Redenção - Capítulo 23 (Últimas Semanas)

quarta-feira, maio 23, 2018


REDENÇÃO – CAPÍTULO 23 (ÚLTIMAS SEMANAS)




“TENSÃO AO EXTREMO”

CENA 1/MANSÃO DOS DELLATORRE/INTERIOR/QUARTO DE MARCELA/NOITE

Marcela pega Camila pelos cabelos e joga em cima da cama. Close em Camila desesperada e chorando.

CAMILA (chorando): Por favor... Eu paro de ver ele, saio da empresa, até do país. É isso que você quer? Eu faço isso.

Marcela, com o revólver nas mãos, se aproxima de Camila, que está em cima da cama. Ela coloca a arma no rosto da mulher.

MARCELA: Me diz: o que você viu nele pra ser amante durante muitos anos, hein? Foi o quê? A boca? Ele beija bem, não é? O pau? Sei, ele tem um pau enorme que aposto que você já chupou muito, né? – (Coloca o revólver na boca de Camila). – Chupava tudo, é... Sabe, eu sempre achei que você fosse uma puta, porque cara e jeito de puta você tem! Sempre ia na sala do meu marido escondida pra pagar um boquete pra ele e dar essa buceta, não é? Eu me lembro no dia que eu peguei os dois no maior clima. Me lembro perfeitamente...

FLASHBACK (Capítulo 1):

Os dois começam a se beijar e Ricardo coloca a mão dentro da calcinha dela.

CAMILA (sorrindo): Vai com calma. Eu vou tirar minha camisa primeiro e depois o sutiã.

Ele tira a mão da calcinha dela. Camila se prepara para tirar a sua camisa. No mesmo instante, Marcela entra na sala. Os dois se assustam.

MARCELA: O que está acontecendo aqui?

FIM DO FLASHBACK

MARCELA: Olha, sinceramente... Eu jurava que a vaca da Norma era a minha única inimiga, mas vejo que você se tornou uma também. E eu não costumo ter piedade dos meus inimigos. Quem é sabe do que eu tô falando! Acho que o Ricardo já comentou com você, inclusive. Mas enfim... – Destrava o revólver.

Camila chora e Marcela tira a arma da boca da mulher.

MARCELA: Calma, linda... Não pega bem pra uma gostosa que nem você chorar desse jeito.

CAMILA (chorando/desesperada): Por favor, não me mata... Eu juro que faço tudo que você pedir, eu sumo da sua vida e da vida do Ricardo.

MARCELA: O que ele viu em você? – (Olha para os seios de Camila). – Os peitos? – Passa a mão nos seios dela.

CAMILA: Marcela, pelo amor de Deus... Eu sumo da sua vida, da vida do Ricardo e da empresa, mas não me mata... Eu te peço, não me mata! Eu vou pra bem longe daqui, ok? Eu desapareço do mapa!

MARCELA: Não precisa. - (Fica em pé e olha para Camila). – Você deve ser muito boa de cama mesmo pro Ricardo não ter te traído também. Fica de pé!

CAMILA: Você promete que não vai fazer nada comigo?

MARCELA: Anda, fica de pé, porra! – (Atira no teto). – Minha paciência já tá esgostando.
Camila se levanta e fica de pé imediatamente.

Marcela começa a rir completamente louca.

MARCELA: Olha, sai até uma fumacinha do bico da arma. Tá vendo? – (Se aproxima dela). – Hein? Tá vendo? – Se abaixa e de repente penetra a arma com força na vagina de Camila, que grita de dor.

CAMILA (chorando): Para, para... Por favor, para!

MARCELA (sorrindo): É tão quente, né? O pau do Ricardo é quente também? Fala que é, sua puta ordinária!

CAMILA (chorando): É, é sim...

Marcela tira a arma da vagina de Camila e vira, olhando somente para a porta. Em seguida, ela vira na direção de Camila e dá um tapa forte na cara dela, que cai no chão. Marcela pega ela pelos cabelos e joga novamente em cima da cama. Camila grita e Marcela fica em cima dela dando tapas leves na cara de Camila.

MARCELA (sorrindo): Aposto que na hora de foder com ele, você também gostava dele te dando tapas, não é? – Dá outro tapa na cara dela.

Camila tenta se defender, mas não consegue.

MARCELA: Cuidado que eu tenho uma arma!

Marcela agarra os seios de Camila com força.

