Redenção - Capítulo 29 (Últimos Capítulos)

quinta-feira, maio 31, 2018


REDENÇÃO – CAPÍTULO 29 (ÚLTIMOS CAPÍTULOS)


“O PODER DO AMOR”

AVISO: “A cena 3 desse capítulo não tem quaisquer intenção de atacar ninguém, nem mesmo tem o intuito de levantar uma discussão. E, sim, de mostrar a realidade do mundo em que vivemos”.

CENA 1/CASA DE MIGUEL/SALA/INTERIOR/MANHÃ

Miguel e Laís conversam.

MIGUEL: Esse filho da puta vai ter o que merece!

LAÍS: Doente. É isso que ele é! Podia ter matado pais e filhos inocentes naquele maldito incêndio! Aposto que foi por vingança, depois de você ter batido nele, e o povo do colégio ter gravado a briga e postado no Facebook.

MIGUEL: Ele mereceu muito aquela surra. Não lembra do ele que fez com você?
LAÍS: Lembro. Mas vamos parar de papo furado e ir logo pra essa delegacia.

MIGUEL: Vamos!

LAÍS: Vou ligar pra minha mãe e contar tudo no caminho.

CENA 2/CASA DE HUGO/SALA DE JANTAR/INTERIOR/MANHÃ

Hugo e Marcela continuam tomando café da manhã enquanto conversam.

MARCELA: Mas me diga: o que fez você tomar essa decisão? Tipo, de preferir confiar numa pessoa que você acabou de conhecer, do que numa pessoa que cuidou de você durante anos?

HUGO: Essa pessoa que cuidou de mim durante anos, também foi a que me enganou. Tá certo, eu devo a ela tudo que eu sou hoje em dia, mas só de pensar nisso, em tudo que ela fez, de me tirar de você e contar aquela mentira que você não queria me ter, foi a gota d’água!

MARCELA: Eu entendo, faria o mesmo. – (Sorrindo). - Você não imagina a minha cara de felicidade quando eu soube que tava grávida de dois meses de você. O Ricardo ficou bobo no dia quando descobriu, chorou pra caramba de felicidade.

HUGO: E o Ricardo, meu pai. Como ele é? Digo não de aparência, porque já vi ele, mas de caráter. Como ele é?

MARCELA: Aparentemente é um bom homem, mas é um traidor infeliz.

HUGO: Como assim? Por quê?

MARCELA: Me traiu durante anos com a secretária. Isso foi desde quando eu te perdi. Ele fez isso quando eu fui diagnosticada com um problema sério no útero, o que me impossibilita de ter mais filhos.

HUGO: Então ele é um filho da puta!

MARCELA: Um baita filho da puta. Sério, quando eu descobri essa safadeza dele, fiquei a ponto de matá-lo.

HUGO: O que você fez?

MARCELA: Sabe o incêndio na mansão? Foi eu que causei.

HUGO (sorrindo): Sério?

MARCELA: Sim, é sério.

HUGO (sorrindo): E como conseguiu escapar? Todos acharam que você tinha morrido.

MARCELA: Eu simplesmente pulei da janela, mas também quase quebrei minha perna.

HUGO: Nossa... Então não quebrou por causa de um milagre divino.

MARCELA: Eu não acredito no divino.

HUGO: Então você matou a minha vó, a enfermeira dela e uma outra pessoa?

MARCELA: Foi preciso. E o Ricardo também era pra ter morrido! Não sei como aquele filho da puta conseguiu escapar.

Hugo começar a rir.

HUGO (sorrindo): Sério, te admiro tanto. A sua força de vontade, a sua frieza.

MARCELA: Achei que ia me chamar de louca como a maioria tá me chamando.

HUGO: Se for assim, eu também sou muito louco. Eu não acho que você seja louca, até porque eu também não sou bonzinho. Fiz coisas horríveis, e não me arrependo! Tem gente que merece mesmo pagar com a própria vida.

