Castelo de Vidro - Capítulo 30 (Últimos Capítulos)

sexta-feira, outubro 30, 2020

 

Castelo de Vidro


NOVELA DE

Gabriel Malifer


COLABORAÇÃO

Gabriel Pretto


AUTORIZAÇÃO

Web Novelas Channel


Capítulo 30 - Sangue Inocente


O CONTEÚDO ABAIXO NÃO É RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS. CONTÉM LINGUAGEM IMPRÓPRIA, CONTEÚDO SEXUAL E VIOLÊNCIA


CENA 01/MORRO DO SOL/EXTERIOR/DIA

Várias pessoas se reúnem ao redor de Helena, a ambulância já foi chamada ao local. Roberto está pelas redondezas, ao ver Helena atropelada ele fica desesperado. O homem começa a correr pelas ruas, cruzando por algumas delas, ele vê um carro e reconhece e placa de Ana Maria. O carro está acelerado, tentando fugir de algo, ele liga os pontos e chega a conclusão que a perua atropelou a namorada do filho. Ele tenta correr atrás, mas é em vão.


CENA 02/MORRO DO SOL/CANTINHO DA MAURA/INTERIOR/DIA

Sobral e sua gangue continuam fazendo todos as pessoas presentes de reféns, o clima é assustador no local. Todos demonstram tensão e seguram suas lágrimas. Sobral se vira para Maura e Socorro, apontando uma arma na direção delas. Ele se aproxima.


Sobral: Eu avisei vocês duas para pararem de brincar com fogo! Mas as duas patetas preferiram assim, então é assim que vai terminar.

Maura (em pânico): Pelo amor de DEUS… Eu te suplico! Olha quanto sangue inocente… Ninguém aqui te fez nenhum mal! Se você matar alguém… Você nunca mais vai sair da cadeia!

Socorro (em pânico): Ouçam a Maura… Vocês não tem noção das consequências disso! Por favor… Pelo amor do bom DEUS, não façam isso! A polícia uma hora ou outra vai aparecer.

Januário (amedrontador): QUE POLÍCIA O QUÊ? VAI APARECER NINGUÉM AQUI! NINGUÉM VAI CHAMAR PORRA DE POLÍCIA AQUI NÃO. TÃO AVISADOS? VOU DEMONSTRAR PRA ENTENDER!


Januário atira nas janelas, estourando elas e também no teto. Todos se assustam e os gritos são de pânico total, os presentes se jogam no chão amedrontados, assim como Maura e Socorro.


CENA 03/MORRO DO SOL/ESQUINA DO CANTINHO DA MAURA/EXTERIOR/DIA

Lucas, que estava chegando atrasado para a inauguração do Cantinho da Maura, passando pela esquina do local presencia toda a cena anterior e se choca. Assustado, pelas vidas em risco, ele de imediato pega seu celular para acionar a polícia rapidamente.


Lucas (afobado): Alô? (T) Pelo amor de DEUS! Venham o mais urgente possível para o Morro do Sol, uma gangue de bandidos está fazendo um monte de inocentes de refém no CANTINHO DA MAURA. (T) Ok! Venham urgentemente pelo amor de nossa senhora, eu tô desesperado, tentando manter a calma, pra não chamar atenção.



CENA 04/AGÊNCIA DE MODELOS VITÓRIA RÉGIA/ÁREA DE ENSAIOS/INTERIOR/DIA

Ao som de ‘’Fama’’, de Beth Lamas, Laila está testando alguns looks dentro da ala de ensaios da Vitória Régia para um futuro desfile pela agência. Os looks são todos fabricados com muito cuidado, medidas meticulosamente calculadas, estampas extremamente elegantes e sapatos muito bem escolhidos e fabricados por empresas conhecidas e caras.


Em clipes de 5 segundos, vemos a jovem vestindo, respectivamente, 4 looks. O primeiro dele é um camiseta branca, uma saia preta e saltos altos pretos. O segundo é um vestido vermelho com sapatos negros. O terceiro consiste em um casaco de pele marrom, calças jeans negras e sapatos pretos. O quarto é um vestido curto e branco junto com saltos altos também brancos.


