O Sentido da Vida - Capítulo 04

sexta-feira, fevereiro 07, 2020


Se o seu Boy não te liga nenhuma, então está esperando o quê? Compre já um jovem do convento para ter uma noite excaldanti, a fim de evitar de ganhar um par de chifres. Não fique sentada, mulher! Quem não quer um Boy Safadão, que quer te levar aos céus?


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Ocorre uma passagem de dois dias após a última cena do capítulo anterior.

CENA 01/CEMITÉRIO/INTERIOR/TARDE/

Cena Clareia- No cemitério, decorre o funeral de Verônica. Nele estão presentes alguns parentes da mesma, Patrícia, Felipe e Valéria que olham para o caixão dela. Felipe aproxima-se do caixão e chora desolada mente sobre ele. Valéria abraça-o. Patrícia, que está mais afastada, pega em um lenço e limpa as suas lágrimas, colocando os seus óculos escuros no seu rosto. Os três (Patrícia, Valéria e Felipe) caminham à frente dos demais presentes, carregando o caixão com a ajuda de alguns amigos. Close nas pessoas seguindo Felipe.



CENA 2/MANSÃO MONTENEGRO/COZINHA/INTERIOR/TARDE/

Fred não comparece ao funeral e senta-se na mesa da cozinha e pega em uma maçã vermelha. Em seguida, ele morde-a. Luísa chega à cozinha e pega um copo de água, ficando de costas para ele. Ela pousa o copo e vira-se para a frente e assusta-se ao vê-lo.

FRED: Calma! Não sou fantasma para dar susto, garota!

LUÍSA: Me perdoe, senhor! É que eu pensei que todo mundo tivesse vindo ao funeral daquela mulher, a Verônica!

FRED: (nervoso) É que eu… não era muito chegado a ela…

LUÍSA: Achei essa morte um pouco estranha, mas a polícia acredita que ela escorregou do prédio e caiu por descuido. Por isso, eles não vão abrir nenhuma investigação da morte dela.

FRED: (morde a maçã/tenso) Sim… é provável… já me diziam que essa mulher era uma atrapalhada…

LUÍSA: Atrapalhada? Talvez ela não viu por onde pisou e/

FRED: (corta) Espera! Desde quando a criadagem tem o direito de opinar acerca dos assuntos dos patrões? É só dar uma migalha para um pombo, que ele pensa que vamos dar a bolacha toda…

Luísa abre a boca, espantada e aproxima-se dele.

LUÍSA: (incrédula) O quê? Mas agora as pessoas não podem dar opinião sobre nada? Você pensa o quê, hein? Pensa que só por ser uma empregada, que eu não posso falar de nada!

FRED: (levanta o tom de voz) E quem você pensa que é para me falar desse jeito, garota?

LUÍSA: Sou provavelmente a única pessoa que tem a coragem de falar na cara das pessoas, sem omitir a minha opinião… E não pense que eu vou abaixar a cabeça, porque não é você e nem ninguém que me vai calar, entendeu?!

Fred arregala os olhos ao escutar a última frase proferida por Luísa. A maçã, que estava pousada na mesa, rebola e cai no chão. Ele continua olhando estupefato para ela. 

***FLASHBACK ON***

1999/MANSÃO DOS MONTENEGRO/SALA/INTERIOR/DIA/

A cena fica com um tom azul claro para diferenciar as diferentes épocas. Na sala da mansão, Valéria está discutindo com Silvia, em frente de Patrícia e Frederico.

VALÉRIA: (grita) Eu não vou permitir que você tenha uma filha com aquele empregadinho, Silvia!

SILVIA: O quê? Mas você pensa que é minha dona para estar falando do que devo ou não devo fazer? Eu sou sua filha, e não o seu brinquedo!

PATRÍCIA: Mamãe, pare com isso! A Sílvia não pode se enervar! Ela está/

VALÉRIA: (corta) Pouco me importa o estado que a sua irmã se encontra, Patrícia! Eu não quero a minha filha enrolada com um interesseiro qualquer!

SILVIA: (grita) Eu já estou farta que você tome as decisões por mim! Eu estou CANSADA! Cansada de me comportar como uma filha perfeita, quando eu estou muito longe de o ser! EU NÃO QUERO SABER DO QUE VOCÊ PENSA! EU VOU TER ESSA CRIANÇA QUER VOCÊ QUEIRA OU NÃO! (Baixa o tom de voz) E não pense que eu vou abaixar a cabeça, porque não é você e nem ninguém que me vai calar ou decidir o que faço na minha vida, entendeu?!

