Herói Nacional - Capítulo 01

terça-feira, junho 05, 2018


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Central de Produções                                                                                                 Episódio 001
05/06/2018
HERÓI NACIONAL

1ªFASE
obra original  de
FELIPE ROCHA

Proposta

Herói Nacional é uma filosofia do tempo, é uma história que permite aos leitores se identificarem com cada tema retratado. É uma novela focada no drama que trata com otimismo os assuntos mais delicados. Otimismo é a base dessa mistura e motiva os leitores a acreditarem que um sonho pode ser realizado, que um dia tudo pode mudar!

agradecimentos
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Personagens deste capítulo
GUTO
OLÍMPIA
RICARDO
GIGI
RENATO
GILBERTA
BARTOLOMEU
LUIGI
TÉO
MELISSA
TIA NÁ
MARILDA
GLORINHA
AURORA/MARLI
GABRIELA
MATILDE
LÍGIA

Participações Especiais:  Renata, assistentes de teatro, Brenda, Hermínia, cliente, Médico, Dono do bar, Ryan.



 CENA 01. MATERNIDADE. BLOCO CIRÚRGICO. INT. NOITE
 Ano 1953. Cenas de Guto nascendo na maternidade, médicos se comunicam com olhares, dando entender que se trata de um procedimento complicado. Parto normal. Olímpia faz muita força, mas o bebê custa nascer e é necessário o tirar com fórceps. Até que ele nasce.
CORTA PARA:

CENA 02. MATERNIDADE. RECEPÇÃO. INT. NOITE
Após uma conversa tensa, um dos médicos conclui.
MÉDICO – Será necessário que ele fique na Unidade de Terapia Intensiva, entubado, a fim de recuperar as bolhas nos néfrons.
CORTA PARA:

CENA 03. NARRAÇÃO. INT. NOITE
RICARDO – A partir daquele dia em que um presente de Deus nasceu, aconteceu muita coisa.
CORTA PARA:

CENA 04. RUAS. SÃO PAULO 1972. INTERIOR. DIA
Strock Shots: Uma mulher misteriosa vestida com um vestido luxuoso e com uma boina na cabeça e um colar de bolinhas azuis. Ela atravessa a rua, os carros param, anda no passeio até chegar a casa N° 67. 
CORTA PARA:

