DIVERGENTES

Novela de Raffa Lins

CAPÍTULO 26

CENA 01 / ESCOLA / PORTARIA / INT. / TARDE /

Continuação imediata onde Beatriz é interrompida ao ouvir seu celular tocar. Rapidamente ela o tira da bolsa, se afastando um pouco da diretora, trêmula. Ao ver ser um número desconhecido, ela rapidamente atende.

BEATRIZ: (Cel./Desespera) Alô, quem tá falando?

Imagens alternadas entre Beatriz e um homem, uniformizado, dentro de uma sala.

HOMEM: (Cel.) Beatriz Vasconcellos? A senhora entrou em contato com a gente algum tempo atrás, mandando os dados de uma criança, Luana. Correto?

BEATRIZ: Sim, foi eu. O que tem ela?

HOMEM: Eu vou ser sincero... Luana é um grande perigo, seja aonde ela estiver. Eu sou Antônio Carlos, responsável pela Clínica Psiquiátrica UNC, e a Luana é a nossa paciente desde os sete anos de idade. Mesmo sendo uma criança, ela tem transtornos psicológicos, age por impulso, e pensa que está fazendo justiça. Eu preciso que você afaste ela de todos, porque quando ela acha que é o momento de atacar, ela vai ferir qualquer um...

BEATRIZ: (Apavorada) Meu Deus... Não pode ser...

ANTÔNIO CARLOS: Luana toma remédios controlados, que a mantém calma. Mas desde o dia em que ela conseguiu fugir da clínica, perdemos completamente o contato dela, e não sei como ela conseguiu se reestruturar na sua família. Se a senhora tiver filhos, coloque ele em um lugar seguro... Senão ele corre risco de vida!!

Deixando o celular cair, trêmula e assustada, Beatriz não reage diante as informações recebidas. Dalva se aproxima dela.

DALVA: Beatriz, eu preciso chamar a polícia?!

BEATRIZ: (Assutada) Daniel...

Sem dar ouvidos, Beatriz vai em direção ao seu carro, Dalva também vai atrás, pegando o celular do chão. Beatriz entra no carro, o ligando, mas é parado por Dalva, que fica na janela do carro.

DALVA: (Preocupada) Beatriz, cê não pode sair assim, olha como você tá!! Toma, teu celular tá tocando de novo...

Beatriz pega o celular novamente, atendendo o celular.

BEATRIZ: (Cel.) Quem é?

LUANA: (Cel./Debocha) Não tem o meu número salvado, mamãe?

BEATRIZ: (Grita) CADÊ O MEU FILHO?!

As imagens se alternam com Beatriz no carro, fechando o vidro, deixando Dalva ao lado de fora, e em Luana, focando apenas em seus lábios.

LUANA: O Dan? Ele tá bem, tá dormindo. Cansou, tadinho. Também, andou tanto...

BEATRIZ: Me fala sua desgraçada, aonde ele tá?

LUANA: Eu vou te mandar o endereço, mamãe. Mas, cê alguém vir junto, ou você chamar a polícia, eu e o Dan... Vamos brincar de quem pula de um lugar mais alto. (Ri) Como ele tá descansando, acredito que ele vai querer ganhar esse jogo!

BEATRIZ: (Chora) Por favor, não faz nada com ele... eu te imploro!!

Luana dá uma pequena risadinha, desligando o celular. Beatriz tenta se acalmar, abrindo o vidro da janela.

BEATRIZ: (Aflita) Dalva, tá tudo bem, tá? Acredita que eles foram pra casa, pra me dar uma surpresa?

DALVA: Tem certeza?

Beatriz recebe uma mensagem, vendo ser um endereço.

BEATRIZ: (Choro disfarçado) Tenho... Agora vou me encontrar com eles!!

Corte para:

CENA 02 / MANSÃO VASCONCELLOS / INT. / NOITE /

Chegando em casa, Sidney coloca sua bolsa sobre uma mesa, estranhando a casa silenciosa. Ele começa a andar por ela.

SIDNEY: (Falando Alto) BEATRIZ?! (T) DANIEL?!

LUANA: (Séria) Eles saíram...

De surpresa, Luana aparece no alto da escada, para o susto de Sidney. Ela começa a descer lentamente.

SIDNEY: (Assustado) Cê me mata do coração, garota. (T) Saíram pra onde? E te deixaram aqui?

