Herói Nacional - Capítulo 47 (Penúltimo Capítulo)
sexta-feira, agosto 10, 2018O PENÚLTIMO CAPÍTULO desse novelão. Confira! Está surpreendente.
uma novela de
FELIPE ROCHA
CENA 01. MANSÃO DELLACOURT. SALA. INTERIOR. DIA
Luigi,
Marilda e Isabela na sala.
LUIGI — Ah
gente, fala sério! Eu não sei se é uma boa ideia. Viajar a essa altura do
campeonato? Nem é feriado, nem é temporada da férias, não faz sentido.
MARILDA — Não
faz sentido? Mas é claro que faz sentido!
LUIGI — Você
sabe que eu tenho os trabalhos da faculdade para fazer.
MARILDA —
Ah, não importa isso. Só vamos ficar um dia lá. Eu acho que será muito bom. O
mar nos inspira, o barulho das ondas, das águas que inundam a areia. Uma
sensação muito agradável. Eu quero ter a noção do que é um paraíso pelo menos
na minha vida. E será muito bom, servirá como um tranquilizante, para que a
gente se esqueça de tudo, da vida tecnológica, na cidade. Precisamos enterrar
nossos antepassados na areia, agora é hora de vida nova!
ISABELA — Olha,
eu concordo com sua mãe, viu Luigi? É hora de esquecer tudo e só relaxar.
LUIGI — Pensando
bem... seria bom mesmo! Vocês me fizeram enxergar essa situação de outra forma.
Nós só ficamos presos nessa mansão. Temos que ampliar o nosso mundo, e não
fazer da Mansão Dellacourt um “mundinho pequeno”. Se bem que faz muito tempo
que eu não vou para a praia. Confesso que já tinha esquecido que essa casa de
praia era propriedade sua, Marilda.
MARILDA —
Propriedade minha? Não! É do seu pai e da sua mãe. Daqui alguns dias temos que
voltar rapidamente para a audiência com o juiz, mas, por enquanto, ele me
liberou algumas propriedades. O processo ainda está em carregamento.
LUIGI — Mas
eu quero usar esse termo. Já que Téo e Lígia não são meus pais. Fica tudo para
você, minha mãe, Marilda. Eles se perderam aí no mundo. Sabe lá onde estão.
Confesso que até sinto saudades deles. Mal sabe se a gente vai se encontrar de
novo.
MARILDA — Ô
meu filho, não fica assim... eu sei que é difícil para você enfrentar essas
barreiras, superar isso. Afinal você passou a maior parte da sua vida com eles
né? Nessa casa! Com quem você comunicava, partilhava e tinha mais afinidade! Eu
não posso julgar ninguém. Mas se eles resolveram escolher esse caminho, não
podemos ficar lamentando, temos que olhar pelo lado positivo... Deus é perfeito
em todas as coisas e sabe muito bem o que faz! Eu vou te pedir uma chance meu
filho e eu espero, do fundo do meu coração, que nós sejamos uma família unida e
muito feliz!
LUIGI — E
você ainda me pergunta? Eu posso definir felicidade. É o que eu estou sentindo
agora, eu nunca fui tão feliz na minha vida! Gente, me deem um abraço.
Luigi,
Marilda e Isabela se abraçam. Close neles se abraçando por vários segundos. Em
seguida, Pérola chega, entusiasmada, mas ao ver o abraço deles, se frustra, com
ciúmes de Isabela e Marilda.
PÉROLA —
Desculpe. Eu acho que interrompi o momento em família. Cheguei em péssima hora.
MARILDA —
De jeito nenhum Pérola, você também faz parte da família. Vamos! Se junte a
nós.
PÉROLA —
Muito Obrigada Marilda, mas eu vou tomar um banho. Aliás, eu queria saber... (a
Luigi) Será que você pode me explicar o que a Isabela está fazendo aqui?
LUIGI — Não
é nada não Pérola...
ISABELA —
Eu não tenho direito de visitar minha tia mais não?
PÉROLA —
Direito é claro que você tem. Mas você não tem direito de ficar se agarrando ao
namorado dos outros.
LUIGI — Pérola,
não começa agora.
PÉROLA —
Começar? É claro que eu começo sim Luigi! Ela está dando em cima de você e
ainda por cima, você tá deixando? Tá aceitando? Você tá me traindo Luigi? É
isso mesmo que eu tô vendo. Você tá gostando dela, não é isso?
Luigi
explode e confessa tudo.
LUIGI — É,
Pérola, é! Eu não sei como eu iria te dizer isso, mas agora eu estou começando
a sentir algumas coisas pela Isabela! Não significa que eu não gosto de você,
mas eu não quero que nada mude entre a gente. Olha eu te peço desculpas se eu
fiz você perder tempo.
Pérola
explode, agressiva.
PÉROLA — Pode
deixar. Eu já entendi. Eu já entendi tudo Luigi. Não precisa me explicar mais
nada.
Pérola sai
da Mansão, batendo a porta.
Isabela,
Marilda, Luigi suspiram. Close em Pérola ciumenta.
O motorista
Tufão acabara de escutar toda a conversa.
CORTA PARA:
CENA 02.
RUAS. SÃO PAULO. INTERIOR. DIA
Closes em
Pérola, ciumenta, irritada, após sair da Mansão Dellacourt. Ela chora
descontroladamente, lembra de tudo que passou com o Luigi, atravessa a rua, não
olha e o carro quase a atropela. Ela xinga.
PÉROLA — Ô
merda, não tá vendo não!
Pérola
continua a chorar. Passando por perturbações na sua cabeça. Gritando o nome de
Luigi.
PÉROLA — Luigi!
Luigi! Luigi! Luigi!
Ela passa a
mão no cabelo e descontrolada, atravessa mais uma rua, e sem olhar o sinal, se
joga na frente dos carros. Pérola termina louca.
CORTA PARA:
CENA 02.
CARRO LÍGIA E TÉO. MATAGAL. TRILHA. INT. DIA
Lígia e Téo
seguem em frente no matagal em direção a propriedade deles, a casa de praia.
Téo fala ao telefone com Tufão.
TÉO —
(ligação) Entendo... entendo... Então, repita de novo por favor. Eles estão
indo em direção à casa de praia? Nós vamos chegar primeiro! Preparou o que eu
te pedi! Vamos esperar você lá... que horas eles vão? Ah, certo, certo!
Entendi. Mas sabe que você precisa chegar antes deles, senão o plano não dá
certo. Está bem, está bem. Nos encontramos lá... abraço... tchau!
Téo desliga
a ligação.
LÍGIA — E
aí? O que ele falou?
TÉO — Está
tudo preparado.
LÍGIA — O
plano vai dar certo, então?
TÉO —
Claro! Vai ser épico, um sucesso! Eu já estou contando as horas para destruir
aquela família toda.
CORTA PARA:
CENA 03.
AVIÃO. VOO GOL. BANCO 15-16. INT. DIA
Olímpia,
Lorenzo e Melissa conversam.
OLÍMPIA —
Falta pouco para pousar?
LORENZO —
Falta. De acordo com minhas estimativas, faltam três horas.
OLÍMPIA —
Três horas? Tão rápido assim?
LORENZO —
Com certeza Dona Olímpia, passaram três dias desde quando pegamos o voo. E olha
que está indo bem rápido, hein.
OLÍMPIA —
Ah, não vejo a hora de encontrar o Guto! Estou sedenta, ansiosa!
LORENZO — Olha
gente, eu estou me sentindo que não fui convidado para essa viagem, um penetra!
OLÍMPIA —
De jeito nenhum, o futuro marido da minha filha não pode se sentir assim!
Depois de tudo o que aconteceu, ainda bem que você está bem. E por sinal, ficou
muito feliz.
LORENZO E
MELISSA — “Futuro marido”?
OLÍMPIA —
Sim. Fiz alguma coisa de errado?
MELISSA —
Desse jeito eu fico até emocionada em ter a aprovação da minha mãe. Nunca
imaginei que receberia isso. Assim, tão rápido! Vindo de você a gente sabe que
é inacreditável mãe.
OLÍMPIA —
Olha gente, se vocês preferirem, eu calo a minha boca e proíbo vocês de se
casarem.
LORENZO — Não,
não.
MELISSA —
Está muito bom assim mãe. Pode permanecer assim mesmo. Excelente.
OLÍMPIA — Muito
bem. Ah gente. É que eu tô doida para saber. Que enrolação! Que dia vocês vão
se casar?
LORENZO — Não
tá muito cedo não? Eu nem comprei anel!
MELISSA — Ô
Lorenzo, sabe o que eu acho? A gente devia casar lá na Inglaterra.
LORENZO —
Com que dinheiro?
MELISSA —
Dinheiro nenhum. Sempre quis casar no exterior. É o meu sonho. Não precisa
fazer festa grande. Mas casar só para celebrar a união. Vamos pegar qualquer
igreja, já está bom.
OLÍMPIA — Por
mim, eu aprovaria a ideia.
MELISSA —
Mas e aí “mor” o que você acha?
LORENZO —
Sabe o que eu acho? (tempo) Eu acho uma excelente ideia.
Melissa,
Lorenzo e Olímpia se entreolham. As demais surpreendidas com a resposta que
Lorenzo acabara de dar.
CORTA PARA:
CENA 04.
CASA DE TIA NÁ. SALA. INTERIOR. DIA
Tia Ná
reclamando sozinha.
TIA NÁ — Nossa,
eu tô cansada de ficar aqui sozinha. Fui abandonada mesmo, pobre de mim, pobre
de mim! Foram tudo para lá. Agora eles vão viajar né? Para convidar a gente
exige muito esforço! (pensa) Sabe o que eu devia fazer? Eu não devia ficar aqui
parada não... eu devia fazer alguma coisa, como a Isabela mesmo falou...
Tia Ná está
a fazer crochê.
TIA NÁ —
Para quê eu faço crochê mesmo? Eu acho que tinha esquecido. Ninguém compra
mesmo e todos os dias a gente repete a mesma tarefa de sempre! Se bem que eu
queria algum paulistano, que cuidasse de mim lavasse as minhas roupas! Mas
príncipe encantado eu nunca vou encontrar nesse mundo, só se o príncipe se
transforme num sapo no outro dia.
Tia Ná
continua a refletir, até que tem uma ideia e se anima!
TIA NÁ — Ah,
eu tenho uma ideia! Já sei! Eu vou ligar para a minha irmã Élida. Ela vive naquele
fim de mundo de fazenda. Mudou-se para lá e também se esqueceu de mim. É outra!
Mas nada que seja mal.
Tia Ná pega
a agenda e liga para Élida.
Ligação:
TIA
NÁ — Alô! É da casa de Élida?
ÉLIDA
— É sim! Quê que é? É mais um engraçadinho fazendo a hora com a minha cara? Eu
já disse que não quero fazer nenhuma de cartão de crédito, não! Vê se me deixa
em paz.
TIA
NÁ — Calma Élida. Nem reconheceu minha voz?
ÉLIDA
— Quem é você?
TIA
NÁ — A sua irmã, Ná.
Élida
se emociona atrás da ligação e lágrimas correm pelo seu olho.
ÉLIDA
— Ná... Ná... é... é... É você mesmo? Você tá falando sério?
TIA
NÁ — Sim! Sou eu mesma minha filha! Atrás da ligação e em carne e osso! Olha,
você ainda continua com esse circo seu? Essa mania de recepção! Daqui a pouco
vão ligar para falar que você ganhou na Mega-Sena e você nem vai atender. Aí eu
quero ver quem vai chorar.
ÉLIDA
— Ô Ná, você tá de brincadeira né? Como é que eu iria saber que é você?
TIA
NÁ — Olha... eu achei que você reconhecesse a voz da sua irmã. Eu agora sou uma
pobre coitada, abandonada.
ÉLIDA
— Eu já te fiz o convite para você vir a fazenda. Aqui é sossegado e tranquilo.
E coincide com o meu espírito de paz! Você iria adorar.
TIA
NÁ — Muito Obrigada, mas não quero ficar isolada da cidade.
ÉLIDA
— Ô Ná, você sabe o que eu tô achando? É que você nunca vai arrumar um
paulistano da grana preta na sua vida não... pior! Vai morrer esperando. Só
recomendo que espere sentada! Olha eu já encontrei o meu, e graças a Deus, eu
vivo com ele até hoje.
TIA
NÁ — Você vive aí toda chique, e nem me convida para apreciar o momento.
ÉLIDA
— O que você tá querendo à uma hora dessas?
TIA
NÁ — Era justamente isso! Queria te fazer um convite. Topa ir para a praia
comigo?
ÉLIDA
— Topo sim! Adoraria. Agora me dê licença que eu tenho fazer a minha filha
descobrir qual é o sujeito da frase. Ah, e espera Ná. Eu queria te contar sobre
minhas aventuras. Na semana passada, visitamos uma exposição de livros! Foi
maravilhoso. Acho que você devia ir também.
TIA
NÁ — Você tá brincando né? Eu odeio ler, Élida!
ÉLIDA
— Eu sei... Mas quem sabe se a gente fosse lá de novo, você gostasse.
TIA
NÁ — Élida, mudando de assunto, vamos combinar o dia de a gente ir à praia,
irmã.
ÉLIDA
— Por enquanto não posso, só quando acabar as aulas.
TIA
NÁ — Então está combinado. Vai ser a nossa primeira vez! Beijos.
ÉLIDA
— Beijos.
Élida
desliga.
Tia
Ná se irrita.
TIA
NÁ — Ô Élida, Élida! Espera aí! Eu não terminei de falar uma coisa.
CORTA
PARA:
CENA 05.
STROCK SHOTS.
Planos de
arquivo do amanhecer
e anoitecer na Inglaterra. Passam-se três dias. Planos de arquivo do
relógio marcando as horas, rápido. Segue em direção à mansão de Olavo.
CORTA PARA:
CENA 06.
MANSÃO DE OLAVO. INTERIOR. NOITE
Lorenzo,
Melissa e Olímpia chegam à mansão de Olavo.
OLAVO — Sejam
bem vindos à minha humilde mansão! Podem deixar suas malas nos seus respectivos
quartos. Umm para cada um. No segundo andar. A minha empregada Fabiana irá
acompanhar vocês.
LORENZO —
Cara, você tá de brincadeira né? Humilde mansão? Isso aqui é um verdadeiro
palácio, parece até das épocas antigas, reis e rainhas! Olha esses quadros,
olha a posição dos personagens representados, acho que isso aqui é da era de
Napoleão Bonaparte não é?
OLAVO — Sim.
Napoleão Bonaparte. Você deve entender muito de arte meu rapaz.
LORENZO —
Eu? Entender de arte? Você tá brincando né?
OLAVO —
Claro que não. Adivinhou a era de um dos quadros mais importantes da história.
LORENZO —
Qual episódio o artista está retratando?
OLAVO —
Olha, se eu, velho, não me engano, li isso há algum tempo atrás. Num livro
histórico. O artista está criticando o Golpe de 18 Brumário, quando Napoleão
Bonaparte invadiu a França.
LORENZO — Nossa,
até hoje me lembro dessa história. Já ouvi algumas especulações por aí. Mas, se
permite fazer mais uma pergunta, o que um quadro da França está fazendo aqui?
OLAVO — Esse
quadro era do meu tataravô. Foi passado de gerações em gerações. Até chegar em
mim. A tradição é essa, a família sempre deve manter o quadro conservado e
bastante limpo! Nós guardamos esse quadro devido a grande significação desse episódio,
representou muito para nossa família! Meu tataravô viveu muitos anos na França
e estudou a história do lugar.
LORENZO —
Entendo, entendo. Interessante. Vou guardar as malas.
OLAVO —
Aproveite.
OLAVO — (a
Olímpia) Olímpia, venha cá, por favor.
OLÍMPIA — Pois
não. Algum problema meu irmão?
OLAVO — Não.
Claro que não. Problema nenhum. Tudo em seu devido lugar. Só gostaria de lhe
informar que o carro já está preparado. Eu descobri onde é o autódromo e se não
me engano, falei com o meu colega Menezes, o Guto está lá! Só que a gente tem
que ir rápido. Daqui a alguns minutos.
Olímpia se
anima.
CORTA PARA:
CENA 07.
CASA DE ARTES GIGI. AUDITÓRIO. INT. NOITE
Todas as
luzes apagadas no auditório. Sérgio termina de decorar o local. Testa o
microfone e o violão. O local está decorado de balões em formato de coração. O
palco, ao seu redor, está enfeitado de luzes, de diversas cores. E vários
cartazes dizendo: “Manuela, eu te amo, idolatrada, minha princesa”. Sérgio
conversa com alguns de seus assistentes, todas meninas, que vão preparar uma
surpresa para a Manuela. Passam-se alguns segundos. Sérgio percebe Manuela
chegando e avisa aos assistentes.
SÉRGIO —
(off, aos assistentes) Atrás do palco, atrás do palco!
Manuela,
até então, desconfiada, se questiona.
MANUELA —
Cadê todo mundo? Porque as luzes estão apagadas? (grita) Tem alguém aí? Tem
alguém aí?
Sérgio
acende as luzes. Há também luzes artificiais em volta dele e em todo o auditório.
Closes nas expressões faciais dele. Com muita alegria, Sérgio começa a cantar a
música da banda “Restart – Te levo comigo”.
Manuela emocionada com a surpresa
se encanta com as cores, com os balões, com as faixas para ela. Ela se aproxima
ainda mais dele. Sérgio continua a cantar para ela, desta vez, sorrindo mais
ainda, os dois cantam juntos. Manuela fica frente a frente dele. E após, Sérgio
cantar... Os assistentes formam uma fila, formando a seguinte frase: “Casa
comigo”?, com 10 pessoas, segurando cada letra. Manuela responde.
MANUELA — É
claro! Eu aceito me casar com você, Sérgio!
Manuela
sobe ao palco, beija Sérgio. Os dois se beijam por vários segundos. E
aproveitam o momento. Os colegas de teatro chegam ao auditório, após assistir
tudo em segredo, e começam a aplaudir o casal. Todos animados, naquele momento.
Inclusive Gigi, que entra no meio. Todos gritam:
TODOS —
Manu, Manu, Manu, Manu! Sérgio, Sérgio, Sérgio!
Sérgio e
Manuela muito felizes, direcionam um olhar para o seu público, despedindo-se
deles.
CORTA PARA:
CENA 08.
HOTEL. QUARTO 45. INTERIOR. DIA
Manuela e
Sérgio, sérios, rápidos, já partem para a cama e se amam. Noite de amor
intensam. Bebem uma taça de uísque juntos. Chuva de flores sobre os dois.
CORTA PARA:
CENA 08.
MANSÃO DE OLAVO. QUARTO OLÍMPIA. INT. NOITE
Olavo bate
na porta do quarto de Olímpia.
OLAVO — Está
pronta Olímpia?
OLÍMPIA — Prontíssima...
vamos?
OLAVO — Vamos!
CORTA PARA:
CENA 09.
AUTÓDROMO. VESTIÁRIO MASCULINO. INT. NOITE
Guto se
veste no autódromo, bate desodorante, e troca a camisa. Jarwis observa tudo do
lado de fora, admirado. Guto olha para o lado e diz:
GUTO — Algum
problema?
JARWIS — Não.
Claro que não. Posso entrar?
GUTO —
Claro. É todo seu.