CAMILA (chorando): Para, por favor...

MARCELA: Para de drama, que eu sei que você gosta disso! Me mostra seu talendo que meu marido tanto gosta.

CAMILA: O que? Como assim?

Trilha Sonora: Saga - Filipe Catto

Marcela beija Camila com vontade.

Marcela se levanta e tira sua roupa.

CAMILA (confusa): O que? Você é...?

MARCELA (sorrindo): Sou metade sapatão, ou seja: sou bissexual. Você ainda não viu nada!

Após tirar a roupa, Marcela deita em cima da cama novamente e fica em cima de Camila. 
Marcela coloca seus dedos na vagina da mulher, enquanto a beija e coloca a boca nos seios de Camila.

CENA 2/MANSÃO DOS DELLATORRE/EXTERIOR/NOITE

Joana conversa com Elvira na frente da mansão.

JOANA: Eu tô com medo do que essa louca pode fazer contra os dois. Não é melhor chamar a polícia?

ELVIRA: Deixa a polícia fora disso... Eu não quero eles atrapalhando meu plano.

JOANA: E o que pretende fazer?

ELVIRA: Pula a janela que ela quebrou, abre a porta pra mim e vamos fingir que nada tá acontecendo. Vamos pro meu quarto e lá a gente fica até a poeira baixar.

JOANA: Mas, e eles? E se ela também resolver fazer alguma coisa com a senhora?

ELVIRA: Ela não vai fazer nada comigo, Joana. Tá se borrando de medo da Norma.

JOANA: Bom, se a senhora diz...

CENA 3/MANSÃO DOS DELLATORRE/QUARTO DE MARCELA/INTERIOR/NOITE

Marcela faz sexo oral em Camila, que finge gemer de prazer e olha para a janela do quarto.

CAMILA: Eu vou gozar, eu vou gozar, eu vou gozar...

MARCELA: Mas já? Que porra!

Marcela percebe que Camila olha atentamente para a janela. A vilã para o que está fazendo e segura os dois braços de Camila com força.

MARCELA: No máximo o que aconteceria com você ao pular daquela janela, seria suas duas pernas quebradas, isso se sua cabeça não bater com tudo no chão e você morrer na hora. Assim não teria graça. Mas, pense nisso! – Solta os braços de Camila e desce da cama.

Camila olha para as costas de Marcela e percebe algo.

CAMILA: Marcela, o que é isso nas suas costas?

MARCELA: Como assim? O que tem nas minhas costas?

Foco nas costas de Marcela com uma marca estranha.

CAMILA: Parece marcas de garras.

Marcela tenta passar a mão nas costas, mas não consegue. Assustada, ela vai até o banheiro olhar no espelho.

Camila olha para a chave da porta do quarto no chão. Ela olha fixamente a chave.

No banheiro, Marcela se assusta ao ver a marca nas suas costas no reflexo do espelho.

MARCELA (assustada): Meu Deus, não pode ser... Agora? Como eu não tinha percebido isso antes?

Do lado de fora do banheiro, após colocar a roupa rapidamente, Camila pega a chave que está no chão. Ela olha para a porta do banheiro em que Marcela está e vê a chave do banheiro. Dando leves passos, Camila vai até a porta do banheiro e, sem Marcela perceber, tranca a porta com a vilã dentro do banheiro.

MARCELA (furiosa): Sua puta! Me tira desse banheiro!

CAMILA (tom de deboche): Você é muito burra mesmo, hein? Se depender de mim, fica aí nesse banheiro pro resto da sua vida!

MARCELA (furiosa): Eu juro que quando eu sair daqui, a primeira pessoa que eu vou atrás é você, e eu vou te matar por isso! Vou decepar a sua cabeça, abrir sua barriga e arrancar com as minhas próprias mãos a sua tripa!

CAMILA (tom de deboche): Você não vai fazer isso. Aliás, não vai fazer mais mal pra ninguém! Quando eu sair daqui, o primeiro lugar que eu vou, vai ser numa delegacia prestar queixa contra você! Dessa vez, quem vai pra cadeia passar dezoito anos na prisão vai ser você, sua cachorra! 

MARCELA (desesperada): Não faz isso, eu sempre tive horror da prisão. Me tira daqui, Camila. Eu juro que eu não vou fazer mais nada contra você. Eu me divorcio do Ricardo pra vocês viverem felizes juntos, o que acha? Eu assino os papéis do divórcio.

CAMILA: Realmente é uma oferta imperdível e impressionante vinda de você, mas eu vou tenho que recusar. Prefiro confiar no próprio demônio do que em você, Marcela. Fez muito mal pra muita gente, e agora vai ter que pagar! Você só sai daí com a polícia!

Marcela dá um baita chute na porta e assusta Camila, que se afasta. Marcela arranca um pedaço de cano de alumínio bem resistente, e bate com força na porta.

MARCELA: Ah, é? Se eu não vou sair daqui por bem, vou sair por mal! – Dá outro golpe na porta.

Do lado de fora do banheiro, Camila abre a porta do quarto com a chave. Ela para.

FLASHBACK:

Ricardo conversa com Camila.

CAMILA: Então ela esconde tudo dentro do armário do quarto?

RICARDO: Sim. É tão burra que esconde tudo em uma caixa dentro do armário. As coisas que tem lá são tão confidenciais que ela nunca me deixa abrir aquele armário dela. Eu sempre tive o meu separado.

CAMILA (curiosa): Interessante...

FIM DO FLASHBACK

Enquanto Marcela continua batendo na porta do banheiro, até agora sem sucesso, Camila vai até o armário, abre e pega a caixa que tem atrás das roupas de Marcela. Camila abre a caixa e vê um monte de documentos e um livro. Ela pega todos os documentos e segura nas mãos. Elvira e Joana passam no corredor e olham para Camila mexendo nas coisas de Marcela.

ELVIRA: O que você tá fazendo?

Camila olha para as duas e vai até ela.

CAMILA (falando baixo): Deixando a Marcela na miséria.

Joana vê o livro nas mãos de Camila.

JOANA: O livro, dona Elvira. É ele que eu vi aquele dia.

ELVIRA: Esse? Me passa esse livro.

CAMILA: Pra quê? Eu achei primeiro.

ELVIRA: Me passa logo! O que você tanto quis pegar, já pegou. Agora dá o fora da mansão antes que ela arrebente essa porta e te mate!

CAMILA: Ainda esqueci de uma coisa.

Camila vira para trás, olha para o revólver no chão e pega.

CAMILA: Toda segurança é bem-vinda. – Sai do quarto com a arma e os documentos nas mãos. Ela entrega o livro para Elvira e sai em seguida.

ELVIRA: Vamos pra esse quarto logo, Joana.

JOANA: Tá bom. – Empurra a cadeira de rodas de Elvira.

Dentro do banheiro, Marcela continua batendo na porta, mas sem sucesso. Ela joga o pedaço de cano no chão com tudo.

MARCELA (furiosa): Que porra! Merda! – (Ela olha para o espelho). – Você não consegue fazer nada direito, né?

De repente, o espelho racha no reflexo do pescoço de Marcela, que se desespera.

MARCELA (assustada): Não, por favor... Agora não... Hoje não! – (Chora). – Não, não... Eu vou enlouquecer aqui dentro!

Ela vai até a gaveta perto do lavatório e abre, mas não acha o que procura.

MARCELA: Eu sei que tá aqui em algum lugar, eu tinha comprado.

Marcela abre a penúltima gaveta e vê um conjunto de pinças. Ela pega.

MARCELA (sorrindo): Então eu vou sair de um método que eu aprendi faz tempo.

CENA 4/MANSÃO DOS DELLATORRE/PORÃO/INTERIOR/NOITE

Ricardo acorda aos poucos com a vista um pouco embaçada. Ele coloca a mão na nuca e geme de dor. Seu braço acaba encostando no pescoço e ele percebe que está usando uma coleira. Ele arregala os olhos e vê as mãos acorrentadas.

RICARDO (desesperado/gritando): Socorro!

Ele grita mais alto ainda.

RICARDO (gritando): Socorro!!!

Camila, que acabara de descer as escadas, ouve o grito dele.

CAMILA: Ricardo? - Corre até a cozinha e não o encontra.

CAMILA (gritando): Ricardo!!!

No porão, Ricardo ouve o chamado de Camila e grita novamente.

RICARDO (gritando): Camila, aqui embaixo no porão!

Camila sai da cozinha, vê a porta do porão, abre e desce a escada rapidamente. Ela corre até o amado.

CAMILA: Ricardo... Eu tô aqui. Olha o que esse demônio em forma de gente fez com você...

