Vale Reler: Escuridão - Capítulo 16 (Últimos Capítulos)

segunda-feira, março 02, 2020



Escuridão - Capítulo 16 (Últimos Capítulos):

**Cena01:
Clara está parada no alto da escada. De repente, Mauro aparece no corredor e vê Clara parada:

Mauro: Clara, que barulho foi esse ?

Clara (fingindo estar chocada): Eu não sei... Eu... Eu cheguei aqui, subi as escadas e ela veio atrás de mim. Depois ela se desequilibrou e rolou escada abaixo.

Ele olha pra sala e vê Samara caída no chão.

Mauro: Droga. Vê se ela está respirando que eu vou chamar a ambulância.

Mauro vai até o quarto e Clara desce as escadas. Ela se abaixa perto do corpo de Samara e confere se ela está respirando:

Clara: Desgraçada, está viva. Espero que fique aleijada.

Mauro aparece e desce as escadas rapidamente:

Mauro: Ela está viva ?

Clara: Está. Já chamou a ambulância ?

Mauro: Graças a Deus que ela está viva. Eu chamei, eles estão a caminho.

Clara (fingindo): Tomara que ela fique bem.

Mauro olha pro corpo de Samara:

Mauro: Fica bem, Samara. Fica bem.

Clara (pensando): Morre, maldita. Morre.

Clara se aproxima de Mauro e toca seu ombro:

Clara: Ela vai ficar bem, ela é forte.

Mauro: Sim, ela vai.

Clara (pensando): Espero que essa desgraçada morra.

De repente, o barulho da sirene ecoa pelo bairro:

Mauro: A ambulância chegou.

Ele levanta e vai até lá fora. Clara fica ao lado de Samara:

Clara: Viu o que você procurou ?
Você ainda estaria bem se não tivesse me ameaçado. Uma velha esperta teria pensado. Mas você... Você é uma velha burra, uma velha que não pensa.

Mauro entra dentro de casa com os socorristas:

Mauro: Ela está aqui, podem entrar. Venham.

Os socorristas colocam Samara em cima da maca:

Clara (fingindo): Ela vai ficar bem ?

Socorrista: Preciso saber o que houve com ela.

Clara: Eu estava subindo as escadas quando ela me chamou. Depois disso, ela subiu pra ir falar comigo, se desequilibrou e rolou escada a baixo.

Socorrista: Vamos fazer exames pra saber se ocorreram lesões graves.

Eles saem da casa levando Samara:

Mauro: Fica aqui, eu vou com eles.

Clara: Mas Mauro, eu quer...

Mauro: Fica aqui.

Mauro sai, deixando Clara sozinha.

Clara (com raiva): Maldito.

Ela anda até o sofá e se senta:

Clara (debochando): Que empregadinha lerda. Me ameaçou e saiu rolando igual a uma cadela tomando sol.

E começa a rir, debochando de Samara. De repente, ela é surpreendida por Juliana:

Juliana: Se divertindo ?

Clara olha assustada pra Juliana, que expressa um olhar vazio.

**Cena02: Zeca chega chorando na pensão:

Natália: Zeca, o que foi ?

Natália vai até o amigo:

Zeca (chorando): A Clara.

Natália: Eu não acredito... O que ela fez com você ?

Zeca (chorando): Ela me falou barbaridades na praça. Ela disse que meu pai traía minha mãe. Disse que ele dava em cima dela e que tinha nojo dele.

Natália (chocada): Que horror.

Zeca (chorando): Por mais que eu queira que fosse mentira, não é. Eu sabia que ele dava em cima das novinhas do bairro. Na verdade, todo mundo sabia, menos a minha mãe.

Natália: Vou te confessar que eu também sabia. Não te contei porque tinha certeza que você iria ficar arrasado.

Zeca (chorando): Eu nunca contei pra minha mãe por medo. Eu tinha medo da minha família se separar.

Natália: Aquela cadela da Clara não tinha o direito de fazer isso. Ela realmente não tem limites.

Zeca (chorando): Eu estou arrasado, me sentindo culpado por não ter dito nada a minha mãe.

Natália: Zequinha, você tinha medo de sua família se separar. Um instinto que todo filho tem, o de não querer uma família pela metade, e sim inteira.

Zeca chora e Natália o abraça:

Natália: Você queria o bem da sua família, não se culpe.

