Mil e Uma Luas - Capítulo 23
terça-feira, abril 03, 2018
**Atenção, o capítulo a seguir contém palavras de baixo calão e cenas nauseantes**
Cena 1: //Mansão Gonzalez - Quarto de Sulamita//- Continuação da Última Cena do Capítulo Anterior.
Vítor ainda em choque com a descoberta, se levanta e começa à andar sem parar por todo o quarto.
• Vítor: Só pode ser mentira, isso não pode ser possível, Samantha!
• Samantha: Mas sim, é isso mesmo... Ele não é meu filho!
• Vítor: E você pode me dar uma explicação? Como isso aconteceu? Porquê ele não é seu filho, você roubou? Fala!
• Samantha: Tá bom, eu vou contar, mas antes preciso que você se sente aqui, eu não vou contar nada com você em pé!
Vítor se senta em uma poltrona.
• Vítor: Conte.
• Samantha: Bom, é o seguinte. Quando eu fiquei grávida há 9 anos atrás, do Olavo, dono dessa mansão, eu já estava ficando com o meu ex-marido e amante, Capetinga. Nesse período de tempo que estive grávida, eu sempre sonhei com um menino, lindo, saudável e aos 9 meses, isso estava perto de se realizar. Mas, na hora do parto... Eu tive uma das maiores decepções da vida, nasceu uma menina!
Vítor fica sem reação.
• Samantha: Eu não queria ela para mim, não queria ela, eu queria um menino. Um menino! Mas, sem saída, eu junto com o Capetinga, fiz uma das maiores decisões da minha vida.
• Vítor: É isso que eu tô pensando? Você trocou o Paulinho e outra menina, na maternidade?
• Samantha: Isso mesmo, troquei.
• Vítor: Eu não creio... Samantha você é doida?
• Samantha: Eu não sabia que em contar algo assim, você ficaria muito abalado.
• Vítor: Abalado? Que abalado, o quê! Eu tô admirado. Você é a rainha da maldade...
Samantha fica surpresa e ri maliciosamente.
• Vítor: Você tem cada plano mirabolante que eu amo, por isso amo você. Trocar bebês... Que luxo!
• Samantha: Nossa, kkkkk.
• Vítor: Mas então, porquê você quer ameaçar a mulher lá, a Sulamita, o que ela tem?
• Samantha: Ela é amiga da Diná e presenciou a troca de bebês, então, nada me resta na mente, à não ser que o Paulinho seja filho da Diná, e a pirralha lá, a Ariel, seja minha filha!
• Vítor: Ih caramba. Como você pensou nisso?
• Samantha: Ela estava olhando fixamente pelo vidro para o berço em que o Paulinho estava. Só pode ser! Paulinho é filho da Burra Songa-Monga Pobretona.
• Vítor: Ih, isso não vai dar certo...
• Samantha: Porquê não? Eu ameacei ela quando fiz a troca e a "fortona" ficou toda se "mijando" de medo de mim. Eu vou conseguir sim! Vamos matar ela! Eliminá-la, se ela foi capaz de querer ir na polícia, pode muito bem denunciar também sobre a troca e eu me ferrar.
• Vítor: Então, vamos ao plano?
• Samantha: É pra já!
Eles se sentam na cama e começam a planejar a morte de Sulamita.
Cena 2: //Casa de Fernando e Gabriela//
Gabriela está na mesa, tomando café.
Fernando sai do quarto, ainda com sono e de pijama, e se senta na mesa.
• Fernando: Bom dia, dormiu bem?
• Gabriela: ...
• Fernando: Então, eu vou precisar almoçar fora hoje, eu vou para uma reunião em Santos e devo demorar à chegar em casa. Não espere por mim!
• Gabriela: ...
Gabriela se levanta da mesa, deixando a comida no prato e o café intacto.
Ela caminha em direção ao banheiro, com a cabeça fervendo de raiva.
• Fernando: Ô, Gabriela! Me espera... Gabriela!
Ele se levanta e sai atrás dela.
• Fernando: Gabriela, meu amor. O que está acontecendo com você? Porquê está me ignorando na mesa! É por causa do trabalho? Saiba você que tô trabalhando duro para sustentar à todos nós, sem mim, você estaria passando fome. Se eu chego tarde é porquê estou trabalhando!