RICARDO: O que tá acontecendo?

CAMILA: Eu tranquei a vaca da Marcela no banheiro do quarto, ela tava me torturando.

RICARDO: E que documentos são esses?

CAMILA (sorrindo): Os da Chique Lins e dos bens dela, Ricardo. Tô planejando algo grande que vai te favorecer.

RICARDO: O cofre... Rápido!

CAMILA: Cofre? Que cofre?

RICARDO: Que ela tem aqui! Ela esconde os milhares de dólares todos na mansão, sempre foi assim.

CAMILA: Ela é mais burra do que eu imaginava! – (Se levanta). – Nossa, que cheiro horrível tá nesse lugar.

Camila olha para os lados e não vê o cofre.

CAMILA: Cadê esse bendito cofre?

RICARDO: Tá atrás daquele quadro perto da estante. Rápido!

CAMILA: Tá bom, tá ok. – (Vai até o quadro, tira da parede e vê o cofre). – Tá, mas e a senha?

RICARDO: Tá em alguns desses papéis aí, eu tenho certeza absoluta! Ela nunca muda a senha, sempre usa as mesmas pra determinadas coisas. Dá uma procurada aí que você encontra.

Camila olha para os papéis e não vê absolutamente nada.

CAMILA: Ricardo, você tem certeza? Não tem nenhuma senha aqui.

RICARDO: Merda! Olha direito, eu tenho certeza de que tá aí. Rápido, antes que aquela maluca venha.

CAMILA: Não, é melhor a gente sair daqui. O dinheiro não é mais importante que a sua vida! Ricardo, eu preciso de você pra continuar vivendo.

RICARDO: Você não tá entendendo, esse dinheiro pode mudar a sua vida.

CAMILA: Mas do que adianta eu ter esse dinheiro todo e não poder usufruir com você? Eu te amo mais que a mim mesmo, Ricardo. Vê se entende, caralho!

RICARDO: Camila, eu também te amo, mas agora não temos tempo pra falar disso. Acha essa senha, abra esse cofre, coloca num saco e vai embora antes que a maluca venha.

CAMILA: E te deixar?

RICARDO: Ela não vai fazer nada comigo. Só acha essa senha e abra essa porra desse cofre.

CAMILA: Que merda! – Deixa os papéis cair no chão.

RICARDO: Merda!

Camila vê um papel pequeno com um número do lado dos papéis.

CAMILA (sorrindo): Ricardo, eu achei.

RICARDO (sorrindo): Isso, agora abra o cofre.

CENA 5/MANSÃO DOS DELLATORRE/INTERIOR/CORREDOR/NOITE

Marcela sai do quarto após colocar sua roupa. Ela vai até o quarto de Elvira, abre a porta, entra no quarto e liga a luz. A vilã vê as duas deitadas em cima da cama com os olhos fechados.

MARCELA (sorrindo): Porra, vocês tem um sono pesado, hein? Depois eu cuido das duas pessoalmente. – Sai do quarto.

Elvira abre o olho esquerdo.

ELVIRA: Ela já foi?

Joana olha para trás e vê a porta aberta.

JOANA: Sim, já foi. – Se levanta da cama.

ELVIRA: Fecha  a porta.

Joana vai até a porta e fecha.

ELVIRA: Pega o livro. É hoje que eu descubro os podres dessa vagabunda!

CENA 6/MANSÃO DOS DELLATORRE/INTERIOR/SALA/NOITE

Marcela vai até a porta principal da mansão e percebe que ainda está trancada.

MARCELA (sorrindo): Ah, aqui você não saiu. Será que não saiu ainda?

No porão, Camila coloca todo o dinheiro dentro de um saco enorme.

CAMILA: É muito dinheiro, nossa.

RICARDO: Você pegou a chave do meu carro?

CAMILA: Peguei. – Termina de colocar o dinheiro, coloca os documentos no meio do dinheiro, fecha o cofre e coloca o quadro de volta no lugar.

RICARDO: Sai rápido pela janela quebrada e dá o fora daqui!

CAMILA: Você vai ficar bem?

RICARDO: Vou tentar. Se eu não sair daqui, quero que se lembre que eu sempre te amei e sempre vou te amar, onde quer que eu esteja.

CAMILA (emocionada): Eu te amo.

RICARDO (emocionado): Também te amo.

