Redenção - Capítulo 34 (Penúltimo Capítulo)
quinta-feira, junho 07, 2018
REDENÇÃO – CAPÍTULO 34 (PENÚLTIMO
CAPÍTULO)
“O CONFRONTO E O JUÍZO FINAL”
CENA
1/PARQUE DE DIVERSÃO/NOITE
Norma está chorando
e ao mesmo tempo chocada com tudo.
NORMA (chorando):
Como você teve coragem? Matou o nosso pai e recentemente a nossa mãe. Você é a
pior pessoa que já viveu nesse mundo!
LAÍS: Eu concordo! A
pior pessoa!
MARCELA: Ah, me
poupe, tem muitas outras pessoas piores do que eu aqui nesse mundo.
NORMA: Como? Como
você fez o que fez?
MARCELA: Foi tão
fácil sacrificar a vida do nosso pai em troca de mais anos de vida. Querida, Satanás
sempre esteve do meu lado. Eu antes não botava fé no sobrenatural, mas... Mas
eu achei um jeito. Um jeito fácil. Quem não acredita no sobrenatural, agora
pode passar a acreditar.
NORMA: Deus, tenha
misericórdia dessa mulher...
MARCELA: Ih,
esquece, Norma. Que porra! Esquece! Não tem mais volta! Sabe por que não tem
mais volta? – (Tira a camisa e mostra as marcas nas costas e na costela). –
Mais recentemente aconteceu isso comigo.
HUGO (preocupado):
Mãe, você nunca me mostrou isso.
MARCELA: Não queria
te preocupar, meu amor. Eu ando tendo pesadelos também, vários pesadelos, tem
dia que eu não consigo dormir direito. Começou com sonhos pesados, depois
começaram a aparecer marcas. Enfim... A Elvira deu um jeito de descobrir
tudo... Ela descobriu tudinho, até a data.
FLASHBACK:
MARCELA (furiosa): Eu te odeio! Te odeio! Te odeio!
ELVIRA (rindo): Bata à vontade! Dia 7 de junho tá próximo.
FIM DO
FLASHBACK
NORMA: Marcela, tem
jeito de reverter tudo isso.
MARCELA: Norma,
escuta! Escuta bem! Eu não me arrependo de nada do que eu fiz, e faria de novo
se eu pudesse!
NORMA: E acha que me
matando vai me levar junto com você?
MARCELA: Vai sim. E
também vou me sentir muito bem vendo essa carinha de sonsa da Laís chorando todos
os dias sem você do lado, isso se eu também não matar ela antes.
LAÍS: Me matar?
Marcela olha pra
Laís.
MARCELA: Eu
realmente gostava de você antes, Laís. Mas você saiu de casa, fez um drama do
caralho, e agora eu quero mais é que você morra! Que morra!
MIGUEL (furioso):
Cala a boca, sua vadia! Não fala assim com ela!
Marcela olha pra
Miguel.
MARCELA: Quem é você
pra falar alguma coisa, picolé de asfalto?
LAÍS: Além de louca
e assassina, ainda é racista.
MARCELA: E daí?
Chamo do que eu quiser! Macaco, seu macaco. Quer uma banana?
MIGUEL: Fala mais.
MARCELA: Garoto, não
tô aqui pra perder meu tempo com um insignificante que nem você, então... –
Aponta a arma pra Miguel, aperta o gatilho e acerta um tiro na coxa dele, que grita.
Todos se assustam
com o barulho do tiro. Laís se desespera.
LAÍS (desesperada):
Miguel!
MIGUEL (gemendo):
Vai... Vai ficar tudo bem. – Pressiona o ferimento.
MARCELA: Alguém mais
quer levar um tiro pra parar de falar bosta?
Todos ficam calados.
MARCELA: Ótimo, foi
o que eu pensei. Eu não tô aqui pra brincadeira, se vocês pensam isso. Olha, vou
fazer o seguinte: cada um que me chamar de vadia, de puta, do caralho que for,
eu vou dar um tiro em algum lugar. Tá certo?
Marcela olha para
Norma.