• Gabriela: JÁ CHEGA, FERNANDO. CHEGA! EU NÃO DORMI DE NOITE. E OUTRA COISA, AQUILO SÃO HORAS DE SE CHEGAR EM CASA? 23H45? QUE TRABALHO É ESSE?
• Fernando: NEGÓCIOS!
• Gabriela: NEGÓCIOS... NEGÓCIOS COM QUÊ? COM QUEM? UMA PROSTITUTA, ISSO?
• Fernando: GABRIELA, CHEGA! EU NÃO ESTOU TE TRAINDO! EU TENHO NEGÓCIOS. EU TIVE QUE VENDER, VENDER UMA TERRA DA MINHA FAMÍLIA PARA TER QUE AJUDAR!
Gabriela fica chocada.
• Fernando: AGORA, CHEGA! EU VOU ME ARRUMAR E VOU PARA O TRABALHO.
Fernando vai e Gabriela fica sem reação.
//Algumas Horas Depois//
Cena 3: //Casa de Sulamita//
Diná chega em casa e Sulamita está lhe esperando.
• Diná: Olá, voltei! Por hoje, não consegui nada ainda. Tá difícil arrumar!
• Sulamita: Oi, eu quero falar com você, tava lhe esperando já.
• Diná: O que foi?
• Sulamita: A Ariel...
• Diná: O que aconteceu? Cadê ela?
• Sulamita: Ela tá no quarto, chorando.
• Diná: Porquê?
• Sulamita: Ela foi humilhada hoje na escola.
• Diná: Como? Me explica tudo isso...
• Sulamita: Sabe aquela amiga da sala dela, a Nadjane?
• Diná: Sim, o que houve?
• Sulamita: Bom, hoje ela fez 8 anos e teve uma festa em comemoração na sala. Acontece que, como ela é esnobe... Ela deu um pedaço de bolo, doces e guaraná à todos, mas não deu à Ariel. O motivo: Ela é pobre, eu e o resto da turma somos ricos.
• Diná: Como?
Diná fica abalada com o que houve e se senta com lágrimas nos olhos.
• Sulamita: Depois disso, a Ariel foi tentar falar com ela e ela empurrou a Ariel que caiu e tá com o joelho esfolado.
• Diná: Meu Deus, eu nunca quis isso. Ela ser humilhada...
Diná se levanta e sai rápido para o quarto onde está Ariel.
• Diná: FILHA!
• Ariel: Mamãe...
Elas se abraçam e Ariel chora inconsolável.
• Diná: Tá tudo bem, filha. Isso não vai se repetir.
• Ariel: Eu não quero mais voltar lá, não quero...
Diná põe a filha no seu colo.
• Diná: Filha, infelizmente você vai ter que voltar. Sabe porquê? A mamãe não teve condições de ir a escola quando eu tinha sua idade, hoje, você tem e vai ter que estudar. Ok? O que você quer ser quando crescer?
• Ariel: Doutora.
• Diná: Pois, você tem que estudar. E quero você sendo doutora pra cuidar de mim. Tá bom? Agora me abraça.
Elas se abraçam de novo.
• Diná: Agora, enxuga as lágrimas, amanhã vamos lá na escola!
Cena 4: //Mansão Gonzalez//
Samantha está lendo revista de fofoca, e Vítor chega com o telefone na mão.
• Vítor: Samantha, eu já arranjei tudo! Está tudo combinado, nos perfeitos detalhes.
• Samantha: Sério? Já? Gente, que rápido.
• Vítor: Sim, já arranjei um assassino de aluguel para calar aquela mulher.
• Samantha: Amo, o plano já tá certo. Mas, quando vamos fazer?
• Vítor: O mais depressa possível! Por mim, hoje à noite. Ela pode ir na delegacia à qualquer hora.
• Samantha: Bem pensado. Ok, me dá aqui o telefone. Vou ligar agora para ela, arranjei o número dela na lista telefônica.
Vítor dá o celular à ela.
• Samantha: Vamos lá!
Ela liga...
• Samantha: Tá chamando!
Ela atende.
• Sulamita: Alô.
• Samantha: Alô, é da Casa da Dona Sulamita?
• Sulamita: Sim, é ela mesma. Quem é?
• Samantha: Sou eu, a mulher que você veio aqui na minha casa, cobrar a parte que faltava.
• Sulamita: Oi, Dona. O que você quer?
• Samantha: Eu gostaria de que você viesse até aqui, eu resolvi pagar a parte da herança.
