O Jogo do Poder- Capítulo 26 (Últimos Capítulos)

sexta-feira, agosto 10, 2018


CENA 01: CASA DE HEITOR E RAQUEL/ SALA/ NOITE.
Ao adentrar a sala, Heitor se depara com Raquel aos beijos com um rapaz no sofá.

HEITOR (gritando) – Que merda é essa?

RAQUEL (levantando) – Calma, Heitor, calma por favor.
HEITOR (sacando um revólver) – Quem é essa patife? (ele mira no rapaz)

LUCAS (com as mãos levantadas) – Cara, abaixa isso por favor, a gente só tava curtindo um pouco, só isso mano. Abaixa essa arma.

HEITOR – Sai da minha casa, agora.

Lucas sai correndo.

HEITOR (andando até Raquel e colocando a boca da arma no pescoço dela) – Ô Raquel..... você é tão burrinha, trazer um homem pra cá pra dentro..... como se eu nunca fosse descobrir. Por que isso, hein Raquel, me diz.

RAQUEL – Ele é melhor do que você, ele me dá carinho, amor, atenção. Coisas que você nunca me deu, monstro.

HEITOR (sorrindo) – Eu não costumo gostar de cadelas, você só é carne porque cabeça você não tem.  Agora você vai pegar a tua bolsa e vai embora daqui, pra sempre! (ele a empurra contra a parede e dá dois tapas na cara dela) – Vai embora da minha casa! Some da minha frente! Some! Sua vagabunda!

Chorando, Raquel pega a bolsa e sai andando devagar e ao chegar na porta, ela vira para Heitor.

RAQUEL – Vai ter volta, tudo que você fez pra mim, vai ter volta.

Ela vai embora.

CENA 02: CASA DE HEITOR E RAQUEL/ QUARTO DO CASAL/ NOITE.
O quarto está com todas as luzes apagadas. Mas é iluminado rapidamente com flashes vindos dos relâmpagos que cortam o céu. A chuva é intensa e o forte vento gélido adentra o quarto fazendo com que as cortinas balancem como velas de um barco. No chão, Heitor ensanguentado agoniza. A chuva fica mais intensa e o vento começa a soprar água para dentro do quarto. Água essa que molha Heitor, e escorre pelo seu rosto como lágrimas. Sim, lágrimas de sangue. Heitor começa lentamente a fechar os olhos, suas forças estão se esvaindo e os dois buracos do peito já não doem mais. Heitor pisca lentamente e ele sabe que se fechar os olhos, não os abrirá novamente. Ele sente a morte chegar e a única luz que ele vê é de um relâmpago, que corta o céu, assim como as duas balas que cortaram seu corpo. Heitor sente a angustia aumentar, mas a força vai embora e ele fecha os olhos aos poucos pela última vez.

CENA 03: CASA DE HEITOR/ QUARTO/ NOITE.
A chuva forte agora se resume em uma calma garoa. A frente da casa está cercada de viaturas, e uma ambulância, vários curiosos estão sendo mantidos longe do local do crime por policiais. Jornalistas também estão no local passando as primeiras informações.

O perito caminha com um delegado em direção ao quarto.

PERITO – Uma vizinha ligou pra polícia assim que ouviu os disparos, as viaturas demoraram quinze minutos pra chegarem. Mas aparentemente ele morreu na hora.

DELEGADO (passando pela fita de contenção que está na porta do quarto. – E ninguém da rua viu algum movimento estranho, ou alguém suspeito sair da casa?

PERITO – Estava chovendo muito forte na hora, ninguém viu nada. A vizinha só escutou os disparos.

DELEGADO (agachando-se ao lado do corpo de Heitor) –  Você me disse que os dois disparos foram no peito, a casa não tem sinais de arrombamento, aparentemente nada foi levado. Quem fez isso entrou aqui com a intenção de praticar o homicídio.  Eu vou recolher os depoimentos da família, qualquer coisa entre imediatamente em contato comigo. (ele levanta).

PERITO – Ok.

CENA 04: MANSÃO VILLANOVA/ ESCRITÓRIO/ MADRUGADA.
Stefanny está sentada de frente para o delegado dando o seu depoimento.

DELEGADO (entrelaçando as mãos) – Então você passou a noite aqui, certo?

STEFANNY – Sim, sim. Eu tomei alguns calmantes pra poder dormir. Se o senhor quiser eu posso pegar a caixa com as pílulas.

DELEGADO – Não, não é necessário ainda, fique tranquila.

CENA 05: MANSÃO VILLANOVA/ ESCRITÓRIO/ MADRUGADA.
Chega a vez de Eduardo dar o depoimento.

DELEGADO – Eu fiquei sabendo que você e o seu irmão tem uma rivalidade, certo?

EDUARDO – Sim, nós temos algumas brigas sim, mas nada que você me levar a matar.

DELEGADO – Será que não? Geralmente em casos que a casa não foi arrombada tem parentes e amigos envolvidos. Será que você não sabe de nada?

EDUARDO – O que o senhor está querendo insinuar, que foi eu que matei o Heitor? Não senhor, eu não o matei até porque eu passei a noite com amigos.

DELEGADO – Tudo bem, você está liberado.

EDUARDO – Obrigado.

CENA 04: MANSÃO VILLANOVA / QUARTO DE STEFANNY / MANHÃ:
Stefanny caminha de um lado para o outro trajando um roupão. William desperta e se senta na cama.

William – Stefanny, para com isso, tá que nem louca andando de um lado para o outro. Não foi você que matou o Heitor, então não se preocupa, não vão te prender por um crime que você não cometeu.

STEFANNY – Eu sei, mas eu tô pensando em uma outra coisa aqui, uma coisa que vai mudar a nossa vida (ela se vira para William) – O Heitor tem a senha do cofre do hospital, lá tem muito dinheiro, o suficiente pra gente se mandar daqui.

WILLIAM – Entendi, mas e o Eduardo?

STEFANNY – Que se dane o Eduardo, o importante agora somos nós dois (ela se ajoelha ao lado da cama) – William, a gente tem que achar a senha e roubar o cofre.

CONGELAMENTO EM WILLIAM, CONFUSO.








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