Herói Nacional - Capítulo 01
terça-feira, junho 05, 2018
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de Produções
Episódio 001
05/06/2018
|
HERÓI
NACIONAL
1ªFASE
obra
original de
FELIPE ROCHA
Proposta
Herói Nacional é
uma filosofia do tempo, é uma história que permite aos leitores se
identificarem com cada tema retratado. É uma novela focada no drama que trata
com otimismo os assuntos mais delicados. Otimismo é a base dessa mistura e
motiva os leitores a acreditarem que um sonho pode ser realizado, que um dia
tudo pode mudar!
agradecimentos
WEB NOVELAS
CHANNEL
Personagens
deste capítulo
GUTO
OLÍMPIA
RICARDO
GIGI
RENATO
GILBERTA
BARTOLOMEU
LUIGI
TÉO
MELISSA
TIA
NÁ
MARILDA
GLORINHA
AURORA/MARLI
GABRIELA
MATILDE
LÍGIA
Participações
Especiais: Renata,
assistentes de teatro, Brenda, Hermínia, cliente, Médico, Dono do bar, Ryan.
CENA 01. MATERNIDADE. BLOCO
CIRÚRGICO. INT. NOITE
Ano 1953.
Cenas de Guto nascendo na maternidade, médicos se comunicam com olhares, dando
entender que se trata de um procedimento complicado. Parto normal. Olímpia faz
muita força, mas o bebê custa nascer e é necessário o tirar com fórceps. Até
que ele nasce.
CORTA PARA:
CENA 02. MATERNIDADE. RECEPÇÃO.
INT. NOITE
Após uma conversa tensa, um dos médicos
conclui.
MÉDICO – Será necessário que ele fique na Unidade de Terapia Intensiva, entubado,
a fim de recuperar as bolhas nos néfrons.
CORTA PARA:
CENA
03. NARRAÇÃO. INT. NOITE
RICARDO – A partir
daquele dia em que um presente de Deus nasceu, aconteceu muita coisa.
CORTA PARA:
CENA 04. RUAS. SÃO
PAULO 1972. INTERIOR. DIA
Strock Shots: Uma mulher misteriosa
vestida com um vestido luxuoso e com uma boina na cabeça e um colar de bolinhas
azuis. Ela atravessa a rua, os carros param, anda no passeio até chegar a casa
N° 67.
CORTA PARA:
CENA 05.
CASA 67. INTERIOR. DIA
Ricardo e Olímpia
no sofá, lendo um noticiário que acabava de sair. São 7 horas da manhã. Alguém
bate a campainha.
Ricardo – Deixe
que eu atendo!
Ricardo levanta-se
do sofá, vai até a porta e abre.
Ricardo – Gigi!
Satisfação em vê-la. (abraçando Gigi).
Gigi – Digo o
mesmo, Ricardo.
Olímpia – Gigi?
Gigi – Olímpia!
Olímpia – Saudades
minha amiga!
Gigi – Saudades
eternas.
As duas se
abraçam.
Gigi – Me
desculpem pelo horário, mas vim o mais ligeiro que pude.
Olímpia – A
senhora não precisa preocupar com isso, já é de casa!
Gigi – Mas...
Também já é de minha consciência que a esta hora vocês já tomaram o café.
Olímpia – Sim, não
cometeu equívocos Gigi! E já tomamos. Aceita uma xícara de chá?
Gigi – Por favor,
minha amiga!
Olímpia – Pois
bem, Ricardo, vá preparar o chá.
Ricardo – Não vejo
necessidade de preparar o chá, até porque sobrou de ontem!
Olímpia – Suponho
que minha amiga quer tomar um chá fresco e quentinho, não é Gigi?
Gigi – Não se
preocupe com isso Olímpia! Eu não me incomodo com temperaturas, seja frio ou
quente, eu tomo!
Olímpia – Mas é
meu dever te oferecer bons tratamentos, já que você está na minha casa!
Gigi – Ah, já me
sinto uma celebridade como se estivesse hospedando em um hotel.
As duas riem.
Ricardo – Está
bem, eu vou preparar o chá. Logo que ficar pronto, eu trago aqui.
Gigi – Obrigada
Ricardo!
Ricardo vai até a
cozinha preparar o chá.
Olímpia – Alguma
novidade Gigi? Suponho que você tem fama de mexeriqueira.