LUANA: (Se aproximando) É, eles foram na casa da sua mãe. Eu pedi pra não ir, porque estava um pouco cansada, então resolvi ficar...

SIDNEY: (Estranha) Mas ela não me disse nada...

LUANA: Foi de última hora.

SIDNEY: Que estranho... (T) E você, tá com fome?

LUANA: Não, eu tô bem... Vou pro quarto dormir um pouco. (Dócil) A casa é toda sua, papai.

Sidney dá um sorriso pra Luana, indo pra cozinha, que aproveita, sorrateiramente pegando o celular de Sidney da bolsa, e escondendo nas suas costas. Close no sorriso de Luana.

Corte rápido para Sidney, entrando na cozinha, se deparando com uma garrafa de vinho e uma taça ao seu lado.

SIDNEY: A Beatriz me deixou vinho?

Sidney vai indo até a mesa, puxando uma cadeira, e se sentando. Ele abre o vinho, e o coloca na taça, bebendo.
Ao fundo, Luana o observa, silenciosamente.

Corte rápido para:

CENA 03 / CASA / EXT. / NOITE /

Saindo correndo do carro, Beatriz se aproxima de uma residência, onde ela abre o portão, indo de pressa até a porta, a esmurrando.

BEATRIZ: (Grita) ABRE ESSA PORTA!!

Segundos depois, uma senhora abre, se assustando.

BEATRIZ: (Apreensiva) Dona Olga, cadê o meu filho?

OLGA: (Estranha) Ô minha querida, você aqui?

BEATRIZ: (Impulsiva) CADÊ O MEU FILHO?

OLGA: O Dan... Eu não sei. Faz tempo que ele não vem fazer uma visitinha pra vovó...

BEATRIZ: Meu Deus, ela não tá aqui?! (T) DESGRAÇADA!!

Beatriz corre novamente pro carro, pegando o seu celular, e discando para Sidney.

BEATRIZ: (Nervosa) Atende, meu amor... ATENDE!!

"O número para qual você ligou, está fora de área ou desligado"

Beatriz se irrita, dando vários socos no volante. Ela liga novamente o carro, saindo rapidamente. Close em Olga, assustada, sem entender.

Corte para:

CENA 04 / MANSÃO DUTRA / SALA / INT. / NOITE /

Entrando na mansão com algumas sacolas de mercado, Priscilla depara com Lívia, sentada ao sofá, de costas.

PRISCILLA: A drogada já foi?

Lívia vira se para Priscilla, que se assuta ao ver seu rosto pouco machucado.

PRISCILLA: O que aconteceu?

LÍVIA: (Com ódio) A drogada me agrediu... Vagabunda!!

Priscilla vai até Lívia, se sentando ao seu lado.

PRISCILLA: Mas que vadia... Quer que eu vou atrás dela? Eu vou, e acabo com essa piranha com as minhas mãos!!

LÍVIA: Não, não, pode deixar. O que ela fez comigo passa, com ela vai ser pro resto da vida. (T) A sorte dessa biscate, é que ela me pegou disprevinida, senão...

PRISCILLA: Eu sei, eu sei disso. Só tem uns arranhões, coisa básica.

LÍVIA: É, vai passar. (T) Essa cretina até me fez esquecer de te falar...

PRISCILLA: O quê?!

LÍVIA: (Alegra) Eu fiz um investimento na Empresa, coisa grande, três vezes mais... Eu vou fazer aquela empresa internacional!!

PRISCILLA: O que isso quer dizer?

LÍVIA: Mais, mas muito mais grana... Dinheiro que dá pra comprar até essa cidade... Nós vamos por o nosso nome na história desse país!!

PRISCILLA: (Incrédula) Mentira... QUE MARAVILHA!!

As duas se divirtam, na espera de que tudo dê certo.

LÍVIA: (Firme) E depois que eu por a mão nessa grana, ninguém pode nos parar... NINGUÉM!!

Corte para:

CENA 05 / CASA DE ALINE / SALA / INT. / NOITE /

Sentada ao sofá, com uma sacola de gelos no ombro, Aline sente um pouco de dor. Ouvindo os seus gemidos, Vicente chega na sala.

VICENTE: Dá pra ouvir você de longe, o que aconteceu?

ALINE: A vaca me deu um chute no ombro, que eu tô achando que até saiu do lugar.

VICENTE: (Estranha) Que vaca? A Lívia? Vocês brigaram?

