ATRÁS DE UMA VIDA DIGNA E QUE NO FUTURO EU PUDESSE DAR UMA VIDA BOA PARA AS MINHAS FILHAS!

Bonifácio: MENTIRA! Quando você foi embora, você só pensou em si mesma, em momento algum foi pelas meninas! Aí agora quer vir pagar de boazinha, quer vir tirar as minhas netas de mim… Você pensa que eu não sei do seu joguinho sujo, né?

Regina: Eu não vou admitir que o senhor me ofenda dessa maneira! Eu me arrependo muito de algumas atitudes minhas… (Começa a chorar) Mas eu, eu era uma jovem que não media as consequências das minhas atitudes, pai…

Bonifácio (chorando): Eu não consigo entender, Regina… Por quê? (T) Mas, mesmo… Com todos esses erros… Eu não consigo brigar com você e nem te dar as costas!


Closes alternados entre Bonifácio e Regina que estão a derramar lágrimas, a ficha deles caem e eles percebem que finalmente estão juntos e que podem reaproveitar o tempo que perderam juntos. Os dois andam na mesma direção e se abraçam fortemente, não se abraçavam a anos, era um momento tão único para eles. Um laço que havia se destruído pelo tempo, o grande vilão da vida deles.


CENA 05/EDIFÍCIO ROYAL/CASA DE FORTUNATO/SALA DE ESTAR/INTERIOR/DIA

Sentadas no sofá de casa, Eliza e Dorotéia estão assistindo ao noticiário, que relata o escândalo da paternidade de Lucas na Real Brasil. A TV mostra imagens de Lucas caminhando abalado pelos corredores da Real Brasil. Mesmo tendo em vista a situação emocional de Lucas no momento, isso não é motivo para os paparazzis encheram ele de closes irritantes com suas câmeras. Um deles chega perto demais e Lucas acaba lhe dando um empurrão. O paparazzi cai para trás e sua câmera acaba quebrando. Dorotéia e Eliza ficam abismadas com a situação.


Dorotéia (chocada): Pela virgem Maria. O que será que deu na cabeça dessa Ana Maria?

Eliza (preocupada): Não sei. Que mulher mais desequilibrada. E olha que as câmeras pegaram ela diminuindo o próprio filho e mandando aquela moça, que estava certíssima apontando que ela não podia tratar o filho assim, calar a boca. Isso com certeza vai ser usado contra ela.

Dorotéia: Coitado do Roberto. Deve ter criado o filho do Eduardo com tanto amor e agora tem esse choque de saber que o filho não é dele.

Eliza: Coitado do Lucas, isso sim. Recebeu a notícia da pior maneiro possível. Essa Ana Maria me preocupa. O que será que ela vai aprontar da próxima?

Dorotéia: Só deus sabe. Temo que seja algo pior…


Closes alternados entre as duas.


CENA 06/REAL BRASIL/FACHADA/EXTERIOR/DIA

Podemos ver da frente da empresa pelo vidro, seguranças carregando Ana Maria que está se debatendo. Manoel e Fortunato levam algumas coisas dela até a frente, onde todos chegam. Os funcionários soltam Ana, que cai no chão e seus irmãos jogam as coisas dela sobre ela, que grita de ódio.


Ana Maria: VOCÊS VÃO ME PAGAR SEUS INFELIZES, INFAMEEEEEEES!


Ana Maria pega uma pedra que estava ao seu lado e arremessa em direção a um grande vidro, que com a batida da pedra estilhaça, voando cacos de vidro para todos os lados. As pessoas que passam colocam os braços na frente dos rostos e pulam para trás. Ivo chega por trás dela e a puxa, os dois saem correndo dali.


CENA 07/COLÉGIO MARANHÃO/SALA DE AULA/INTERIOR/DIA

Laila está sozinha na sala, ela está com a cabeça deitada em uma cadeira e chora profundamente pelo julgamento e a rejeição que está sofrendo por todos os alunos do colégio. 


A câmera foca na porta, Sara estava passando pelo corredor olhando pelas janelas e ao passar na frente da sala de aula, vê Laila chorando e resolve entrar para ter a oportunidade de se aproximar da irmã.


Sara abre a porta da sala e Laila não vê quem é. Ela dá passos em direção a carteira que Laila está e ao chegar lá toca na irmã. Laila se levanta e elas se encaram. Sara instantaneamente a abraça.


Com aquele abraço, Laila sentiu conforto e carinho, era tudo que precisava. A partir disso ela desaba em lágrimas, colocando tudo que tem para fora. Sara fica feliz, mesmo que Laila não saiba de seus parentescos, de estar próxima dela e de poder a ajudar.



