O Jogo do Poder- Capítulo 29 (ÚLTIMO CAPÍTULO)
quarta-feira, agosto 15, 2018Capítulo 29 (último capítulo) – Xeque Mate
CENA 01: MANSÃO CARDOSO/ SALA/ NOITE.
EDUARDO (nervoso) – Stefanny, já chega, se entrega pra polícia! Acaba com isso por favor, eu não quero mais essa vida, essas brigas, tudo isso não fez bem pra mim.
STEFANNY – Ah, que lindo. Quer dizer que o meu irmãozinho se arrependeu de tudo, é isso? Mas eu não acredito.
EDUARDO – Como você conseguiu escapar?
STEFANNY (sorrindo) – Ah, foi fácil. Eu e o William só precisamos nos jogar do helicóptero. A gente caiu no lago e nadamos até a margem, mas o mais importante a gente perdeu, o dinheiro. E foi por isso que eu voltei, você morto vale mais do que vivo porque tudo vai passar pra mim! Assim como tinha que ter sido no começo dessa história! Tudo pra mim.
EDUARDO (gritando) – Então acaba logo com isso! Acaba! (ele abre os braços) – Atira em mim! Vai! Atira. Mas só depois que você soltar a Paola!
STEFANNY – Quer dizer então que o meu maninho entrega a cabeça no lugar da amiguinha, que lindo viu. Mas é uma pena que eu não vou aceitar porque eu quero a cabeça dos dois. Você perdeu Eduardo, acabou (ela aperta o gatilho) você não devia se metido comigo, você sabe que no fundo eu sempre fui a grande campeã e que você não ia ganhar essa disputa. Eu ganhei e a tua morte vai ser meu troféu.
Eduardo começa a gargalhar.
STEFANNY – Tá rindo por que? Hein?
EDUARDO (sorrindo e encarando Stefanny) – Porque você é uma burra, uma tonta, otária! Você não ganhou nada, nem hoje, nem ontem e nem amanhã. Eu ganhei, eu passei por cima de todos vocês, coloquei vocês no chinelo, então o prêmio é meu, só meu. Quer saber por que? (ele estufa o peito e dá dois passos à frente) – Porque eu sou mais esperto, eu ganhei porque foi eu que matei o Heitor.
Stefanny atira contra Eduardo – Seu desgraçado!
Eduardo cai no chão com a mão ao lado do ombro – Por que não me matou?
STEFANNY – Por que você vai me contar, como matou ele.
EDUARDO (levantando com a mão ainda no local do tiro) – Não foi fácil, eu não queria ter feito aquilo, mas eu precisava fazer, eu precisava parar o Heitor antes que ele me parasse.
*FLASHBACK*
CENA 01: CASA DO HEITOR / QUARTO / NOITE:
Eduardo entra o quarto devagar e encontra Heitor, de costas penteando o cabelo, só com uma toalha branca cobrindo as partes intimas.
EDUARDO (apontando o revólver) – Heitor.....Heitor vira para Eduardo, assustado – Que isso? Eduardo, me dá essa arma, você não é homem pra isso.
EDUARDO (lagrimando) – Não era pras coisas terem chegado a esse ponto, por que vocês fizeram isso, por que vocês me odeiam? Vocês destruíram tudo, tudo. Eu te amava meu irmão, eu te defendi e o que foi que você fez? Hein?! você me traiu, tirou tudo que eu tinha, pra nada! Nada! Porque quando a gente, não levamos nada a não ser terra no peito.
HEITOR (tentando se aproximar de Eduardo) – Calma, você tá nervoso, não precisa fazer isso, me dá essa arma e a gente conversa com calma, ok?
EDUARDO (chorando e apertando o gatilho) – Eu não tenho mais nada pra falar, me desculpa, mas esse é o único jeito que eu achei de me salvar.HEITOR – Eduardo... (Heitor parte pra cima) – Me dá essa arma!
Eduardo grita e dispara duas vezes contra o peito do irmão que cai agonizando.Eduardo ainda chorando muito, se joga no chão. Ele nunca tinha matado alguém, mas o instinto de sobrevivência havia falado mais alto, já dizia um filósofo “O homem é o lobo do próprio homem”. Eduardo estava ali, chorando muito em posição fetal, ele podia sentir as dores que o irmão, agonizando estava sentindo. Ele toma coragem e olha para irmão, ficando molhado pela chuva que entra pelo quarto vindo dos fortes ventos gélidos. Eduardo vê o ultimo suspiro do irmão.