• Sulamita: Hum, ok. Em troca de quê?
• Samantha: De nada. Só vou dar mesmo, eu não gosto de polícia no meio disso.
• Sulamita: Ok.
• Samantha: Venha hoje às 20h!
• Sulamita: Ok. Até lá.
Ela desliga.
• Samantha: A OTÁRIA, CAIU! ELA CONCORDOU DE PRIMEIRA.
• Vítor: EITA QUE EU GOSTO!
Samantha se agarra com ele.
• Samantha: VAMOS LÁ, COMETER UM CRIME!
{{Anoitece}}
Cena 5: //Mansão Gonzalez//
19h45
Samantha termina de jantar.
• Vítor: Tá quase na hora.
• Samantha: Vítor, o Paulinho está na mesa. Assuntos de adulto não se tratam na frente de crianças!
• Vítor: Tá bom.
• Paulo: O que foi, mamãe?
• Samantha: Nada, meu bem... Já terminou de jantar?
• Paulo: Já.
• Samantha: Fale com a empregada para ir dormir, a mamãe vai precisar sair hoje. Tá bom.
• Paulo: Tá bom. Tchau mamãe!
Ele beija ela na bochecha e vai embora para a cozinha atrás da empregada.
• Vítor: Então, o carro já tá lá fora. Tá estacionado lá. Só tá esperando a encomenda chegar.
• Samantha: Tá bom, mas na próxima vez na cita nada na frente do Paulinho. Porra, ele é criança!
• Vítor: Tá bom. Agora, vamos nos preparar.
Eles saem da mesa e sobem em direção ao escritório.
//Escritório//
Eles entram e lá estão penduradas uma arma e uma barra de ferro na parede.
• Vítor: Samantha, é... É isso aí, que a gente vai usar para matar ela?
• Samantha: Sim.
• Vítor: Isso é muito cruel, vai deixar marcas severas.
• Samantha: É para deixar mesmo. Eu vou acabar com ela!
• Vítor: Samantha, por favor, não faz isso. É muito arriscado! Vamos só matar com um tiro ou mais e pronto!
• Samantha: Você vai me ajudar nessa porra ou não?
• Vítor: É... Eu vou!
• Samantha: Então, pega a porra da espingarda e eu pego a barra de ferro.
Cena 6: //Casa de Sulamita//
Sulamita está pronta.
• Diná: Você vai lá pegar o dinheiro né?
• Sulamita: Vou sim, eu vou de táxi e num instante volto. Ainda bem que ela recorreu a decisão que tomou. Melhor do que envolver polícia no meio.
• Diná: Tá bom, tome cuidado. Vá com Deus.
Elas se abraçam e Sulamita sai.
• Diná: Que dê tudo certo!
//Lado de Fora//
Sulamita pega um táxi.
• Sulamita pensando: Será mesmo que a dona vai me dar o dinheiro? Deus queira que sim né.
//Alguns Minutos Depois//
20h00
Cena 7: //Mansão Gonzalez//
O táxi para na frente da mansão e Sulamita desce. Ela toca a campainha.
• Samantha: DEVE SER ELA!
Ela corre e abre a porta.
• Sulamita: Boa noite, dona.
• Samantha: Boa noite, Sulamita. Entre.
Elas entram e Samantha fecha a porta.
• Paulo: Boa noite.
• Sulamita: Boa noite... Então, Dona...
• Samantha: Dona Samantha.
• Sulamita: Então, Dona Samantha, a senhora vai mesmo me dar o dinheiro?
• Samantha: Claro... Mas antes, eu gostaria de conversar com você. Pode ser aqui mesmo, o meu marido é meu confidente, nada sai daqui.
• Sulamita: Ok, e o que é?
• Samantha: Então, Sulamita. É o seguinte, no dia que teve a audiência, foi combinado de dar cerca de 600 reais. Mas, eu, confesso que por parte minha, houve uma manipulação.
Vítor se assusta e se levanta de uma vez tentando retrair a fala de Samantha.
• Vítor: É... Ho... Houve um engano dela, Dona Sulamita.
• Samantha: Vítor, cala a boca. Eu vou falar a verdade... Continuando... Eu, manipulei sim, mudei a quantia para que ficasse faltando!
Nessa hora, Samantha faz um sinal pelas costas para Vítor, que saí de junto dela e vai caminhando até a porta.
• Samantha: Eu fiz isso e vou pagar sim, agora... Mas, eu conheço você de outro lugar não?
Sulamita gela.
• Sulamita: Na... Não, não, Dona Samantha. Eu não lhe conheço.
• Samantha: Conhece sim... Vou refrescar sua memória... Lembra do dia 16 de julho de 1995? Eu acho que eu realizei uma troca na maternidade naquele dia e você viu, né?
• Sulamita: Não, não... Eu na... Não lembro!
• Samantha: Tá bom, chega, pare de se fazer de jumenta. Você sabe sim! Eu vi você lá. Você viu tudo e eu não vou deixar barato! Quer saber... Foda-se essa mentira minha, cansei! É o seguinte, você tá aqui e eu vou te matar!
• Sulamita: O quê? Ficou doida? Eu vou embora, eu hein, se não queria dar, falava logo.
Sulamita se levanta e vai em direção a porta.
Mas Vítor, passa a chave na porta.
• Sulamita: ME DEIXEM SAIR.
• Samantha: Eu já disse que você vai morrer, eu vou te matar... Não tem jeito. Desista!
• Sulamita: pare de brincadeira e me deixe sair.
• Samantha: Coitada... Diga adeus, meu bem.... VÍTOR, TÁ NA HORA!
Nesse momento, Vítor pega a espingarda que estava atrás da cômoda da sala.
Sulamita se assusta.
• Sulamita: NÃO, NÃO, ME DEIXEM SAIR. PAREM COM ISSO!
Samantha pega uma barra de ferro.
• Samantha: Adeus, Sulamita...
Samantha pega a barra e acerta em cheio a perna de Sulamita, que cai no chão.
• Samantha: Vítor, atira!
Vítor prepara a arma e dispara!
E dispara mais 3 vezes.
• Sulamita: Mee... Meu De... Deus!
• Samantha: CALA A BOCA, VÍTOR ATIRA MAIS, TCHAU!
Vítor atira mais vezes, só que no coração e na cabeça dela, o sangue começa à escorrer.
• Samantha: Se quiser ver, veja, se não quiser, feche os olhos, Vítor!
Samantha pega a barra de ferro e bate em cheio na barriga de Sulamita, que solta sangue pela boca.
• Samantha: TOMA AQUI, POR TER VISTO A TROCA E POR TER AMEAÇADO IR NA POLÍCIA!
Samantha bate com o ferro várias vezes na cabeça de Sulamita, que já está morta.
• Samantha: Hahahahahahahahahahahahahahahahhaah!
• Vítor: Meu Deus, Samantha...
Samantha joga a barra de ferro de uma vez na cara de Sulamita.
• Samantha: Me dá a espingarda!
• Vítor: Não, Samantha. Tá bom, ela morreu já!
• Samantha: Foda-se!
Ela pega a espingarda da mão dele e atira várias e várias vezes em todo o corpo de Sulamita.
//Quarto de Paulo//
• Paulo: Que barulhos são esses? Mamãe, será que foi com ela!
Ele se levanta da cama desesperado e se veste com medo.
• Paulo: Será que minha mãe morreu!
Ele abre a porta do quarto e sai correndo.
Ele chega perto da escada e se depara com a crueldade que Samantha está fazendo.
• Paulo baixinho: Meu Deus, mamãe...
Ele começa a chorar com medo, baixinho.
• Paulo: Minha mãe é uma matadora de gente. Ela matou a Salamita!
//Sala//
Samantha termina de atirar e se senta no sofá e fica olhando o corpo de Sulamita.
Vítor está em pé, em choque.
• Samantha: Anda... Chama o serviçal!
• Vítor: Tá...
Vítor sai da mansão aos poucos e chega ao lado de fora.
• Vítor: Pode vir!
O serviçal sai de dentro do carro e vai até dentro da mansão.
• Samantha: Oi, você pode pegar o corpo dela, embrulhar bem embrulhado, colocar no porta-malas e depois seguir até a porta da casa dela e joga lá. Toca a campainha e vai embora! Agora, tchau!
Ele pega um saco e com ajuda de Vítor começa à colocar o corpo dentro.
• Paulo: Meu Deus. Eu vou pro meu quarto, eu quero sair daqui!
Ele sai correndo de fininho e chorando.
Ele se tranca no quarto.
• Samantha: Ai que gosto bom, o gosto da morte!
Foca em Samantha rindo.
GANCHO
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