CENA 01: MANSÃO VILLANOVA/ QUARTO DE HEITOR/ NOITE.
Heitor desperta, com uma forte dor de cabeça e vista embaçada.

RAQUEL (falando baixo) – Que bom que você acordou, já tava todo mundo preocupado aqui. O que aconteceu?

HEITOR (ficando sentado na cama) – O Eduardo me empurrou da escada, ele tava mentindo o tempo todo, ele não tá paralitico,

ZILDA – Heitor, sem brincadeira por favor. O Eduardo tá paralitico sim então não tem como ele subir as escadas e te jogar lá de cima. Isso deve ser coisa aí ó, da tua cabeça.

RAQUEL – Você pode ter se desequilibrado.

HEITOR (sério e pensativo) – É, deve ter sido isso sim.

CENA 03: MANSÃO MILLANOVA/ MESA COM O CAFÉ/ MANHÃ.
Todos estão sentados à mesa fazendo seu desjejum e conversando.

HEITOR  (levando a xícara da boca até a mesa) – Eu só queria saber o por que do Eduardo ainda continuar nessa cadeira de rodas. Até quando esse teatro vai continuar?

ZILDA (encarando Heitor) – Ei, nós já conversamos isso ontem, não se lembra?

STEFANNY – Deixa ele responder vovó, eu tô doida pra ouvir.

HEITOR – Até porque, ontem quando ele me parecia muito bem de pé antes de me empurrar.

ZILDA (dando um soco na mesa) – Já chega!

EDUARDO (levantando) – Eles têm razão, é mentira. Mas se alguém de vocês abrir a boca, eu entrego a Stefanny.

STEFANNY (levantando e aumentando o tom de voz) – Ah é mesmo, e o que é que você tem contra mim hein, seu farsante!

EDUARDO – O mesmo médico que me deu esse laudo, foi o que também te deu o laudo fraudulento, pra você escapar daquele escândalo do atropelamento. Você não tem diabetes e muito menos teve aquela crise.

ZILDA (levantando e gritando) – Já chega! Parem com isso! Parem!

HEITOR – Será que vocês não tão vendo que a vovó tá passando mal?

EDUARDO – Não vem bancar o falso moralista agora, Heitor! Você e a Stefanny não passam de farinha do mesmo saco, os dois não prestam. Mas agora eu tô aqui, declarando a guerra! Eu não vou mais ficar parado, agora vai ser olho por olho e dente por dente, eu vou fazer dois se ajoelharem e me pedirem perdão.

STEFANNY – Então bora ver quem mata quem aqui.

EDUARDO (sorrindo, andando para trás abrindo braços) – E quem é que tá falando em morte aqui? Só você pelo visto. Porque eu tenho uma carta na manga, a melhor que eu podia ter e que infelizmente vocês sabem. O tráfico que vocês tão fazendo lá no hospital.

HEITOR (levantando e gritando) – Cala essa boca! Cala!

ZILDA (assustada) – Como é que é Tráfico Heitor, no hospital?

EDUARDO – Voilà a velhota descobriu tudo graças ao papai aqui.

ZILDA – Eduardo!

EDUARDO – E agora, qual é a posição de vocês nessa competição, hein, maninha?
Stefanny não fala nada, fica imóvel. Seus olhos, soltam lágrimas de ódio.

EDUARDO (cruzando os braços) – Mas eu posso ficar de boca calada é claro, se o Heitor passar pra mim, a presidência do hospital e você (ele aponta para Stefanny) – Vai raspar a tua conta, melhor! Vai passar tudo o que você tem pro meu nome, assim eu continuo de braços cruzados, sem falar nada. E aí, o que acham?

Sobe soundtrack e o congelamento em Stefanny e Heitor encarando Eduardo.