CENA 08/VILA CÉU-AZUL/CASA DE BONIFÁCIO/SALA DE ESTAR/INTERIOR DIA

Na casa do avô de Laila e Nana, Bonifácio e Regina estão sentados na sala de estar tomando um café e conversando. Regina parece um pouco tensa de estar encontrando o pai depois de todo esse tempo, especialmente por conta da quente discussão que tiveram. Bonifácio informou a filha que não é o melhor momento de ver Laila e Nana por conta de recentes acontecimentos. De repente, alguém bate na porta de Bonifácio. É Dorotéia, que veio prestar uma visita ao irmão.


Dorotéia (do outro lado da porta): Boni, abre aqui! Sou eu! A Dorotéia!

Bonifácio: Estou indo!


Regina sorri um pouco mais tranquila quando vê que é sua tia, Dorotéia, que bate a porta. Faz anos que não a vê. Bonifácio pega as chaves da porta, vai até ela e destranca a porta para que Dorotéia possa entrar. A mesma entra.


Dorotéia: Irmão, eu vim aqui pra conversar sobre a La…


Ela pára um pouco quando percebe a presença de Regina na casa. Ela sorri, vai até a sobrinha e a abraça. Regina retribui e faz o mesmo.


Doroteia (feliz): Regina! Ai meu deus, que saudade! Tudo bem com você?

Regina (sorridente): Tô bem, tia. E a senhora?

Doroteia: Também estou.


Ela para de abraçar a sobrinha e muda sua expressão facial para uma mais séria.


Doroteia (séria): Bem, como eu ia dizendo. Eu vim aqui falar uma coisa importante com o Bonifácio. Mas é muito bom que a Regina tá aqui também, pois acho que isso interessa aos dois. Eu fiquei sabendo que a Laila estava mentindo pra amiga dela, a Alice. Parece que as duas brigaram. Ela disse que estava mentindo sobre a origem humilde dela.


Bonifácio e Regina arregalam os olhos, chocados. Bonifácio se desaponta com Laila e se culpa por não ter educado de forma eficiente a garota para que ela não aprontasse esse tipo de delinquência. Regina parece um pouco mais indignada, não aprovando as atitudes da filha mais velha.


CENA 09/COLÉGIO MARANHÃO/CORREDORES/INTERIOR/DIA

É recreio no colégio. Pelos corredores da movimentada e grande escola, caminha Nana. Ela ainda está se sentindo bastante irritada com toda a fofoca feita por Alice em relação a sua irmã, Laila. Nana sabe que não foi legal da parte de sua irmã fazer calúnias em relação a sua humilde origem, mas ela também não aprova fofoca. Ela ainda está bastante irritada com Nina por ter encerrado a amizade simplesmente por ter saído em defesa da irmã. Ela carrega uma caixinha de suco de laranja da marca ‘’Del Monte’’ e uma torrada, ambas compradas da cantina. Nina passa pelo corredor mandando mensagens de texto para suas amigas. Nana sorri maleficamente e não perde a chance de provocar a nova rival.


Nana (sarcástica): Lá vai a metida.


Nina para e respira silenciosamente com raiva. Ela se vira para Nana e a encara com desgosto.


Nina (desgostosa): Tá falando comigo?

Nana (sarcástica): Não, querida. Imagina! Estou falando com o cramunhão.

Nina (frustrada): Olha aqui, se você vai passar os seus dias infernizando a minha vida porque eu fiz frente aos seus ataques mesquinhos contra a minha irmã, saiba que isso só prova que você não tem nenhum caráter aí dentro. Menina mesquinha!

Nana: A Alice não tinha nada que se meter nessa história. Não é problema dela! Isso não lhe dizia respei-

Nina (interrompendo em um tom de irritação): Como não é problema dela se foi a sua irmã que mentiu pra ela e tentou roubar as coisa dela!? Para de averiguar a sua irmã!

Nana: Você que pare de ficar tocando nessa mesma tecla. Você não vê que ela tá fazendo fofoca? Garanto que se eu estivesse fazendo o mesmo com a Alice, reagiria pior.

Nina (enfurecida): Mas isso não justifica a sua postura para sair brigando com a minha irmã só porque ela alertou a todos que a Laila é uma baita de uma falsa.

Nana (irritada): PARA DE CHAMAR A MINHA IRMÃ DE FALSA!


Nana joga a caixa de suco na cara de Nina. A caixa não chega a estourar, mas ela cai no chão e suja a roupa de Nina. Irritada, ela difere um tapa um no braço. As duas começam a se agarrar. Alice, que estava vendo tudo de longe, corre para chamar alguém.