MARCELA: Por isso que eu quero acabar de vez com a Norma! Eu já não tenho tanto tempo assim de vida. E, nesse tempo, só quero uma coisa: acabar definitivamente com a vida inteira dela. Essa vaca já me fez de gato e sapato, e eu não vou sossegar enquanto acabar com ela e com a família dela!

HUGO: Volta.

MARCELA: Como assim voltar?

HUGO: O que você disse antes...

MARCELA: O que? Acabar com a Norma?

HUGO: Não, antes...

MARCELA: Que ela já me fez de gato e sapato?

HUGO: Não, bem antes...

MARCELA: Que eu não tenho tanto tempo assim de vida?

HUGO: Isso! Por que toda hora você fala isso?

MARCELA: É uma história bem complexa, que começou lá no passado...

HUGO: Pode me contar, tenho todo o tempo do mundo.

MARCELA: Quer mesmo saber? Não vai ficar decepcionado ou algo do tipo?

HUGO: Por que eu ficaria? Como eu disse antes: eu não sou tão bonzinho assim também. Relaxa, pode me contar. Eu aguento o tranco!

MARCELA: Então vou te contar desde o início...

Marcela conta seu passado misterioso para Hugo.


CENA 3/RUA/MANHÃ

Lucas e Mateus param em frente ao calçadão da cidade onde tem várias lojas, restaurantes e muito comércio. Um olha para o outro e sorri.

MATEUS (sorrindo): Vamos lá?

LUCAS (sorrindo): Vamos! A gente não tem que temer nada.

Trilha Sonora: Flutua – Johnny Hooker (feat. Liniker)

Os dois dão-se as mãos e caminham pelo calçadão sorrindo. Close em algumas pessoas olhando os dois se divertindo. Eles param em uma barraca de algodão doce.

No meio do calçadão, em um banco em que estão sentados, Lucas coloca um algodão doce na boca de Mateus e, em seguida, os dois se beijam.

Foco em uma mulher incomodada e com uma criança ao seu lado. Ela vai até eles.

MULHER: Com licença?

LUCAS: Quer sentar, senhora?

MULHER: Não, eu quero que vocês parem com essa baixaria toda aqui!

MATEUS: Como assim, minha senhora? Que baixaria?

MULHER: Essa de ficar beijando outro homem em público, meu filho tá vendo isso.

LUCAS: Desculpa, mas a senhora tá sendo muito preconceituosa e mente fechada. O que tem eu beijar meu namorado aqui em público?

MATEUS: Pois é, minha filha, isso daqui é público!

MULHER: O que tem é que isso não é normal! Isso daí pode muito bem influenciar meu filho.

MATEUS: Com o passar do tempo, seu filho vai escolher o que ele vai querer ser, não é?

MULHER: É piada isso? Você tá tirando com a minha cara, é? Aqui nesse calçadão passa pessoas de bem!

Lucas se levanta e Mateus também.

LUCAS: Ah, então a senhora acha que eu e o meu namorado não somos pessoas de bem? A senhora tá muito errada! Sugiro que meça suas palavras!

Algumas pessoas param para olhar a discussão.

MATEUS: Você é preconceituosa! O que tem eu beijar meu namorado? Hein? O que tem? É só um beijo. Vejo tanto hétero beijando aí, e ninguém fala nada! Por que temos que ser diferente?

MULHER (falando alto): Vocês acham que isso é normal, mas não é normal!

MATEUS: Vou te mostrar o normal!

Mateus se prepara para atacar a mulher, mas Lucas segura ele.

LUCAS: Se controla, você não é nenhum covarde pra bater em mulher.

Um homem entra na discussão.

HOMEM: O que tá acontecendo? Esses dois viadinhos acham isso normal? Eu tava só de longe observando a safadeza desses dois.

Mateus se solta de Lucas, sobe em cima do banco e observa todos.