Após isso, temos uma sequência de 10 segundos em câmera lenta de Laila ensaiando seu desfile em um palco da ala de ensaio. Sua expressão é de elegância, ostentação e de beleza. O look no qual ela experimenta é o do vestido vermelho. Ela anda confiante. Pé na frente de outro. Postura reta. Sorriso discreto. Algumas outras modelos admiram a atitude da jovem e suas supervisoras sorriem ao ver o desempenho de Laila.  


CENA 05/MONTEVIDÉU/CENTRO DE TRANSPLANTES SIERRA MADRE/SALA DE ESPERA/INTERIOR/DIA

Sentado na sala de espera no hospital está Manoel. Ansioso, o homem está esperando por notícias de seu grande amor, Liliana. A moça está passando por um transplante de medula óssea nesse momento e está na sala de cirurgia. Manoel tenta de tudo para se manter calmo. Ler jornais, assistir ao jogo do Peñarol que é transmitido na televisão do local, mexer no seu celular, respirar, dar uma volta. Mas nada disso adianta. Ele não sabe ao certo como deve se sentir no momento, se é que existe forma adequada de se sentir em tal situação, se que e existe tal jeito. Ele tenta se sentir confiante e pensar que Liliana estará livre da leucemia uma vez que ela realizar a implantação. Mas ele não consegue parar de pensar que algo pode dar errado..


De repente, o médico de Liliana chega na sala da espera e com uma expressão otimista, caminha até Manoel, juntamente com Heitor. O irmão de Ana Maria, ao reconhecer os dois se levanta rapidamente e cruza os dedos. Ele vai ao encontro deles e respira fundo antes de começar a falar.


Manoel (ansioso): ¿Entonces...cómo estuvo? (Então...como foi?)

Doutor (optimista): Todo va bien. (T) Liliana está fuera de peligro, pero tendrá que quedarse aquí unas horas. (Tudo correu bem. Liliana está fora de perigo, mas terá de ficar umas horas aqui.)


Manoel respira aliviado e olha para Heitor, abraçando o homem enquanto chora baixinho, em felicidade.


Manoel (emocionado): Gracias por guardarlo. (T) Gracias. (Obrigado por salvá-la. (T) Obrigado.)


Heitor retribui o abraço, feliz por ter ajudado a pobre moça.


CENA 06/HOSPITAL DE SÃO PAULO/ESTACIONAMENTO/EXTERIOR/DIA

Juntamente com Brian, Sara e Nana, Regina está ajudando a fazer as malas de Bonifácio para que ele possa voltar para casa. O homem acabou de receber alta e está livre para voltar a sua residência. Bonifácio não esconde sua felicidade. Ele não gosta de hospitais. Acha muito entediante e chato. Está louco para voltar para a sua casa na Vila Céu Azul. Regina se sente um pouco insegura em deixar seu pai sozinho depois de tudo o que aconteceu. Brian e Sara colocam algumas coisas do porta-malas e Regina ajuda seu pai a sentar no banco de trás.


Regina (calma): Então pai, o senhor está realmente se sentindo bem?

Bonifácio (aliviado): Sim. Mas vou estar melhor ainda quando chegar na minha casa. (T) Detesto esse hospital. Atendimento uma droga.


Regina dá uma leve gargalhada com a reclamação de seu pai.


Regina (sorridente): Eu sei que você não gosta, mas é pro seu próprio bem.

Bonifácio: Eu sei.

Regina: Você tem certeza que quer ficar sozinho em casa? (T) Eu estou com pouco de medo de acontecer alguma coisa enquanto você está só.

Bonifácio: Não se preocupe com isso. Vou ficar bem. Você pode voltar para o hotel.


A moça balança a cabeça positivamente e suspira, meio incerta, antes de continuar a falar.


Regina (insegura): Pai, o senhor me ama?

Bonifácio (sorridente): Por quê?

Regina: Por causa de tudo isso. (T) Me sinto uma filha horrível.

Bonifácio: Quero saber quem inventou essa mentira deslavada. (T) Eu sempre vou te amar, Regina. E tudo isso do infarto não foi culpa sua. Não se culpe por coisas que fogem do seu controle. (T) Eu te amo demais, minha filha.

Regina (aliviada): Eu também, meu pai.