Zeca: Eu fui fraco. Não contei isso pra minha mãe por mero capricho meu. Ela poderia ter sido feliz com outra pessoa. Outra pessoa que a valorizasse, que a amasse, que fizesse dela a rainha que sempre foi.

Natália: Eu entendo a sua revolta com você mesmo, mas se culpar não vai adiantar de nada.

Zeca: Pelo menos eu não vou me enganar mais. Eu sempre vou sentir esse peso, essa sensação de que eu enganei a minha mãe.

Natália: Quem enganou ela foi seu pai. Ele quem fazia essas coisas, você não tem culpa de ter descoberto.

Zeca: A Clara ainda jogou na minha cara que ela morreu por amor.

Nesse momento, Zeca chora compulsivamente.

Natália: Está vendo ? Ela conseguiu o que queria: te atingir.
Se culpar só vai aumentar o peso das palavras dela.

Zeca continua chorando:

Natália: Vem cá, migo.

Natália abraça Zeca forte, que retribui. Os dois amigos ficam abraçados por bastante tempo.

**Cena03: Mauro está sentado em uma cadeira no hospital. Ele espera aflito por notícias de Samara:

Mauro (aflito): Doutor ?

Ele levanta da cadeira e para o médico que está cuidando de Samara.

Mauro (aflito): A Samara está bem ?

Doutor: Os exames ainda estão em andamento. Pudemos perceber que ela bateu fortemente a cabeça durante a queda. Pode ocorrer dela ficar com amnésia.

Mauro (tenso): Amnésia ?

Doutor: Sim, ela pode esquecer de várias coisas, inclusive de pessoas próximas. Tudo vai depender da intensidade da amnésia. Sugiro que se acalme e espere os exames serem concluídos para termos um diagnóstico concreto.

Mauro: Tá bom. Obrigado, doutor.

Doutor: Por nada, vamos torcer pra ela ficar bem.

Mauro: Com certeza.

O doutor sai e Mauro fica aflito.

**Cena04: Clara está assustada olhando pra Juliana:

Clara: Juliana ? Já acordada ?

Juliana (sorrindo): Nossa, meu sono é tão pesado assim ?

Clara: Ué, desde que chegou aqui você só dorme.

Juliana: É por que ainda estou abalada pela morte da Mariana, aí eu fico dentro do quarto e não sinto vontade de sair.

Clara: Você deveria sair mais. Sabe, se divertir e esquecer dessa tragédia.

Juliana: Você tem razão.
Olha, me desculpa pela forma como eu te tratei quando eu cheguei aqui. Me desculpa mesmo.

Clara: Não tem problema, eu te entendo. Não é fácil saber que sua irmã morreu.

Juliana: Sim... É bem pesado.

Clara (pensando): Mas se a minha irmã morresse, eu iria pular de alegria e ainda cuspiria no túmulo dela.

Juliana: Nossa, eu fiquei conversando aqui e me esqueci que acordei por causa do barulho. O que aconteceu ?

Clara: A coitada da Samara. Ela se desequilibrou e rolou escada abaixo.

Juliana: Nossa... Acidentes domésticos são horríveis e fatais.

Clara: Sim. O Mauro foi com ela pro hospital, ela deve estar fazendo exames agora.

Juliana: Que ela fique bem...
Olha, eu vou tomar uma água e vou voltar a dormir. Boa noite.

Clara: Boa noite.

Juliana sai, deixando Clara sozinha na sala.

**Cena05: Márcia chega na pensão. Quando ela entra, dá de cara com Natália e Zeca no sofá:

Márcia: Zeca, porque está chorando ?

Natália: A cadela da Clara disse absurdos sobre o pai dele.

Márcia: Nossa, Zeca...

Zeca está triste.

Ela se abaixa e fica entre as pernas de Zeca.

Márcia: Olha, me perdo...

Zeca: Você não tem culpa de nada. A culpa é daquela cadela sem coração. Foi ela quem me falou essas coisas horríveis.

Márcia: Não se preocupe, migo. Ela vai ter o que merece.

Zeca: Agora mais do que nunca eu quero ver ela no chão. Quero ver a Clara derrotada, pedindo perdão.

Natália: No que depender da gente, isso vai acontecer o mais cedo possível.

Márcia: Eu já dei mais um passo na nossa vingança. Eu consegui. Eu levei o Mauro pra cama e aquela galhuda viu. Ela viu tudo e fez o teatro de corna sofrida dela. Coitado do Mauro, ficou cheio de culpa. Mal sabe ele que recebe chifres e mais chifres na cabeça.

