Redenção - Capítulo 18
quarta-feira, maio 16, 2018
REDENÇÃO – CAPÍTULO 18
“DECISÕES E INCERTEZAS”
CENA
1/CASA DE PRAZER BELLI/INTERIOR/TARDE
Laís fica pensativa
diante de Simone.
SIMONE: E aí? Eu não
tenho o dia todo! Qual opção você escolhe?
LAÍS: Eu preciso
pensar com calma.
Todas riem.
SIMONE: Pensar? Garota,
eu tô te dando uma oferta, é pegar ou largar! Não quer ser independente? Pois
então! A única coisa que você vai fazer aqui é alegrar os clientes, se é que me
entende. E então?
LAÍS: Não, eu não
posso.
SIMONE: Você quem
sabe. Vai morrer lá fora sem ninguém. Você mesma passou uma noite na rua, não é
ruim? Pois então! Se você quiser passar o resto da sua vida lá, por mim tudo
bem. Tô te dando uma chance, mas já que não aceita, pode ir embora. – (Sai da
frente de Laís) – A porta tá aberta.
LAÍS: Tudo bem... Eu
aceito.
Simone vira e olha
para Laís novamente.
SIMONE (sorrindo):
Ótimo! Começa hoje mesmo. Conheça as suas novas amigas de trabalho... – (Apesentando).
- Essa é a Cátia, essa daqui é a Ana e essa daqui é a Samanta. Tem mais duas no
quarto com um cliente agora, depois você se apresenta. Seu quarto junto com as
meninas é lá em cima. Daqui a pouco a gente vai no centro comprar algumas
roupas pra você.
ANA: Ué, mas quando
eu cheguei, a senhora não foi comprar roupas comigo.
SIMONE: Você tinha
roupas quando chegou aqui, ela não tem, simples assim. E para de ser egoísta
que eu quero que você trate a Laís muito bem! Na verdade, eu quero que todas
tratem ela bem! Se chegar reclamação pra mim, já sabem muito bem o que eu faço.
Vão ao trabalho! Laís, você vem comigo.
Simone sobe até o
quarto e Laís a segue. As duas entram no quarto. Laís observa o interior do
quarto.
SIMONE: Cada uma tem
uma cama, a sua é aquela dali perto da janela. Ah, deixa eu te fazer uma
pergunta: você é virgem?
LAÍS: Sou sim.
SIMONE (sorrindo):
Perfeito! Cada cliente que entrar aqui, vai escolher uma das meninas. – (Vai
até o guarda-roupa e pega uma roupa). – Tome um banho e vista essa roupa aqui.
É da Samanta, ela nem liga.
LAÍS: Tá bom. – Pega
a roupa.
Simone pega uma
toalha e entrega para Laís. Laís se afasta.
SIMONE: Pra onde
você vai?
LAÍS: No banheiro.
SIMONE: Não, antes
eu quero que você fique nua na minha frente pra te olhar melhor.
LAÍS: Aí você tá
pedindo demais, não acha?
SIMONE: Qual é? Não
tem que ter vergonha não, eu sou mulher também. Eu só quero ver seu corpo nú.
Laís então tira o
vestido, o sutiã, a calcinha e fica completamente nua na frente de Simone.
SIMONE: Que
corpão... Dá uma viradinha pra mim.
Laís vira.
SIMONE (sorrindo):
Perfeita. Você vai se dar muito bem aqui, é muito perfeita! Agora pode ir tomar
seu banho. Ah, e não se preocupe, aqui você pode ficar no chuveiro a hora que
quiser. Depois eu te passo mais algumas dicas de como você vai conversar e o
que fazer com seus clientes. Boa sorte!
Simone sai do quarto
e Laís entra no banheiro. Ela liga o chuveiro, pega o sabonete e passa em seu
corpo nú. Laís começa a chorar.
FLASHBACK:
MARCELA: Filha, não escuta o que essa mulher tá dizendo. Não tá
vendo? É outra louca! É uma fã minha que... Que sempre fica me perseguindo,
fica atrás de mim...
LÁIS (grita): Chega de mentiras! Chega, chega, chega, eu tô cansada!
– (Vai até a mesa de comida e derruba tudo no chão). – Tô cansada de tudo!
Chega! Meu Deus...
MARCELA (chorando): Filha... Não dê ouvidos a ela.
Laís olha para Norma.
LAÍS: Me fala... Me diz: como isso tudo aconteceu?
NORMA (chorando): Ela matou seu pai, seu próprio pai a facadas!
Depois pegou a arma do crime, colocou minhas digitais...