MARCELA (sorrindo):
Agora chegou a sua vez.
NORMA: Marcela, por
favor... Não faz isso! Por favor.
MARCELA
(debochando): Por favor, por favor... Porra de por favor o quê! Peça ajuda pro
seu Deus agora, puta! – Coloca a fita de volta na boca de Norma.
Marcela dá alguns
tapas bem leves no rosto de Norma, encarando-a.
MARCELA (sorrindo):
Quando eu falei pra pedir ajuda pro seu Deus, eu falei bem sério. Começa a
rezar agora se não quiser cair lá do alto como um pedaço de bosta que você é. E
eu te garanto que se você cair de lá do alto, você se quebra todinha.
Marcela vira e olha
para os reféns.
MARCELA (sorrindo):
Prontos para ver um espetáculo, senhores? – (Olha para Amaral). – Amaral! Pode
ligar o nosso brinquedinho.
Amaral liga o
brinquedo. Close alternado em Marcela sorrindo, Norma desesperada e Laís
preocupada.
CENA
2/RUA/NOITE
Close no carro de
Mateus. Dentro dele, está Lucas dirigindo, Mateus do lado dele e Nina atrás de
Mateus apontando uma arma para a cabeça dele.
NINA: Logo depois
você pega a Anchieta.
MATEUS: O que você
vai fazer com a gente lá no tal lugar?
NINA: O que você
acha? Óbvio que não vai ser nada bom!
LUCAS: Por que você
fez aquilo, Nina? Por que matou meu pai daquela forma?
NINA: Quando eu
matei o Bruno, que eu tive a sensação de perfurar a barriga dele várias vezes
com um pedaço de vidro, pensei logo no seu pai. E imaginei: o Lucas não pode
viver com aquele sorriso na cara depois de ter me traído com um boiola, de ter
me passado vergonha num restaurante, aí foi a hora que eu dei um basta em tudo!
Tava pegando muito leve com vocês, não achavam? A separação não deu certo,
então eu fiz um plano B, a qual incluía matar uma pessoa que você amava, e
falei: essa pessoa é o Pedro, o pai dele. O velho já tava ficando louco mesmo,
não te aceitava, foi o melhor que eu pude fazer, fiz um favor na verdade. E
agora tô com a arma apontada pra cabeça do seu namoradinho, arma a qual você ia
usar pra me matar.
MATEUS: O que? Isso
é verdade, Lucas?
NINA (sorrindo):
Gente... Ele não contou pra você? Ele ia me matar com essa arma, tava jurando
vingança contra mim. Eu vi ele tirando ela do bolso segundos antes de você ter
saído da cozinha hoje.
Lucas olha para
Mateus.
LUCAS (marejando):
Mateus, me perdoa.
MATEUS (marejando):
Você mentiu, falou que não ia sujar as suas mãos de sangue.
NINA (sorrindo):
Agora o casalzinho ridículo vai se separar? Ah, quero ver essa cena.
Lucas e Mateus não
falam nada.
NINA: Ah, esquece.
Mas, Lucas, pensa bem: das duas pessoas que você mais ama, uma já morreu, a
outra está à uma pressionada de gatilho da sua morte. Que tal?
LUCAS: Meu Deus,
você é muito doente. Você sabe que tá sendo procurada em tudo que é canto, né?
NINA: Você acredita
mesmo nisso? A polícia tá pouco se lixando! O Brasil é um país corrupto,
ninguém vai preso assim não! Pensei que tivesse prestado mais atenção nas aulas
de Sociologia, quando a professora falava disso. Se tem uma coisa que eu não
vou ser, é presa. Tenho um horror à cadeia que vocês nem imaginam. Agora cala a
boca e dirige senão quiser que eu abro um buraco na cabeça do Mateus!
Mateus observa pelo
reflexo do vidro, o local onde Nina está realmente apontando a arma.
CENA
3/PARQUE DE DIVERSÃO/NOITE
A CAM foca na torre
subindo com Norma amarrada.