Silvia afasta-se da mãe e sai da sala, dirigindo-se à porta principal. Ela está prestes a abrir, mas Valéria levanta-se do sofá.

VALÉRIA: Sílvia!

Silvia olha para a mãe e encara-a de longe.

VALÉRIA: Se você sair por essa porta, você não volta a colocar os pés aqui!

Sílvia fecha os olhos e volta a abri-los. Em seguida, ela dá um forte suspiro.

SILVIA: Eu prefiro sair daqui, e sabe porquê? (T) Porque eu sei que a minha será muito bem criada longe de você! Aliás, acho que era isso que eu preferia!

Ao ouvir aquelas palavras, várias lágrimas escorrem pelo rosto de Valéria.

VALÉRIA: (grita/nervosa) SAIA DAQUI! E NUNCA ME APAREÇA MAIS NA MINHA FRENTE SUA INGRATA!

Indiferente ao que Valéria fala, Silvia sai da casa com um olhar de desprezo. Close na porta se fechando.

***FLASHBACK OFF***

Fred senta-se em cima de uma cadeira, com um olhar sinistro. Ele fica nervoso e Luísa aproxima-se dele.

LUÍSA: Você está se sentindo bem? Quer que eu traga algo para acalmar!

FRED: (tenso) Não… eu quero ficar sozinho… por favor…

Luísa acena com a cabeça e sai da cozinha. Fred olha para ela se afastando e respira fundo. Ele coloca as mãos na cabeça.

FRED: (para si) Essa garota… como é possível ela me fazer lembrar tanto dela?

Close em Fred olhando para a maçã caída no chão.

CENA 3/CASA DE PRAIA/SALA/INTERIOR/DIA/

Silvia está agarrada ao celular andando em círculos pela sala. Marília desce as escadas e aproxima-se dela.

MARÍLIA: Você precisa de se acalmar, querida! A Luísa vai aparecer!

SILVIA: (ansiosa) Aí, Marília! Eu tenho medo do que possa ter acontecido com a minha filha… ou o que ela pode ter feito...

MARÍLIA: Você já experimentou ligar para o celular dela?

SILVIA: Já, mas está desligado! E agora, Marília? Como vou encontrar Luísa, se nem tenho qualquer pista acerca do paradeiro dela?

MARÍLIA: (senta-se no sofá) Só existe um único lugar, onde a Luísa poderia ter vindo!

SILVIA: (aproxima-se dela) Onde? Já procurei ela por todos os lados e nada! É como se fosse encontrar uma mosca no meio do escuro!

MARÍLIA: Não em todos! (olha para a janela) O único lugar que você jamais poderia entrar!

SILVIA: (senta-se junto dela) Do que está… (refletindo/abrindo a boca) Não! Ela não pode ter ido para lá!

MARÍLIA: Sim, Silvia! É muito provável que a Luísa esteja na casa da Valéria Montenegro...

SILVIA: (levanta-se) Mas isso é uma loucura, meu Deus! Mas se foi para lá, também como é que ela conseguiria entrar naquela casa?

MARÍLIA: Aquela mulher é demônio em forma de gente, Silvia! A toda hora ela despede uma empregada. Não deve ter sido uma tarefa difícil, não acha?

SILVIA: Nós temos de investigar isso, Marília, mas o Pedro não pode saber de nada! O mais certo que ele faria, seria tirar a Luísa daquela maldita casa!

MARÍLIA: Pode deixar. No que depender de mim, ele não saberá de nada!

Marília levanta-se e dá um beijo na testa de Silvia. As duas abraçam-se fortemente, olhando para cima. Close.

CENA 4/AP MEG/SALA/INTERIOR/TARDE/

Meg está com dois pepinos cobrindo os seus olhos. Em seguida, ela tira os mesmos e coloca em cima da mesa. Hugo dirige-se para o local sem camisa, estando vestindo com uns calções. A mulher vira-se para o lado e encontra o homem. Ela arregala os olhos.

MEG: (gagueja) O que … o que … você está fazendo… assim?

HUGO: Ue, fazendo o quê?

MEG: Você está pelado, garoto ou vai me dizer que agora é moda estar nesses preparos em casa.

HUGO: (olhando para si mesmo) Me desculpe! É que o André saiu e pensei que não tinha ninguém em casa, mas se a senhora quiser, eu posso me trocar rapidinho!

MEG: (olhando para ele de cima a baixo) Não. Você também vive aqui em casa. Não teria sentido algum você não se sentir à vontade.

