Redenção - Capítulo 26 (Últimos Capítulos)
segunda-feira, maio 28, 2018
REDENÇÃO – CAPÍTULO 26 (ÚLTIMOS CAPÍTULOS)
“IDENTIDADE”
CENA
1/CASA DE HUGO/SALA/INTERIOR/TARDE
Hugo, ainda chocado,
se aproxima de Sílvia após ela contar que Marcela é a verdadeira mãe dele.
HUGO: Como você
conseguiu esconder isso de mim esse tempo todo? Você é completamente louca!
SÍLVIA (chorando):
Filho, por favor...
Hugo segura ela e a
sacode com toda a força.
HUGO (gritando): Eu
não sou o seu filho! Isso ficou bem claro aqui! Porra! – (Solta Sílvia). - Bem
que eu tava desconfiado mesmo. Essa sua cisma com a Marcela era muito estranha.
SÍLVIA (chorando):
Eu estive errada esse tempo todo. Você não sabe o quanto eu tive vontade de te
contar, mas na hora H sempre desistia. Ficava com medo da sua reação, do que
você poderia fazer.
HUGO: Você é a pior
pessoa que já existiu! Você nunca pensou nas consequências desse segredo? A
minha mãe morreu e você só vem me contar isso agora, e por pressão minha! Quer
saber? Não aguento mais olhar pra tua cara. – Se afasta.
SÍLVIA
(desesperada): Por favor, não vai embora. É tudo que eu te peço. Eu não sei o
que faria sem você aqui nessa casa sozinha.
HUGO: Eu vou tomar um
ar e pensar no que eu vou fazer.
Sílvia pega a chave
do carro de Hugo na mesa.
SÍLVIA: A chave do
seu carro.
HUGO: Não, eu vou
andar. – Sai da casa.
Sílvia senta no sofá
e ali chora.
CENA
2/CASA DE MATEUS/SALA/INTERIOR/TARDE
Lucas está beijando
Mateus. Os dois param.
LUCAS (sorrindo): Eu
te amo demais, sempre pensa em tudo! Ah, esse plano vai dar super certo.
MATEUS (sorrindo):
Quero ver a cachorra sendo exposta pra todo mundo ver.
LUCAS: A gente tem
que botar um ponto final nessa cachorra, tá indo longe demais querendo separar
a gente.
MATEUS (sorrindo):
Mas ela nunca vai conseguir, sabe por quê? Porque o nosso amor é verdadeiro, é
uma chama viva que nunca apaga. Lucas, tudo que eu mais quero é ter você sempre
do meu lado.
LUCAS: E você vai me
ter sempre do seu lado. Todo dia que você acordar e olhar pro lado, pode ter
certeza que eu vou estar lá.
MATEUS: Ai, chega.
Não quero chorar... E seu pai?
LUCAS: Não converso
com ele desde o dia que me expulsou de casa sem roupa e sem nada como um cão
sem dono.
MATEUS: Ele ainda
vai amolecer aquele coração, fica vendo. E olha que o que eu falo, sempre acontece.
LUCAS (sorrindo):
Então, senhor Sabe Tudo, me diga: falta pouco pra eu pedir a mão do Mateus em
casamento?
MATEUS (sorrindo):
Olha, pelo que eu vejo aqui, esse Mateus é bem ansioso e nervoso, então se
quiser pedir a mão dele em casamento, que peça logo, mas não se esqueça da
aliança de diamante. Tem que ser uma aliança de diamante.
LUCAS (sorrindo): Aí
eu fico quebrado com essa aliança de diamante, mas pode ter certeza que por ele
eu faço tudo, até dar uma aliança de diamante que pode me custar o olho da cara.
Só que pro meu amor, sempre vai valer a pena cada centavo.
MATEUS (sorrindo): E
como esse Mateus pode pagar isso?
LUCAS (sorrindo):
Com isso. – Beija Mateus.