MARCELA (sorrindo/berrando):
Não vai cair daí, hein Norma?! Quero que saiba que eu não amarrei você muito
bem, então qualquer movimento que seja, você cai daí do alto até o chão. Louca
pra ver seus ossos quebrando! Mas enquanto isso...
Marcela vai até Laís
e puxa a mesma pelos cabelos, apontando a arma para a cabeça dela.
MARCELA: Caixa e
Sapo? Peguem a Camila e o Ricardo!
Marcela olha para
Júnior.
MARCELA: Quem é
você? Não te conheço.
JÚNIOR: Eu sou o
amigo da Norma. Por favor, solta ela, a gente não conta nada, só deixa a gente
sair.
MARCELA: Se preocupa
não, ela vai se soltar em breve. É você que tá comendo ela?
JÚNIOR: O que? Como
assim?
MARCELA: Quero
dizer... Fodendo com ela? Ah, foda-se! Amaral, pega esse sujeito com cara de
pedreiro também!
Amaral pega Júnior.
Marcela olha para
Sandra.
MARCELA: É Sandra,
né? A barriga ainda tá doendo?
SANDRA: Vai se
foder, sua puta.
MARCELA (rindo):
Parece que não aprende mesmo. – (Olha para Will). – Will, pega essa vaca aqui!
Will pega Sandra.
Marcela, em seguida,
olha para Miguel.
MARCELA: Agora você
vai ficar aí morrendo de dor e sangrando até morrer.
Marcela observa
Norma na torre de queda livre. Ela vai até o controle do brinquedo e desliga o
mesmo.
MARCELA (sorrindo):
Perfeito.
Marcela vai até o
carro, abre a porta, tira uma sacola com várias toucas de rosto de cor preta.
Ela volta novamente ao local e coloca as toucas uma por uma na cabeça dos
reféns.
Close em Norma se
contorcendo, totalmente desesperada ao ver, do alto, Marcela colocando as
toucas na cabeça dos seus amigos.
MARCELA (falando
alto): Calma, Norma! Como eu disse antes: não vai querer se mexer, você cai daí
de cima, apesar de o quanto antes, melhor. Mas eu mesma quero me divertir com
você antes.
Marcela termina de
colocar as toucas nos reféns.
MARCELA: Ótimo.
Senhores, quero que vocês coloquem agora um do lado do outro virado de costas
pra mim.
LAÍS: Marcela, veja
o que você vai fazer.
MARCELA: Eu tô vendo
o que eu vou fazer: um massacre de pessoas inúteis. E seu namoradinho vai ver
tudo antes de morrer na poça do próprio sangue.
Miguel pressiona
ainda mais o ferimento na sua coxa.
MIGUEL (em
pensamento): Não tem nada aqui pra eu acertar ela... Nenhuma pedra, nem nada.
Meu Deus, tenha misericórdia.
Marcela olha para
Hugo.
MARCELA (sorrindo):
Hugo? Filho? Tenha as honras. – (Entrega uma pistola para seu filho). – Quem
você quer matar primeiro?
HUGO: A Laís.
MARCELA (sorrindo):
A ovelhinha, adoro.
Close em Norma se
mexendo, tendo que olhar tudo do alto.
MARCELA (falando
alto): Se preocupa não, Norma! Sua hora tá chegando também, e garanto que vai
ser algo épico!
Hugo aponta a arma
para a cabeça de Laís.
MARCELA (sorrindo):
Vai, Hugo. Bem na cabeça.
O clima é de tensão
total.
CAM lenta nos dedos
de Hugo que se aproximam lentamente do gatilho.
Close alternado em
Hugo segurando a arma bem firme, Norma desesperada vendo sua filha à um passo
da morte e Miguel olhando desesperado.
CAM lenta em Miguel
desesperado.
MIGUEL
(desesperado/gritando): Não!
Hugo aproxima o dedo
ainda mais do gatilho quase pressionando, quando de repente, várias viaturas de
polícia aparecem no local.
MARCELA (assustada):
O que? Como assim?
Júnior tira a touca
da sua cabeça e vira.
JÚNIOR (sorrindo):
Cláudio.
Os policiais saem
rapidamente de suas viaturas e os capangas de Marcela começam a atirar contra
eles.