Fim do flashback.
Stefanny, lagrimando vai com as mãos a cabeça, nesse momento, Eduardo parte pra cima dela tentando pegar a arma. Eles se atracam e a arma de Stefanny vai parar perto de Paola. Stefanny tenta pegar mas Eduardo a segura pelas pernas, logo, o revólver que Eduardo carregava no paletó cai ao chão e Stefanny pega.
STEFANNY (levantando) – Já chega! Chega! Seu desgraçado (ela aperta o gatilho) - Já que você confessou os crimes, agora chegou minha vez. Eu e o William colocamos o explosivo no carro da Raquel, eu atropelei a vovó e o William se encarregou de te seguir. A Paola aqui era o plano B, caso ele conseguisse e de qualquer forma ela ia morrer. Vocês dois vão morrer.
EDUARDO (lagrimando e sorrindo) – Eu não ligo mais (ele abre os braços) – Atira, acaba logo com isso, ganha logo o jogo do poder, vai, atira.
Na mesa de centro da mansão Villanova, há vários retratos de família que são expostos lentamente enquanto se ouve três disparos.
Na sala da mansão Cardoso, Eduardo vai ao chão com a mão no peito. Stefanny cai de joelhos e em sua costa a marca de dois disparos. Paola segura o revólver, chorando. Stefanny cai de barriga ao chão, já morta.
PAOLA (chorando correndo até Eduardo) – Eduardo, fala comigo, por favor! Eu vou ligar pra ambulância! Calma!
Eduardo pega a arma da mão de Paola – Eu.... n.... não vou... dei...xar vo...vo.....cê ir presa, a culpa é minha. Eduardo fica inconsciente no colo de Paola que entra em pânico.
PAOLA (gritando e chorando) – Eduardo! Não! Fica comigo! Não vai por favor, Eduardo!!!!
Há uma passagem longa de tempo, a estação chuvosa havia passado e os dias ensolarados já reinavam na cidade.
CENA 02: PENITENCIÁRIA/ SALA DE VISITAS/ TARDE.
Paola e Eduardo estão de mãos dadas sob a mesa branca e enferrujada.
PAOLA (sorrindo) – O que importa é que você se arrependeu, quando sair daqui eu vou tá te esperando de braços abertos meu amor. Eu nunca vou te abandonar, eu prometo.
EDUARDO (lagrimando) – Eu sei, você foi a melhor pessoa que eu já tive na minha vida, minha única família e eu sei que a vovó nunca vai olhar pra mim de novo, então eu só tenho você.
PAOLA – Eu tenho que ir, mas fica tranquilo porque sempre eu vou vir aqui te ver, ok?
EDUARDO (beijando a mão dela) – Obrigado por tudo, obrigado.
Eles se levantam e se abraçam, Paola sorri para Eduardo antes da porta fechar. Eduardo se escora na parede, e uma tristeza junto com uma angustia o sufoca ao ponto de fazê-lo gritar, e chorar.
Os raios alaranjados do sol do final da tarde, adentra a sala da mansão Villanova. E reflete com uma maior intensidade em um retrato que guarda a foto de toda a família reunida, alegre, sorridente que nunca esperava ter um fim trágico e iminente.
Sentado no chão, Eduardo sorri, trazendo as lembranças da infância. Lembranças da viagem que fizeram a Amazônia, que também está no retrato, em que Stefanny se apaixonou por um macaquinho e queria trazer para casa a qualquer custo.
Eduardo também se lembra de quando Heitor o ensinou a andar de bicicleta, no começo foi difícil, mas logo depois ele pegou o jeito. Lembrança essa que está no retrato ao lado em que Eduardo chora caído no chão com a mão no joelho e Heitor rindo ao lado.
Eduardo fecha os olhos aos poucos, encerrando também o sorriso.
Na mansão, a luz do sol se esvai e tudo que resta é uma escuridão.
FIM.
Eu agradeço a todos vocês que acompanharam essa linda novela até aqui, quero agradecer de coração a cada minuto de tempo dedicado, de cada leitura e de cada recomendação. Agradecer a vocês que riram, que se emocionou, que se envolveu com essa estória. Muito obrigado a todos vocês, leitores, moderadores, bato palmas para cada um. E um abraço especial para o Leonardo que fez a ponte entre mim e vocês e também um abraço a querida Megan que merece todo meu carinho. Obrigado a todos e até a próxima!
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