Regina sorri para Bonifácio e entra no carro, sentando-se no banco do motorista. Sara se senta no banco de trás, ao lado de seu avô e Brian no banco de passageiro da frente. A moça dá a partida no carro e sai dirigindo até a casa de seu pai.


CENA 07/MORRO DO SOL/CANTINHO DA MAURA/EXTERIOR/DIA

A sirene de polícia ecoa por todos os locais. Os bandidos, pegos de surpresa, esvaziam o local e liberam todos os reféns. Dentro do local ficam Januário, Maura, Sobral e Socorro. As duas mulheres amedrontadas pelos bandidos. Os policiais param na frente do restaurante, descem de seus carros e ficam com as armas apontadas em direção a Sobral e Januário.


Policial Comandante: Esvaziem o local e soltem as reféns! Será melhor para vocês.

Januário (de dentro): Mas isso só pode ser piada… É óbvio que a gente não vai soltar!


Sobral pega Maura pelo pescoço, e vai andando com ela devagar até a frente do restaurante. Chegando lá, ele lentamente solta ela, mas segue com a arma na mão. Essa desesperada corre para o fundo da multidão, quando dá de encontro com Carlinhos que está desesperado querendo ver o que está acontecendo.


Carlinhos (assustado): Dona Maura! Eu não pude deixar de saber dessa confusão. Cadê a Socorro? Como ela tá?

Maura (em pânico): O JANUÁRIO TÁ COM ELA! ELE ESTÁ FAZENDO A SUA MÃE DE REFÉM!


Carlinhos ao ouvir a informação, fica desnorteado. A câmera foca em Carlinhos e embaça todo o fundo. "Instrumental Elevação - A Força do Querer" começa a tocar. O menino entra no meio de multidão e vai ultrapassando todos e chega até a frente, quando vê Januário com uma arma apontada na cabeça de Socorro. A ficha do garoto cai.


Carlinhos: Solta a minha mãe, por favor! NÃO faz isso. Eu sei que no fundo existe uma pessoa boa em você, Januário! Uma criança que foi corrompida pela sociedade. SOLTA ELA!


CENA 08/EDIFÍCIO ROYAL/CASA DE FORTUNATO/SALA DE ESTAR/INTERIOR/DIA

Alice está sentada no sofá mexendo em seu celular e navegando pelas suas redes sociais. Ao fundo, podemos ver Dorotéia, Eliza e Nina conversando ao redor da mesa. O feriado está um pouco entediante para Alice. Não há muito o que fazer além de ficar em casa e ela tenta procurar uma postagem interessante com a qual ela possa interagir. Todos os grupos do qual ela participa estão parados e nenhuma de suas amigas está online.


De repente, ela recebe uma notificação de uma postagem na página de apoio a Liliana no Twitter. Rapidamente, ela aperta no aviso e lê a mensagem, ansiosa para saber notícias da moça. A publicação diz o seguinte:

‘’É com muito prazer que venho anunciar que o transplante foi feito com êxito. Ficaremos no hospital durante por mais algumas horas e depois (já temos passagem reservada para a noite), voltaremos ao Brasil. Estou muito feliz e não sei como agradecer todo o apoio que vocês.


Vocês são 10’’


Feliz, Alice toca no botão para curtir a publicação e corre até as meninas da mesa para contar a novidade para sua mãe, irmã e empregada.


Alice (feliz): Gente, acabou de chegar. A Liliana fez o transplante de medula. Olhem aqui.


Ela mostra a tela de seu telefone para as três, que sorriem.


Eliza (alegre): Que bom.

Nina (sorridente): Quando eles voltam pra São Paulo?

Alice: Não diz ao certo quando, mas pelo menos ele vão voltar em breve.

Dorotéia: Que ótimo que ela conseguiu.


As quatro continuam a conversar.


CENA 09/REAL BRASIL/SALA DE FORTUNATO/INTERIOR/DIA

Após o feriadão terminar, a Real Brasil terá uma importante reunião com investidores muito poderosos que estudam alguns projetos com a empresa de Fortunato. Por essa razão, ele, Renata, Eduardo e Neidinha decidiram dar uma passada na sala para dar uma arrumada em algumas coisas e organizar alguns documentos, além de dar uma retocada na limpeza, já que os faxineiros do lugar estão de folga. Eles organizam alguns livros, limpam algumas mesas e prendem alguns papéis com clipes de papel. Eles estão bastante ansiosos e cheios de expectativa para a reunião. 