Um intenso tiroteio
começa. Os reféns tiram suas toucas e se escondem. Laís se desespera ao ver
Miguel naquela situação e no meio do tiroteio.
LAÍS (gritando):
Miguel!
Miguel se arrasta no
chão.
Marcela e Hugo vão
para trás dos brinquedos e ali começam a atirar também. Um dos capangas é
atingido por um tiro certeiro na cabeça. Amaral vê seu parceiro ser atingido.
AMARAL (gritando):
Will!
Amaral pega uma
metralhadora e dispara várias vezes contra os policiais, atingindo alguns.
No alto, Norma
finalmente consegue se soltar e tira a fita da boca. Júnior olha para ela.
JÚNIOR: Norma? –
(Grita). – Norma!
Norma olha para
Júnior.
NORMA (gritando):
Júnior, desce esse negócio logo!
JÚNIOR (gritando):
Não pode! Escuta bem! Fica aí em cima quieta, não se mexe, porque esse
brinquedo é de queda livre! Se eu ligar esse negócio, ele vai fazer você descer
com tudo!
NORMA (chorando):
Ai, meu Deus. – Coloca a mão na cabeça completamente desesperada e agoniada.
Ao ver Júnior
olhando pra Norma, Marcela se enfurece e acerta um tiro nas costas de Júnior,
que cai no chão.
Norma vê tudo.
NORMA (gritando
alto): Júnior!!! – (Ela olha para o chão). – Deus, eu preciso sair desse
brinquedo.
Laís vai até Júnior
após ele ter sido atingido pelo tiro. Camila e Ricardo ajudam.
RICARDO: Ele precisa
de uma ambulância urgente!
CAMILA: Amor, a
ambulância ainda deve estar pra chegar, não vai demorar.
JÚNIOR: A minha
hora... A minha hora chegou.
LAÍS: Que horror,
não fala isso.
Mais viaturas de
polícia chegam ao local, e rapidamente são atingidas por tiros de metralhadora.
Após sair de trás de um dos brinquedos para atirar novamente, Amaral é atingido
várias vezes na região do peito por um dos policiais. Ele deixa a metralhadora
cair no chão.
HUGO (desesperado):
Amaral! Não! – Atira contra um dos policiais, mas sem sucesso.
MARCELA: Hugo!
Close nos policiais
avançando ainda mais na direção dos brinquedos.
Os dois capangas restantes
são atingidos por vários tiros pelos policiais. Marcela sai de trás de um dos
brinquedos e levanta as mãos. Os tiros cessam.
MARCELA: Eu me
entrego!
HUGO (chocado): O
que?
MARCELA: Marcela
Dellatorre se entrega, podem avisar pra imprensa!
Um dos policiais percebe
o volume de uma granada na calça de Marcela.
POLICIAL (gritando):
É uma armadilha!
O policial atinge um
tiro na barriga de Marcela, que cai no chão.
HUGO (chorando/gritando):
Não!!! – Sai de trás do brinquedo e atinge alguns policiais. Em seguida, ele pega
Laís, usando a mesma como refém.
Todos os policiais
apontam a arma na direção dele.
Marcela, no chão e
sangrando, olha para Hugo.
MARCELA: Hugo...
Hugo, o que você tá fazendo?
HUGO (marejando):
Justiça!
Norma, do alto, se
desespera.
NORMA (desesperada/chorando):
Meu Deus...
Close em Marcela
sangrando.
MARCELA: Mata! Mata
ela! Acaba com isso.
LAÍS: Hugo, não faz
isso. Ela só tá te usando.
Um policial começa a
avançar.
HUGO (gritando): Se
aproximar de mim, eu atiro nela! Isso serve pra todos vocês!
Camila continua
ajudando Júnior e Ricardo olha toda a discussão.
Enquanto Hugo
observa atentamente os policiais e aponta a arma para a cabeça de Laís,
Ricardo, furtivamente, se aproxima de Hugo pelas costas.
MARCELA: Meu Deus...
