Herói Nacional Capítulo 46 (ÚLTIMA SEMANA)
quinta-feira, agosto 09, 2018AVISO: Não deixem de ler.
O autor Felipe Rocha
uma novela de
FELIPE ROCHA
CENA 01. AEROPORTO.
LINHA DE VOO. EXTERIOR. NOITE
Continuação
imediata da última cena do capítulo anterior. Close nas expressões faciais de
Melissa e Lorenzo apaixonados se beijam por vários segundos. Olímpia desce do
avião. Por fim, com o término do beijo, Lorenzo também parte junto com eles e
comprova a comissária de bordo.
CORTA PARA:
CENA 02.
AUTÓDROMO. VESTIÁRIO MASCULINO. INT. NOITE
Continuação
da cena 11. Jarwis interpela Guto pelo mesmo declarar que está sentindo algo
por ele.
JARWIS —
Peraí... explica isso melhor! Eu não tô entendendo!
GUTO — Mas como
assim você não entendeu? Eu só disse que eu tô me sentindo atraído por você. Quando
eu te vejo, eu sinto meu coração congelar. Eu me sinto bem perto de você, sabe?
Parece que preenche um vazio em mim.
JARWIS — Peraí...
Peraí... deixa eu entender. Você tá dizendo que está gostando de mim?
Guto e
Jarwis se entreolham, desajeitados.
GUTO —
Teoricamente não. Quer dizer / ah eu não sei se a resposta é sim ou não!
Jarwis
sorri.
GUTO — Mas
qual a sua reação?
JARWIS — Olha...
eu... (T) eu... (T) Eu não tenho nada a dizer, nada a declarar!
GUTO — Você
não gostou né? Já dá para perceber! Eu não devia ter falado isso com você.
JARWIS — Não...
Não... De jeito nenhum, você só quis desabafar. Mas eu acho meio estranho isso
vindo de você, entende?
GUTO — Entendi.
Só espero que não mude nossa relação.
JARWIS — Não,
não. De jeito nenhum. De jeito nenhum! Vai continuar do mesmo jeito. Amizade,
né?
GUTO — Com
certeza.
Guto e
Jarwis cada vez mais pertos param por um segundo e se entreolham novamente. Closes
alternados.
GUTO — É...
é... e agora? O treino é agora?
JARWIS — Não,
não... é... é... eu vou ali falar com o meu pai Menezes... é... é... Mais tarde
a gente conversa, tá? Perdão.
GUTO — Está
certo.
Jarwis sai
trocando olhares com Guto. Close-up.
Guto se
olha no espelho.
GUTO — Ah,
como eu sou burro! Fiz tudo errado. Nem como devia ser. Agora ele ficou cismado
comigo.
CORTA PARA:
CENA 03.
CLINAPSI. SALA 14. INTERIOR. NOITE
Pérola na
clínica Clinapsi, dando aula aos seus alunos sobre psicologia.
PÉROLA —
Então são essas pequenas mudanças que a gente tem que começar a tomar, essas
posturas que vão melhorar a vida do outro... ser solidário, fazer a justiça.
Eis a questão. Qual vocês acham que é justo? Igualdade X Equidade?
Um dos
alunos levanta a mão.
FIGURANTE 1
— Igualdade.
PÉROLA — Igualdade...
entendo... Mas posso compreender sua análise de uma forma mais submetida, mais
profunda. A justificativa é qual?
FIGURANTE 1
— Eu acredito que independente de ser rico ou pobre, ninguém precisa ser
tratado com indiferença independente da classe social.
PÉROLA —
Entendo, entendo... olha, eu não vou julgar você, nem a sua análise. Até porque
nós estamos debatendo pontos de vistas aqui, né?
FIGURANTE 1
— Perfeitamente.
PÉROLA — Olha,
mas vejamos bem. Eis que você está com a sua família num estádio de futebol. Você
chegou na última hora e o jogo acabara de começar. Não há nenhum lugar de
sobra. Você tem um filho pequeno, uma filha de tamanho médio e você sendo o
maior de todos. Para que todos visualizassem melhor o que você deveria fazer?
FIGURANTE 2
— Colocar uma caixa para alguém subir.
PÉROLA — Ótimo,
perfeito! Mas como deveria ser essa caixa? Igual para todo mundo?
FIGURANTE 3
— Sim! Nós todos somos iguais, não precisa ser diferente.
PÉROLA — Mas
vejamos bem, se eu colocasse uma caixa para o maior da turma subir, ele iria
conseguir visualizar perfeitamente. E o menino pequeno de 2 anos? Se eu
colocasse uma só caixa para ele subir ele iria conseguir visualizar, gente?
FIGURANTE 4
— Não!
PÉROLA — Pois
é nesse ponto que eu queria chegar, exatamente isso. E com a pessoa de tamanho
médio, seria a mesma situação, eu teria que acrescentar mais uma caixa para ela
subir. Assim todos conseguiriam visualizar. O primeiro de tamanho maior com só
uma caixa e os outros dois subiriam nas duais caixas. Mas e aí gente, o que
vocês acham?
O tema gera
uma discussão na Central de Psicologia. Todos discutem.
PÉROLA — 1,2,3 conectados novamente! Prestem atenção. Eu
quero saber agora da boca de vocês. É justo ou injusto? A Igualdade vai valer
para essa questão?
FIGURANTE 5
— É justo!
PÉROLA — Levanta
a mão para mim quem acha que é justo.
Todos
levantam a mão.
PÉROLA — Perfeito.
Está excelente, gente. O que nós acabamos de fazer agora é debater sobre a
Justiça. Construindo o conceito de Igualdade X Equidade. Vocês estão liberados
e na próxima aula, a gente se encontra!
Eles vão
embora fazendo comentários positivos da aula de Pérola. Todos sussurrando.
Em seguida,
o diretor da CLINAPSI Nicarágua entra na sala de Pérola.
NICARÁGUA —
Estão falando muito bem da sua aula, Pérola! Eu acho que todos gostaram de ver
você substituindo o professor. Mas e aí, é isso que você quer mesmo? Deu um
show na explicação. Particularmente, eu ouvi tudo atrás da porta.
PÉROLA — Eu
acho que eles gostaram sim, gerou entretenimento, bem entusiasmados! E confesso
que fiquei um pouco com medo de abordar isso, é um tema bastante polêmico! Mas
tentei ser o mínimo didática possível. A gente não precisa construir o conceito
se validando de explicações prontas, somente um exemplo já esclarece tudo.
NICARÁGUA —
Perfeita a sua análise! Eu concordo em tudo. Olha, eu acho que você pode se
especializar nesse ramo.
PÉROLA — Ah,
eu não sei... eu estou em dúvida ainda! Por outro lado, quero ser
cardiologista.
NICARÁGUA —
Mas tenho certeza que os dois cairiam muito bem para uma profissional como
você. É uma honra tê-la aqui na CLINAPSI. Olha que eu vou te chamar todas às vezes,
viu?
PÉROLA — Pode
chamar sim.
NICARÁGUA —
Se me permite dizer uma coisa, você é linda Pérola.
PÉROLA —
Está falando sério?
NICARÁGUA —
Como se eu tivesse dúvida disso...
PÉROLA — Obrigada!
Olha eu realmente tenho que ir.
NICARÁGUA —
Não quer ficar mais um pouco não? Eu diria que você poderia explicar para a
outra turma.
PÉROLA — A
outra turma? Que turma?
NICARÁGUA —
Na sala 9. Vamos. Vai ser só hoje. Não vai tomar tanto tempo assim. Você
arrasa.
PÉROLA —
Está bem, mas só porque você pediu.
NICARÁGUA —
Me acompanhe, por favor.
Pérola
acompanha Nicarágua.
CORTA PARA:
CENA 04.
MANSÃO DELLACOURT. SALA DE JANTAR. INT. NOITE
Manuela,
Isabela e Luigi jantam juntos.
MANUELA — Mas
e aí? Quando vocês vão anunciar o noivado?
LUIGI — Noivado?
Que noivado? Não fiquei sabendo de noivado nenhum.
ISABELA — Nós
por enquanto só vamos ficar juntos.
MANUELA —
Ah não mintam para mim. Vocês estão escondendo alguma coisa aí, e se eu conheço
o Luigi, vocês já estão noivos.
LUIGI — Eu
não sei como vamos contar isso para Pérola... Por falar nela, onde ela foi
Manu?
MANUELA —
Ela está fora de casa o dia inteiro, desde a manhã. Foi dar aula na CLINAPSI.
ISABELA —
CLINAPSI? O que é isso?
LUIGI — É
uma clínica de psicologia. Pérola está fazendo faculdade e está substituindo um
professor. Ela explica muito bem.
ISABELA — Nunca
ouvir falar não...
LUIGI — (a
Manuela) Olha, Manu... Você caprichou, viu? Esse jantar está perfeito,
excelente!
MANUELA — Obrigada...
LUIGI — E o
Sérgio?
MANUELA —
Faz um tempo que a gente não se fala.
LUIGI —
Comunica com ele então.
MANUELA — É
que eu tô meio desajeitada, sabe? É tudo novo para mim. E eu não sei por onde
começar com ele.
ISABELA — Também
fiquei assim... Confesso que a segunda vez é sempre melhor!
MANUELA — No
caso, a segunda vez será quando eu mudar de namorado, né?
ISABELA — Também...
mas não se iluda nessas crenças/
MANUELA —
(cortando Isabela) Nessas crenças de que só um beijo transforma barriga! A
Marilda já me disse isso.
ISABELA — Perfeitamente.
MANUELA — Bom
gente, eu vou deixar os pombinhos em paz... Vocês fiquem aí.
Close em
Marilda invadindo a casa, gritando.
MARILDA — (grita
alto) Gente, gente! Cadê vocês? Eu tenho uma notícia boa!
LUIGI — Que
isso mãe? Isso é hora de gritar desse jeito igual uma doida?
Marilda vê Luigi
e Isabela próximos e abraçados.
MARILDA — O
que significa isso?
ISABELA —
Isso o quê?
MARILDA — Você
tá dando em cima de homem que já está noivo, Isabela?
Luigi engasga
ao tomar vinho e tosse.
ISABELA — Não,
não. Claro que não. Tá doida?
LUIGI — Mãe,
não começa agora não.
ISABELA — É
tia, é nada. Nós só estamos abraçados. Nada demais.
MARILDA —
Ah nada demais? Como se essa argumentação pobre me convencesse! Você está
traindo a confiança da Pérola, Luigi!
LUIGI — Não,
mãe. Eu ainda vai contar para a Pérola.
MARILDA —
Sobre o quê? Da traição? Pode deixar que eu mesmo conto!
LUIGI —
Nossa mãe... que traição o quê... a senhora tá viajando mesmo! Não vê não. Nós
estamos abraçados, então significa que a gente tá junto.
MARILDA —
Ah meu Deus do céu, vocês juntos? Não pode, aí está desonrando mais a família.
Eu vou ter um ataque.
LUIGI —
Desonrando a família? Que história é essa?
MARILDA — Vocês
são primos! Primos! E ainda estão juntos. Meu Deus, eu sabia que isso iria
acontecer a qualquer hora. Eu devia ter impedido, devia! Que burra sou eu, que
burra!
LUIGI E
ISABELA — (surpresos) Primos?
LUIGI — (a
Isabela) Sabe que eu nunca pensei nisso?
ISABELA —
(a Luigi) Eu também não...
LUIGI — (a
Marilda) Mas seja lá como for mãe, a mulher que eu escolhi para amar agora é a
Isabela.
MARILDA —
Tá, tá. Mas eu tenho uma notícia para contar a vocês.
MANUELA —
Fala, fala!
MARILDA —
Eu arrumei toda a documentação! Nós vamos viajar para a casa de praia amanhã e
você vai conosco Isabela.
ISABELA —
Eu? Eu nem tenho dinheiro!
MARILDA — Não
importa... a gente dá um jeito! Mas o que eu só sei é que essa viagem está
decidida.
O motorista
de Marilda observa toda a conversa e comunica com uma pessoa misteriosa,
através da ligação, na ANTI-SALA, sem que ninguém perceba.
MOTORISTA —
Está tudo certo, senhor! Tudo conforme o planejado. Amanhã quando der o pôr do
sol, nós executamos o plano!
CORTA PARA:
CENA 05.
INGLATERRA. MANSÃO SANTOS. INTERIOR. NOITE
Olavo dá
orientações a sua empregada, Fabiana.
OLAVO — Fabiana
quero tudo arrumado! Daqui a três dias eles devem chegar de viagem... Primeiro,
Olímpia vai visitar algumas amigas, depois ela vai passar aqui no terceiro dia
pós chegada. Entendeu?
FABIANA —
Sim senhor.
OLAVO —
Comprou o que eu te pedi conforme a listagem? Tudo tem que estar limpo, sem
nenhuma sujeira. Olímpia costuma ter mania de limpeza às vezes.
FABIANA —
Entendo, senhor.
OLAVO — E
os vinhos? Faço muito gosto que minha irmã tome vinhos da primeira qualidade.
Sem economias e sem redução de qualidade quantos aos alimentos, ela tem que ter
uma estadia maravilhosa aqui, se sentir como se fosse em um hotel, num palácio,
numa corte de luxo! Agora faça o favor de parar com essa posição robótica, me
olhando desse jeito. Você tem o direito de opinar quando quiser, eu já disse.
Está claro nas normas da casa.
FABIANA —
Desculpa, doutor Olavo!
OLAVO —
Doutor Olavo não, só Olavo! Ah, Fabiana! Finge como se você fosse só esposa.
Agora eu vivo isolado nesse fim de mundo mesmo, parecendo que eu sou um bicho
contagioso.
FABIANA —
Eu já disse para você se enturmar com alguém. E é bom para gente como você, nessa
idade. Idoso tem que praticar esporte, não deve viver uma vida sedentária, só
olhando para tela desse computador aí.
OLAVO — O
problema é que esse computador é muito útil... você sabe né Fabiana? Comandar
quatro empresas de agronegócio espelhadas pelo mundo não é fácil,
principalmente quando você é o proprietário delas. Se já é difícil para o
gerente, imagina para o patrão!
FABIANA —
Eu acho que você a Olímpia deviam se dar melhor. Talvez você pudesse mudar para
São Paulo com ela depois que ela voltar. Aí você levaria essa máquina e estava
tudo resolvido. Não pode só ficar preso na Inglaterra. Tudo bem que aqui é um
lugar bonito, mas... você me entende né? Tem que ampliar o mundo! Conhecer os
paulistas, os famosos paulistas que puxam o “r”. O português deles é excelente!
Meu sonho é ir para lá.
OLAVO —
Quem sabe qualquer dia eu vou? Não é uma má ideia não.
CORTA PARA:
CENA 06.
AUTÓDROMO. PISTA. INTERIOR. NOITE
Guto chega à
pista... Todos batendo palma na arquibancada e torcendo por ele, os narradores
também.
NARRADOR 1 —
Agora vocês veem imagens de Guto, chegando aí! Será que ele vai afrontar ou até
mesmo desafiar alguém? É a nossa estrela da noite. O que você acha César?
NARRADOR 2 —
Ah, eu acho que ele tem tudo para crescer nessa corrida... é a grande chance de
ter uma vitória! Uma vitória de muitas. Sabe o que eu acho? Que quem trouxe
esse menino para cá, fez uma mudança, ele tem potencial mesmo! Olha, para você
que é pai do Guto, mãe, membro da família, continua investindo nele, vale a
pena!
NARRADOR 1 —
Como sempre você arrasando no discurso... Então gente, essas foram as nossas
belas palavras de César.
NARRADOR 2 —
Mas me diz você Cássio. O que você acha que vai dar hoje? Será que a fúria
daquele “corredor-amarelo” vai causar aquela destruição de novo?
NARRADOR 1 —
Olha eu acredito que não, viu César? Se os nossos pilotos forem espertos. O que
tá faltando é atenção, concentração, estratégia! Mas se bem que não vamos
julgar no primeiro fato, afinal estão entre os melhores do mundo. E para você
que está assistindo aí em casa, essa corrida vale classificação para a Fórmula
1 viu? Lembram dos nossos pilotos feridos? Eles serão substituídos. Então se
Guto ou qualquer outra pessoa ganhar hoje já estará classificado para disputar
na Fórmula 1 com os melhores do mundo. Vai ser uma grande noite, essa noite
promete viu César? Eu tô sentindo uma coisa boa, uma sensação muito agradável,
eu não sei explicar o que é.
Cortes
descontínuos: Close nas
expressões faciais dos pilotos que zombaram de Guto, Jarwis, Eusébio e Menezes.
Eusébio autoritário, pensa.
EUSÉBIO —
(pensando ON) Você tem que ganhar essa garoto, vai que essa é sua! Ou você verá
o que eu vou fazer com você.
Menezes
debate com Eusébio.
MENEZES —
Está aflito Eusébio? Alguma coisa assim?
EUSÉBIO — Não,
não. Só estou concentrado. Por favor, Menezes. Faça o favor de calar o bico e
não conversar comigo enquanto eu estiver totalmente prestando atenção na
corrida. Será que é de seu alcance?
MENEZES — Perfeitamente,
Eusébio!
CORTA PARA:
CENA 07.
MANSÃO DELEGADO RENATO. INTERIOR. NOITE
Renato toma
um copo de whisky enquanto reflete sobre a vida e escuta algumas músicas do
Roberto Carlos. Em seguida, alguém bate na porta e Renato atende.
RENATO —
Olá quem é você?
JANAÍNA —
Chamou, chamou! Janaína Ávilla, mestre! Prazer! Como vai o senhor?
RENATO — Eu
estou bem. Mas a essa hora?
JANAÍNA —
Uai... tem restrição? Eu não sabia não! Esse anúncio aqui diz que o senhor,
patrão, está contratando uma empregada! E eu acredito que eu sou a pessoa certa
para isso!
RENATO —
Ah, perfeitamente entre.
Renato olha
Janaína dos pés a cabeça. Ela faz pose para ele e manda beijos.
JANAÍNA —
Ah quê que você tá olhando baby? Achou eu bonita demais? Pois é. Mas não vá me
olhando não. Eu tô comprometida, benhê! Hoje empregada não pode ter romance com
patrão... e essa casa hein meu? Melhor que a casa da mãe Joana.
RENATO —
Você já foi na casa da mãe Joana?
JANAÍNA — Olha,
particularmente não... não sei te dizer! Mas isso aqui é uma mansão. Tem alguma
caminha quentinha aí, confortável para mim?
RENATO — É
claro que tem. Aqui tem de tudo.
Acabara de
dizer Renato, fascinado com a beleza de Janaína. Ela tira um espanador de pó da
bolsa e começa a limpar os móveis da casa.
JANAÍNA — E
aí patrão? Por onde você quer que eu comece? Vou limpar tudo isso aqui, vai
ficar perfeito! Tudo no seu devido lugar. Eu sou uma empregada completa! Completíssima
e bem competente.
Renato não
para de olhar para Janaína.
RENATO —
Pois é, eu tô vendo. Você é uma beleza em forma de mulher.
JANAÍNA —
Eu costumo dizer que para quem tem Janaína na sua casa, nunca falta material de
limpeza, eu trago tudo comigo! Eu sou uma empregada VIP! Mas o senhor não vai
falar nada não? Nenhuma entrevista de emprego?
RENATO — Entrevista
de emprego? Não! Não! Só de ver você assim já dar para ver que é bem
competente.
JANAÍNA — Nossa
assim eu fico até honrada, me sinto até importante nesse mundo chique! Olha eu
realmente agradeço o senhor... eu vou te contar um caso, patrão. Eu trabalhava
para uma fazenda! Mas eu era feita de escrava. Carregava lenha. Ainda por cima
tinha que limpar o chiqueiro! Ah que nojo! Imagina uma diva dessas, bonita como
eu, ter que limpar chiqueiro? E na maioria das vezes os porcos me jogavam no
chão. Eu parecia a boba da corte! Mas não agora aqui é o emprego do meus
sonhos. (mexe no celular) Olha eu não sei se o senhor gosta, mas eu tô achando
essa casa muito desanimada, vamos colocar uma música? Vamos cantar o refrão!
Não sei se você conhece.
Janaína
pega o fone de ouvidos e divide com Renato e os dois cantam a música: “Meu
violão e o nosso cachorro”.
JANAÍNA E
RENATO — “Mas dessa casa eu só vou levar... meu violão e o nosso cachorro...”
CORTA PARA:
CENA 08.
FRENTE DA PENITENCIÁRIA. INT. DIA
Amanhece.
Corta para a penitenciária. Close em Téo, feliz, finalmente saindo da cadeia e
comemorando.
TÉO — Eu
estou livre, livre!
Téo
comemora. Há uma picape preta a espera-lo. Ela está do outro lado da rua. Téo
atravessa a rua, entra na picape preta e diz:
TÉO — Comandante,
podemos ir!
Téo repete
a frase para a motorista misteriosa. É nada mais nada menos que Lígia, que
pintou o cabelo de preto, tira o óculos e diz:
LÍGIA — Vamos
dar a nossa cartada final! Se depender de nós aqueles dois nunca serão felizes!
Lígia e Téo
dão gargalhadas malignas.
E assim, com
muita vilania e emoção, o nosso capítulo de hoje chega ao
FIM
NÃO
PERCA OS PRÓXIMOS DOIS CAPÍTULOS!
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