HUGO: Obrigado, dona Meg! (Olha para o rosto dela) A senhora está se sentindo bem?

MEG: Estou. Porque pergunta?

HUGO: Nada, não! É que a senhora parece um pouco suada, sabe?

MEG: Deve ser impressão sua!

Hugo olha para o relógio pendurado na parede.

HUGO: Bom, eu vou indo para o quarto terminar a minha tese para a faculdade. A gente se fala mais tarde.

Meg acena com a cabeça com um leve sorriso. Ele vai embora, dirigindo-se para o quarto. Ela pega em um pano, que estava pousado em cima da mesa, e limpa o seu rosto.

MEG: (para si) Mas o que foi isso, Meu Deus? Os anjos abalaram a terra com esse corpo?

Meg coloca o pano no sítio e liga um ventilador. Ela deita-se no sofá e começa a Olhar para o teto. Close.

CENA 5/MANSÃO DOS MONTENEGRO/SALA/INTERIOR/TARDE/

Valéria chega à mansão e atira a sua bolsa para o cadeirão da sala. Luísa passa no local e a mulher repara.

VALÉRIA: Luísa? Pode chegar aqui perto?

LUÍSA: (aproxima-se dela) Me perdoe, dona Valéria! Não tinha reparado que a senhora já tinha chegado!

VALÉRIA: Pode se sentar, por favor! (Luísa senta-se de frente para a mulher) Você já terminou todas as suas tarefas?

LUÍSA: Já, sim! Eu estava agora confirmando se o escritório já estava limpo, mas pode falar...

VALÉRIA: Ótimo. (Valéria pega em um tabuleiro de xadrez, que estava pousado em baixo da mesa) Gosta de jogar xadrez?

LUÍSA: Adoro! É o meu jogo de tabuleiro favorito!

VALÉRIA: (sorri) Ainda bem! Mas só que este jogo será seguido com uma regras um pouco diferentes.

LUÍSA: Como assim?

VALÉRIA: Se você conseguir eliminar uma peça do jogo, você terá direito a uma pergunta por cada uma. E se eu conseguir eliminar uma peça sua, você já sabe o que eu farei...

LUÍSA: (olhando para o tabuleiro) Entendi… uma espécie de verdade ou consequência, mas sem as consequências...

VALÉRIA: Que bom que você me entende, Luísa! Desde o primeiro minuto que eu te vi, sabia que você tinha algo de diferente… (ela coloca as peças brancas do seu lado, deixando Luísa com as pretas) Espero que esteja preparada para responder às minhas dezoito questões, porque eu não sou pessoa fácil de ser vencida...

LUÍSA: Eu gosto de um bom desafio. Principalmente quando os nossos adversários, nos colocam obstáculos… interessantes…

As duas trocam um leve sorriso e começam a mover as peças. De longe, Patrícia observa as duas desconfiadamente e sobe as escadas. Close.

CENA 6/MANSÃO DOS MONTENEGRO/QTO FRED/INTERIOR/TARDE/

Fred está lendo um livro deitado na cama. Ele pousa o mesmo no criado mudo e levanta-se. Ao mesmo tempo, Patrícia entra no quarto pensativa. Os dois se encaram.

FRED: Olha, Patrícia! Se é para a gente voltar a discutir, pode esquecer, porque estou sem cabeça para isso…

PATRÍCIA: Eu não vim brigar, Fred! Eu só queria conversar com você sobre uma coisa!

FRED: Sobre o quê?

PATRÍCIA: Você já reparou que a minha mãe está um pouco diferente desde a chegada dessa Luísa? Ela mudou… não sei... parece que tem algum fascínio por ela, sei lá!

FRED: Você também reparou? A sua mãe até parece uma nova mulher… Nem parece aquela mulher arrogante e amargurada! (Aproxima-se do espelho) Mas também tem algo de diferente na Luísa!

PATRÍCIA: Diferente como?

FRED: Só um cego é que não quer ver, Patrícia! Essa garota desde que chegou mudou essa casa. Ela tem sido um grande apoio para o seu filho na morte da Verônica! Mas só tem um único problema…

PATRÍCIA: Que problema?

FRED: Eu não sei… mas cada vez que olho para ela, é como se estivesse a reviver certas memórias do passado.

PATRÍCIA: Que tipo de memórias?

***FLASHBACK ON***

1998/MANSÃO DOS MONTENEGRO/QRO SILVIA/INTERIOR/TARDE/

Fred e Silvia estão tirando as suas roupas e beijam-se de imediato. Ele fica de cueca e deixa a mulher totalmente nua, beijando os seus seios. Os dois deitam-se na cama e os dois sorriem com tesão.  Silvia tira a cueca de Fred e os dois iniciam um sexo oral. Close.