MATEUS (em voz alta): Esses dois preconceituosos de mente fechada precisam ser estudados! Beijo gay já não é mais tabú há muito tempo. Esses dois tem que acordar pra realidade, assim como o resto do mundo! Engraçado que um homem não pode beijar outro em público que já causa um furdúncio, mas homem com mulher podem até engolir um ao outro no meio da rua que não falam nada! Hipócritas!

MULHER (em voz alta): Mas é que beijo entre hétero não é pecado, já beijo gay é. Aposto que a alma de vocês já estão condenadas no inferno.

MATEUS: A sua alma é que tá condenada no inferno, sua bruxa!

MULHER (rindo): Bruxa? Eu? Me diga onde na bíblia que está escrito que duas pessoas do mesmo sexo podem ficar? Em Levítico, capítulo dezoito, versículo vinte e dois, diz: “Não te deitarás com varão, como se fosse mulher; é abominação.” Assim, Deus instituiu o casamento para ser uma união permanente e íntima entre um homem e uma mulher. Homem e mulher foram feitos para se complementar, para poderem satisfazer as necessidades emocionais e sexuais um do outro, e para terem filhos! Homem com homem não dão filhos.

MATEUS: Pronto, uma fanática religiosa... Mereço? Querida, eu nasci assim! Desde que nasci, sabia que eu era gay, que sempre gostei de meninos, isso desde pequeno. E se a bíblia diz que não pode casal do mesmo sexo se relacionar e que vão tudo pro inferno, então eu já fui condenado! Sou uma pessoa boa, não pratico o mal, mas mesmo assim irei para o inferno? A população diz que isso é errado! Pra mim não é errado, eu amo meu namorado, e mesmo a bíblia dizendo que é errado, continuo com a minha fé em Deus e em Jesus Cristo, porque sei que quando eu morrer, serei julgado pelos meus atos e não pela minha orientação sexual! O que falta é as pessoas perceberem que o amor entre homossexuais podem ser até mais forte que o amor de um casal heterossexual. O que importa é amar e ser feliz!

Lucas começa a bater palmas e sorri com a atitude de Mateus.

Foco na multidão batendo palmas.

LUCAS: Olha, a gente não veio aqui pra brigar com ninguém. Viemos como qualquer um aqui: aproveitar o preço das coisas, se divertir e passear. Não queríamos causar esse furdúncio todo, mas foi até bom pra que a verdade seja dita! Espero que entendam.
A mulher e o homem vão embora e tudo volta ao normal. Lucas e Mateus se sentam no banco novamente.

LUCAS: Ah, meu Deus...

MATEUS: O que? O que houve?

LUCAS: Porra, eu te amo demais! – Beija Mateus.

Lucas para de beijar Mateus.

LUCAS: O jeito que você enfrentou aquela mulher, o jeito que falou com ela... Cara, eu tenho muito orgulho de ser seu namorado.

Os olhos de Mateus imediatamente se enchem de lágrimas.

LUCAS: Eu nunca amei ninguém como eu amei você. A pessoa mais importante pra mim.

Os dois encostam o nariz e trocam carícias.

MATEUS (sussurrando): Eu também te amo demais e estou mais do que decidido a me casar com você. – Beija Lucas.

O celular de Lucas toca e ele rapidamente pega o celular.

LUCAS (sorrindo): É o meu pai.

MATEUS (sorrindo): Sério? Atende.

Lucas atende.

LUCAS (celular): Pai?

PEDRO (telefone): Achei que você não ia mais me chamar de pai.

LUCAS (celular): Apesar de tudo, você vai ser sempre o meu pai.

PEDRO (telefone): Por favor, quero que apareça aqui em casa. Preciso ter uma conversa com você.

LUCAS (celular): Claro que eu apareço! Que horas?

PEDRO (telefone): Pode ser na parte da tarde.

LUCAS (celular): Tudo bem, eu apareço sim, pode deixar. – Desliga o celular.