CENA 05. CASA 67. INTERIOR. DIA
Ricardo e Olímpia no sofá, lendo um noticiário que acabava de sair. São 7 horas da manhã. Alguém bate a campainha.
Ricardo – Deixe que eu atendo!
Ricardo levanta-se do sofá, vai até a porta e abre.
Ricardo – Gigi! Satisfação em vê-la. (abraçando Gigi).
Gigi – Digo o mesmo, Ricardo.
Olímpia – Gigi?
Gigi – Olímpia!
Olímpia – Saudades minha amiga!
Gigi – Saudades eternas.
As duas se abraçam.
Gigi – Me desculpem pelo horário, mas vim o mais ligeiro que pude.
Olímpia – A senhora não precisa preocupar com isso, já é de casa!
Gigi – Mas... Também já é de minha consciência que a esta hora vocês já tomaram o café.
Olímpia – Sim, não cometeu equívocos Gigi! E já tomamos. Aceita uma xícara de chá?
Gigi – Por favor, minha amiga!
Olímpia – Pois bem, Ricardo, vá preparar o chá.
Ricardo – Não vejo necessidade de preparar o chá, até porque sobrou de ontem!
Olímpia – Suponho que minha amiga quer tomar um chá fresco e quentinho, não é Gigi?
Gigi – Não se preocupe com isso Olímpia! Eu não me incomodo com temperaturas, seja frio ou quente, eu tomo!
Olímpia – Mas é meu dever te oferecer bons tratamentos, já que você está na minha casa!
Gigi – Ah, já me sinto uma celebridade como se estivesse hospedando em um hotel.
As duas riem.
Ricardo – Está bem, eu vou preparar o chá. Logo que ficar pronto, eu trago aqui.
Gigi – Obrigada Ricardo!
Ricardo vai até a cozinha preparar o chá.
Olímpia – Alguma novidade Gigi? Suponho que você tem fama de mexeriqueira.
Gigi – Olímpia, não me chame de mexeriqueira. Assim está a me ofender.
Olímpia – Perdoe-me, mas não tive intenção de ofender. Era só uma brincadeira.
Gigi – Sem problemas, Olímpia! Até porque é um mexerico sim! Tenho várias novidades. Mas antes vamos comentar sobre você.
Olímpia – O que está insinuando?
Gigi – Somente olhando para essa barriga grande. Está grávida de novo depois da Melissa e Guto?
Olímpia – (suspira) Alegre e radiante! Presente de Deus! Serão gêmeos.
Gigi – Excelente, contribuirá mais para o que irei contar. Por que não me contaste antes?
Olímpia – Gigi, não tive oportunidade de ligar para ninguém desde que o telefone estragou.
Gigi – E não mandou consertá-lo?
Olímpia – Não tivemos condições suficientes.
Gigi – Olímpia, já disse que quando passar dificuldades financeiras pode me pedir dinheiro.
Olímpia – Claro que não Gigi! Não gosto de depender de ninguém. Mas agradeço profundamente a sua oferta. Eu estou fazendo algumas costuras, mas com as boutiques abrindo, estou perdendo os meus clientes.
Gigi – Olímpia deixa de ser teimosa! Por que não juntamos esses materiais de costura e abrimos uma grife? Por favor, eu quero muito te ajudar!
Olímpia – Uma grife? Uma grife foi o meu sonho desde pequena! Sempre gostei de costurar, você já sabe não é?  Mas eu não devo pedir isso para uma atriz. Exigirá muito capital. Sua carreira está quase nas ruínas, Gigi!
Gigi – Eu não me importo com isso! Só quero fazer boas ações. Podemos negociar, depois. Pense na minha proposta.
Olímpia – Está bem Gigi, agradeço novamente! Pensarei na proposta e desde já esperará uma resposta definitiva no primeiro momento que lhe dirigir a palavra.
Gigi – Bem, agora vamos deixar a enrolação de lado e contar. Já leu o noticiário hoje?
Olímpia – Ainda não. Meu marido estava a ler o jornal. Está li (aponta para o sofá maior).
Gigi – Então perdeu a notícia. Sabe o que aconteceu? O delegado da cidade! O filho dele está chegando e vai tomar o lugar do pai na delegacia.
Olímpia – Espere Gigi. Você vem até aqui na minha casa para contar isso? E o que eu posso fazer?
Gigi – Mas você é tão sonsa! Não percebe? Pode ser uma excelente oportunidade para salvar vocês dessa crise financeira. A sua filha pode conquistá-lo Olímpia e se casar com ele! E aí sim você terá dinheiro para criar os filhos que nascerão.
Em seguida, Ricardo chega à sala e questiona:
RICARDO – Que história é essa de dinheiro?
Eles se entreolham. Gigi e Olímpia nervosas.
CORTA PARA:

CENA 06. DELEGACIA DE POLÍCIA. INTERIOR. DIA
O delegado distribui os papéis para sua secretária, Gilberta.
RENATO – Já concluí a papelada. Está autorizada a repassar para o prefeito, comunique a ele que amanhã haverá uma reunião.
Gilberta – Perfeitamente senhor delegado. Deseja mais alguma coisa?
RENATO – Desejo descanso Gilberta! Mas, um descanso favorecido por um whisky.
GILBERTA – Mas o senhor não pode tomar Whisky.
RENATO – Não me venha com proibições Gilberta, sou seu patrão. Aproveite e tome comigo.
GILBERTA – Eu não sei se eu devo seu Renato, é que...
RENATO – Isso é uma ordem!
GILBERTA – E se os demais pensarem alguma coisa de nós?
RENATO – Eu digo para eles que eu aqui autorizei. Agora, vá pegar as garrafas. Não me faça esperar!
CORTA PARA:

CENA 07. BAR OUTRA ROTA. INT. DIA
Guto conversa com Ryan, enquanto bebe uma garrafa de cerveja alcoólica.
GUTO – Não acha que bebemos demais?
RYAN – Confie em mim. Eu pago.
GUTO – E sua esposa? Como vão?
RYAN – Estão seguindo o mesmo... Não, não. Primeiro vamos falar de você. Quais são os seus planos para a vida Guto?
GUTO – Não sei cara. Estou em dúvida se devo realizar meu sonho ou seguir nos estudos, como os meus pais desejam. Mas ao mesmo tempo que eles dizem isso, não têm condições financeiras.
RYAN – Não, não. Não siga o conselho deles! Vamos ganhar muito dinheiro fazendo isso!
Ryan oferece uma droga a Guto.
Guto se irrita e começa a revirar as mesas do bar. Os dois atiram garrafas de cervejas. Outras pessoas correm.
GUTO – E eu achando que você estava aqui para me aconselhar! Desse jogo eu tô fora, não conta comigo mais!
RYAN – (ri) Espera Guto!
GUTO – O que você quer?
RYAN – No último momento em que toda a sua carreira desmoronar, precisará de mim.
GUTO – Vamos ver quem vai precisar aqui.
DONO DO BAR – Me desculpe, mas eu vou ter que chamar a polícia!
RYAN – Não precisa chamar a polícia não, tio! Nós mesmos resolvemos isso.
DONO DO BAR – Nada disso, eu vou chamar! Vocês fiquem quietos aí. Vamos resolver isso na delegacia.
Depois de algumas horas, a polícia chega ao local. Ryan e Guto são algemados.

CENA 08. DELEGACIA DE POLÍCIA. CELA 56. INTERIOR. DIA
Ryan e Guto são colocados na mesma cela junto com alguns prisioneiros, sofrendo provocações.

CENA 09. CASA 67. INTERIOR. DIA
Atenção Edição: Continuação da cena 02 deste capítulo.
Ricardo questiona surpreso ao ouvir a palavra “dinheiro” ser pronunciada.
RICARDO – Expliquem, vamos!
GIGI – Ricardo, eu não vou deixar esse assunto implícito, até em razão de haver um grau de parentesco entre você a criança.
RICARDO – Imagino que está fazendo planos para o futuro, Gigi. Conheço você bem para afirmar isso.
GIGI – Não me ofenda. Desta vez é por uma boa causa.
RICARDO – Nada a dizer, Olímpia? Está com uma cara de vaca de presépio!
OLÍMPIA – Estou nervosa, somente. Mas deixe que eu explique Gigi. Ricardo, sabes que a Melissa está sem partido não é?
RICARDO – Com certeza! Já tentei até arrumar um bom partido para ela.
OLÍMPIA – Perfeitamente, nenhuma das vezes o resultado foi bem sucedido. Até porque Melissa já teve muita decepção com homens.
RICARDO – E o que estão insinuando?
OLÍMPIA – O filho do delegado chegará à cidade após um curso nos Estados Unidos. Seria uma excelente oportunidade para que os dois se conhecessem.
RICARDO – Então, você veio aqui para dizer isso Gigi?
GIGI – Ricardo entenda pelo lado positivo. Assim vocês terão condições para criar o filho que irá nascer.
RICARDO – Até que a ideia não é ruim não. Filho de um delegado daria muito dinheiro. Mas eu tenho uma pergunta. Será que vai dar certo?
GIGI – Olha, vai depender dela. E por falar nisso, onde está a filha de vocês?
OLÍMPIA – Ela não chega desde ontem!
GIGI – Vocês não acham isso estranho não?
OLÍMPIA – Estamos tranquilos.
RICARDO – Em algumas vezes, ela dorme até na casa de uma das colegas da faculdade.
GIGI – Entendo...
Gigi não está convencida da resposta, pensativa...
CORTA PARA:

CENA 10. HOTEL. QUARTO 46. INT.DIA
Melissa e Bartolomeu conversam. CAM foca sem mostrar o rosto de Bartolomeu.
MELISSA – Só não deixa os meus pais saberem. Eu tenho que esconder você.
BARTOLOMEU – É uma espécie de cárcere privado?
MELISSA – Não, não estou falando isso. Só não quero que ocorram situações piores.
BARTOLOMEU – Até quando vai ficar me escondendo como se eu fosse um bebê?
MELISSA – Até o dia e a hora certa chegar! Enquanto isso, vamos ficar calados e não denunciar nada de nossa relação. Corremos o risco de separação.
BARTOLOMEU – Separação?
MELISSA – Meus pais estão sempre querendo arrumar um bom partido para mim. Daqui a pouco já estão planejando outro.
BARTOLOMEU – Compreendido. Mas... Você não enxerga meu problema?
MELISSA – Você é um menino comum como os outros.
BARTOLOMEU – Não tem vergonha de sair comigo?
MELISSA – Meu objetivo é convencer as pessoas para acabar com o preconceito com os portadores de down.
CORTA PARA:


CENA 12. MANSÃO DELACOURT. ESCRITÓRIO. INT. DIA
Luigi se senta à frente do pai Téo.
LUIGI – Só resolveu me dirigir à palavra agora, meu pai? Berlinda disse que você mandou me chamar! Fiquei surpreso, porque não costumas conversar com seu filho. Perguntar como está indo na faculdade.
TÉO – Eu só converso com os filhos quando eles me surpreendem.
LUIGI – Já havia percebido isso há muito tempo. Esqueceu só agora que só têm eu de filho não é? Geralmente me chama nesse escritório para pedir alguma coisa. Se for isso, seja objetivo meu pai.
TÉO – Não vamos discutir Luigi. Você já me decepcionou muito nessa vida. Não honrou meu sobrenome Delacourt!
LUIGI – Falar é fácil, mas sentir deve ser difícil para você.
TÉO – Agora vai ficar me encarando com esse olhar desafiador?
LUIGI – Estou observando seu comportamento, meu pai. Acredito que o senhor irá bater na mesma tecla. “Gentileza, gera gentileza’ sabia?
TÉO – Não me venha com essas frases filosóficas. Sou um empresário e tenho muito que fazer.
LUIGI – Então para quê me chamou aqui exatamente?
TÉO – Conversar sobre aquelas suas relações com aquela desclassificada!
LUIGI – Quem é desclassificada é sua mulher meu pai! Ela tem nome e chama Pérola.
TÉO – Não ouse falar mal da mulher que cuidou de você por todos esses anos desde que sua mãe me abandonou.
LUIGI – Minha mãe me abandonou ou o senhor que a matou? Eu só me lembro disso! De reclamações da minha mãe. (agressivo) Ela não te aguentava mais meu pai.
TÉO – (agressivo) Se repetir essa frase novamente, eu...
LUIGI – Agora está me fazendo ameaças é? (agressivo) Eu vou te falar uma coisa meu pai! Eu não tenho nenhum preconceito contra a menina que estou namorando! Gosto dela e sou eu que tenho que gostar e o senhor não deve interferir. De qualquer forma vai ter que aceitar.
TÉO – De jeito nenhum, de jeito nenhum! Nunca que eu vou aceitar essa menina na minha casa. Não está sonhando alto meu filho. Vai ficar com um diamante negro e uma pobre?
LUIGI – Diamante afrodescendente meu pai! Minha Pérola. (agressivo) O senhor acha mesmo que porque têm dinheiro e pode pisar-nos outros? Já fomos pobres um dia!
TÉO – Nunca que eu vou aceitar essa menina na minha casa! O que os meus sócios vão pensar ao ver uma negra aqui? Frequentemente eu tenho que fazer reuniões.
LUIGI – Eles vão chocar com o seu jeito preconceituoso meu pai. Eu estou fascinado com a Pérola, era é maravilhosa por fora e por dentro!
TÉO – Fique fascinado quando encontrar motivação de uma vez por todas para começar a pensar numa ideia de negócio rentável, me refiro ao nível da faculdade em que está.
LUIGI – Quer saber? Eu não quero discutir mais! Eu sou feliz aqui e não é o senhor que vai me impedir!
CORTA PARA:

CENA 13. SÃO PAULO. INT. DIA-NOITE
Strock Shots: Anoitece em São Paulo, cidade movimentada de carros, congestionamento de trânsito, dificuldade de pedestres para atravessar o teatro Municipal de São Paulo. Bilheteria lotada. A vendedora coloca uma faixa no vidro: “INGRESSOS ESGOTADOS”!

CENA 14.TEATRO MUNICIPAL SP. ENTRADA. INT. NOITE
Na entrada do teatro municipal de São Paulo, Glorinha e Matilde esperam pela estrela da noite.
GLORINHA – Estamos esperando há muito tempo aqui.
MATILDE – Calma Matilde, logo a estrela da noite chega.
GLORINHA – Ela é dotada de sapiência.
MATILDE – Sem dúvidas minha querida! Adora teatro.
GLORINHA – Teatro é arte Glorinha! Arte que influencia os nossos modos de pensar, de ver o mundo, principalmente da visão maniqueísta.
MATILDE – Esse espetáculo foi ela mesmo quem escreveu.
GLORINHA – Espero que esteja tudo perfeito Matilde! Você mesmo sabe que eu faria uma turnê pela Europa?
MATILDE – Não perderás tempo prestigiando sua sobrinha, minha irmãzinha querida.
GLORINHA – Tomara que você esteja certa.
MATILDE – Confie na sua sobrinha.
Corta rápido para:

CENA 15. BOUTIQUE DELACCOURT. INT.NOITE
Na boutique Dellacourt, Lígia, Hermínia e Brenda conversam.
HERMÍNIA – Faltam exatamente cinquenta minutos e trinta e sete segundos para essa loja fechar!
BRENDA– Eu ainda não entendo essa mania sua Hermínia, de ser tão metódica ao extremo, tão exata quando um cronômetro! Quem tem você ao lado, nem precisa de relógio melhor.
LÍGIA – Isso que é uma funcionária eficiente! Você também deveria tentar, Brenda!
BRENDA– Nunca, dona Lígia! Eu não sou reloginho das pessoas não, não quero assumir esse compromisso.
HERMÍNIA– Adquiri essa herança dos meus pais, nossa casa era repleta de coleções de relógios!
BRENDA– Então o relógio era seu crush né? Porque não arrumou nenhum namorado até agora.
HERMÍNIA– O que eu posso fazer se ninguém me quer? Só tenho minha casinha e meu reloginho mesmo.
BRENDA – Quem iria te querer para informar as horas a cada minuto?
LÍGIA – Meninas deixem de conversa. (aponta) Brenda, vá atender a cliente que chegou.
Brenda se aproxima da cliente.
BRENDA – O que a senhora deseja?
CLIENTE – (off) Vestidos para casamento especialmente amarelos e azuis. Ou colares de bolinhas brancas.     

CENA 16. TEATRO. ESTÚDIO. INTERIOR. NOITE
No estúdio, Sérgio e Manuela conversam.
Sérgio – Será que vai dar certo? Pelo menos ensaiamos bastante não é mesmo?
Manuela – Calma, meu amigo Sérgio! Tudo ocorrerá perfeito, verá. Agora me ajude a treinar uma homenagem ao nosso mestre.
Sérgio – Discurso?
Manuela – Talvez...
Sérgio – (corta) Eu não fiquei sabendo disso!
Manuela – Digamos que é um improviso. Vamos, me ajude a ler o roteiro.
Sérgio – Você escreveu?
Manuela – Sim.
Manuela abre o roteiro e ela treina com Sérgio.
Depois de um tempo, o organizador do teatro, conhecido como “Mestre”, vai até o estúdio.
Manuela – Como está a plateia?
Mestre – Lotada! Os ingressos esgotaram! Estão prontos?
Manuela – Estamos! Pode abrir as cortinas.
Mestre – Perfeito.
CORTA PARA:

CENA 17. TEATRO MUNICIPAL SP. PALCO. INT. NOITE
Luzes apagadas. A plateia carrega várias pessoas. Renata, a diretora do teatro fica no centro do palco e comunica.
Renata – Senhoras e Senhores boa noite! Para quem não me conhece, eu sou Renata e sou uma das diretoras do nosso espetáculo! Primeiramente, antes do início de tudo, nossa equipe queria agradecer por comparecer a esta casa de teatro e nos dar prestígio. É relevante lembrar que os atores possuem bastante talento e querem de alguma forma passar mensagens otimistas para vocês. Não arrependerão... (apresenta) O espetáculo de hoje é diferente do que já apresentamos. É a história de uma menina chamada Gabriela que vive em uma casinha de sapé no interior de São Paulo e depois do pai se envolver com drogas, passa a morar com o avô nas ruas. Como vocês acham que acabarão nossa história? Senhoras e Senhores, por favor recebam as estrelas do nosso teatro com uma salva de palmas por favor!
Todos aplaudem.
As cortinas se abrem e Manuela entra.
Manuela – Obrigada! Obrigada! Bom, antes de começarmos, eu pediria a nossa diretora Renata para liberar um pequeno espaço de tempo. Quero ler um documento de extrema relevância agora.
Renata autoriza.
Manuela abre o roteiro.
Manuela – Queridos mestres, plateia e consanguíneos. Queremos agradecer aos nossos diretores por proporcionarem esse lindo espetáculo e nos escolher o definitivo papel. Ressalta-se que nos levaram a sapiência! Deixamos aqui o nosso agradecimento pelas orientações durante os ensaios...
Termina de ler a carta.
Manuela – Senhoras e Senhores, o espetáculo vai começar!
Manuela se prepara. As cortinas fecham e se abrem novamente com o cenário. Ela interpreta Gabriela e Aurora a tia Marli.
Segundo os roteiros do teatro
“Em um belo dia, estavam Gabriela e Marli costurando em sua casinha de sapé enquanto o seu pai lá fora comprava drogas sem elas verem”.
Gabriela – Ó, minha querida tia! Agradeço a senhora todos os dias por ensinar-me a costurar. É um passatempo incrível, engrandece ó minh’alma.
Marli – Você está indo muito bem, minha querida! Nós estamos faturando muito! As vendas estão ajudando nas despesas de casa, você sabe disso.
Gabriela – De qualquer forma, eu sou útil para alguma coisa.
Marli – Não use esses termos minha querida, você sempre será amada pela família.
Gabriela – Onde está o papai?
Marli – (off) Deve estar nos afazeres dele! Continue a costurar minha querida. Eu vou pegar água na cozinha e vejo como ele está.
E o espetáculo continua...
CORTA PARA:

 CENA 18. CASA DE NÁ. COZINHA. INTERIOR. NOITE
Na cozinha, Ná faz um estrogonofe de carne enquanto ouve a música: Boca Molhada – Sensação e dança.
Marilda chega à cozinha.
MARILDA – Estou ficando preocupada com o nosso menino! Ele não é mais assíduo nas aulas!
TIA NÁ – Por enquanto não podemos nos aproximar, você sabe.
MARILDA – Aquele homem não coordena minhas atitudes.
TIA NÁ – É de sua consciência de que ele é capaz de tudo.
MARILDA – Não, não compreendo o que está dizendo. Até porque eu não tenho medo do que ele pode fazer. Nós vamos botar a boca na Justiça!
TIA NÁ – Tomar essa decisão radical? Não acha cedo?
MARILDA – Cedo? Está mais que tarde para ele saber.
TIA NÁ – Não vamos ser radicais. Vamos esperar o tempo passar. O tempo é o mestre das nossas atitudes. O tempo limpa todas as mágoas, você vai ver.
MARILDA – Você, tão sábia, tão mística e vens me pronunciar isto? Eu não creio nesta filosofia do Tempo. Ainda acredito que argumentos filosóficos não vão mudar em nada a minha história de vida.
TIA NÁ – Argumentos filosóficos do tempo vão te acalmar e te ajudar a ser menos radicais em suas atitudes. Acredite em mim! Tudo será resolvido no tempo certo, na hora certa.
CORTA PARA:
Radicalmente, o relógio começa a andar para trás? Seria talvez após a filosofia do tempo de Ná? Em meio a essa questão, 6 horas antes, acontecia a seguinte situação.

CENA 19. CASA DE OLÍMPIA. INTERIOR. NOITE
O dono do bar OUTRA ROTA bate na casa de Olímpia durante a noite. Olímpia e Ricardo saem da cama e vão atender. Eles abrem.
DONO DO BAR – Boa noite! Desculpe incomodar vocês! É uma péssima hora! Eu vim aqui comunicar que devido a um desentendimento hoje no meu estabelecimento, seu filho foi preso e eles estão esperando os pais da vítima para depor na delegacia.
Closes alternados em Olímpia e Ricardo, apavorados.
(Fim do Capítulo)


E você aí? Gostou do primeiro capítulo de Herói Nacional! Amanhã tem mais, inclusive um especial! Envie uma sugestão pelo twitter @feliperaautor que você considera essencial na trama! Estarei atendendo a todas as dúvidas.

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