Jarwis
observa Guto sem camisa, o corpo dele, “o tanquinho” e fica desajeitado.
GUTO — Está
tenso? É por causa da corrida?
JARWIS — Não,
não. é... quer dizer / Sim! Eu tô torcendo para você.
GUTO —
Disso eu já sei.
JARWIS — E
aí? Como tá o coração?
GUTO — Na mão.
JARWIS — Você
tá meio sem entusiasmo, né?
GUTO — Tô
começando a achar normal, sabe? Vou disputar com um dos melhores do mundo!
JARWIS — Mas
não é motivo para desistir! Você sabe né? Eu quero ver você arrasar naquela
pista, quero que você mostre para eles quem é Guto, e quem manda no pedaço.
GUTO — Eu
vou superar todos os obstáculos com certeza.
JARWIS — E
eu já estou falando com o vencedor dessa corrida.
Guto e
Jarwis se entreolham, cada vez mais próximos.
JARWIS — Eu
queria te confessar uma coisa, Guto. Espero que você não se importe.
GUTO — Pode
falar.
JARWIS — Olha,
eu fiz tudo de errado... tem alguma coisa aqui dentro de mim, que tá me
obrigando a fazer isso... eu tô sentindo! Eu não fui legal com você, não fui.
Sabe o quê que é? É novo para mim. Eu nunca tive alguém que gostasse de mim, eu
não imaginava que aconteceria isso entre nós. Mas agora eu tô achando que a
nossa história está tomando rumos diferentes. Aquela sua declaração, suas
palavras, me fizeram repensar melhor o que eu sou. Eu estava sentindo alguma
coisa por você sim, Guto. Seus sentimentos foram correspondidos. Só que eu não
sabia como eu iria contar isso para você... embaralhou minha cabeça, causou uma
confusão aqui! E agora eu já tenho a confirmação, e se você quiser, eu aceito
sim, eu digo “sim” a você Guto. Eu quero ter um romance com você.
E sem
pensar duas vezes, Guto parte para beijar Jarwis. Closes nas expressões faciais
deles. Beijo louco. Eles tiram a camisa. Trancam a porta no e se encostam um no
outro, fazendo amor no banheiro.
CORTA PARA:
CENA 10.
CASA DE PRAIA. INTERIOR. NOITE
Luigi,
Marilda e Isabela na casa de praia.
ISABELA — Essa
casa é um luxo! Você devia ter aproveitado mais Luigi. Aqui é um verdadeiro
paraíso.
LUIGI — Pois
é agora eu sei por que meu pai adotivo né? Falava que queria terminar a velhice
dele aqui, minha mãe adotiva também. Mas se a gente quiser pode manter a
tradição!
ISABELA —
Que pena que a Manuela não está aqui...
Em seguida,
alguém bate na porta e enfia um presente debaixo dela. Luigi apanha.
LUIGI —
Olha gente! Deixaram um presente aqui. Será que é para a gente mesmo? Vou
abrir!
MARILDA — Não
Luigi. Não abra. Pode ser uma bomba.
LUIGI — Bomba?
Que fantasia! Isso não existisse aqui.
Cortes
descontínuos no exterior da praia, no outro ponto, do lado de fora e bem
afastados, Téo e o motorista acionam a bomba.
Luigi abre
o presente e se assusta, trêmulo.
LUIGI — Gente,
gente! É uma bomba! Uma bomba! E está cronometrando. Daqui a dez segundos.
Desesperados,
Luigi joga o pacote para Marilda, que está quente e joga para a Isabela, que
joga para Luigi, e por fim o pacote para em Isabela e a bomba explode a casa
inteira.
CORTA PARA:
FIM
DO CAPÍTULO
NÃO PERCA O ÚLTIMO CAPÍTULO.
FAÇAM AS APOSTAS PARA OS GRANDES FINAIS DOS PERSONAGENS!
NÃO PERCA O ÚLTIMO CAPÍTULO.
FAÇAM AS APOSTAS PARA OS GRANDES FINAIS DOS PERSONAGENS!
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