As duas começam a puxar os cabelos uma da outra e a se beliscaram. Ambas estão com expressões de raiva. Pelo estado da briga, todos em volta tem a certeza de que o resultado final não será nada bonito. Eles estão com muito medo de fazer alguma coisa. Para a sorte dos outros, a coordenadora chega com Alice até a cena da briga. A mais velha, com ajuda de alguns outros alunos que decidiram intervir e de Alice, consegue apartar as duas. Ela pega as duas pelos punhos as levas para a coordenação.


CENA 10/MORRO DO SOL/BARRACO VOLTA SECA/INTERIOR/DIA

Em uma barraco abandonado do Morro do Sol, o Barraco Volta-Seca, que no passado serviu para armazenar carga que era transportada por trem, entram e Ivo e Ana Maria. Ana parece estar descontente e enojada com o local. Não é como seu luxuoso apartamento com o qual ela está acostumada. Ivo parece indiferente em relação ao local. O barraco tem duas camas velhas que foram colocadas de forma sigilosa por Ivo no local. 


Ivo (indiferente): Bem...até o escândalo passar, vamos ter de ficar aqui.

Ana Maria (enojada): Só pode ser brincadeira, né?

Ivo: Que brincadeira? Aqui não tem palhaçada alguma.

Ana Maria (reclamando): Tanto lugar melhor pra ficar, você escolhe esse barraco de esgoto a céu aberto?

Ivo (irritado): Deixa de ser ingrata. Pois saiba que é o único lugar disponível para a madame.


Ana Maria suspira em desaprovação, mas decide não reclamar e se senta no chão. 


Ana Maria (descontente): Tá bom...agora vou pensar em o que fazer pra dar o troco neles…

Ivo (preocupado): A respeito disso, é bom você só pensar nisso no momento. Deixe para colocar em prática outra hora.

Ana Maria (confusa): Por quê? 

Ivo: Pois provavelmente você irá para julgamento por tudo o que cometeu. Você não vai querer piorar sua situação.


Ana Maria respira em raiva.


Ana Maria (raivosa): Dá pra parar de piorar meu dia? Obrigado.

Ivo (sarcástico): Não há de quer, madame.


O homem começa a rir da situação e Ana Maria bufa irritada.


CENA 11/PRÉDIO/APT. DE ANA MARIA/SALA DE ESTAR/INTERIOR/DIA

Chegando em casa desolado e profundamente abalado pela mais recente revelação da família Campos Castro, está Lucas. Ele vem acompanhado de Helena, que carrega algumas compras que ela fez na padaria para o namorado. Helena sente pena de Lucas. Isso poderia facilmente acontecer com qualquer nenhum. Mas ela não sabe ao certo como ajudar, pois nunca lidou com situações parecidas. Lucas se sentou no sofá e coloca as mãos sobre os olhos. Ele não chega a chorar. Só está estressado. Helena observa o namorado e se senta ao seu lado, deitando-se em seu ombro. Lucas se acalma e respira fundo.


Lucas (entristecido): Obrigado por ter me ajudado a chegar em casa. Mas acho que já estou dando problemas o suficientes para você por hoje. Você pode ir embora se quiser.


Helena baixa os olhos comovida com as palavras do namorado. Ela suspira e acaricia seu rosto.


Helena (empática): Lucas, você nunca está me dando um problemas. Qualquer pessoa no seu lugar ia ficar desamparada. Mas você não precisa ter vergonha de dizer que precisa de ajuda. Eu vou ficar aqui com você até que você precise. Ok?

Lucas (deprimido): Não seria incomodo?

Helena: Jamais.


Lucas respira aliviado.


Lucas (aliviado): Eu não sei nem como te agradecer.

Helena (sorridente): Você não precisa me agradecer, Lucas. Ver você bem já é recompensa suficiente pra mim.


Helena acaricia o rosto do namorado e enxuga as lágrimas do mesmo. Ele sorri de canto.


CENA 12/MORRO DO SOL/CANTINHO DA MAURA/INTERIOR/DIA

Maura e Socorro acabam de entrar no local, que está sem porta e completamente destroçado por dentro. Tudo no local estava caindo aos pedaços. Maura não consegue conter a emoção e começam a cair lágrimas de seu rosto, Socorro conforta a amiga.


Maura (emocionada): Um lugar que eu construí com tanto carinho, com tanto amor… Acabar assim, criminalmente… Eu lutei tanto, Socorro!

Socorro: Minha amiga… Eu estou aqui pro que der e vier! Nós vamos vencer isso juntas e reconstruir tudo isso com muito suor e muita batalha. A gente perdeu a batalha e não a guerra! Tenha fé!


As duas começam a olhar o local e ver o que precisa ser reparado e o quanto irão precisar gastar com tudo. Uma mulher que mora nas redondezas do local chega apressada para conseguir falar com as duas. Elas se assustam mas vão até a senhora.


Maura: Dona Noêmia? Pois não?