Lucas sorri.

MATEUS (sorrindo): Boas notícias?

LUCAS (sorrindo): Meu pai me pediu pra eu ir em casa que ele quer conversar comigo.

MATEUS (sorrindo): Que bom. Tomara que seja pra resolver o problema entre vocês logo de uma vez! Então eu vou pra casa. Você vai ir direto pra lá?

LUCAS: Vou, mas eu quero que você vá comigo.

MATEUS: O que? Quer que eu vá?

LUCAS: Claro que sim. Já tá na hora de eu te apresentar pra ele.

MATEUS (sorrindo): Vamos então.

LUCAS: Só na parte da tarde. Essa manhã a gente tem que aproveitar!

MATEUS (sorrindo): Então vamos aproveitar, mas no cinema. Vi que tem um filme muito bom no cartaz chamado “Deadpool 2”. Vamos ver?

LUCAS: É pra já! Bora ver.

Os dois se levantam e seguem de mãos dadas.

CENA 4/CASA DE HUGO/SALA DE JANTAR/INTERIOR/MANHÃ

Após Marcela contar tudo, Hugo começa a rir.

HUGO: Não, sério mesmo que você fez tudo isso? E foi só por causa da grana? – (Ele se levanta e dá mais gargalhadas). – Ah, que doideira. Então você acredita mesmo que não vai durar muito tempo?

MARCELA: Acredito sim, e muito! E não vou durar muito tempo mesmo, por isso quero já acabar com a Norma de vez. Eu falo só na Norma, mas também tem a Laís, o Ricardo, a Camila e quem mais entrou no meu caminho, entende?

HUGO: Claro que eu entendo. E por isso eu digo que eu vou te ajudar!

MARCELA (sorrindo): Ótimo! Mas antes... – (Se levanta e toca no cabelo). – Tenho que dar uma mudada.

HUGO: No quê seria?

MARCELA: Preciso de uma tesoura.

HUGO: Tem uma lá no meu quarto, é só abrir a gaveta de cima e pegar. Mas o que vai fazer? Não vai enfiar em ninguém, né?

MARCELA: Não, Deus que me livre... Muito clichê! Eu vou é cortar meu cabelo e dar uma pintada nele, o que acha? Eu aprendi alguns truques de cabeleireiro no salão que eu ia, e a tinta, a Sílvia deixou no quarto antes de ir embora.

HUGO: Ok, faça. Eu vou ligar pra um amigo, ele sabe fazer um servicinho bem feito.

MARCELA: Tá bem.

Marcela sai da sala de jantar, sobe as escadas e vai até o quarto de Hugo. No quarto de Hugo, ela abre uma gaveta e encontra a tesoura. Ela fecha a gaveta.

Curiosa, Marcela vai até o armário de Hugo, abre e pega uma cueca dele. Em seguida, ela cheira.

MARCELA (sorrindo/prazer): Ah, que cheirinho de novinho... – Coloca a cueca de volta no lugar.

Marcela olha pra cima e foca numa caixa grande em cima do armário. Ela tenta pegar, mas não consegue por causa da altura.

Marcela olha pra um lado e para outro, vê uma cadeira, vai até ela, pega a cadeira e coloca perto do armário. Em seguida, a vilã sobe nessa cadeira e pega a caixa. Ao descer da cadeira, Marcela quase cai.

MARCELA: Merda! Eu ultimamente não tô tendo sorte. Porra! – Coloca a caixa em cima da cama e abre.

Na caixa, está um fuzil, uma escopeta com várias munições do lado e uma pistola. Ela pega a escopeta e acaricia ela.

MARCELA (sorrindo): Esse moleque é meu filho mesmo. – Coloca a escopeta no lugar, fecha a caixa, pega ela, sobe em cima da cadeira novamente e coloca no mesmo lugar. Em seguida, ela desce novamente da cadeira, pega a cadeira e a coloca no mesmo lugar que estava.