Gigi – Olímpia,
não me chame de mexeriqueira. Assim está a me ofender.
Olímpia –
Perdoe-me, mas não tive intenção de ofender. Era só uma brincadeira.
Gigi – Sem
problemas, Olímpia! Até porque é um mexerico sim! Tenho várias novidades. Mas
antes vamos comentar sobre você.
Olímpia – O que
está insinuando?
Gigi – Somente
olhando para essa barriga grande. Está grávida de novo depois da Melissa e Guto?
Olímpia –
(suspira) Alegre e radiante! Presente de Deus! Serão gêmeos.
Gigi – Excelente,
contribuirá mais para o que irei contar. Por que não me contaste antes?
Olímpia – Gigi,
não tive oportunidade de ligar para ninguém desde que o telefone estragou.
Gigi – E não
mandou consertá-lo?
Olímpia – Não
tivemos condições suficientes.
Gigi – Olímpia, já
disse que quando passar dificuldades financeiras pode me pedir dinheiro.
Olímpia – Claro
que não Gigi! Não gosto de depender de ninguém. Mas agradeço profundamente a
sua oferta. Eu estou fazendo algumas costuras, mas com as boutiques abrindo,
estou perdendo os meus clientes.
Gigi – Olímpia
deixa de ser teimosa! Por que não juntamos esses materiais de costura e abrimos
uma grife? Por favor, eu quero muito te ajudar!
Olímpia – Uma
grife? Uma grife foi o meu sonho desde pequena! Sempre gostei de costurar, você
já sabe não é? Mas eu não devo pedir
isso para uma atriz. Exigirá muito capital. Sua carreira está quase nas ruínas,
Gigi!
Gigi – Eu não me
importo com isso! Só quero fazer boas ações. Podemos negociar, depois. Pense na
minha proposta.
Olímpia – Está bem
Gigi, agradeço novamente! Pensarei na proposta e desde já esperará uma resposta
definitiva no primeiro momento que lhe dirigir a palavra.
Gigi – Bem, agora
vamos deixar a enrolação de lado e contar. Já leu o noticiário hoje?
Olímpia – Ainda
não. Meu marido estava a ler o jornal. Está li (aponta para o sofá maior).
Gigi – Então
perdeu a notícia. Sabe o que aconteceu? O delegado da cidade! O filho dele está
chegando e vai tomar o lugar do pai na delegacia.
Olímpia – Espere
Gigi. Você vem até aqui na minha casa para contar isso? E o que eu posso fazer?
Gigi – Mas você é
tão sonsa! Não percebe? Pode ser uma excelente oportunidade para salvar vocês
dessa crise financeira. A sua filha pode conquistá-lo Olímpia e se casar com
ele! E aí sim você terá dinheiro para criar os filhos que nascerão.
Em seguida,
Ricardo chega à sala e questiona:
RICARDO – Que
história é essa de dinheiro?
Eles se
entreolham. Gigi e Olímpia nervosas.
CORTA PARA:
CENA 06.
DELEGACIA DE POLÍCIA. INTERIOR. DIA
O delegado distribui
os papéis para sua secretária, Gilberta.
RENATO – Já
concluí a papelada. Está autorizada a repassar para o prefeito, comunique a ele
que amanhã haverá uma reunião.
Gilberta –
Perfeitamente senhor delegado. Deseja mais alguma coisa?
RENATO – Desejo
descanso Gilberta! Mas, um descanso favorecido por um whisky.
GILBERTA – Mas o
senhor não pode tomar Whisky.
RENATO – Não me
venha com proibições Gilberta, sou seu patrão. Aproveite e tome comigo.
GILBERTA – Eu não
sei se eu devo seu Renato, é que...
RENATO – Isso é
uma ordem!
GILBERTA – E se os
demais pensarem alguma coisa de nós?
RENATO – Eu digo
para eles que eu aqui autorizei. Agora, vá pegar as garrafas. Não me faça
esperar!
CORTA PARA:
CENA
07. BAR OUTRA ROTA. INT. DIA
Guto conversa com Ryan,
enquanto bebe uma garrafa de cerveja alcoólica.
GUTO – Não acha
que bebemos demais?
RYAN – Confie em
mim. Eu pago.
GUTO – E sua
esposa? Como vão?
RYAN – Estão
seguindo o mesmo... Não, não. Primeiro vamos falar de você. Quais são os seus
planos para a vida Guto?