Natália: Queria estar lá pra ver a cara de chifruda da Clara.

Márcia: Ela saiu louca da casa do Mauro. E olha, depois das coisas que eu falei pra ele, duvido ele querer ela mais.

Zeca: Você gostou, não foi ?
Sua safada.

Márcia: Ai Zequinha, não vou mentir. Gostei, gostei muito.
Não sei como aquela piranha tem coragem de enganar aquele homem gostoso.

Natália: Ela sente tesão por dinheiro, amiga. Se ela pudesse, transava com as notas de cem.

Os três amigos riem.

Márcia: Olha, eu vou te contar. Eu me diverti hoje, me diverti muito. E eu já sei o que vamos fazer com ela agora.

Zeca: O que ?

Márcia: Vamos dar um susto na safada.

Os amigos se entreolham e sorriem de forma maléfica.


**Cena06: Mauro está no hospital.  Um médico para na sua frente:

Médico: O senhor que está acompanhando a paciente Samara Jussiane da Silva  ?

Mauro: Sim, ela está bem ?

Médico: Ela acordou. Os exames não dectaram lesões graves, mas a paciente está impossibilitada de trabalhar em um período de um mês. Ela acordou com amnésia por conta da pancada na hora da queda, é normal que ela não lembre de algumas coisas.

Mauro: Eu já posso ver ela ?

Médico: Claro, me acompanhe.

Mauro acompanha o médico até a sala onde Samara está. Ele chega e avista Samara deitada em uma cama. Ele se aproxima dela:

Mauro: Samara ?

Samara: Seu Mauro ? O que aconteceu comigo pra eu estar aqui ?

Mauro: Você sofreu um acidente. Rolou escada abaixo enquanto subia pra falar com a Clara.

Samara: Quando eu vou poder voltar pra casa ?

Mauro: Amanhã... Na verdade mais tarde. Não se preocupe, você vai ficar lá em casa nesse período de atestado.

Samara: O senhor é um homem tão bom, seu Mauro...

Mauro: Oque isso... Você merece toda a atenção do mundo, Samara. Você já me ajudou bastante.

Mauro sorri pra Samara.

**Cena07: Amanhace no Rio de Janeiro. Mauro está entrando em casa ajudando Samara a andar:

Mauro: Isso, senta no sofá.

Samara senta no sofá.

Mauro: Isso.

Samara: Obrigado, seu Mauro.

Clara chega na sala e se assusta ao ver Samara:

Samara: Olá, dona Clara.

As duas se olham de formas diferentes. Clara expressa um semblante assustado, enquanto Samara expressa um semblante alegre.

Samara: Não está feliz em me ver ?

Clara (disfarçando): Cla... Claro que sim!

Mauro: O médico falou que, na queda, ela bateu bem forte a cabeça e ficou com amnésia.

Clara (surpresa): Nossa, sinto muito, Samara. Que você consiga recuperar sua memória logo.

Samara: Obrigado, dona Clara. Eu espero me recuperar logo pra voltar ao trabalho.

Clara (pensando): Eu espero que você perca suas memórias pra sempre, ôh demônia.

E solta um sorriso:

Clara (sorrindo falsamente): Que você fique boa logo. Torço muito por você. Não vou conseguir ficar sem a sua comida maravilhosa.

E solta outro sorriso.

Mauro: Torçemos. Aliás, esqueci de avisar: a Samara vai ficar de repouso por um mês recebendo cuidados. Ela não pode fazer esforços.

Clara (sendo falsa): Nossa, vai ser ótimo. Quero que ela seja bem cuidada, pois ela merece.

Samara: Que isso, gente. Eu só sou uma empregada aqui!

Mauro: Uma empregada muito querida, por isso quero que você seja bem tratada. Assim como todas as empregadas deveriam ser.

Clara (sendo falsa): Concordo.

Clara (pensando): Essas empregadinhas sebosas só prestam pra nos servir, desgraça.

Samara: Espero que eu não esteja atrapalhando.

Mauro: Claro que não está. Eu faço questão de que você passe esse um mês aqui em casa.

Clara (feliz): Eu também. (T) Mauro, com toda essa confusão eu esqueci que hoje é o ultimo dia de gravação. Hoje eu termino a minha primeira novela.