Camila beija Ricardo, sobe a escada com o saco enorme nas mãos e sai do porão.
Ainda na sala, Marcela ouve o barulho do vidro da janela sendo pisado. Ela corre até a cozinha, vai em direção a janela e não encontra Camila.

No porão, Ricardo chora. Ele ouve Marcela cantando.

MARCELA (off/cantando): Boi, boi, boi... Boi da cara preta, pega essa menina que tem medo de buceta. – Ri escandalosamente.

Ricardo se assusta. Ele ouve os passos de Marcela descendo as escadas do porão com uma faca nas mãos. A vilã para na frente de Ricardo e o encara.

MARCELA: Cheirinho de vagabunda fodida aqui, né? Uma vagabunda fodida chamada Camila.

RICARDO: Aqui tá um cheiro de carniça mesmo.

MARCELA: Não é a Camila, é?

RICARDO: Não sei do que você tá falando, a Camila não apareceu aqui.

Marcela passa a ponta da faca no pescoço de Ricardo, cortando aos poucos.

MARCELA: Então porque que eu vi a porra daquela porta aberta sendo que quando eu saí, eu fechei? Hein? Não mente pra mim, aquela puta apareceu aqui sim!

RICARDO: Quer a verdade? Então eu falo a verdade: ela apareceu aqui sim e me mandou se foder, falando que nunca mais vai querer alguém como eu.

Marcela começa a rir.

MARCELA: Que bom que falou a verdade... Bom garoto. – Tira a faca do pescoço dele e se levanta.

Marcela limpa o sangue de Ricardo na faca com a língua.

MARCELA: Sangue de um Judas... Delícia. – (Olha para Ricardo). – Então quer dizer que a puta ninfomaníaca te deixou pra sempre? Que maravilha, me sinto vingada!

RICARDO: Isso é ótimo, então é sinal que vai me soltar.

MARCELA: Pois é, Ricardo, eu vou te soltar sim! Soltar minha faca nas suas bolas, arrancar seu pau fora. Que tal? É o mínimo que um Judas como você merece!

RICARDO: Não, por favor.

MARCELA (tom de deboche): Sim, por favor Marcela, eu suplico que você corte meu pau fora. Ah, tudo bem senhor Ricardão, eu corto seu maldito pau fora! – Vai até ele e se agacha.

Marcela tira a cueca de Ricardo.

MARCELA: E pensar que eu já provei tanto dessa piroca, mas a puta ninfomaníaca da Putila provou mais! Sabia que eu achei que esse apelido super combina com ela? É, combina. Putila é o nome da maior puta que São Paulo tem. Sério, trepar anos com o mesmo cara e não engravidar? Isso não é pra qualquer uma. Só uma puta experiente que nem ela consegue. Mas, enfim... A única vontade que eu tenho agora, é cortar essa piroca sua.

RICARDO (chorando): Marcela, eu faço tudo que você quiser, mas não corta, por favor... Eu te amava, sério.

Marcela ri novamente.

MARCELA (rindo): Me amava? O que você entende de amor, Ricardo? A verdade é que você nunca me suportou, desde quando eu supostamente matei nosso filho.

RICARDO (confuso): Como assim? Supostamente matou?

MARCELA: Você como o pai não sabia? No dia que ele nasceu, eu simplesmente matei ele dentro da minha barriga com a ajuda de uma amiga. E foi uma sensação tão boa... Você nem imagina o prazer!

RICARDO: O que? Você é completamente pirada!

MARCELA: Sempre fui, não é de hoje e você sabe muito bem! Eu matei sim meu bebê e faria de novo se eu pudesse! A Laís ficou comigo dezoito anos, porque eu sempre desejei uma filha. Esse maldito Deus abençoou a puta da Norma com uma filha, e a fodida que nem eu foi amaldiçoada com um menino!

Ricardo está completamente em choque com a revelação de Marcela. Ele tenta se soltar, mas não consegue.

MARCELA (rindo): Você não vai conseguir, não adianta.

RICARDO (chorando): Sua louca, psicopata! Como tem coragem de falar isso pra mim? Eu queria ser o pai dessa criança, sempre desejava!

MARCELA: Ah, faça-me o favor, Ricardo! Quando essa maldita criança nasceu morta, aquela vagabunda daquela Putila já foi te consolar quando soube da notícia! Ali mesmo, aposto que ocorreu um clima de romance. Esse romance durou vários e vários anos atrás das minhas costas. E o meu chifre só pesando!