Renata (animada): Nem acredito que tá chegando a hora. Tomara que dê tudo certo.

Fortunato (sorridente): Nem eu. Parece um sonho (T). Esse projeto pode ser a consolidação da Real Brasil no mundo das grandes empresas. E se for bem, quero abrir umas transacionais em outros lugares. 

Neidinha: Como por exemplo?

Fortunato: A China é um dos meus objetivos.

Eduardo: É uma boa escolha, mas é um pouco burocrático. Mas como você diz, se os investidores aceitaram o projeto, pode ter mais chances de dar certo.


O celular de Fortunato começa a tocar e o visor abre. Quem liga é Roberto. O dono do telefone atende.


Fortunato (no celular): Alô? (T) Sim, sou eu. Está tudo bem? (T) Virgem Maria...o que foi dessa vez? (T) O quê? (T) Quando? (T) Ela tá bem? (T) Ela? (T) Ok, estou indo pra ai agora.


Fortunato desliga com um rosto enfurecido.


Fortunato (enfurecido): Aquela CADELA! (ele dá um tapa em sua mesa)

Renata (curiosa): O que foi? Quem era?


Fortunato se levanta e começa a pegar suas coisas enquanto responde.


Fortunato (preocupado): Era o Roberto. A Helena foi atropelada. A Ana Maria atropelou ela. O Roberto viu tudo e ela está indo para o hospital nesse momento.


Todos ficam chocados.


Eduardo (chocado): Mas essa mulher não desiste de aprontar. Qual o problema dela? (T) Você vai ao hospital?

Fortunato: Sim.

Eduardo: Eu vou junto.

Renata (preocupada): Eu também.

Neidinha (assustada): Também vou. 

Fortunato: Então vamos! Depressa!


Apressados, os quatro saem do apartamento, indo em direção ao estacionamento.


CENA 10/MORRO DO SOL/CANTINHO DA MAURA/EXTERIOR/DIA

Todos estão na mesma posição da cena 7. Carlinhos está com os olhos cheios de lágrimas, Januário ainda está resistente a fala do menino.


Carlinhos (nervoso): Por favor… Solta a minha mãe! Eu te imploro piedade. Por favor, Januário!

Januário: Deixa desse papo furado muleque. EU VOU MATAR A SOCORRO! ELA NÃO VAI SAIR VIVA DAQUI!

Carlinhos: SE FOR MATAR ELA VAI TER QUE ME MATAR PRIMEIRO!


Sem medir consequências de suas atitudes, Januário dispara um tiro na direção do menino. Carlinhos é atingido de raspão no ombro e cai no chão.


Socorro: NÃOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!!!


"Instrumental melancólico" Os policiais atiram na cabeça de Januário, que é atingido em cheio. Ele dispara o gatilho novamente e quase atinge Lucas, mas acaba pegando no coração de um morador, que morre na hora. 


Januário cai estirado no chão, morto. Sobral foge com sua gangue, ao ver que perdeu a guerra. Os policiais correm atrás deles. Socorro pega Carlinhos no colo, que diz estar bem.


CENA 11/HOSPITAL/CORREDORES/INTERIOR/DIA

Apressados, alguns enfermeiros estão transportando um paciente em uma maca. Quem está deitado na maca é Helena. A moça está desacordada, com as roupas sujas, alguns cortes pelo rosto e cabelos soltos enquanto é levada para ter atendimento. Os médicos acham que, muito provavelmente, sua vida não se encontra em risco. Porém, o que eles sabem é que a moça quebrou uma perna e fraturou uma de suas costelas. Os médicos chegam em frente a uma sala de lesões e entram com Helena dentro da mesma, desaparecendo da frente da lente das câmeras.