Mauro: Nossa, parabéns! (T) Clara, nós dois precisamos conversar urgentemente.

Clara: Claro, concordo. Quando eu voltar da emissora conversamos.

Ela sai e Mauro fica receoso olhando pro vento:

Samara: Sem querer me intrometer, mas já me intrometendo... O que houve ?

Mauro: Eu não amo a Clara, fiquei com ela por pena. Quer dizer... Não por pena, foi por...

Samara: Pena, eu sei como é. Só que essa pena que você sentiu não foi no sentido de diminuir ela, foi como se você se sentisse obrigado.

Mauro: Isso. Obrigado a aceitar ela pra ela não ficar chateada e nem magoada...

Samara: Olha, vou te dar um conselho. Vai atrás da tua felicidade, não fica pensando se vai magoar alguém ou não. Aposto que em nenhum momento ela pensou se você seria feliz ao lado dela, ela só ligou pra felicidade dela.

Mauro: Mas eu fico meio triste por saber que não posso corresponder. Ainda mais agora que surgiu uma pessoa que faz meu coração bater mais forte. Eu tenho certeza que essa pessoa sente o mesmo.

Samara: Olha aí, essa é a tua chance. Tua chance de ser feliz, tua chance de viver um amor recíproco, um amor de verdade.

Mauro: Você está certa. As vezes nos importamos demais com a felicidade alheia e esquecemos de nós mesmos.

Samara: Não perde tempo pois a vida é curta. Eu já estou velha, não tenho muitos anos pra aproveitar a vida. Já você, você é jovem, tem muito tempo pela frente ainda.

Mauro: Não diga isso. Você pode aproveitar a vida sim. Você é uma pessoa muito especial, iluminada, faz bem a quem te tem por perto. Merece tudo de bom.

Samara: Você tem razão. Todo mundo merece aproveitar a vida com tudo que tem direito. E é isso que eu vou passar a fazer daqui pra frente.

Mauro abraça Samara:

Mauro: É assim que se fala. (T) Olha, a Juliana está lá em cima dormindo, qualquer coisa chama ela. Eu vou chamar uma diarista pra ficar de olho em você e dá um jeito nessa casa. Muito obrigado por me aconselhar.

Samara: Não se esquece do que eu te falei, pense mais em você.

Mauro: Não vou esquecer. Agora eu vou indo pra emissora se não o Cláudio me mata.

Ele e Samaram riem:

Mauro: Fica bem.

Samara: Você também.

Mauro sai, deixando Samara no sofá.

**Cena08: Clara está dentro do carro dela indo pra emissora. Ela pega o seu celular e liga pra um número desconhecido, que atende:


***Ligação:

Clara: Jorjão ?

Jorjão: Quem é ?

Clara: Tá lembrado de mim não ?
Sou eu, a Clara.

Jorjão: Pô, fala aí, Clara. Quanto tempo...

Clara: Não é ? Parece que faz séculos que saí daí.

Jorjão: E aí, tá de boa ?

Clara: Até estava, mas...

Jorjão: Aquela tua inimiga veio atrás de tu ?

Clara: Foi, acredita ? E era justamente sobre isso que queria falar contigo.

Jorjão: Pode falar.

Clara: Eu quero que tu dê um susto na cadela. Quero que ela saiba quem é mais forte nessa história, ouviu ?

Jorjão: Seu pedido é uma ordem. Mas fala aí, quanto que eu vou ganhar pra fazer esse servicinho ?

Clara: Te dou cinco mil, na hora. É pah, puh. Fez, ganhou.

Jorjão: Opa, mais que fechado, lacrado e soldado.

Clara: A maldita conseguiu um papel na emissora, acredita ?
Hoje eu saí mais cedo, pois estou terminando de gravar a novela. Ela provavelmente vai sair umas nove horas da emissora. Aproveita, quero que você sequestre ela e me mande uma mensagem com o endereço do cativeiro. Eu irei inventar alguma coisa aqui e vou ir te encontrar.

Jorjão: Deixa comigo. Se depender de mim, ela já está borrada.

Clara: Ótimo. Sabia que poderia contar contigo. Agora vou desligar, já estou chegando na emissora.

Jorjão: Valeu, Clara. Conta comigo pra fazer esses serviços pra tu.

Clara: Valeu.

Ela desliga.

***Fim da Ligação.

Clara: Agora você vai ver quem manda, Márcia.