GUTO – Não sei
cara. Estou em dúvida se devo realizar meu sonho ou seguir nos estudos, como os
meus pais desejam. Mas ao mesmo tempo que eles dizem isso, não têm condições
financeiras.
RYAN – Não, não. Não
siga o conselho deles! Vamos ganhar muito dinheiro fazendo isso!
Ryan oferece uma
droga a Guto.
Guto se irrita e
começa a revirar as mesas do bar. Os dois atiram garrafas de cervejas. Outras
pessoas correm.
GUTO – E eu
achando que você estava aqui para me aconselhar! Desse jogo eu tô fora, não
conta comigo mais!
RYAN – (ri) Espera
Guto!
GUTO – O que você
quer?
RYAN – No último
momento em que toda a sua carreira desmoronar, precisará de mim.
GUTO – Vamos ver
quem vai precisar aqui.
DONO DO BAR – Me
desculpe, mas eu vou ter que chamar a polícia!
RYAN – Não precisa
chamar a polícia não, tio! Nós mesmos resolvemos isso.
DONO DO BAR – Nada
disso, eu vou chamar! Vocês fiquem quietos aí. Vamos resolver isso na
delegacia.
Depois de algumas
horas, a polícia chega ao local. Ryan e Guto são algemados.
CENA 08.
DELEGACIA DE POLÍCIA. CELA 56. INTERIOR. DIA
Ryan e Guto são
colocados na mesma cela junto com alguns prisioneiros, sofrendo provocações.
CENA 09.
CASA 67. INTERIOR. DIA
Atenção
Edição: Continuação da cena 02 deste capítulo.
Ricardo questiona
surpreso ao ouvir a palavra “dinheiro” ser pronunciada.
RICARDO –
Expliquem, vamos!
GIGI – Ricardo, eu
não vou deixar esse assunto implícito, até em razão de haver um grau de
parentesco entre você a criança.
RICARDO – Imagino
que está fazendo planos para o futuro, Gigi. Conheço você bem para afirmar
isso.
GIGI – Não me
ofenda. Desta vez é por uma boa causa.
RICARDO – Nada a
dizer, Olímpia? Está com uma cara de vaca de presépio!
OLÍMPIA – Estou
nervosa, somente. Mas deixe que eu explique Gigi. Ricardo, sabes que a Melissa
está sem partido não é?
RICARDO – Com
certeza! Já tentei até arrumar um bom partido para ela.
OLÍMPIA –
Perfeitamente, nenhuma das vezes o resultado foi bem sucedido. Até porque
Melissa já teve muita decepção com homens.
RICARDO – E o que
estão insinuando?
OLÍMPIA – O filho
do delegado chegará à cidade após um curso nos Estados Unidos. Seria uma
excelente oportunidade para que os dois se conhecessem.
RICARDO – Então,
você veio aqui para dizer isso Gigi?
GIGI – Ricardo
entenda pelo lado positivo. Assim vocês terão condições para criar o filho que
irá nascer.
RICARDO – Até que
a ideia não é ruim não. Filho de um delegado daria muito dinheiro. Mas eu tenho
uma pergunta. Será que vai dar certo?
GIGI – Olha, vai
depender dela. E por falar nisso, onde está a filha de vocês?
OLÍMPIA – Ela não
chega desde ontem!
GIGI – Vocês não
acham isso estranho não?
OLÍMPIA – Estamos
tranquilos.
RICARDO – Em
algumas vezes, ela dorme até na casa de uma das colegas da faculdade.
GIGI – Entendo...
Gigi não está
convencida da resposta, pensativa...
CORTA PARA:
CENA 10. HOTEL. QUARTO 46. INT.DIA
Melissa e
Bartolomeu conversam. CAM foca sem mostrar o rosto de
Bartolomeu.
MELISSA – Só não
deixa os meus pais saberem. Eu tenho que esconder você.
BARTOLOMEU – É uma
espécie de cárcere privado?
MELISSA – Não, não
estou falando isso. Só não quero que ocorram situações piores.
BARTOLOMEU – Até
quando vai ficar me escondendo como se eu fosse um bebê?
MELISSA – Até o
dia e a hora certa chegar! Enquanto isso, vamos ficar calados e não denunciar
nada de nossa relação. Corremos o risco de separação.
BARTOLOMEU –
Separação?
MELISSA – Meus
pais estão sempre querendo arrumar um bom partido para mim. Daqui a pouco já
estão planejando outro.
BARTOLOMEU –
Compreendido. Mas... Você não enxerga meu problema?
MELISSA – Você é
um menino comum como os outros.
BARTOLOMEU – Não
tem vergonha de sair comigo?
MELISSA – Meu
objetivo é convencer as pessoas para acabar com o preconceito com os portadores
de down.
CORTA PARA:
CENA 12.
MANSÃO DELACOURT. ESCRITÓRIO. INT. DIA
Luigi se senta à
frente do pai Téo.
LUIGI – Só
resolveu me dirigir à palavra agora, meu pai? Berlinda disse que você mandou me
chamar! Fiquei surpreso, porque não costumas conversar com seu filho. Perguntar
como está indo na faculdade.
TÉO – Eu só
converso com os filhos quando eles me surpreendem.
LUIGI – Já havia
percebido isso há muito tempo. Esqueceu só agora que só têm eu de filho não é?
Geralmente me chama nesse escritório para pedir alguma coisa. Se for isso, seja
objetivo meu pai.
TÉO – Não vamos
discutir Luigi. Você já me decepcionou muito nessa vida. Não honrou meu
sobrenome Delacourt!
LUIGI – Falar é
fácil, mas sentir deve ser difícil para você.
TÉO – Agora vai
ficar me encarando com esse olhar desafiador?
LUIGI – Estou
observando seu comportamento, meu pai. Acredito que o senhor irá bater na mesma
tecla. “Gentileza, gera gentileza’ sabia?
TÉO – Não me venha
com essas frases filosóficas. Sou um empresário e tenho muito que fazer.
LUIGI – Então para
quê me chamou aqui exatamente?
TÉO – Conversar
sobre aquelas suas relações com aquela desclassificada!
LUIGI – Quem é
desclassificada é sua mulher meu pai! Ela tem nome e chama Pérola.
TÉO – Não ouse
falar mal da mulher que cuidou de você por todos esses anos desde que sua mãe
me abandonou.
LUIGI – Minha mãe
me abandonou ou o senhor que a matou? Eu só me lembro disso! De reclamações da
minha mãe. (agressivo) Ela não te aguentava mais meu pai.
TÉO –
(agressivo) Se repetir essa frase novamente, eu...
LUIGI – Agora está
me fazendo ameaças é? (agressivo) Eu vou te falar uma coisa meu pai! Eu não
tenho nenhum preconceito contra a menina que estou namorando! Gosto dela e sou
eu que tenho que gostar e o senhor não deve interferir. De qualquer forma vai
ter que aceitar.
TÉO – De jeito
nenhum, de jeito nenhum! Nunca que eu vou aceitar essa menina na minha casa. Não
está sonhando alto meu filho. Vai ficar com um diamante negro e uma pobre?
LUIGI – Diamante
afrodescendente meu pai! Minha Pérola. (agressivo) O senhor acha mesmo que
porque têm dinheiro e pode pisar-nos outros? Já fomos pobres um dia!
TÉO – Nunca que eu
vou aceitar essa menina na minha casa! O que os meus sócios vão pensar ao ver
uma negra aqui? Frequentemente eu tenho que fazer reuniões.
LUIGI – Eles vão
chocar com o seu jeito preconceituoso meu pai. Eu estou fascinado com a Pérola,
era é maravilhosa por fora e por dentro!
TÉO – Fique
fascinado quando encontrar motivação de uma vez por todas para começar a pensar
numa ideia de negócio rentável, me refiro ao nível da faculdade em que está.
LUIGI – Quer
saber? Eu não quero discutir mais! Eu sou feliz aqui e não é o senhor que vai
me impedir!
CORTA PARA:
CENA 13. SÃO PAULO. INT. DIA-NOITE
Strock Shots: Anoitece em São Paulo, cidade movimentada de carros,
congestionamento de trânsito, dificuldade de pedestres para atravessar o teatro
Municipal de São Paulo. Bilheteria lotada. A vendedora coloca uma faixa no
vidro: “INGRESSOS ESGOTADOS”!
CENA 14.TEATRO
MUNICIPAL SP. ENTRADA. INT. NOITE
Na entrada do
teatro municipal de São Paulo, Glorinha e Matilde esperam pela estrela da
noite.
GLORINHA – Estamos
esperando há muito tempo aqui.