Marcela novamente pega a tesoura e sai do quarto.

CENA 5/APARTAMENTO DE CAMILA/SALA/INTERIOR/MANHÃ

Ricardo está assistindo TV no noticiário e Camila aparece com uma lata de cerveja. Ela entrega pro rapaz.

RICARDO: Tá bem geladinha, do jeito que eu gosto. Você pensa em tudo mesmo, hein gostosa?

CAMILA: Sempre penso, meu futuro maridão.

RICARDO: Gostei desse “meu futuro maridão”. Sabe o que ficou martelando na minha cabeça a noite toda?

CAMILA: O que?

RICARDO: Acredite ou não, mas eu tava pensando na Norma. – Toma a cerveja.

CAMILA: E o que pretende fazer?

RICARDO: Acho que vou dar uma boa parte desse dinheiro pra ela, o que acha? Ela merece, afinal, a Marcela fez o Diabo na vida dela.

CAMILA: Concordo. Pode dar o dinheiro.

RICARDO: Oxe, mas sem pestanejar?

CAMILA: Nem ligo. Indo pra fora desse país de merda onde a gasolina tá um preço absurdo, é o que importa.

RICARDO: E gostou de Overland?

CAMILA: Amei, é top, uma cidade maravilhosa, mas acho que Berlim é melhor, é bem mais minha cara. E também sempre sonhei em conhecer Berlim.

RICARDO: Perfeito. Vamos pra lá então! Pra onde você quiser, a escolha é sua.

Camila senta no colo de Ricardo.

CAMILA: Por isso que eu te amo. – Beija Ricardo.

CENA 6/APARTAMENTO DE NINA/SALA/INTERIOR/TARDE

A campainha de Nina toca e ela vai até a porta. Ao abrir a porta, ela se depara com Bruno, que já entra na casa.

NINA: O que você quer?

BRUNO: A gente não conversou ainda sobre o que aconteceu ontem.

NINA: O que mais a gente vai conversar? O plano não deu certo, foi por água abaixo!

BRUNO: Não é sobre isso e você sabe muito bem, não tenta mudar o rumo da conversa.

NINA: Você só pode tá louco! É o que? A loucura dos gays também te afetou? Cuidado, hein! Não existe cura pra um gay, a não ser uma boa surra ou a morte!

BRUNO: Começou com o preconceito... Não é sobre isso!

NINA: Ah, não? É sobre o quê então?

BRUNO: Sobre o quê o Lucas e o Mateus falaram, que você só tava me usando.

Nina começa a rir.

BRUNO: Eu contei alguma piada?

NINA: Não, mas pareceu. Lucas e Mateus, o tão famoso casalzinho gay broxante de merda estão completamente loucos! Loucos, assim como você tá ficando!

BRUNO: Olha bem pra você, não tem argumentos, parece uma criança que sempre usa a mesma merda de sempre: o maldito preconceito!

NINA: Se pensa que eu ainda desisti de separar Bosteus, ou sei lá que porra de shipper mais bosta é esse, tá muito enganado! Eu ainda tenho cartas na manga. Se não conseguir, o jeito é acabar com tudo, como uma bomba nuclear.

BRUNO: No quê tá pensando?

NINA: Sabe o que essas vilãs de merda de novelas sempre fazem quando um plano não dá certo?

BRUNO: Matam?

NINA: Sim, é isso que Bosteus merece. Uma bomba nuclear explodindo tudo... Pense, reflita.

BRUNO: Você chama os outros de louco, mas a única louca aqui é você! Eu já desisti de separar o Lucas do Mateus, isso pra mim já cansou.

NINA: Nem me choco com você pulando do barco como um rato. Pode ir, nunca precisei de você mesmo.

BRUNO: Como assim? Então você só me usou mesmo?