Ela estaciona o carro e entra na emissora.

**Cena09: Zeca e Natália estão acordando. Zeca se espreguiça, enquanto Natália boceja:


Natália: Bom dia.

Zeca: Bom dia, miga.

Natália: A Márcia já deve ter saído, né ?

Zeca: Sim, ela já deve estar lá na emissora uma hora dessas.

Natália: Zeca, você sabe da Cacau ? Nunca mais vi ela na pensão.

Zeca: Ela deve estar no quarto dela. Malmente ela sai pra comer. Só saia mesmo pra dar en cima dos machos.

Natália: Nossa, por falar em machos, eu estou com saudades do Bruno.

Zeca: Aquele ali só volta quando a mãe Celeste voltar.

Natália: Como eu queria dar pra ele... Hummm.

Zeca: Natália.

Natália: O que foi ? Queria dar muito amor e carinho.

Zeca ri:

Zeca: Sei. Você é muito safada.

Natália: Ai, migo. E o Cadu, hein ?
O coitado tá necessitado. Porque você não abriga ele na sua caverna ?

Zeca ri outra vez.

Zeca: Natália, para. Não é tão simples assim. Você acha que eu não tenho vontade de agarrar aquele gostoso ?
Mas eu tenho que ser paciente. Quero ele babando mais ainda por mim.

Natália: Acho que é impossível ele babar mais ainda.

Zeca: Vamos tomar café que esse papo me deixou com fome.

Natália: Linguiça de Cadu não se serve pela manhã, migo.

Zeca ri e joga uma almofada em
Natália:

Zeca: Naty, Naty. Sua safada.

Os dois riem.

**Cena10: Márcia está na emissora trocando de roupa pra gravar e Clara a observa, expressando um semblante diabólico. Clara resolve falar com a irmã:


Clara: Trocando de roupa ? Achei que vagabundas trabalhavam peladas, subindo e descendo como se estivessem em uma gangorra.

Márcia: Se você soubesse o tamanho do meu ódio você não viria me tirar a paciência.

Clara: Está sem paciência ? Que bom. Porque apartir de hoje, você não terá mais paciência pra perder. E se eu fosse você, não mexeria mais comigo, sua cachorra.

Márcia: Desgraçada. Tá feliz ? Feliz com o par de chifres que levou, galhuda ?

Clara ri:

Clara: Pensa que eu me abalei com aquilo ?
O par de chifres que ele levou foi maior ainda. Ainda por cima o otário está sendo enganado de todas as formas.

Márcia: Realmente, você merece tudo de ruim na sua vida.

Clara: Que isso. Desejando mal ao próximo ? Não pode, maninha.

Márcia (com raiva): Vai pro inferno, quenga.

Clara: Por que você tá com raiva, hein ? Foi porquê eu não me abalei com aqueles chifres ? Ou será que foi pelo seu amiguinho ?

Márcia fica com mais ódio ainda:

Clara: Aaah, que isso. Aquele viadinh...

De repente, Márcia dá um forte tapa em Clara:

Márcia (com ódio): Você lava a sua boca pra falar do meu amigo. Já não basta as coisas que você falou pra ele ?
Comigo é diferente. Eu posso te bater, posso te espancar aqui mesmo.

Clara (com a mão no rosto): Maldita.

Márcia: Diz que duvida.

Clara fica parada, com a mão no rosto e sentindo medo:

Márcia (gritando): Duvida, desgraçada.

Clara continua parada, com a mão no rosto.

Márcia: Covarde.

E sai, deixando Clara sozinha.

Clara (sentindo ódio): Você vai ver quem é covarde, maldita.

**Cena11: Anoitece no Rio de Janeiro. Márcia está saindo da emissora. Ela anda até o ponto de ônibus:


Márcia: Espero que esse ônibus não demore.

A rua está pouco movimentada. Ela para no ponto e espera o ônibus.

Márcia: Preciso de um carro.

De repente, um homem aparece e a segura por trás, tapando sua boca com a mão:

Homem: E então, vamos dar uma voltinha com o papai aqui ?

Márcia expressa um semblante de pavor e medo. A moça pensa no pior enquanto está nas mãos do homem desconhecido.

De repente, um flash branco passa pela imagem, congelando o rosto de Márcia, que expressa um semblante de pavor e medo.


2020

You Might Also Like

0 Comments

Popular Posts

Total de visualizações de página

Translate

ONLINE

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *