Más Intenções - 01x11

quinta-feira, janeiro 30, 2020



Capítulo 11
(Pega fogo cabaré)

Cena 1/ Cemitério/ Exterior/ Manhã.
Todos os personagens presentes no enterro de Genésio, porque não temos verba para contratar figurantes pra cena.
                                                  
Alguns choram, outros choram de mentira só pra representar. Close em Teresa. Esta sim chora de verdade, chora muito pela perda do seu querido pai. Ela é consolada com Vicente que está com uma feição de tristeza estampada no rosto.

Rodolfo está mais afastado, ao lado de Lara. Ele começa a se lembrar do dia em que assassinou o próprio pai, injetando sopa na veia dele. Lembra-se quando o corpo de Genésio começou a tremer e sua pressão subiu rapidamente após a sopa estar misturada com seu sangue. Com isto, Rodolfo, ainda vestido de enfermeiro, teve que deixar o CTI as pressas. Com a ajuda de Felipe, ele conseguiu se safar. Rodolfo tenta disfarçar sua presença no local, se mantendo atrás de outras pessoas para não ser visto por Vicente. De longe, Rodolfo o observa.

Vânia olha pro caixão descendo no buraco (não esse tipo de buraco). Um olhar frio, gélido, do tipo “já vai tarde coisa ruim, vai pro inferno”. Ela se recorda rapidamente do dia em que foi visitar Genésio no hospital, falar com ele pela última vez. Lembra dos médicos correndo até o CTI, ao receberem o chamado do homem tendo convulsões.

O padre faz o seu discurso em off (não vou escrever o discurso, pois estou com preguiça).

César observa toda a cerimônia fúnebre de longe, bem afastado de todo mundo, sem ser visto. Ele chora amargamente, pois sente uma parcela de culpa pela morte do pai, e por nunca ter conseguido perdoá-lo. Camila está ao lado dele. Ao vê-lo muito abalado, ela toca em seu ombro.

CAMILA: Amor, é melhor a gente ir embora.

César consente com a cabeça e decide que isto é o melhor a se fazer. Os dois saem do local.

Close novamente no caixão terminando de descer na cova e nos coveiros jogando a terra por cima. Fade out.

Cena 2/ Café/ Interior/ Tarde.
Lá fora, o clima chuvoso, nublado, frio. Rodolfo está sentado em frente a Felipe enquanto tomam um café naquelas canecas de gesso.

RODOLFO: Você tem certeza de que ninguém conseguiu me ver?

FELIPE: Tenho, já te disse.

RODOLFO: E a enfermeira que estava responsável por cuidar do meu pai?

FELIPE: Foi afastada depois que eu dei meu testemunho confirmando as suspeitas de que ela se enganou, trocando o soro pela sopa.

RODOLFO: Excelente, tudo saiu como imaginávamos. (colocando um pacote em cima da mesa, disfarçadamente) Seu pagamento. Fez um serviço em tanto. Se continuar assim eu posso te dar muito mais do que isso.

Felipe tira o montão de dinheiro do pacote e coloca de volta na mesma hora. Ele sorri, satisfeito. Rodolfo toma um gole do café, olhando-o.

Cena 3/ Bar de Flávio/ Interior/ Tarde.
César está sentado no balcão. Camila está ao lado dele, Flávio do outro lado.

FLÁVIO: Não precisa trabalhar hoje, César. Sério mesmo.

CÉSAR: Eu vim só pra... esfriar a cabeça, acho que se eu for pra casa eu vou surtar.

CAMILA: (consolando-o) Fica calmo.

CÉSAR: Eu sei que eu tava de cabeça quente quando eu acusei o meu pai de ter mandado aquele homem me matar, mas... não sei. Agora eu sinto que eu tava errado esse tempo todo.

FLÁVIO: E por falar nele, a polícia não conseguiu provas nenhuma em relação a morte.

CAMILA: A polícia é incompetente.

FLÁVIO: Realmente, o assassino é que foi competente.

CAMILA: Mas ele ou ela, pode ter sido a mesma pessoa que deu ordem pro cara atirar no César e assaltar o bar. 

CÉSAR: (encarando-os) E se essa pessoa for a Teresa?

CAMILA: (o olha, incrédula) O quê?

CÉSAR: Na primeira vez que o meu pai foi internado, a Teresa me ameaçou pelo telefone.

CAMILA: Olha, César, me desculpa, mas eu acho um absurdo. A Teresa e eu somos amigas há muito tempo, eu duvido muito que ela tenha feito uma coisa horrível como essa. Tá certo que ela te ameaçou, agora arregaçar as mangas e fazer o serviço...

CÉSAR: O bandido falou pra mim que quem deu as ordens pra ele foi alguém da nossa família, eu não creio que o meu pai tenha sido capaz disso. Ele queria muito ficar numa boa comigo. Mas se não foi a Teresa, só uma pessoa pode ter feito isso.

Camila olha para Flávio, e César fica pensativo.

Cena 4/ Dias depois/ Mansão de Genésio/ Escritório/ Interior/ Manhã.
O advogado de Genésio está com o testamento em mãos. Carolina, Rodolfo e Teresa reunidos, cada um com um envelope marrom.

ADVOGADO: Bem, agora que vocês estão reunidos, podem abrir seus envelopes.

Os três abrem os envelopes, cada um tira de dentro uma cópia do testamento.

ADVOGADO: (lendo) Eu, Genésio Boaventura, aos 55 anos, em pleno gozo das minhas faculdades mentais, faço a divisão dos meus bens entre meus filhos: Teresa da Silva Boaventura, ficará com minha casa, os automóveis e cinquenta por cento da minha fortuna estipulada em novecentos milhões de dólares. A Rodolfo da Silva Boaventura, meu filho do meio, deixarei cinquenta por cento da minha fortuna, além da casa de praia em Pedra Furada. Em caso da mortes ou recusa destes, meu filho mais velho, César da Silva Boaventura, herdará todo o meu patrimônio.

Teresa e Rodolfo se entreolham chocados.

TERESA: O quê? Em caso de morte ou recusa, o César herdará tudo?

ADVOGADO: É o que diz aqui.

RODOLFO: Quando ele alterou esse testamento?

ADVOGADO: Quatro dias antes da morte. Ele pediu ao tabelião para que acrescentasse o nome do senhor César no testamento.

CAROLINA: (se levanta encarando Teresa e Rodolfo, furiosa) Então isso quer dizer que vocês não cumpriram com o nosso trato, não é?

TERESA: (cínica) Deve ter algum engano.

RODOLFO: (para o Advogado) Por favor, eu acompanho o senhor até a porta.

Advogado se despede rapidamente e vai saindo. Teresa e Carolina ficam às sós.

CAROLINA: (furiosa) Eu não acredito que você me usou, Teresa.  

TERESA: Ei, calma aí, a gente fez um trato. Você me ajudava em relação a Manuela e eu dava um jeito de colocar o seu nome no testamento. A culpa não é minha se o papai mudou tudo de última hora.

CAROLINA: (grita) Para de ser cínica, sua desgraçada! O papai não alterou porcaria nenhuma, a única coisa que ele fez foi mandar acrescentar o nome do César. Você nunca colocou meu nome em porcaria de testamento nenhum. Você só me usou pro seu plano idiota contra a Manuela.

TERESA: (cínica) Eu nunca te usei, Carolina. Nunca.

CAROLINA: Sua vagabunda mentirosa!

Carolina dá um tapa na cara de Teresa e sai do escritório. Teresa a vê saindo, com a mão no rosto.

Cena 5/ Mansão de Amanda/ Sala de Estar/ Interior/ Manhã.
A empregada abre a porta e Carolina entra. Vicente vem da sala de jantar e fica surpreso ao vê-la.

CAROLINA: Oi, Vicente.

VICENTE: (sem entender) O que você veio fazer aqui?

CAROLINA: Eu vim conversar com você sobre o Rodolfo.

VICENTE: Sinto muito, mas você perdeu a viagem, eu não tenho vontade nenhuma de falar sobre esse cara.

CAROLINA: Vicente, é sério. O Rodolfo te enganou. Ele te enganou esse tempo todo. Mas tem alguém que sempre soube de tudo esse tempo todo, e nunca teve a consideração de te dizer a verdade. A Teresa. Ela sabia de tudo o tempo todo.

Vicente fica chocado.

VICENTE: Como é que é?

CAROLINA: A Teresa não é quem diz ser. Ela diz que é uma amiga maravilhosa, mas por trás ela te apunhala pelas costas. Se você não acredita em mim, é só perceber que ela e o Rodolfo só andam juntos o tempo todo desde o dia que ela voltou pra essa cidade.