ALINE: Eu fui lá né, falar o que tava aqui, engasgado. Eu não poderia perder a oportunidade de dar uma surra naquela vadia, que ela merece.

VICENTE: Aline, cê tá maluca? Se ela te denuncia por isso, você volta pra cadeia.

ALINE: (Cínica) Eu não ligo, Vicente. Só de saber que eu acabei com aquela desgraçada, o que vier depois é brinde!!

VICENTE: (Ri) Uma pena eu ter perdido, iria adorar ver.

ALINE: Não só você, como o pai também. Se ele estivesse vivo, ele que teria esganado ela. (T) E foi principalmente pelo pai. No fundo, eu tenho certeza que foi a Lívia que matou ele... Só pode ter sido ela, a única que saiu bem com essa história toda!!

Close em Vicente, Pensativo.

VICENTE: É, a Lívia...

Corte para:

CENA 06 / MANSÃO VASCONCELLOS / COZINHA / INT. / NOITE /

Dormindo com a cabeça na mesa, com a garrafa de vinho já no final, Sidney acorda aos poucos, com a visão um pouco embaralhada, tonto. Ele olha para o relógio de parede, marcando "22h37".

SIDNEY: (Tonto) Aí que dor de cabeça...

Ele se levanta da cadeira, ainda bem zonzo, se escorando pra conseguir se manter em pé.

SIDNEY: (Grita) BEATRIZ, CÊ CHEGOU?! (T) BEATRIZ!!

Sidney consegue chegar na sala, se sentando ao sofá, pegando sua bolsa de trabalho.

SIDNEY: Cadê o meu celular? (Nervoso) QUE DROGA!!

Vindo da cozinha, lentamente, Luana vai se aproximando de Sidney, com um sorriso no rosto.

LUANA: (Mansa) Papai...

SIDNEY: (Estranha) Luana?

LUANA: O senhor não terminou de tomar o seu vinho...

Close em Luana, esticando a garrafa de vinho.

Corte rápido para:

CENA 07 / CARRO / INT. / NOITE /

Em alta velocidade, Beatriz ainda tenta ligar para Sidney, que continua dando desligado. Ela tenta ligar para o número de Luana.

BEATRIZ: (Histérica) ATENDE SUA CACHORRA, APARECE!!

Uma alta buzina é ouvida, e um caminho vindo de frente em direção ao carro de Beatriz, que no impulso, consegue se desviar, jogando o carro pro lado, que perde o controle, batendo em um barranco, capotando, o fazendo ficar de cabeça pra baixo.
A imagem vai se aproximando de Beatriz, que é segurada pelo cinto de segurança, com a testa um pouco sangrando. Ela retoma a consciência, se soltando do cinto, caindo.

BEATRIZ: (Zonza/Abalada) Droga... Tá dando tudo errado!

Beatriz tenta abrir a porta, mas como o carro tá virado, a porta fica emperrada. Colocando seu pé contra a porta, ela começa a deferir vários chutes no vidro, gritando de dor, até que ele se quebra, abrindo um espaço. Com um pouco de dificuldades, Beatriz começa a se arrastar pelos vidros, passando pela janela, assim saindo do carro.

BEATRIZ: (Dolorida) Ai, ai, ai, ai, meu braço...

Close em seu braço, que também sangra, agora no chão do asfalto. Ela com dificuldades, consegue se levantar.

BEATRIZ: (Apavorada) O que faço... Eu preciso do meu filho!!

Beatriz tira o seu salto, ficando descalça. Ela volta a se aproximar do carro, pegando de dentro da sua bolsa a chave, a carteira e o celular. Beatriz começa a correr pelo asfalto vazio, se distanciando do carro.

Corte rápido para:

CENA 08 / CASA DE CARLA / QUARTO / INT. / NOITE /

Carla coloca o jantar à mesa.

CARLA: (P/Renan) A Lívia não vai achar ruim de você não ter ido hoje?

RENAN: Vai não, aliás ela não entende quase nada do que tá fazendo ali, e não seria possível fazer uma burrada tão cedo. É mais fácil eu achar ruim, do que ela.

CARLA: Da Lívia eu não falo mais nada. (T) Filho, eu tava me perguntando hoje, sobre aquilo... Você se assumiu, forçado, mas foi, e depois não me falou mais nada sobre o Vicente. Vocês estavam se beijando, então tava rolando algo...