MATILDE – Calma
Matilde, logo a estrela da noite chega.
GLORINHA – Ela é
dotada de sapiência.
MATILDE – Sem
dúvidas minha querida! Adora teatro.
GLORINHA – Teatro
é arte Glorinha! Arte que influencia os nossos modos de pensar, de ver o mundo,
principalmente da visão maniqueísta.
MATILDE – Esse
espetáculo foi ela mesmo quem escreveu.
GLORINHA – Espero
que esteja tudo perfeito Matilde! Você mesmo sabe que eu faria uma turnê pela
Europa?
MATILDE – Não
perderás tempo prestigiando sua sobrinha, minha irmãzinha querida.
GLORINHA – Tomara
que você esteja certa.
MATILDE – Confie
na sua sobrinha.
Corta
rápido para:
CENA 15.
BOUTIQUE DELACCOURT. INT.NOITE
Na boutique
Dellacourt, Lígia, Hermínia e Brenda conversam.
HERMÍNIA – Faltam
exatamente cinquenta minutos e trinta e sete segundos para essa loja fechar!
BRENDA– Eu ainda
não entendo essa mania sua Hermínia, de ser tão metódica ao extremo, tão exata
quando um cronômetro! Quem tem você ao lado, nem precisa de relógio melhor.
LÍGIA – Isso que é
uma funcionária eficiente! Você também deveria tentar, Brenda!
BRENDA– Nunca,
dona Lígia! Eu não sou reloginho das pessoas não, não quero assumir esse
compromisso.
HERMÍNIA– Adquiri
essa herança dos meus pais, nossa casa era repleta de coleções de relógios!
BRENDA– Então o
relógio era seu crush né? Porque não arrumou nenhum namorado até agora.
HERMÍNIA– O que eu
posso fazer se ninguém me quer? Só tenho minha casinha e meu reloginho mesmo.
BRENDA – Quem iria
te querer para informar as horas a cada minuto?
LÍGIA – Meninas
deixem de conversa. (aponta) Brenda, vá atender a cliente que chegou.
Brenda se aproxima
da cliente.
BRENDA – O que a
senhora deseja?
CLIENTE – (off)
Vestidos para casamento especialmente amarelos e azuis. Ou colares de bolinhas
brancas.
CENA 16.
TEATRO. ESTÚDIO. INTERIOR. NOITE
No estúdio, Sérgio
e Manuela conversam.
Sérgio – Será que
vai dar certo? Pelo menos ensaiamos bastante não é mesmo?
Manuela – Calma,
meu amigo Sérgio! Tudo ocorrerá perfeito, verá. Agora me ajude a treinar uma
homenagem ao nosso mestre.
Sérgio – Discurso?
Manuela –
Talvez...
Sérgio – (corta)
Eu não fiquei sabendo disso!
Manuela – Digamos
que é um improviso. Vamos, me ajude a ler o roteiro.
Sérgio – Você
escreveu?
Manuela – Sim.
Manuela abre o
roteiro e ela treina com Sérgio.
Depois de um
tempo, o organizador do teatro, conhecido como “Mestre”, vai até o estúdio.
Manuela – Como
está a plateia?
Mestre – Lotada!
Os ingressos esgotaram! Estão prontos?
Manuela – Estamos!
Pode abrir as cortinas.
Mestre – Perfeito.
CORTA PARA:
CENA 17.
TEATRO MUNICIPAL SP. PALCO. INT. NOITE
Luzes apagadas. A
plateia carrega várias pessoas. Renata, a diretora do teatro fica no centro do
palco e comunica.
Renata – Senhoras
e Senhores boa noite! Para quem não me conhece, eu sou Renata e sou uma das
diretoras do nosso espetáculo! Primeiramente, antes do início de tudo, nossa
equipe queria agradecer por comparecer a esta casa de teatro e nos dar
prestígio. É relevante lembrar que os atores possuem bastante talento e querem
de alguma forma passar mensagens otimistas para vocês. Não arrependerão...
(apresenta) O espetáculo de hoje é diferente do que já apresentamos. É a
história de uma menina chamada Gabriela que vive em uma casinha de sapé no
interior de São Paulo e depois do pai se envolver com drogas, passa a morar com
o avô nas ruas. Como vocês acham que acabarão nossa história? Senhoras e
Senhores, por favor recebam as estrelas do nosso teatro com uma salva de palmas
por favor!
