Podre Poder - Capítulo 1 (Estreia)

segunda-feira, abril 16, 2018



1° FASE/2010

*Um celular toca*
*Farac poderoso atende*
FARAC -... Siga em frente, não podemos perder essa batalha. Faça tudo o que tiver pra fazer, não podemos perder o controle do tráfico no Rio de Janeiro. *Desliga o celular*
*Marcelino emburrado sentado ao seu lado*
FARAC - Por que tá assim?
MARCELINO - Assim como?
FARAC - Sabe muito bem. Não costuma ser tão emburrado.
MARCELINO - Ah, então quer dizer que notou isso? Passa a semana inteira com foco nessa tal batalha do tráfico, nem sequer troca uma ou duas palavras comigo, não me diz o que você dizia todos os dias logo que cheguei aqui.
FARAC - O que eu te dizia?
MARCELINO - Não lembra? Me dizia todos os dias que me amava, acima de tudo e de todos. Mas agora não tenho certeza se me dizia isso com sinceridade.
FARAC - Continuo te amando. Sabe muito bem.
MARCELINO - Não sei não. Ultimamente, não.
FARAC - Marcelino, hoje se Deus nos ajudar é o ultimo dia dessa batalha. Vamos vencer, a partir de amanhã eu tenho todo o tempo do mundo pra declarar o meu grande amor por você.
MARCELINO - É por isso que tenho motivos pra ficar emburrado. Sou apenas o seu segundo plano.
*Marcelino se levanta, vira-se de costas e chora*
*Farac lhe-puxa pelo braço e os dois se beijam fortemente*

CENA 02/Favela/Casa simples de Mario

*Mario chega em casa aparentemente triste*
*E é recebido por seus filhos ainda pequenos*
PABLO - Pai, Pai. Que bom que você chegou. Vi uma boneca muito linda no papel. Compra pra mim?
SANGUE - Claro que não, sai pra lá. Ele vai comprar é uma bicicleta maneira pra mim.
PABLO - Não vai não, eu não vou deixar.
SANGUE - Desde quando você deixa ou desdeixa alguma coisa, catarrento.
PABLO - Não me chama de catarrento.
MARIO - Crianças, não briguem, pelo amor de Deus, minha cabeça tá estourando.
PABLO - Mas foi ele quem começou.
MARIO - Não tem problema. Olha, tenho três balas aqui, vou dar uma pra cada um de vocês. Os dois, por favor, vão comer lá no quarto.
SANGUE - Aê compensa.
*Pablo e Sangue pegam as balas e correm até o quarto*
MARIO - Pega a sua bala filha. *Entrega uma bala na mão de Ana*
ANA - Eu já percebi.
MARIO - O que?
ANA - Você tá triste. Os meninos falaram sobre presentes e você ficou ainda mais triste. Deu alguma coisa errada no seu emprego?
MARIO - É esperta demais pra sua idade filha, mas já que meio adivinhou, é isso mesmo. O meu patrão viu que a loja tava cada vez mais fraca nos negócios e decidiu fechar.
ANA - Não tem nada que pode reverter essa situação.
MARIO - Apenas um milagre. Então, não.
ANA - Queria tanto poder te ajudar.
MARIO - Agora bola pra frente né, amanhã mesmo já vou começar procurar outro emprego.
ANA - Esse é o pai que eu conheço, e o que amo.
*Ana abraça Mario*

CENA 03/Favela/Local do Tiroteio

*Felipe, Ivette, Rick e Rafael escondidos atrás de um carro*
RAFAEL - Acham que estamos perdendo ou ganhando?
FELIPE - Não faço a minima idéia, e nem quero. Estou aqui no tráfico só por bico. Sou Felipe Rocha, um autor de novelas.
RICK - Ah tá né Felipe, não é hora pra isso.
IVETTE - Eu tô morta. Não aguento mais.
RICK - Também, não sei que diabos de idéia foi essa a sua Rafael, de trazer uma mulher pra um tiroteio.
IVETTE - Como se você também não estivesse cansado.
RAFAEL - Calma Rick, tá estressado demais.
RICK - Queria o que? Quase fui acertado por um tiro agora. Temos que vencer isso, se não o mestre Farac poderoso vai perder o dominio do trafico aqui na nossa cidade. E aí automaticamente sabe o que vai acontecer com a gente, vamos todos morrer.
*Leonardo passa por um carro ao lado abaixado com uma arma na mão*
LEONARDO - Aí Rafael, fiz o que tu pediu. Consegui localizar onde tá o chefão deles.
RAFAEL - Era pra isso que eu trouxe a Ivette aqui. Tenho uma brilhante idéia.

CENA 04/Mansão do Trafico de Farac/Alto da Favela

*Farac e Marcelino transam ao som de Vai Malandra*
*Depois de um tempo deles transando, alguém chega na porta, é Sam com uma arma na mão, um dos "funcionários" de Farac, ele se espanta indignadamente com a cena*

CENA 05/Casa de Mario

MARIO (no telefone) - Tudo bem, amanhã mesmo eu apareço aí. Perfeito... Beijos... Tchau... Crianças, nem vão acreditar.
PABLO - O que foi papai?
MARIO - Parece que tá tudo certo pra eu conseguir um novo emprego.
SANGUE - Eu nem sabia que você tinha sido expulso do seu.
MARIO - Eu não fui demitido filho, o comércio tava fraco, a loja vai ter que fechar.
SANGUE - Hum, você devia fazer igual aqueles caras que aparecem na tv.
MARIO - Quais caras filho?
SANGUE - Aqueles traficantes, eles ganham um dinheirão.
MARIO - Filho, aprende uma coisa. Aquele dinheiro que eles ganham, é sejuo
PABLO - Sujo de que pai?
MARIO - Não sujo nesse sentido que tá pensando. Enfim, foi um erro meu, isso é muito complexo pra cabecinha de vocês entenderem. Mas entendam que aquilo é errado, e eu nunca vou entrar nessa vida de crimes.

CENA 06/Area do tiroteio

*Rick, Felipe, Leonardo e Rafael cercam a area do carro onde está o chefe dos rivais do tráfico*
LEONARDO *Fala em um tom baixo* - Ele tá naquele carro ali, não vi. Mas escutei os capangas dele falando enquanto saiam que ele tava ali.
RICK - Mas por que deixariam ele sem seguranças aqui?
LEONARDO - Tavam perdendo homens e mais homens, estam desesperados.
FELIPE - Nossa, já até imaginei a cena aqui, vou anotar pra por na minha novela pra quando eu for pra globo. Só adicionar um chiqueiro que o sucesso vem.
RAFAEL - Agora é com você Ivette. Joga o teu lado de atriz.
*Ivette se levanta e finge que está vindo caminhando ferida*
*Ela finge mormuras de dor*
*Os quatro homens preparam suas armas pra hora do ataque*
*Ivette bate no vidro da porta do carro*
IVETTE - Ei, me ajuda. *Ela chega os olhos no vidro e vê apenas uma sombra* - Ei cara, me ajuda, por favor. Eu tô sentindo muita dor. *Bate varias vezes no vidro*
*A pessoa começa a sair de dentro do carro*
*Ivette se afasta pra trás*
*Do carro sai uma pessoa sem a câmera mostrar*
*Todos se impressionam*
RICK - Meu Deus. É uma mulher!
*Os quatro se levantam e sacam uma arma pra tal mulher, mas rapidamente ainda sem ter seu rosto a mostra ela puxa Ivette colocando um canivete em seu pescoço*
*Vagarosamente a câmera mostra seu rosto*
LEONORA LAMMAR - Depois a topeira sou eu!
*A câmera foca no rosto de Leonora*

CENA 07/ Mansão do trafico de Farac

*Sam ainda aterrorizado levanta a arma pra cima apontando pra cama onde estão transando seu patrão e o namorado dele*
*Os dois continuam se beijando sem perceber a presença de Sam que vai andando em volta da cama*
FARAC - Eu te amo Marcelino. Mas do que tudo e todos.
*Sam pega uma garrafa de vinho e joga na parede*
*Marcelino e Farac se assustam*
FARAC - Sam, o que você tá fazendo aqui? Abaixa essa arma.
SAM - Meu patrão, um cara que eu tinha tanto respeito e admiração por ser chamado de o poderoso. Na verdade é um viado.
FARAC - Calma, eu tenho como te explicar isso.
SAM - Explica isso diabo, porque quando eu te matar vai diretamente pro inferno viadão. *Aponta a arma pra Farac*
FARAC - Não faz nada sem pensar.
*Sam dispara*
*Marcelino se joga em frente ao tiro e morre caindo aos braços de Farac*
*Sam se apavora e tenta fugir*
*Farac pega uma arma que esta em cima da mesinha ao lado da cama e atira em Sam que também morre*
*Farac põe a mão sobre o coração de Marcelino e começa a chorar*
FARAC - Meu amor, por favor. Por todas as vezes que eu disse que te amava, não me deixa, eu não vou suportar ficar sem você. Marcelino, fala comigo, por favor. *Farac abraça o corpo de Marcelino e começa a ter uma crise de choro*
FARAC - Eu te amo!

GANCHO

Por Pabllo

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