CENA 12/MORRO DO SOL/CANTINHO DA MAURA/EXTERIOR/DIA

No restaurante, os reféns estão todos sendo liberados pela polícia após horas  sob o terror do fato de poderem ser mortos a qualquer momento. Carlinhos e Socorro estão sentados perto de uma ambulância, onde o jovem está tratando o ferimento de bala no seu braço. Mesmo não sendo um ferimento dos mais graves, a mãe do menino ainda está preocupada com isso. Ela está muito aliviada pelo fato dela e do menino estar bem, mas não consegue parar de no que poderia parar de pensar no que teria acontecido se o tiro fosse certeiro.


Enquanto isso, na entrada do restaurante, todos que estavam dentro do mesmo estão saindo lentamente. Maura, a dona do local, está mais preocupada em saber se todos estão bem e pergunta para todos que saem se eles precisam de alguma coisa. Ao longe, Lucas observa todos os civis saindo. Um por um. Ele parece estar esperando incessantemente esperando por alguma coisa. Sua grande paixão, Helena. A medida que eles vão terminando de sair e a mencionada moça não aparecer, o jovem começa sentir um frio na barriga. E depois de mais algumas mulheres, todos os reféns estão fora do local. E nada de Helena aparecer. Lucas suspira, um pouco nervoso. E se algo de ruim tiver acontecido com a moça? 


Preocupado, ele decide perguntar para Maura se ela por acaso sabe onde está a filha. 


Lucas (preocupado): Maura?


Maura se vira e sorri aliviada quando vê Lucas, que vai até ela.


Lucas (nervoso): Está tudo bem com a senhora?

Maura (preocupada): Está sim, não se preocupe. (T) Você parece estar nervoso, aconteceu alguma coisa. (T) E por sinal, você por acaso viu a Helena por aí?

Lucas: Não. (T) Eu ia perguntar o mesmo para você, (T) mas pelo visto você não a viu também. 

Maura: Santo deus, onde será que essa menina se meteu?


Os dois se entreolham, preocupados.


CENA 13/AEROPORTO DE CONGONHAS/PRÉDIO PRINCIPAL/INTERIOR/DIA

O voo de Manoel e Liliana acabou de chegar de Montevidéu ao mais conhecido aeroporto da cidade de São Paulo. Para que a sua mulher possa evitar ter o trabalho de carregar as malas, Manoel vem carregando todas. Não é muita coisa e elas são todas de rodinhas. Ao chegar dentro do aeroporto, os dois param um pouco e suspiram aliviados, felizes por voltar para casa. Liliana estava bem nervosa quando chegou a Montevidéu. Estava com medo do transplante dar errado ou acontecesse algo de ruim durante a estadia. Mas nada disso aconteceu. Porém, ela sabe que não está totalmente livre da leucemia ainda. Ela terá de fazer mais alguns exames e ter alguns cuidados. Mas a parte mais importante do tratamento foi realizada.


Manoel (aliviado): Enfim em casa.

Liliana (tranquila): É. (T) Ainda bem. (T) Amor…

Manoel: Hum?

Liliana (grata): Obrigado por não ter desistido de mim. (T) Não sei nem como te agradecer. 


Manoel sorri para a namorada, meio sem jeito. O homem beija a sua testa.


Manoel (apaixonado): Tudo por você, meu amor. (T) Vamos para casa. Tem um Uber nos esperando lá na frente.

Liliana (sem jeito e sorrindo): Ok.


Os dois começam a caminhar para a frente do aeroporto para pegar o seu Uber e voltar para a mansão de Manoel.


CENA 14/MORRO DO SOL/CANTINHO DA MAURA/EXTERIOR/DIA

Maura e Lucas estão conversando um pouco. Socorro e Carlinhos já não estão mais presentes no morro no momento da cena. Os dois foram ao hospital para que Carlinhos possa ser tratado de seu ferimento de forma mais adequada. Pelo local, ainda estão alguns policiais e sirenes podem ser ouvidas ao fundo. Maura olha incessantemente de um lado para o outro, na esperança de ver sua filha. Ela já tentou ligar para Helena algumas vezes, mais sem sucesso. 


De repente, o celular de Lucas começa a tocar. Quem liga é Neidinha. Estranho pelo fato dela estar o ligando, ele atende.


Lucas (falando ao celular): Alô? (T) Tô na rua. Por quê? 