***FLASHBACK OFF***

Continuação da cena 6. Patrícia aproxima-se do marido.

PATRÍCIA: De que recordações você está falando, Fred?

FRED: Nada, não. Esquece! São coisas da minha cabeça…

Felipe bate à porta e entra no quarto.

FELIPE: Posso entrar? Me desculpem interromper, mas gostava de falar com você, mãe!

PATRICIA: Claro, filho! Vai indo para o seu quarto, que a gente já conversa.

Felipe acena com a cabeça e sai do local. Patrícia olha para o marido com um olhar tenso e também sai do quarto. Fred vai em direção do banheiro que está dentro do quarto. Ele começa a tirar a sua roupa, ficando só de cueca preta. Em seguida, ele se olha no espelho e suspira. Close.

CENA 7/AP MEG/COZINHA/INTERIOR/FIM DE TARDE/

Na cozinha, Meg vai na geladeira. Ela tira um pudim de framboesa e coloca o mesmo em cima da mesa. Hugo aparece no local.

HUGO: Dona Meg, o André Acabou de me ligar para avisar que não vinha jantar hoje! Parece que seremos nós dois e a sua irmã.

MEG: A Nathalie me avisou que ia jantar fora, porque estava a resolver alguns assuntos na empresa! Então, parece que somos nós dois!

HUGO: Bom, eu vou preparar algo para nós dois. Mas eu gostaria que você fosse para a sala. Quero que seja surpresa.

MEG: (sorri) Tudo bem! Ansiosa por essa surpresa!

Hugo começa a Olhar para os legumes deixados em cima da mesa e começa a pensar no que vai preparar. Meg olha para ele e volta a aproximar-se do rapaz.

MEG: Hugo?

HUGO: Oi?

MEG: No princípio, achei que você não fosse uma boa influência para o meu filho, mas agora, acho que consigo compreender o motivo da vossa amizade ser tão forte. Você é uma pessoa incrível e inicialmente te  julguei um pouco mal. (Tempo) Será que poderíamos recomeçar tudo do zero e ser amigos?

HUGO: Nossa, Dona Meg! Eu gostaria muito.

MEG: Dona, uma ova! Só Meg. 

Os dois sorriem um para o outro e ela sai da cozinha. Hugo pega numa faca e começa a descascar as batatas. Close.

CENA 8/MANSÃO DOS MONTENEGRO/SALA/INTERIOR/FIM DE TARDE/

No decorrer da tarde, Valéria e Luísa estiveram num jogo com uma disputa bastante difícil entre as duas. A CAM foca no tabuleiro com apenas duas peças brancas (rei e rainha - Valéria) e cinco peças pretas (rei, rainha, duas torres e um cavalo - Luísa).

VALÉRIA: (olhando concentradamente para o tabuleiro) Tenho que reconhecer que você é uma ótima adversária, Luísa!

LUÍSA: (sorri) Mesmo que uma de nós ganhe, acho que foi um jogo bastante justo. 

VALÉRIA: Apesar das perguntas terem sido um pouco desinteressantes, acho que deu para a gente saber mais coisas sobre nós duas.

LUÍSA: Às vezes as perguntas básicas e desinteressantes, são a base para as perguntas complicadas que podem surgir...

VALÉRIA: Como assim?

Valéria move a sua rainha branca para a frente e, sem perceber, fica na diagonal da rainha preta.

LUÍSA: O que eu quero dizer, é que as pessoas devem sempre esperar pelo momento certo e pela hora certa de saber as coisas…. Às vezes, devemos esperar sempre… (ela move a rainha preta na diagonal e elimina a rainha branca, deixando o rei branco sozinho e encurralado) … pelo golpe final…

Um silêncio instala-se na sala e as duas encaram-se.

VALÉRIA: (impressionada) Você conseguiu chegar ao xeque-mate… Nenhuma pessoa até agora conseguiu isso numa partida contra mim...

LUÍSA: E agora?

VALÉRIA: Agora, como você foi a primeira pessoa a me derrotar, você terá direito a me fazer três perguntas… pode perguntar sobre qualquer coisa...

Luísa olha para o tabuleiro, mais concretamente, para a peça do rei branco. Valéria encara-a, esperando pelas três perguntas. Luísa sorri para a peça e retribui o olhar a Valéria. A cena escurece.

Realização


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