CENA
3/APARTAMENTO DE CAMILA/QUARTO/INTERIOR/TARDE
Camila espalha todo
o dinheiro de Marcela na cama. Foco nos milhares de dólares. A campainha toca,
ela sai do quarto e abre a porta. Camila se depara com Ricardo e imediatamente
beija ele.
Trilha Sonora: Secretária – Amado Batista
Após o beijo,
Ricardo entra, Camila fecha a porta e abraça Ricardo.
CAMILA (emocionada):
Eu sabia! Eu tava tão preocupada com você. – Termina de abraçá-lo.
Camila olha para o
dedo dele.
CAMILA: Meu Deus, o
que aquela louca fez com você? Precisa ir no hospital enfaixar isso.
RICARDO: Foi
horrível, Camila. Aquela mulher que eu nunca deveria ter chamado de amor, fez
coisas horríveis comigo.
CAMILA: Eu imagino.
RICARDO: Ela matou a
Joana na minha frente. Eu vi aquela cena e fiquei desesperado. Juro que eu
achei que ela ia fazer a mesma coisa comigo.
CAMILA: Mas tá tudo
bem, você está a salvo. Quem parece que não se salvou foi ela, né?
RICARDO: Como assim?
CAMILA: Tá em todos
os jornais que a Marcela morreu queimada depois que a mansão pegou fogo.
RICARDO: Eu vi ela
pegando um monte de garrafa de álcool e jogando no porão todo. Depois atirou no
chão e de repente começou a pegar fogo comigo lá dentro. Ela achou que eu ainda
tava preso, só que a Joana tinha me soltado bem antes.
CAMILA: Meu Deus...
Mas esse mal já foi pros quintos nessas horas. – (Sorrindo). – Ah, que bom que
você tá bem, apesar disso. Agora trata de tomar um banho e trocar de roupa.
Sorte que você tem calça e cueca aqui.
RICARDO: Ainda bem,
já tava preocupado aqui. Meus ternos caríssimos viraram cinzas, acredita?
CAMILA: Pois é. E vê
se anda logo porque a gente precisa ir no hospital ver esse dedo seu aí, fora
que temos que tirar outros documentos seus, que com certeza queimaram.
RICARDO: E o
dinheiro? Onde tá?
CAMILA: Tá lá na
cama, eu espalhei.
RICARDO: E quanto
tem?
CAMILA (sorrindo):
Ricardo, tem uma quantia imensa que você não vai acreditar. Ali eu tenho
certeza absoluta que tem milhões de dólares, parece uma montanha. Quando eu
falo que tem milhões de notas, é porque tem! Pensa, com isso a gente resolve
completamente a nossa vida! Fora que ainda tem a Chique Lins que eu vou passar
pro seu nome e as propriedades fora do Brasil, que vou passar pro seu nome
também.
RICARDO: E como
pretende fazer isso sem a assinatura da Marcela?
CAMILA: Simples, eu
falsifico. Passei tantos anos naquela empresa que eu aprendi a fazer a
assinatura dela. Tenho tudo nas minhas mãos, tenho um amigo advogado que pode
resolver isso. Amor, eu planejei tudo, cada detalhe. Eu, antes, já planejava em
fazer isso quando ela enlouquecesse de vez, e a hora chegou.
RICARDO (sorrindo):
Você desde sempre pensando no nosso futuro, né?
CAMILA: Claro que
sim. É o mais importante.
RICARDO: Ah...
Merda!
CAMILA: O que?
RICARDO: Esse
dedo... Nossa, quebrou mesmo. Tá doendo pra caralho, porra.
CAMILA: Toma banho e
troca de roupa logo que eu te levo no hospital.
RICARDO: Meu dedinho
tá dodói... Não quer ajudar a tirar a minha roupa?
CAMILA (sorrindo):
Safado... Eu já entendi qual é a sua. Mesmo com o dedo fodido, você só pensa
com a cabeça de baixo.
RICARDO (sorrindo):
É claro, tem que ser assim. E além do mais, faz dias que a gente não faz isso,
então bora tirar esse atraso.
CAMILA (sorrindo): É
pra já!
Trilha Sonora: Corpo Sensual – Pabllo
Vittar (Feat. Matheus Carrilho)
Camila tira a camisa
dele e, em seguida, olhando pros olhos de Ricardo, tira o cinto e a calça. Ela
se ajoelha passando a mão do abdômen de Ricardo, até sua cueca. Camila, com sua
boca, tira a cueca de Ricardo, que sorri. Ela se levanta e tira toda sua roupa,
ficando somente de calcinha.
RICARDO: Poderia me
acompanhar, senhorita?
CAMILA (sorrindo):
Sempre, senhor.
Ricardo e Camila
dão-se as mãos e vão até o banheiro. Dentro do banheiro, Ricardo liga o chuveiro.
CAMILA: Não acha
melhor a gente ir devagar hoje por causa do seu dedo?
RICARDO: Foda-se meu
dedo!
Ricardo beija Camila
loucamente e coloca sua mão dentro da calcinha dela. Camila geme de prazer. Ele
joga ela na parede do banheiro, aperta os seios dela, enquanto a água cai sobre
seus corpos nú. Ele tira a calcinha dela, vira ela de costas contra a parede e
penetra seu pênis nela com força.
CENA
4/JARDIM ORESTES/CASA DE JÚNIOR/COZINHA/INTERIOR/TARDE
No fim da tarde,
Cláudio começa a preparar o jantar. Ele canta um funk e dança. Júnior aparece e
se surpreende.
JÚNIOR (sorrindo):
Tá todo animado hoje, hein?
CLÁUDIO: Decidi
deixar a vida me levar. Cansei de pensar só naquilo que não me faz bem.
JÚNIOR: Que bom,
gosto assim. Hoje o jantar vai ser ótimo pelo jeito.
CLÁUDIO: Vai mesmo.
Tô preparando um monte de coisa boa. Adivinha a sobremesa?
JÚNIOR: Deixa eu
ver... Mousse?
CLÁUDIO: Não. É um
pavê bem delicioso e cremoso que eu tô preparando.
JÚNIOR: Hum... Eu
adoro pavê. Sua mãe fazia sempre pra gente.
CLÁUDIO: Ela que me
ensinou a fazer. É minha sobremesa preferida, e ela sempre fazia pra gente,
quero homenageá-la.
JÚNIOR: Ninguém
fazia uma comida tão boa que nem a Renata fazia.
CLÁUDIO: Pois é...
Saudades. Mas, temos que seguir com as nossas vidas enquanto ainda se tem.
JÚNIOR: É isso aí!
Você vai gostar de conhecer a Laís, ela é super gentil, bonita e educada.
CLÁUDIO: Não faz meu
tipo, e ela provavelmente vai ser minha irmã, então...
JÚNIOR: Filho, você
é gay? Não que seja da minha conta, ou que eu seja homofóbico ou preconceituoso,
longe disso... É só uma dúvida mesmo.
CLÁUDIO: É porquê eu
nunca fiquei com nenhuma garota que você pensa isso, né?
JÚNIOR: Não vou
negar que é. Muitos garotos da sua idade já namoram. Eu sei, foco nos estudos
primeiro, isso não é importante, mas é muito estranho.
CLÁUDIO: A vida é
tão curta... Pra quê me estressar com garotas? Isso não faz eu ser gay. E tem
razão: se eu fosse gay, não seria da sua conta!
JÚNIOR: Tá bom,
desculpa, só quis tirar essa dúvida mesmo. – Pega uma maçã e sai da cozinha.
Cláudio observa a
faca em sua mão enquanto cortava a cebola. Sua mãos tremem e ele fecha os
olhos.
CENA
5/VILA MADALENA/ANOITECENDO
Ao som de “Corpo
Sensual”, de Pabllo Vittar, a cidade anoitece. Close no céu escuro, na lua
brilhando e na avenida movimentada. Foco no IML.
CENA
6/IML/INTERIOR/NOITE
Norma e Sandra
conversam enquanto esperam. Laís traz um copo descartável com água para Norma,
que pega o copo e bebe a água.