NINA: Quer saber da verdade? Então eu te falo a verdade: eu nunca gostei de você pra ser honesta, nunca! Eu sempre via em você, uma sombra do Lucas, que só ficou famosinho no 
colégio por causa dele. Antes disso, você era um nada, e continua sendo um nada sem ele! Depois que ele começou a andar com você, é que tu começou a ser enxergado por todos, e não pelo pedaço de bosta que sempre foi e que sempre vai ser.

Os olhos de Bruno ficam avermelhados e ele começa a chorar.

NINA: Por que não se mata logo? Por quê? Eu tenho uma lâmina ali no meu quarto, desde a época que eu me cortava... É, eu tenho. Eu pego ela pra você, você vai pra sua casa e lá você corta a veia do seu pulso e deixa sangrar até morrer.

Foco no olhar furioso de Bruno.

BRUNO: Eu vou te matar, sua puta!

Bruno agarra no pescoço de Nina, asfixiando-a. Close em Nina sendo sufocada.

CENA 7/CASA DE HUGO/SALA/INTERIOR/TARDE

Hugo desliga a TV e se levanta do sofá. Quando chega no começo da escada, para subir, ele vê Marcela e para.

Trilha Sonora: Saga – Filipe Catto

Ao som de “Saga”, de Filipe Catto, Marcela desce a escada sorrindo e toda estilosa com uma jaqueta de couro que era de Hugo, e com seu cabelo cortado e pintado de preto.

Ela para perto dele.

HUGO (impressionado): Você tá...

MARCELA (sorrindo): Maravilhosa?

HUGO (sorrindo): Muito gata.

MARCELA: Eu peguei sua jaqueta pra mim, espero que não se importe.

Marcela e Hugo ouvem o pneu de um carro cantando do lado de fora. Hugo corre até a janela e se assusta ao ver a polícia.

HUGO (desesperado): A polícia... A porra da polícia!

MARCELA (desesperada): Ai meu Deus, não acredito... Eles vieram atrás de mim!

HUGO: Se esconde, porra! Se esconde, caralho. Vaza pro fundo da casa. Eu vou dar um jeito, mas desaparece!

Marcela corre.

A campainha de Hugo toca e ele rapidamente abre a porta.

HUGO: Senhores?

POLICIAL: Hugo Vieira?

HUGO: Sim, é ele.

POLICIAL: Temos um mandado de prisão pro senhor.

HUGO (assustado): O que? Prisão pra mim?

Um carro preto com vidros escuros para na rua. O capanga de Hugo abre o vidro e aponta um rifle com uma silenciadora na direção dos policiais.

POLICIAL: Ponha as mãos onde eu possa ver! – (Olha para o outro policial) – Algema ele.

O outro policial algema Hugo, que se desespera. Foco no homem apontando o rifle na direção dos policiais.

CENA 8/CASA DE LUCAS/INTERIOR/SALA/TARDE

Pedro atende a porta e se depara com Lucas e Mateus.

LUCAS: Pai?

PEDRO: Pode entrar.

Lucas e Mateus entram na casa. Pedro fecha a porta.

LUCAS: Pai, quero te apresentar meu namorado, o Mateus.

MATEUS: Prazer. – Estende a mão, mas Pedro não o cumprimenta.

Pedro anda mais adiante e vira.

LUCAS: Então... O que o senhor quer falar comigo?

Pedro entrega um envelope grande para Lucas.

LUCAS: O que é?

PEDRO: Veja você mesmo.

Lucas abre o envelope e tira sua certidão de nascimento, junto de outros documentos pessoais.

LUCAS: O que isso significa?

PEDRO: Tô te entregando suas coisas. A partir de hoje, eu vou te deserdar, e não quero que você me chame de pai, porque você não é mais meu filho!

Lucas começa a chorar completamente decepcionado com o que o seu próprio pai falou pra ele. Mateus consola o namorado abraçando-o.

(A cena congela com um efeito amarelado, que aos poucos vai se despedaçando como um vidro em Lucas completamente decepcionado, aos prantos e confuso).

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