VICENTE: (em choque) Eu não acredito... Meu Deus...

CAROLINA: Vicente, eu vou te dar um conselho. Acaba logo com isso. Corta logo o mal pela raiz de uma vez. Vai na casa da noiva do Rodolfo. Fala a verdade pra ela e depois se afasta de uma vez da Teresa. Eu juro pra você. Ela é falsa. E é perigosa!

Vicente fica em choque com tudo o que acaba de escutar.

VICENTE: (encarando Carolina) Você tem o contato dessa tal noiva dele?

Carolina sorri veladamente.

Cena 6/ Mansão Albuquerque/ Piscina/ Exterior/ Manhã.
Lara está deitada na espreguiçadeira, de óculos escuros, quando ouve seu celular apitar. Ela pega o aparelho e olha a mensagem que acabou de receber. Lara fica em choque ao ver uma foto de Rodolfo e Vicente juntos, e outra deles dois se beijando.

LARA: (para si, furiosa) Não acredito.

Close nela.

Cena 7/ Mansão de Genésio/ Quarto de Teresa/ Interior/ Manhã.
Teresa está conversando com a empregada figurante, explicando algo sobre as roupas dela, quando Carolina adentra o local, chamando a atenção das duas.

CAROLINA: (para a empregada) Pode deixar nós duas às sós, figurante?

EMPREGADA: Claro, com licença. (para Teresa) Depois a gente continua.

A empregada sai do quarto e Carolina fecha a porta.

TERESA: Tá mais calma? Já tomou o seu remédio?

CAROLINA: Já. Mas pelo visto quem vai surtar daqui pra frente é você e não eu.

TERESA: (ri) Do que você tá falando, garota?

Carolina pega seu celular e de repente, eis que:

TERESA: (furiosa) Seu idiota! Você é burro é? Imbecil. (T) Quando eu falei pra você se livrar do cara, era pra tirar ele da cadeia e mandar ele ir embora.

RODOLFO: Foi o que eu fiz!

TERESA: Em momento algum eu falei pra você matar ele, Rodolfo. Você sujou as nossas mãos de sangue.

RODOLFO: Ele ameaçou nos dedurar pra polícia, o que queria que eu fizesse?

TERESA: Que desse dinheiro pra ele.

RODOLFO: Mais dinheiro? (T) Mais dinheiro até quando? Esse cara me chantageou. Ele me pediu mais grana, Teresa. Depois me pediria mais, e mais, e mais. E se isso acontecesse o que você faria hein?

TERESA: O negócio é que, a polícia já está investigando. Ele já comentou com o César que quem o contratou foi alguém da nossa família. E se o César descobre que foi a gente quem contratou esse homem pra atirar nele? E se você deixou alguma prova na cena do crime hein?

Rodolfo se senta no sofá e fica pensativo.

TERESA: Aliás... como é que você matou esse homem?

RODOLFO: Eu dei uma garrafada na cabeça dele e depois injetei ar na veia. Morte instantânea.  (T) Eu não tive outra saída.

Carolina pausa a gravação e encara Teresa, que está chocada feat. barbarizada.

CAROLINA: Vamos fazer o seguinte. Você dá um jeito de passar vinte e cinco por cento da fortuna do papai pra mim. E vou querer também metade dos automóveis. Você tem até amanhã pra fazer isso, ou então vou entregar essa gravação nas mãos da polícia. Desta vez, você vai sambar, rodar, sapatear, requebrar, tudo conforme a minha música.

Carolina solta um riso de ironia e sai do quarto. Furiosa, Teresa joga seu notebook contra a parede.

Cena 8/ Mansão dos Albuquerque/ Sala de Estar/ Interior/ Tarde.
Rodolfo ao adentrar a mansão vai até Lara que está de costas.

RODOLFO: Cheguei meu amor.

Lara se vira e senta a mão na cara dele, que fica surpreso.

LARA: (furiosa) Seu desgraçado, filho da puta!

RODOLFO: (sem entender) Lara?...

LARA: (direta) Eu já sei de tudo, Rodolfo. Pior que uma vez eu desconfiei e você ainda reagiu como se eu estivesse errada. Mas eu tava certa. Eu tava certa aquele tempo todo. E de pensar que eu ainda te pedi desculpas.

RODOLFO: (reage) Do que é que você está falando?

LARA: (grita) Da sua traição, seu desgraçado de merda!

Rodolfo surpreso.

LARA: (grita) Aquele dia que você disse que tava na casa do seu pai, você não estava coisa nenhuma, você tava me traindo, não foi?

RODOLFO: Lara...

LARA: Não adianta tentar negar agora. Eu recebi uma foto de você com seu amante. Eu liguei pra sua mãe. Ela me confirmou tudo, ela disse que a mãe do seu amante contou pra ela que você tava comigo enquanto me traía com ele! Eu liguei pro César, porque no dia do nosso noivado ele confessou que nunca foi a favor do nosso relacionamento. Eu perguntei, pedi pra que ele me contasse tudo e ele me disse. Ele me contou que você só estava comigo por causa do meu dinheiro! O que você pretendia hein? Ficar com o hospital pra você? É isso?

RODOLFO: Lara, quando eu disse que te amava. Eu estava sendo verdadeiro o tempo todo.

LARA: (farta) Para de mentira, você só queria o meu dinheiro. Você só queria tomar posse do hospital. Você é um verme, nojento, mentiroso. (T) Eu não quero mais nenhum tipo de vínculo entre você e o hospital. A minha mãe já tratou de exonerar você do cargo de administrador. Você tá acabado!

Rodolfo encara Lara, furioso, mas tentando se conter.

Cena 9/ Mansão de Genésio/ Sala de Estar/ Interior/ Tarde.
Rodolfo entra furioso em casa, batendo a porta. Teresa estranha seu comportamento.

TERESA: O que foi?

RODOLFO: A Lara descobriu tudo sobre mim e o Vicente. Ela terminou tudo comigo e eu ainda saí demitido.

TERESA: Demitido? (põe as mãos na cabeça) Ah, cara. Tá dando tudo errado hoje. (respira fundo) A Carolina sabe de tudo sobre falso assalto no bar e o atentado ao César. Aquela desgraçada me chantageou porque o nome dela não tá na droga do testamento.

RODOLFO: Deixa que eu posso resolver isso. Eu preciso que você me ajude a ter o cargo de volta! A gente não pode deixar aquela família nos prejudicarem dessa forma.

TERESA: Do que você tá falando? Quem saiu prejudicado foi você!

RODOLFO: Mas não se esqueça que foi naquele hospital que um erro médico foi cometido e que o nosso pai foi a vítima. A sopa na veia!

Teresa o encara.

RODOLFO: Você vai lá e tentar consertar isto. Com a Carolina eu mesmo me resolvo!

TERESA: (pensativa) É isso mesmo que eu vou fazer...

Ela pega sua bolsa e sai de casa. Rodolfo tenta se manter calmo, quando a campainha toca. Ele vai atender e fica surpreso ao ver César entrar num rompante.

RODOLFO: César? O que você tá fazendo aqui?

CÉSAR: Eu vou ser direto, Rodolfo. Quem contratou aquele homem pra me matar foi você?

Rodolfo é pego de surpresa. César o encara, esperando por uma resposta.

Cena 10/ Mansão Albuquerque/ Escritório/ Interior/ Tarde.
Graça está sentada atrás da mesa do escritório, encarando Teresa que está de pé.

GRAÇA: Eu já demiti o seu irmão do hospital e não pretendo voltar atrás. Ele enganou a minha filha. Estava com ela por interesse.

TERESA: Eu não vim aqui pra isso. Meu pai morreu por conta de um erro médico que aconteceu dentro do seu hospital.

GRAÇA: E vocês serão indenizados. A enfermeira responsável pelo paciente já foi afastada, nós já estamos tomando todas as providências.

TERESA: Além da indenização, eu exijo que você devolva o cargo de administrador pro Rodolfo.

GRAÇA: Como é?

TERESA: É isso mesmo. Você não é a diretora deste hospital? Pois muito bem.

GRAÇA: Mas isso é um absurdo!

TERESA: Absurdo é o meu pai ter falecido por conta de um erro que poderia ter sido evitado. Absurdo é o meu irmão sair desempregado por causa de problemas de cunho familiar. (T) Se você não der a administração de volta pro Rodolfo... eu vou abrir um processo contra você! (T) E eu juro que eu coloco você e a sua família na lama!

Graça fica impactada com as palavras de Teresa, que está determinada.

(Continua esse xibiu...)

You Might Also Like

0 Comments

Popular Posts

Total de visualizações de página

Translate

ONLINE

Formulário de contato

Nome

E-mail *

Mensagem *