NORMA: Eu já tô
ficando estressada, faz horas que a gente tá aqui.
SANDRA: É normal,
amiga. Essas coisas demoram mesmo.
LAÍS: É tão estranho
pensar que lá dentro tem vários corpos. Tantas famílias que já não passaram mal
aqui vendo seus familiares lá, hein? Imagino.
NORMA: Pois é.
Perder alguém da nossa família é como tirar uma parte de nós mesmos. Já senti
muito isso.
LAÍS: Enquanto isso
eu na mansão daquela cobra só desfrutando dos luxos que, hoje em dia, nem me
interessam mais.
SANDRA: Você gostava
muito desses luxos, né?
LAÍS: E quem não
gostaria? Pra se ter uma ideia, sempre que entrava um celular novo no mercado
nacional, eu era uma das primeiras a comprar, não importava o preço. Sempre ia
no shopping, gastava bastante e meu cartão de crédito não tinha limite. E eu
sempre fui a patricinha do colégio. Ah, que vergonha. E pensar que eu já pisei
tanto no Miguel, que nunca desistiu de mim.
Norma é chamada e se
levanta. Sandra também.
NORMA: Ufa, finalmente!
SANDRA: Força,
amiga.
NORMA: Vou precisar
de muita.
SANDRA: Será que a
gente pode ir lá também?
NORMA: Se não puder,
eu insisto pro médico legista, porque eu preciso muito de vocês duas lá dentro
comigo.
CENA
7/QUADRA DE FUTEBOL/NOITE
Foco em vários
jovens jogando futebol. Hugo vai até a grade da quadra com um lanche nas mãos e
os observa.
HUGO: Isso daqui é
muito mais interessante que a Sílvia.
Uma mulher, com os
cabelos que cobrem o seu rosto e aparentando ser uma moradora de rua, rouba o
lanche das mãos de Hugo e corre até o banco da praça.
HUGO: Ei! Porra! –
Vai até o banco da praça e vê a mulher comendo seu lanche.
A mulher está virada
de costas para ele enquanto come com vontade o lanche. Ele observa ela.
CENA
8/IML/INTERIOR/NOITE
O Médico Legista
conversa com Norma.
NORMA: Por que o
corpo demora muito pra ser liberado?
MÉDICO:
O corpo é submetido a uma série de exames visando determinar, com a máxima
exatidão, as circunstâncias em que se deu a morte. Não há regra que possibilite
preestabelecer um tempo certo de duração desses exames. Portanto, o tempo
utilizado para se chegar ao resultado esperado é apenas aquele estritamente
necessário, evitando-se, tanto quanto possível, uma exumação para complementar
o exame necroscópico.
NORMA:
Não entendi, mas tudo bem.
MÉDICO:
Você está pronta?
NORMA:
Sim, tô pronta.
O
Médico Legista abre o zíper do saco preto onde está o corpo e a mulher é
revelada.
NORMA
(assustada): Calma, essa não é a Marcela. Não é.
LAÍS:
Não é mesmo, eu conheço essa daí, era uma empregada lá da mansão, não tem nada
a ver com a Marcela, a não ser o cabelo e os olhos. Esses incompetentes
erraram!
SANDRA:
Então quer dizer que...
NORMA:
Que a Marcela tá viva e à solta na cidade.
CENA 9/PRAÇA/NOITE
Hugo
continua observando a mulher.
HUGO: Eu sabia que
não deveria ter vindo pra um tipo de lugar desses, ainda mais de noite. Poderia
ter pedido, sabia? Agora come tudo e aproveita pra se engasgar e morrer aqui
mesmo!
A mulher, lentamente,
se levanta e se vira, revelando ser Marcela, que conseguiu escapar do incêndio
na mansão. Ela rapidamente aponta uma arma pra Hugo.
Hugo levanta as
mãos.
HUGO (chocado):
Calma... Marcela? Mãe?
MARCELA (surpresa):
Mãe?
(A cena
congela com um efeito amarelado, que aos poucos vai se despedaçando como um
vidro em Marcela surpresa).
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