Noêmia: Oi, Maura! Olha eu vim aqui pois há uns tempos atrás, alguns dos moradores das redondezas, se juntaram e compraram uma câmera que estava faltando por essas ruas… Sabe como a criminalidade tá né?

Maura: Sim, sei…

Socorro: Aonde a senhora quer chegar com isso?

Noêmia: Quando teve esse negócio do incêndio, a câmera já estava aqui na rua. E aí eu fui ver as gravações e consegui uma partezinha aqui pra você.


A mulher pega o celular e abre nas filmagens para mostrar o conteúdo a Maura. No vídeo, mostra-se Carlinhos entrando e saindo do local, instantes antes de tudo pegar fogo de vez. Maura e Socorro se chocam com o que acabam de ver…


Maura: Mas pera aí… Esse é o…

Socorro (sem acreditar): Carlinhos…


Closes alternados em Maura e Socorro em estado de choque com a situação, principalmente Socorro que está em um transe emocional.


CENA 13/COLÉGIO MARANHÃO/COORDENAÇÃO/INTERIOR/DIA

O recreio já acabou e todos os alunos já se dirigiram para suas respectivas salas de aula. Nana e Nina ainda estão na coordenação conversando com a coordenadora pedagógica da escola sobre a briga que tiveram durante o intervalo. Ela assinar alguns papéis que esqueceu de assinar antes, prende eles com um clipe de arame e olha para as meninas novamente.


Coordenadora (séria): Meninas, agora que já discorremos sobre o fato desse tipo de comportamento não ser admissível dentre desse colégio, eu preciso que as duas façam um favor. Eu preciso que você ponham um fim, de forma sábia e sensata, nessa briga e fazerem as pazes. Vocês conseguem fazer isso?


Nana e Nina se entreolham com caras feias durante 5 segundos decidindo se devem ou não fazer as pazes. Nana não quer perdoar Nina por ficar a lado de Alice, que estava fazendo fofocas sobre Laila. Já Nina não está disposta a realizar tal ação pelo fato de Nana ter batido nela e discutir com Alice. As duas reviram os olhos para si e olham para a coordenadora.


Nana (séria): Claro...que não. Eu não vou perdoar ela por fica ao lado de uma menina fofoqueira que está querendo prejudicar a minha irmã.

Nina: Com todo o respeito, senhora, mas eu não vou fazer as pazes com ela, não. Ela me bateu sem necessidade e brigou com a minha irmã também sem motivo.


A coordenadora suspira em desapontamento, pois sabe que será difícil colocar um fim nessa discussão.


CENA 14/EDIFÍCIO ROYAL/COBERTURA/SALA DE ESTAR/DIA

Com um sorriso soberano e um olhar de orgulho, Fortunato entra em sua casa. Ele coloca as chaves em seu lugar e tira os tênis para não sujar o carpete. Ele coloca uma pasta sobre a mesa. Eliza percebe a presença do marido e vai comprimenta-lo. Ela o beija na boca e o abraça forte. Ela está feliz em vê-lo. Eliza se livra do amasso e olha para o esposo.


Eliza (sorridente): Senti sua falta. Novidades?

Fortunato (orgulhosas): Muitas. E muitas picantes. Estou prestes a soltar uma bomba! 

Eliza (levemente surpresa): Uma bomba? Sobre o que? Vem aí ou não vem?

Fortunato: Você já vai ver!

Eliza: Já especulo sobre o que seja e não estou gostando nada...


Eliza fica preocupada sobre o que seja e teme. Fortunato se senta no sofá e relaxa, pensativo, prestes a tomar sua decisão final.


CENA 15/PRÉDIO/APT. DE ANA MARIA/SALA DE ESTAR/INTERIOR/DIA

Lucas e Helena estão acomodados no sofá da sala, aos beijos, com um balde de pipoca ao lado e assistindo a uma boa comédia romântica. A campainha toca e interrompe o momento deles.


Helena: Quem será que é?

Lucas: A gente vai descobrir isso agora…


Lucas se levanta de onde estava, Helena joga uma pipoca nele e sorri. O rapaz vai até a porta e gira o molho de chaves abrindo a mesma. Quando a porta é aberta, Lucas se desanima ao ver quem é.


Lucas: Eu não acredito que você teve coragem de vir aqui…


A câmera desfoca de Lucas e foca em quem está do outro lado, revelando Eduardo que está tenso e com medo do rumo que tudo pode tomar. O homem suspira e resolve falar:


Eduardo: Lucas… Meu filho… Me deixa entrar, vamos conversar por favor… Eu posso entrar?


Closes alternados em Helena vendo toda a situação do sofá, apreensiva, em Lucas sem reação nenhuma com a atitude do pai em querer ter uma conversa e em Eduardo tenso.


[A câmera congela em Eduardo]



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