RICARDO (chorando): Você é um monstro.

MARCELA: Já me disseram isso, não precisa repetir. Eu faço as maldades que eu quiser mesmo, e ninguém vai me impedir! Nem polícia, nem exército, nem Deus, nem ninguém! A minha alma já tá condenada no inferno mesmo, o que tem? Só falta a Norma ir comigo.

Marcela vai até uma mesa e pega um martelo.

MARCELA: Esquece o pau. Que tal o dedo?

RICARDO: Marcela, fez tanta maldade... Pra quê? Pra ganhar o quê?

MARCELA: Isso você nunca vai saber. Na verdade, ninguém nunca vai saber! Fiz coisas piores além disso, que você nunca soube mesmo a gente sendo casado durante anos. Fazer o quê, né? Vai morrer sem saber.

Ela olha para o martelo.

MARCELA: Quero ver sangue! – Vai até Ricardo e dá marteladas no dedo da mão esquerda dele.

Ricardo grita de dor. Marcela sorri vendo o sangue saindo.

MARCELA: Quebrou? Poxa... Vai quebrar mais! – (Dá outras três marteladas no dedo dele, que grita escandalosamente de dor). – Chega, chega... Xiii.

Marcela joga o martelo no chão.

MARCELA: É, se você adorava tocar punheta com essa mão, agora não vai poder mais, até sarar, pelo menos. Calma... Não acha melhor cortar logo de uma vez? É assim: eu passo aquela faca afiadíssima que eu trouxe no seu dedo, e ele sai, como se eu tivesse cortando os ossos moles de uma costela cozida. Legal, né?

RICARDO (chorando): Marcela, eu te peço...

MARCELA: Não peça, porque eu fico achando que é pra continuar. – (Sorrindo). – Bora continuar? Por favor.

RICARDO (chorando): Para...

MARCELA: Tá, ok. Como eu sou muito generosa, vou dar um tempo de descanso. – (Vai até a mesa, pega um pano e joga em Ricardo). – Pronto, tenta colocar o osso no lugar e pressionar esse sangue que saiu. Daqui a pouco eu volto.

RICARDO: Água...

MARCELA: O que? Água?

RICARDO: Eu tô morrendo de sede. Por favor, eu preciso de água.

MARCELA: Tá bom. Tá vendo? Eu não sou tão má assim que nem você pensa, não sou esse monstro que tanto falam. Eu vou sim trazer água pra você, afinal, não existe pessoa mais generosa que Marcela Dellatorre. Mas antes... – Pega a caixa cheia de armas e, em seguida, sua escopeta.

RICARDO: O que você vai fazer?

MARCELA: O que eu já deveria ter feito há muito tempo com aquela velha e aquela sonsa da Joana. Elas acham que eu não ouvi elas cochichando sobre mim no quarto? Mas deixa elas... Vou mostrar o que é bom pra tosse! – Coloca munição.

CENA 7/MANSÃO DOS DELLATORRE/QUARTO DE ELVIRA/INTERIOR/NOITE

Elvira e Joana ficam chocadas ao descobrir o segredo de Marcela.

JOANA: Eu não acredito que ela fez isso... Gente, essa mulher é a pior pessoa que já existiu na face dessa Terra!

ELVIRA: Eu também tô chocada. Eu pensava que ela fosse ruim, mas não tanto pra chegar nesse ponto.

JOANA: E como a senhora entende o que tá escrito aí? Qual o nome dessa língua mesmo?
Marcela surpreende as duas abrindo a porta do quarto e entrando com a escopeta. Ela aponta para as duas. Marcela observa seu livro nas mãos de Elvira.

MARCELA: Então quer dizer que descobriram, não foi?

ELVIRA: Sua cadela! Eu quero te matar com as minhas próprias mãos!

MARCELA (apontando a arma e sorrindo): Tenta a sorte, meu bem. Essa arma abre um buraco enorme na cabeça de vocês duas, isso se ainda sobrar partes da cabeça. Agora, uma coisa que eu quero que as duas tenham certeza é de que hoje vocês não passam vivas!

Close no olhar sombrio de Marcela e em Elvira e Joana a encarando completamente assustadas e chocadas ao mesmo tempo.

 (A cena congela com um efeito amarelado, que aos poucos vai se despedaçando como um vidro em Marcela sorrindo e apontando a arma para Elvira e Joana).







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