Todos aplaudem.
As cortinas se
abrem e Manuela entra.
Manuela – Obrigada!
Obrigada! Bom, antes de começarmos, eu pediria a nossa diretora Renata para
liberar um pequeno espaço de tempo. Quero ler um documento de extrema
relevância agora.
Renata autoriza.
Manuela abre o
roteiro.
Manuela – Queridos
mestres, plateia e consanguíneos. Queremos agradecer aos nossos diretores por
proporcionarem esse lindo espetáculo e nos escolher o definitivo papel.
Ressalta-se que nos levaram a sapiência! Deixamos aqui o nosso agradecimento
pelas orientações durante os ensaios...
Termina de ler a
carta.
Manuela – Senhoras
e Senhores, o espetáculo vai começar!
Manuela se
prepara. As cortinas fecham e se abrem novamente com o cenário. Ela interpreta
Gabriela e Aurora a tia Marli.
Segundo os
roteiros do teatro
“Em um belo dia, estavam Gabriela e Marli costurando em sua
casinha de sapé enquanto o seu pai lá fora comprava drogas sem elas verem”.
Gabriela – Ó,
minha querida tia! Agradeço a senhora todos os dias por ensinar-me a costurar.
É um passatempo incrível, engrandece ó minh’alma.
Marli – Você está
indo muito bem, minha querida! Nós estamos faturando muito! As vendas estão
ajudando nas despesas de casa, você sabe disso.
Gabriela – De
qualquer forma, eu sou útil para alguma coisa.
Marli – Não use
esses termos minha querida, você sempre será amada pela família.
Gabriela – Onde
está o papai?
Marli – (off) Deve
estar nos afazeres dele! Continue a costurar minha querida. Eu vou pegar água
na cozinha e vejo como ele está.
E o espetáculo
continua...
CORTA PARA:
Na cozinha, Ná faz
um estrogonofe de carne enquanto ouve a música: Boca Molhada – Sensação e
dança.
Marilda chega à
cozinha.
MARILDA – Estou
ficando preocupada com o nosso menino! Ele não é mais assíduo nas aulas!
TIA NÁ – Por
enquanto não podemos nos aproximar, você sabe.
MARILDA – Aquele
homem não coordena minhas atitudes.
TIA NÁ – É de sua
consciência de que ele é capaz de tudo.
MARILDA – Não, não
compreendo o que está dizendo. Até porque eu não tenho medo do que ele pode
fazer. Nós vamos botar a boca na Justiça!
TIA NÁ – Tomar
essa decisão radical? Não acha cedo?
MARILDA – Cedo?
Está mais que tarde para ele saber.
TIA NÁ – Não vamos
ser radicais. Vamos esperar o tempo passar. O tempo é o mestre das nossas
atitudes. O tempo limpa todas as mágoas, você vai ver.
MARILDA – Você,
tão sábia, tão mística e vens me pronunciar isto? Eu não creio nesta filosofia
do Tempo. Ainda acredito que argumentos filosóficos não vão mudar em nada a
minha história de vida.
TIA NÁ –
Argumentos filosóficos do tempo vão te acalmar e te ajudar a ser menos radicais
em suas atitudes. Acredite em mim! Tudo será resolvido no tempo certo, na hora
certa.
CORTA PARA:
Radicalmente, o
relógio começa a andar para trás? Seria talvez após a filosofia do tempo de Ná?
Em meio a essa questão, 6 horas antes, acontecia a seguinte situação.
CENA 19.
CASA DE OLÍMPIA. INTERIOR. NOITE
O dono do bar OUTRA
ROTA bate na casa de Olímpia durante a noite. Olímpia e Ricardo saem da cama e
vão atender. Eles abrem.
DONO DO BAR – Boa
noite! Desculpe incomodar vocês! É uma péssima hora! Eu vim aqui comunicar que
devido a um desentendimento hoje no meu estabelecimento, seu filho foi preso e
eles estão esperando os pais da vítima para depor na delegacia.
Closes alternados
em Olímpia e Ricardo, apavorados.
(Fim do Capítulo)
E você aí? Gostou do primeiro
capítulo de Herói Nacional! Amanhã tem mais, inclusive um especial! Envie uma
sugestão pelo twitter @feliperaautor que você considera essencial na trama!
Estarei atendendo a todas as dúvidas.
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