Eu não vou aguentar. Tá doendo demais. Eu preciso de um médico. – (Pressiona o
ferimento na barriga). – Hugo, acaba logo com isso. Mata ela! Anda!
Hugo olha para
Marcela.
HUGO: Por que você
tá querendo tanto a morte dela?
LAÍS: Não vê que ela
só tá te usando?
HUGO: Isso é
verdade? É verdade o que a Laís tá dizendo?
MARCELA: Eu matei a
Sílvia!
Hugo fica
completamente chocado e começa a chorar.
HUGO: Você... Cê
matou ela?
Close em Ricardo.
Ele olha para os policiais.
MARCELA: No dia que
ela te contou a verdade sobre o seu nascimento, quando você tava tomando banho,
eu aproveitei pra quebrar o pescoço daquela maldita! Depois disso, eu arrastei
ela pro quintal, usei uma tesoura de jardineiro e cortei ela em pedaços, depois
enterrei ali mesmo no quintal. Uma hora dessas a polícia já deve ter achado o
corpo dela.
HUGO: Não! Você não
pra ter matado ela! Ela só ia embora, e você fez isso com ela?
MARCELA: Qual é? Ela
te enganou durante anos, ela mereceu o que aconteceu.
HUGO: Mas ela me
criou, me deu educação, tudo! Eu podia não respeitar ela, mas eu no fundo a
amava. E você não tinha direito de fazer aquilo! Você é mesmo o que todos
dizem: louca!
Marcela começa a rir
e, em seguida, geme de dor.
MARCELA: Você não
tem o mesmo sangue frio que eu tenho, uma lástima. Pra mim você não é meu
filho!
HUGO (com lágrimas
nos olhos): Então era verdade que a Sílvia tinha me contado? Que você não
queria me ter?
MARCELA: Sim, era a
verdade. Eu nunca quis ter você, eu tentei te matar dentro da minha barriga!
Era verdade o que ela disse!
HUGO: Se
arrependimento matasse, eu já teria morrido.
MARCELA: Então por
que não se mata agora?
Hugo solta Laís e
aponta a arma para Marcela.
HUGO: Eu te odeio.
MARCELA (sorrindo):
Anda, acaba com isso! Me mata!
Hugo treme as mãos e
começa a chorar muito. Ele abaixa a arma e coloca no chão, se entregando em
seguida.
HUGO: Fim do jogo.
Ricardo abraça Hugo.
Laís corre até Miguel. Os policiais vão até Hugo e o algemam.
HUGO (chorando):
Pai...
RICARDO
(emocionado): Filho...
Hugo é levado para a
viatura de polícia.
Trilha Sonora: Saga – Filipe Catto
No parque, CAM lenta
em Marcela desmaiando por causa do ferimento na barriga. Ela imediatamente é
levada pelos policiais. Várias ambulâncias chegam ao local junto do corpo de
bombeiros.
Marcela é levada até
uma dessas ambulâncias.
Hugo é colocado
dentro da viatura e lá chora.
Norma, do alto da
torre, acaba se desequilibrando e quase cai, ficando pendurada com uma mão
segundo o acento, ao ponto de cair. Laís e os outros se desesperam.
LAÍS (desesperada):
Mãe!
Laís vai até o
brinquedo.
NORMA (gritando):
Socorro!
Júnior e Miguel são
levados rapidamente pelos médicos até a ambulância. Os bombeiros se preparam
para resgatar Norma.
CENA
4/RODOVIA/NOITE
Dentro do carro de
Mateus, Nina canta enquanto Lucas dirige e Mateus é ameaçado com uma arma apontada
para sua cabeça.
NINA (cantando): “I want to hide the
truth. I want to shelter you. But with the beast inside. There’s nowhere we can
hide... No matter what we breed, we still are made of greed. This is my kingdom
come, this is my kingdom come...”.
Nina olha para Lucas.
NINA: Qual é, porra?
Você sabe cantar muito bem essa música! – (Sorrindo). – É Demons, era a nossa
música preferida, lembra?
LUCAS: Prefiro não
lembrar dos momentos que eu já passei do seu lado.
Nina destrava a arma.
NINA: Você não tá
sendo nenhum pouco gentil comigo. Se eu me magoar, você sabe como eu vou
descontar isso. Você e o Mateus sabem, não é Mateus? Agora canta o refrão da
porra da nossa música comigo! Vamos lá... Um, dois, três...
NINA e LUCAS
(cantando): “When you feel
my heat look into my eyes. It’s where my demons hide. It’s where my demons hide. Don’t get too close, it’s dark inside. It’s where my
demons hide. It’s where my demons hide...”
NINA (sorrindo): Agora sim, porra! Tão vendo? Foi simples? Era isso que
eu queria!
CENA 5/PARQUE DE DIVERSÃO/NOITE
Norma é resgatada pelos bombeiros e colocada em uma das ambulâncias
junto com Júnior. Ela coloca suas mãos sobre as mãos dele.
Norma começa a chorar vendo ele naquela situação.
NORMA (chorando): Júnior... Eu sinto tanto.
Sandra e Laís abraçam Norma.
Do lado de fora, Camila conversa com um Tenente da polícia.
CAMILA: Eu e o Ricardo nunca estivemos aqui, tudo bem?
TENENTE: E o que eu ganho com isso?
Camila olha para Ricardo, que sorri e balança a cabeça concordando.
CENA 6/PARQUE DE DIVERSÃO/CASA MALUCA/INTERIOR/NOITE
Em um dos brinquedos, Camila faz sexo oral no policial, que revira os
olhos de prazer.
TENENTE (com prazer): Vai, chupa esse pau. Ah, delícia! Ah, eu vou
gozar, eu vou gozar...
CAMILA: Mas já?
O tenente ejacula na cara de Camila.
CENA 7/PARQUE DE DIVERSÃO/NOITE
Ricardo e Camila saem do parque sorrindo e de mãos dadas.
RICARDO (sorrindo): Que bom que você usou um dos seus meios.
CAMILA: Eu sei muito bem como deixar um homem louco.
RICARDO (sorrindo): Sabe mesmo, eu sou prova disso.
CAMILA: E o seu filho?
RICARDO (sorrindo): Eu tenho meus planos pra ele.
Close em Camila e Ricardo de mãos dadas enquanto vão pra longe do
parque.
CENA 8/HOSPITAL/QUARTO DE JÚNIOR/INTERIOR/NOITE
Laís entra no quarto de Júnior. Ela vê Norma sentada ao lado dele.
LAÍS: Eu tava dando forças pro Miguel. Por pouco não teve uma
hemorragia. Como ele tá?
NORMA: Ele vai ficar bem.
Cláudio entra no quarto e chora ao ver seu pai naquela cama.
CLÁUDIO (chorando): Pai... Você não ir, não pode me deixar. Eu já perdi a
minha mãe, não suportaria perder meu pai também.
Norma se levanta e abraça Cláudio.
NORMA: Xii... Acabou. Não se preocupa, ele tá fora de perigo. A
ambulância chegou a tempo. Todos estão bem.
CLÁUDIO: Eu anotei o número da placa do carro, tirei foto e corri até a
polícia.
NORMA (sorrindo): Você foi um herói, foi muito corajoso da sua parte.
Parabéns por ser essa pessoa maravilhosa que você é!
Laís se emociona.
CENA 9/RODOVIA/NOITE
Close no intenso trânsito na rodovia. Dentro do carro de Mateus, Nina
fica inquieta.
NINA: Porra, será que teve algum acidente? Que demora!
Alguns carros da faixa onde o carro de Mateus está, andam. Logo pode-se
ver uma blitz, onde policiais armados param os carros. Nina se desespera ao
ver.
NINA (desesperada): O que? Uma blitz? É sério isso?
LUCAS (sorrindo): É, parece que o cerco fechou pra você, Nina.
NINA (desesperada): Não! Não!
Mateus começa a rir.
NINA: Tá rindo do quê, seu palhaço?
MATEUS (sorrindo): A casa caiu pra você, minha filha. Game over!
NINA: Quer saber? Não caiu não.