Depois de uns segundos em silêncio, a expressão de Lucas muda para uma de nervosismo. Maura percebe a expressão do jovem.


Lucas (falando ao celular com nervosismo): O quê? Ela tá bem!? (T) Ai, graças a deus. (T) A minha mãe!? (T) Ok, já estou indo ai. Tchau.


Lucas desliga, e olha para Maura com um pouco de preocupação.


Maura (confusa): Quem era? Aconteceu alguma coisa?

Lucas (nervoso): Era uma colega minha, dona Maura. Uma de trabalho. (T) Escute, eu preciso que você seja forte para ouvir o que tenho a dizer (pega os ombros da moça.)

Maura (preocupada): Ok, serei...mais o que houve? Você está me assustando, Lucas.


Lucas suspira antes de contar o que aconteceu.


Lucas (séria): A Helena foi atropelada por um carro na rua.


Maura congela de cima a baixa e arregala seus olhos. A moça, desacreditada, leva as mãos a cabeça e ela começa a respirar rápido, nervosa.


Maura (nervosa): E como a ta a minha filha? Ela tá bem? Onde ele está?

Lucas: Ela está no hospital. Está fora de perigo. (T) Só quebrou uma perna e parece que ela fraturou uma costela. (T) Mas isso não é tudo…

Maura: Qual o problema?

Lucas: A Helena foi atropelada de propósito. (T) E foi pela minha mãe, Ana Maria.


A expressão de Maura muda de preocupação para uma de raiva.


Maura (irritada): Você tem uma foto da sua mãe? Eu preciso saber como ela se parece.

Lucas: Por quê? 

Maura: Só me mostre!


Um pouco relutante, mas não querendo discutir com Maura, Lucas abre a galeria de fotos e procura uma foto de Ana Maria. Uma vez que ele acha. Ele mostra a imagem para a empresária.


Lucas (preocupado): Essa e ela. (T) Ela trabalhava na Real Brasil e pode ser que uma hora ou outra ela aparece lá. (T) Mas geralmente ela fica em casa.

Maura: E onde ela mora?


Antes de responder a pergunta de Maura, meio desconfiado, Lucas desliza por mais algumas imagens até chegar numa do apartamento da perua. Nisso, ele mostra a fotografia para a mãe de Helena. Furiosa por dentro, Maura cruza os braços.


Maura (brava): Olha, você pode ir pro hospital. Eu vou lá depois.


A passos rápidos e pesados, Maura começa a ir embora. Lucas sabe que isso não é um bom sinal.


Lucas (preocupado): Pera, onde você vai?

Maura (irritadíssima): Eu tenho um assunto sério a tratar!

Maura sai apressadamente da área do restaurante, caminhando em direção a grande São Paulo. Lucas franze a testa. Ele espera que Maura foi tirar satisfações com Ana Maria. O jovem também está bravo por dentro, mas não agiria dessa forma por saber do que a mulher é capaz de fazer. Como sua própria mãe pode fazer isso com o próprio filho? Preocupado, Lucas decide sair dali para ao hospital ver seu grande amor.


CENA 15/REAL BRASIL/SALA DE REUNIÕES/INTERIOR/NOITE

Todos que estavam na empresa já não estão mais. Apenas Renata continua no local, ela ficou para terminar de resolver algumas papeladas. A mulher está prestes a sair, ela pega suas pastas e se vira para ir embora. Quando se aproxima da porta, a mesma se abre sem que ela faça nenhuma ação. Ana Maria adentra, a surpreendendo.


Renata (assustada): O QUE VOCÊ TÁ FAZENDO AQUI?

Ana Maria (fria): Você sabe muito bem do que você fez, sua ordinária… Bandida!

Renata: Que eu saiba, a única BANDIDA nessa sala, é você! Assassina!

Ana Maria: Eu vou ser bem clara com você! Eu sei muito bem que você vazou as fotos…

Renata: Você não tem prova alguma e eu nem te devo satisfações.

Ana Maria: DEVE SIM! E agora a gente vai tirar tudo a limpo. Um clássico acerto de contas! Só não te garanto como vai ser teu desfecho. Mas quero algo com sangue!


[A câmera congela em Renata tensa. Barras pretas tomam conta da tela, finalizando o capítulo.]


Realização





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