FIM DO
FLASHBACK
Laís se agacha no
banheiro, chorando, enquanto a água cai sobre seu corpo nú.
FLASHBACK:
LAÍS: Tia?
Norma olha para Laís.
NORMA: Não, Laís. Eu não sou sua tia. Essa vagabunda que você chamou
de mãe durante anos, te enganou... Eu sou a sua verdadeira mãe!
FIM DO
FLASHBACK
Foco em Laís
chorando muito.
CENA
2/JARDIM ORESTES/TARDE
Close na comunidade
e em Júnior subindo o morro. Norma sai da pensão e avista o rapaz. Júnior se
aproxima dela.
NORMA (sorrindo):
Saiu mais cedo do trampo hoje?
JÚNIOR (sorrindo):
Saí, não tinha muita coisa pra fazer. A patroa só quer saber de mandar, mas
comprar material que é bom, nada!
NORMA: Vish, pelo
visto essa patroa é enjoada. Como vai indo?
JÚNIOR: Levando a
vida. E você?
NORMA: Pra mim não
vai nada bem.
JÚNIOR: Quer conversar?
NORMA: Não quero te
encher com meus problemas.
JÚNIOR: Que nada, eu
sou um bom ouvinte.
NORMA: Tudo bem, vamos
até a sorveteria ali em cima e lá conversamos. Pode deixar que eu pago.
JÚNIOR: É pra já!
CENA
3/JARDIM ORESTES/SORVETERIA/TARDE
Após conversarem um
pouco, Norma entrega o sorvete para Júnior e os dois sentam em um banco.
JÚNIOR: Nossa, então
por isso que o seu rosto tá desse jeito?
NORMA: Pois é, mas
eu dei uma lição nela que ela nunca vai esquecer na vida. Júnior, ela mereceu,
o que ela fez como é imperdoável. Jesus disse pra perdoarmos, mas isso demais
pra mim.
JÚNIOR: Entendi. Bem
complicado... E como tá indo as buscas por ela?
NORMA: Tá indo, toda
hora eu deixo meu telefone do meu lado caso alguém ligue. A foto dela tá tanto
no meu Facebook quanto no Facebook da Sandra. Júnior, pra se ter uma ideia,
essa noite eu não consegui sequer dormir, só pensando no que a minha filha deve
tá passando nessas ruas perigosas. Tomara Deus que nada de ruim tenha
acontecido com ela.
JÚNIOR: Com fé em Deus
você vai conseguir encontrar ela.
Sandra de repente
aparece.
NORMA: Sandra?
SANDRA (sorrindo):
Que lindo os dois pombinhos tomando sorvete.
JÚNIOR: Pombinhos?
NORMA: Para, Sandra.
SANDRA: Norma, você
já convidou ele pra sair?
NORMA (envergonhada):
Sandra!
JÚNIOR (sorrindo):
Ela ia me convidar pra sair?
NORMA (falando
baixo): Agora não, Sandra!
SANDRA: Sim, ela ia
pedir hoje. Pede, Norma, esse é o momento certo, depois vocês dão um beijinho.
Norma joga o sorvete
na cara de Sandra. Sandra e Júnior riem.
JÚNIOR: Norma, é
sério isso?
SANDRA: Vou me
limpar e deixar os dois a sós. – (Cochichando no ouvido de Norma). – Vai que é
tua.
Sandra deixa os dois
a sós.
NORMA (envergonhada):
Liga não, Júnior. É brincadeira.
JÚNIOR (sorrindo): É
sério mesmo? Me fala a verdade, Norma.
NORMA: Ah, quer
saber? Não vou mentir não. É verdade! Você aceitaria sair comigo? Sei lá, ir no
cinema, em algum lugar, sair um pouco.
JÚNIOR (sorrindo):
Claro que eu aceito! No cinema seria ótimo!
NORMA: Tudo bem
então. Tá livre hoje a noite?
JÚNIOR: Tô sim.
Vamos assistir qual filme?
NORMA: Tem um que
saiu agora que se chama Vingadores: Guerra Infinita. Que tal esse?
JÚNIOR (sorrindo):
Pra mim tá ótimo!
CENA
4/CASA DE HUGO/SALA/INTERIOR/TARDE
Sílvia está sentada
no sofá mexendo no celular e Hugo aparece. Sílvia olha pra ele.
SÍLVIA: Incrível
como o ano tá passando rápido demais, né? Hoje já é dia 16 de maio... De maio!
Hugo sai da sala sem
dar atenção pra Sílvia. O rapaz vai até a cozinha.
Sílvia se levanta e
vai atrás dele.
Na cozinha, Hugo
pega uma garrafa de Vodka. Sílvia aparece.
SÍLVIA: O que tá
acontecendo? Vai dar um gelo em mim mesmo só por causa daquela discussão?
HUGO: Você me chamou
de moleque!
SÍLVIA: É porque
você age um. Já é um adulto, mas age como um moleque!
HUGO: Esse é quem eu
sou, e não vou mudar por causa de você!
SÍLVIA: Tudo bem, só
me perdoa. Eu sei, fui muito rude com você, falei besteiras, mas isso não é
motivo pra você dar um gelo em mim. Qual é, cara? Eu já não aguento mais,
preciso conversar com você.
HUGO: Tá bom, eu te
perdoo.
SÍLVIA (sorrindo):
Obrigada.
Hugo pega um copo e
coloca Vodka nele.
SÍLVIA: Você vai
beber isso agora?
HUGO: Vai começar de
novo? Tem certeza que quer?
A empregada entra na
cozinha trazendo uma blusa para Hugo.
SÍLVIA: Você vai
sair pra onde?
HUGO: Eu vou me
divertir que eu ganho mais.
SÍLVIA: Não, você não
vai naquele lugar de novo.
HUGO: Sim, eu vou
sim! Tô com a minha carteira recheada, faz dias que eu não faço aquilo, então
nada melhor que eu ir. Tenho que aproveitar, porque quando voltar as aulas no
colégio, eu vou ter que repor tudo e não vai me sobrar tempo.
Hugo pega a blusa da
mão da empregada.
HUGO: Tchau, até mais!
– Sai da casa.
SÍLVIA (gritando):
Toma cuidado!
CENA
5/MANSÃO DOS DELLATORRE/QUARTO DE ELVIRA/INTERIOR/TARDE
Após dar banho em
Elvira, Joana coloca um pijama nela.
JOANA: Prontinho. Tá
limpa, cheirosa, tomou os remédios, comeu, agora vai descansar um pouco.
ELVIRA: Como tá a
sua cabeça?
JOANA: Bem melhor
agora, mas inchado.
ELVIRA: Joana, eu
pari não foi uma mulher, foi um monstro. Como um ser humano desses pode estar
vivo ainda?
JOANA: Só entrega
nas mãos de Deus, ele sabe o que faz.
ELVIRA: E aí? O que
vamos fazer? Vamos ligar pra Norma e contar tudo, ou ligar direto pra polícia?
JOANA: Já tentei.
Ela parece um detetive atrás de mim, a senhora nem imagina. Primeiro trancou a
mansão inteira, tirou os telefones do gancho, até pegou meu celular. Ela tá
completamente louca! Basicamente nós estamos presas aqui nessa casa.
ELVIRA: Ah, mas isso
não vai ficar assim. Eu ainda tenho que descobrir os podres dela.
JOANA: O que vamos
fazer?
ELVIRA: Primeiro ela
tem que descobrir a corna que é.
JOANA: Mas a senhora
disse que não ia contar.
ELVIRA: E não vou!
Ela tem flagrar os dois.
JOANA: Isso vai
causar um furdúncio...
ELVIRA: Se ela ama
mesmo ele, ela vai sofrer pro resto da vida, sabendo que o marido trai ela com
a secretária. E ela merece sim sofrer por tudo que fez! Topa me ajudar?
JOANA: Como eu ia
negar alguma coisa pra senhora? Claro, pode falar.
ELVIRA: Não é tão
difícil, mas se você for pega, pode te custar. É o seguinte: você vai ter
que...
Elvira conta seu
plano para Joana.
CENA
6/MANSÃO DOS DELLATORRE/PORÃO/INTERIOR/TARDE
Marcela abre uma
mala cheia de armas no porão. Ela pega uma escopeta, munição e recarrega a
arma. Close no olhar sombrio dela. Ela coloca a escopeta no lugar onde estava,
fecha a mala, guarda debaixo da mesa e sobe as escadas do porão.
CENA 7/MANSÃO
DOS DELLATORRE/QUARTO DE ELVIRA/INTERIOR/TARDE
Joana se levanta.
JOANA (sorrindo): É
perfeito esse plano, dona Elvira.
Marcela entra dentro
do quarto.
MARCELA: Já preparou
a comida?
JOANA: Não sou sua
empregada, eu apenas cuido da sua mãe.
MARCELA: Olha como
você fala comigo, hein! Já sabe do que eu sou capaz, não sabe? – (Vê o prato de
comida de Elvira). – Anda, me serve um pouco dessa comida pra já!
ELVIRA: Pro seu bem,
é melhor você obedecê-la, Joana.
JOANA: Tudo bem, eu
sirvo.
MARCELA (sorrindo):
Ótimo. Que bom que estão aprendendo que quem manda aqui sou eu.
CENA 8/PARQUE AQUÁTICO/TARDE
Trilha Sonora: Demons – Imagine Dragons
Lucas e Mateus se
divertem no parque aquático e tiram várias selfies. Mateus empurra Lucas numa piscina
gigante e se joga na água logo em seguida. Os dois riem e brincam dentro da
água. Ambos nadam mais fundo e lá dão um beijo de amor.
CENA
9/APARTAMENTO DE NINA/QUARTO/INTERIOR/TARDE
Nina, deitada na cama
e chorando, olha a rede social de fotos de Lucas e vê ele com Mateus no Parque
Aquático se divertindo.
NINA: Isso, se
divirtam à vontade enquanto é tempo, porque isso não vai durar muito tempo. Eu
nunca vou deixar vocês viverem felizes. O que você fez comigo, Lucas, é
imperdoável. E você, Mateus, eu tenho pena de você! – Ela sai da rede social e
entra em um aplicativo de mensagens.
Nina procura o
contato de Bruno e liga pra ele. Bruno atende.
BRUNO (celular):
Nina?
NINA (celular): Viu
as fotos dos dois no Instagram?
BRUNO (celular): Eu
vi.
NINA (celular):
Aposta quanto que esse relacionamento não vai durar? Eu sei que logo ele vai
vir implorar de joelhos pra me ter de volta.
BRUNO (celular):
Parece que tá bem sério esse relacionamento. Eu fico triste porque eu amo muito
o Mateus. Ele combina mais comigo, não acha?
NINA (celular): Você
e ele combinam com mulher, não com homem! Pouca vergonha isso.
BRUNO (celular):
Começou... Enquanto você fica com esse preconceito patético, eles estão lá se
divertindo e tirando selfies pra postar no Instagram.
NINA (celular):
Bruno, a gente precisa fazer alguma coisa. Eu tô louca pra ver esse
relacionamento destruído.
BRUNO (celular): Não
nego que eu também tô louco pra isso acontecer, mas, claro, com o falso do
Lucas!
NINA (celular): Eu
quero que, tanto o Mateus, quanto o Lucas, sofram! Se depender de mim, a vida
dos dois vai ser sempre um inferno.
CENA
10/CASA DE PRAZER BELLI/QUARTO DAS MENINAS/INTERIOR/TARDE
Laís termina de
passar o batom vermelho de Cátia.
LAÍS: Obrigada por
me emprestar esse batom.
CÁTIA: Ficou bom,
apesar de você se encaixar mais numa maquiagem leve do que pesada desse jeito.
Mas tá gata do mesmo jeito!
Laís senta em cima
da cama e abaixa a cabeça. Cátia senta ao seu lado.
CÁTIA: O que houve?
Laís levanta a
cabeça e uma lágrima sai de seus olhos.
CÁTIA: Ah, você não
vai começar a chorar agora, né garota? Levanta esse astral!
LAÍS: Pra mim é tudo
novo isso, entende? Eu tô me prostituindo, é uma coisa que eu nunca pensei em
fazer.
CÁTIA: E você acha
que eu escolhi ser isso também? Eu não tive opção. Era me prostituir ou passar
fome na rua. Felizmente a Simone me acolheu. Ei, você não tá sozinha, estamos
todas nesse mesmo barco.
LAÍS: Quando eu era
criança, eu disse pra minha mãe, ou melhor, a mulher que me enganou esse tempo
todo dizendo que é minha mãe... Eu disse pra ela que eu queria ser uma médica,
cursar Medicina, e isso ficou na minha mente esse tempo todo, não conseguia
pensar em outra coisa a não ser Medicina, e agora eu tô cursando prostituição.
As duas riem.
LAÍS: Mas eu tenho
que superar, é uma decisão só minha. Eu fiz dezoito anos e eu tenho que tomar
minha próprias decisões, não acha?
CÁTIA: Todas estamos
aqui por um motivo. Eu, você, a Samanta, a Ana... Todas! Se preocupe não, você
vai ver que não é nenhum bicho de sete cabeças como pensa. Apesar da gente ser
prostituta, a gente se diverte pra caralho, você vai gostar.
LAÍS: Obrigada. –
Abraça Cátia.
CÁTIA: Eu sei que
fui um pouco grossa com você quando chegou aqui e quero que isso fique no
passado, gostei muito de você.
LAÍS: Eu também.
CÁTIA: Agora é
melhor parar de chorar, senão vai borrar toda sua maquiagem. Retoca aí enquanto
eu desço lá embaixo.
CENA
11/CASA DE PRAZER BELLI/INTERIOR/TARDE
Cátia aparece e
Simone vai até ela.
SIMONE: Como ela tá?
CÁTIA: Vai superar
isso.
SIMONE: Garota mais
frescurenta, credo. Quando tinha a idade dela, só pensava em dar, antes de eu
conhecer a buceta de uma garota, claro. Mas, sempre gostei dos dois.
ANA: Sabemos da sua
história toda, não precisa contar mais.
SIMONE: Você não tá falando
com qualquer uma não, garota. Abaixa sua crista aí! – (Olha para Samanta). -
Samanta, aquele velho já reclamou de você de novo. O que você fez, hein?
SAMANTA: Ele queria
que eu chupasse aquele pau nojento dele que ele nem lava. Nem morta.
SIMONE: Aqui não tem
essa de escolha não! Você tem que fazer tudo que eles pedem. Só por causa do
boquete que você não quis pagar, eu vou tirar 40% do total que você vai receber
hoje.
SAMANTA: Isso é um
absurdo!
SIMONE: Quem sabe
assim da próxima vez você chupa o pau dele de uma vez por todas.
Hugo aparece.
HUGO: Olá, meninas.
CÁTIA: Olá. –
Sensualizando.
SAMANTA: Com esse aí
eu nem preciso pensar, eu chupo logo.
SIMONE (sorrindo):
Ora, ora... Falou que ia voltar e voltou mesmo. Qual menina você escolhe hoje?
A Cátia?
HUGO: Tô correndo
dessa, é muito intrometida, mas até que trepa bem. Qual o nome dessa daqui. –
Aponta pra Ana.
SIMONE: Essa é a
Ana.
HUGO: Tem cara de
que não gosta de levar gozada na cara. Qual é o nome dessa outra? – Aponta para
Samanta.
SIMONE: Samanta!
HUGO: Até que gostei
dela, parece ser bem ousada, mas tem cara de que não gosta de levar tapinha. E
aí? É só isso? Que decadência.
SIMONE: Tenho uma
nova, é virgem. Cátia, dá pra chamar sua amiga aqui? Ela já demorou muito!
HUGO: Calma. Eu ouvi
virgem? Adoro, já quero essa. Fala pra ela que eu a espero no quarto.
Hugo vai até o
quarto.
SIMONE: Anda, vai
chamar aquela garota logo!
CENA
12/CASA DE PRAZER BELLI/QUARTO DAS MENINAS/INTERIOR/TARDE
Cátia entra no
quarto e vê Laís sentada na cama.
CÁTIA: Que demora...
Vai ou não vai?
LAÍS: Tô tentando
tomar coragem.
CÁTIA: Deixa de
frescura! Bom, eu aposto que você nem imaginava que sua primeira vez ia ser assim,
mas você vai superar! Quantas vezes vou ter que repetir? Vai doer mesmo, mas
você consegue. Tem um cliente que se interessou por você e que já tá esperando
no quarto. Aproveita que esse é bem gostoso, é raro entrar clientes assim.
Laís se levanta.
LAÍS: Vou ir.
CÁTIA: Isso, assim
que se fala! Ele tá te esperando no primeiro quarto à direita do corredor.
LAÍS: Ok.
Cátia e Laís saem do
quarto.
CENA
13/CASA DE PRAZER BELLI/QUARTO/INTERIOR/TARDE
Hugo tira a camisa e
a calça, ficando somente de cueca. Ele coloca sua roupa em cima de uma cadeira
e deita na cama.
HUGO: Será que eu
bato uma antes dela entrar? Não, melhor não. Quero que a mamadeira esteja cheia
só pra ela.
Do lado de fora do
quarto, Laís coloca sua mão na maçaneta da porta e suavemente abre aos poucos.
Ao entrar, ela se depara com Hugo deitando na cama só de cueca. Ela leva um
susto. Hugo fica chocado ao ver Laís e se levanta.
HUGO (chocado):
Calma... Laís Dellatorre? – Sorri.
LAÍS
(chocada/assustada): Hugo?
Foco alternativo em
Hugo sorrindo e Laís completamente chocada.
(A cena
congela com um efeito amarelado, que aos poucos vai se despedaçando como um
vidro em Laís chocada).
0 Comments