Aproxima ainda mais a arma da cabeça de Mateus.
NINA: Lucas, você vai passar pela blitz e não vai falar nada, tá
ouvindo?
LUCAS: Como você quer que eu passe sendo que você tá com essa arma
apontada pra cabeça dele? Você acha que os policiais não vão perceber?
NINA: Não seja por isso.
Nina abaixa a arma e coloca atrás do banco onde Mateus está.
NINA: Uma bala dessa perfura esse banco e atinge as costas dele. Se ele
não morrer, ele fica aleijado. Então é melhor não pisar na bola comigo.
O carro de Mateus se aproxima da blitz da polícia.
Close no olhar tenso de Nina, e em Lucas e Mateus com medo.
CENA 10/HOSPITAL/13º ANDAR/QUARTO DE MARCELA/INTERIOR/NOITE
O policial conversa com Norma.
DELEGADO: Não se preocupe, ela já está fora de perigo e vai à julgamento.
NORMA: Essa mulher foi um inferno na minha vida, o senhor nem imagina.
DELEGADO: Queira me acompanhar, por favor. – (Ele olha para um policial
que está do lado da cama de Marcela, que ainda descansa). – Não desgruda o olho
dela.
O delegado sai com Norma para fora do quarto.
O policial pega seu celular e olha o relógio, que marca exatamente 23h59,
e abaixo do relógio ele vê a data: “6 de junho de 2018”.
O policial olha para relógio do quarto e vê exatamente o horário marcado
no celular: 23h59.
O quarto de repente começa a ficar frio, fazendo o policial tremer de
tanto frio.
POLICIAL: Quando foi que essa temperatura caiu tanto assim?
O policial se levanta do banco, vai até a porta do quarto e estranha quando não vê ninguém no corredor. Ele vira novamente e Marcela acorda.
MARCELA: Aonde eu tô?
POLICIAL: Hospital municipal.
MARCELA: Merda, como eu deixei que me descem um tiro?
O policial se aproxima da cama de Marcela.
POLICIAL: Daqui você vai direto pra cadeia.
MARCELA: Que novidade, pensei que fosse pra um hospício.
As luzes do quarto começam a apagar e acender ao mesmo tempo. A porta
fecha com força.
O policial se assusta. Marcela dá um grito e se levanta da cama, tirando
os aparelhos do seu corpo. O policial aponta sua arma para ela.
POLICIAL (gritando): Volta pra cama!
MARCELA (desesperada): Que horas são?
POLICIAL (confuso): O que?
Marcela olha o relógio do quarto e percebe que é exatamente 00h00 do dia
07 de junho de 2018.
As luzes continuam a apagar e acender sozinhas. Um vento forte toma conta
do local.
POLICIAL (com medo): Que porra é essa?!
MARCELA: É ele...
POLICIAL: Ele quem?
Close em um quadro do quarto se resgando e uma figura diabólica saindo
de dentro dele. Foco em Marcela e uma gota de suor saindo do rosto dela. Uma
lágrima sai dos seus olhos e cai no chão.
CENA 11/HOSPITAL/EXTERIOR/NOITE
Fora do hospital, Norma conversa com Sandra, que come um lanche. De
repente, o vidro da janela do quarto do 13º andar se despedaça e um corpo cai
de lá do alto, onde violentamente se choca no chão, fazendo um enorme estrago.
Norma e Sandra se desesperam. Ao aproximar-se do corpo totalmente
despedaçado no chão, as duas percebem que o corpo é de um policial pela farda.
NORMA: Marcela!
SANDRA: O que tá acontecendo?
NORMA: Eu preciso subir!
Norma corre para dentro do hospital.
CENA 12/HOSPITAL/13º ANDAR/INTERIOR/NOITE
Os policiais arrombam com tudo a porta do quarto, que cai. Norma sai do
elevador e corre até o quarto da irmã, onde vê o corpo de Marcela esticado no
chão com todos os ossos quebrados à mostra e uma poça enorme de sangue no chão.
(A cena
congela com um efeito amarelado, que aos poucos vai se despedaçando como um
vidro em Norma completamente chocada).
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