RENAN: Naquela vez, tava rolando nada, eu pensei que iria rolar depois, mas ele continua sendo o mesmo babaca que não amadureceu.

CARLA: Infelizmente nem tudo são flores...

RENAN: (Retraído) Mãe, eu gosto dele, de verdade. Mas eu não consigo ver um futuro do lado dele... Ele já me colocou muito medo.

CARLA: Tá falando de quando foi assistente dele?

RENAN: Não, antes disso. (T) Eu achei que nunca iria precisar contar isso, porque pra mim já morreu, mas lembra quando eu cheguei em casa, no dia do meu aniversário...

FLASHBACK ON:

Carla estranha a demora do filho pra chegar até eles, então ela resolve acender a luz.

PESSOAL: (Grita) SURPRESA!!

Todos se chocam ao ver Renan completamente machucado, e cambaleando. Um burburinho começa a se formar. Close em Carla assustada e em Lívia, sem reação.

CARLA: (Perplexa/Assustada) Filho, o que aconteceu?!

Sem responder, Renan chora compulsivamente. Carla olha sua volta, e vê que todos estão olhando, assim, ela vai até Renan, e o abraça, tentando lhe confortar.

RENAN: (Chorando) Me perdoa mãe...

CARLA: (Emocionada) Fica calmo meu filho, a mãe tá aqui...

FLASHBACK OFF.

CARLA: Como vou esquecer o dia que meu filho chegou machucado em casa?

RENAN: Foi ele mãe... O Vicente que me agrediu naquela noite!!

CARLA: (Perplexa) O Vicente? Aquele desgraçado?! (Se levanta) Mas eu acabo com ele!!

RENAN: Mãe, para, já foi!!

CARLA: (Nervosa) Eu sabia que ele tinha um dedo nisso. E eu ainda fiz você trabalhar com ele... Como eu sou burra! (Estranha) Pera aí, tá me dizendo que cê se apaixonou pelo seu agressor?

RENAN: Mais ou menos isso...

CARLA: Renan, acorda! Se ele te agrediu antes, pode agredir depois, e depois, e depois. Ele não é uma boa pra você.

RENAN: Mas mãe/

CARLA: (Por cima) Ele não é uma boa pra você, e eu sei o que tô dizendo. Eu quero que você se afaste daquele rapaz, completamente, e trate de tirar ele da sua cabeça. Esse sentimento não é normal, ainda mais por alguém que já te feriu e vai te ferir!!

Close em Vicente, um pouco abalado com as palavras ditas por sua mãe.

Corte para:

CENA 09 / MANSÃO VASCONCELLOS / SALA DE ESTAR / INT. / NOITE /

Continuação da cena, com Luana segurando a garrafa de vinho.

SIDNEY: Coloca isso pra lá, que a minha cabeça tá zonza...

LUANA: (Dócil) É, eu te entendo papai, deve ser difícil viver assim, sendo traído pela própria mulher, descobrir que o único filho que tinha não é seu de verdade...

SIDNEY: (Estranha) O que cê tá falando?

Luana vai se aproximando do seu pai, sentando se ao seu lado.

LUANA: De como você foi humilhado por todos esses anos, tudo por causa daquela mulher, a Beatriz. Ela te enganou, transou com o seu melhor amigo, só pra ter dar o Daniel. Você não vai perdoar ela, vai?

SIDNEY: (Grita/Nervoso) VOCÊ TÁ MALUCA, GAROTA? (T) Como pode uma menina dessa idade entrar nesses assuntos que não te desrespeita!! Meu Deus, eu não sei se é a bebida, ou eu tô conseguindo enxergar a garota horrível que você é.

LUANA: (Grita) PARA DE ME TRATAR COMO UMA CRIANÇA!!

SIDNEY: (Por cima) VOCÊ É UMA CRIANÇA!! (Se afastando) Não sei quem você é, de onde veio, quase nem sabemos de nada sobre você...

LUANA: (Chora) Papai, não fala assim comigo...

SIDNEY: Não me chama de "papai", que isso tá me dando um ódio!!

LUANA: (Por cima/Fria) O mesmo ódio que te fez matar o Mauro?!

Corte rápido para:

CENA 10 / CAMINHÃO / EXT. / NOITE /

No banco do passageiro, ao lado de um caminhoneiro, Beatriz mostra um grande nervosismo, ainda com o rosto sangrando.

CAMINHONEIRO: Moça, a senhora não acha melhor eu te levar pra um hospital?

BEATRIZ: (Fria) Eu preciso apenas que você me leve de volta pra cidade, é possível?

CAMINHONEIRO: A moça quem sabe...

O homem continua o caminho, a todo momento olhando Beatriz, que limpa suas lágrimas, trêmula.

Corte rápido para:

CENA 11 / MANSÃO VASCONCELLOS / SALA DE ESTAR / INT. / NOITE /

Sidney se assusta com a direta de Luana, sobre seu envolvimento na morte de Mauro.

SIDNEY: O quê?!

LUANA: Eu sei que foi você papai, que saiu daqui, e foi até a casa do Mauro, e o matou!!

Sidney se levanta assustado do sofá, com os olhos vidrados.

SIDNEY: Você...

LUANA: (Fria) Fala, eu quero ouvir os detalhes de como foi. A forma em que você cravou a facada nas costas dele, se ele gritou de dor... EU QUERO OUVIR!!

SIDNEY: (Estressado) CALA A BOCA!! (T) Eu não matei ninguém... Eu não sou assassino!!

LUANA: MATOU SIM, VOCÊ MATOU O MAURO!! É assim que tem que ser, é assim que as coisas funcionam. Por isso, você além de matar o Mauro, tem que matar a sua mulher e o seu filho!! Eu tô aqui pra isso, eu cheguei até aqui pra ver você fazer isso...

Sidney fica assustado, sem reação diante do que ouve de Luana.

SIDNEY: Você é pertubada, é maluca... Eu coloquei um demônio na minha casa!! (T) Eu não matei o Mauro, eu não vou matar a minha mulher, e nem o meu filho, porque eu os amo!! Eles são tudo o que tenho, e se você pensa que isso vai mudar de algum jeito, não vai... NÃO VAI!!

Percebendo que Sidney não caiu no seu papo, Luana muda sua feição, tentando mostrar arrependimento.

LUANA: (Chora) Desculpa papai, eu não queria dizer isso... Eu sou apenas uma garotinha.

SIDNEY: (Grita) PARA, SOME!! (T) Você foi um erro, que eu não vou continuar cometendo. Você vai voltar pra onde você nunca deveria sair, do orfanato!

LUANA: (Em prantos) Não, não faz isso comigo papai, eu/

Luana é interrompida ao ouvir um barulho alto, vindo do andar de cima da casa.

SIDNEY: Quem tá aí? (Grita) DANIEL? BEATRIZ?!

Sidney vai andando em direção à escada, ao ouvir o barulho. Ao colocar o seu pé no primeiro degrau, Luana aparece em suas costas, com a garrafa de vinho na mão, e com toda força, a quebrando na cabeça de Sidney, que instantaneamente cai com o corpo nos degraus da escada, desacordado. Close em Luana, com o olhar fixo em Sidney, com o restante da garrafa quebrada em suas mãos, Luana levanta até o alto a garrafa quebrada, pronta pra acertar as costas de Sidney.

DANIEL: (Grita) PAAAAI!!

De surpresa, Daniel aparece no alto da escada, fazendo com que Luana não acerte seu pai. Ela olha para Daniel, trêmulo.

FLASHBACK ON:

Apenas focando em seus lábios, é a repetição da cena 01, onde ela conversa com Beatriz pelo celular, onde Luana é o foco.

LUANA: Eu vou te mandar o endereço, mamãe. Mas, cê alguém vir junto, ou você chamar a polícia, eu e o Dan... Vamos brincar de quem pula de um lugar mais alto. (Rindo) Como ele tá descansando, acredito que ele vai querer ganhar esse jogo!

BEATRIZ: (Chora) Por favor, não faz nada com ele... eu te imploro!!

Luana dá uma pequena risadinha, desligando o celular.
A cena fica mais ampla, mostrando que a todo momento, Luana estava no quarto de Beatriz e Sidney, sentada ao lado do closet, com as portas abertas, mostrando Daniel dentro dele, desacordado.

LUANA: Obrigado pelo endereço da vovó, Dan, vai ser últil. Agora, tenha bons sonhos!!

Luana fecha a porta do closet, o deixando lá dentro.

FLASHBACK OFF.

LUANA: (Sorrindo) Fica calmo maninho, o papai vai morrer sim, mas o primeiro é você!!