Tesouros Perdidos - Capítulo 30

quarta-feira, fevereiro 21, 2018


Rede Web Novelas Channel
Central de Produções                                                                                           Capítulo 30
21/02/2018
TESOUROS PERDIDOS



Novela de
FELIPE ROCHA




Agradecimentos
WEB NOVELAS CHANNEL





“ESTA É UMA OBRA COLETIVA DE FICÇÃO BASEADA NA LIVRE CRIAÇÃO ARTÍSTICA E SEM COMPROMISSO COM A REALIDADE”

Capítulo XXX
©2018 Web Novelas Channel






CENA 01 / TABERNA / INTERIOR / DIA
Na taberna, Gumercindo aparece vestido de grávida.
Valdirene – Depois de anos, a grávida aparece. A senhora não disse que estava precisando do serviço urgentemente e resolve aparecer só agora? Tô achando isso estranho.
Wagner – Calma Valdirene deixa à grávida se explicar.
Grávida – Obrigado por me dirigir à palavra, cavalheiro. Respondendo a sua pergunta, eu passei por sérios problemas de saúde, mas já estou recuperada. Bom, por onde devo começar o serviço?
Valdirene – Espere. Acho que a senhora está com o vestido muito curto.
Grávida – Os incomodados que se mudem. Eu sempre usei vestidos curtos e não é você quem vai me impedir. Mas o que está querendo insinuar com isso? Que relação tem um assunto com o outro?
Wagner – É mesmo Valdirene. O que quer com isso? Eu não vejo problema nenhum!
Valdirene – É claro, você é homem! Suponho que não trabalhará aqui. Corre o risco de ser cantada por alguém com esse vestido curto.
Grávida – Olha, mas a senhora me respeite. Eu já sou uma mulher de idade e não quero ninguém na minha vida. Nenhum homem.
Wagner – A senhora podia dar oportunidades. Quem sabe a senhora não casa de novo?
Valdirene – Wagner! Pare de cantar essa gordura gratuita!
Grávida – Olha que a senhora me respeite viu... Me chamar de gordura, e você é o que? Uma magrela.
Valdirene – Antes ser magra do que gorda meu bem, assim, eu mesma, arrumo um homem que esteja interessado em mim!
Grávida – Doido vai ser o homem que se interessar por essa magrela. Antes uma gordinha, cheinha de carne, igual a mim. Eu sim sou nutrida. Eu tenho saúde. Ah, minha filha, se eu te contasse... Já correram muitos homens atrás de mim, sabe?
Valdirene – A senhora está contando vantagem agora é? Quem iria correr atrás de você, estrupício?
Grávida – Um homem que gostasse de gordinhas. Eu tenho meus charmes, o meu brilho, os meus métodos. Ao contrário de você, que é uma antipática.
Wagner – Vocês querem parar de brigar?
Valdirene – Não, eu não tenho culpa se essa mulher é doida da cabeça e fica fazendo insinuações falsas...
Grávida – Olha só gente! Sua magrela! Você nunca vai arrumar alguém na vida, não é a toa que está encalhada até hoje.
Valdirene – Eu entendi bem ou a senhora está jogando uma praga em mim?
Grávida – Não estou jogando praga, só fiz a verdade.
Valdirene – Sua inútil!
Valdirene pega alguns ovos e taca na grávida.
Valdirene – Vá embora daqui e nunca mais volte! Não queremos você aqui. Agora vai, vai.
Grávida – Eu que não quero ficar mais um minuto nessa taberna nojenta!
Valdirene – Pois vá. Vá. É bom que vá embora e nos dê sossego.
Valdirene taca uma dúzia de ovos na suposta grávida, que vai embora.
Wagner – Ô Valdirene, você acha que não foi muito dura com a senhora não?
Valdirene – Dura? Mas ela que foi dura comigo! Você não presta para nada, para nenhuma coisa, nem a mim você me defende. Ô meu Deus, eu vou para o meu quarto, descansar.
Valdirene sobe as escadas.
Wagner – Será que eu cometi uma atitude errada? Em qual dos lados eu deveria ficar? Da minha irmã ou da grávida? Porque as duas estavam erradas! E agora. Ah, me ajuda meu santinho... Ah, deixa para lá. Vamos trabalhar Wagner, tenho que lavar uma panelada!
CORTA PARA:

CENA 02 / CASA DE MARIA CHIQUINHA / INTERIOR / DIA
Gumercindo tira os pertences que se usou para disfarçar de grávida e discute com Maria Chiquinha e Neno.
Gumercindo – Não! Não deu certo. É isso que vocês ouviram. Eu atuei do jeito que vocês me ensinaram, provoquei, provoquei e ela me expulsou de lá... Mas bem que eu teria ter arrancado aquela, aquela... Aquela mulher pelos cabelos. Oh meu Deus! Atrevida.
Maria Chiquinha – Ah, e que disfarce vestiremos?
Gumercindo – Eu não vou vestir mais nenhum disfarce. Nem de grávida, nem de freira, nem de vedete! Eu vou ter que arrumar um outro jeito de ganhar dinheiro...
Maria Chiquinha – Mas que jeito Gumercindo? Que jeito? Nesse seu cérebro tem uma melancia no lugar! Que cabeça fraca, o que você vai arrumar para conseguir dinheiro meu filho?
Gumercindo – Não importa, não importa. Só preciso descobrir, eu vou descobrir!
Neno – Bom... Já que os disfarces não deram certo. Eu acho que você pode ganhar muito dinheiro. Muito dinheiro. Muito mesmo.
Gumercindo – Mas o que você quer que eu faça? Que eu assalte um banco? Não, negativo. Não nasci para ser marginal...
Maria Chiquinha – Espera Gumercindo, deixe o Neno falar. Nunca que ele sugeria isso a você.
Neno – Bom... Eu estava pensando. Porque não vamos ao palácio e pedimos um cargo de Guarda Real do rei para você? Além de ganhar muito dinheiro, conseguirá pagar a dívida, ou, até então, melhorar de vida.
Gumercindo – Mas é claro. É claro! Neno, você é um gênio. É claro! Eu ganharei muito dinheiro e estarei rico. Me imagine, sendo Guarda do Palácio? E estarei livre dessa dor de cabeça da dívida! Neno, obrigado.
Neno – Não tem que agradecer Gumercindo.
Maria Chiquinha – Lamento em não poder participar mais dessa história... Eu me diverti tanto escolhendo os disfarces para Gumercindo, meu Deus.
Gumercindo – Eu estou livre, livre dessa história de disfarces! Dessa velha maluca, dessa maluquice toda! O circo acabou... Eu agora voltarei a minha vida ao normal, serei um homem sério e honrado!
Maria Chiquinha – Gumercindo, você está muito enganado. Acabaram os disfarces, acabou minha ajuda... Mas o circo, meu bem. O circo está presente em nossas vidas. Sempre... Você tem muito que aprender.
Gumercindo – Mas olhe bem a minha idade, tenho quase a sua, o que eu tenho que aprender?
Maria Chiquinha – Você tem que aprender a ser gentil com as pessoas Gumercindo, a agradecer sempre uma boa ação e enxergar o verdadeiro valor da vida. Você, claro, vai aprender isso, daqui a alguns anos... Assim como eu fui adulta um dia... Agora estou na velhice, e sempre quando posso, eu me distraio com esses disfarces para expressar meus sentimentos. Eu sou muito solitária, perdi meus dois únicos filhos em acidente e minha mãe e meu pai morreram naufragados no navio.
Gumercindo chora, mas tenta disfarçar. Uma lágrima desce para o olho dele.
Maria Chiquinha – Eu, algum dia, fui uma estrela... Eu sinto saudade dos tempos quando eu era criança... Onde eu subia no auditório da escola e começava a atuar. Sempre sonhei em participar das refinadas peças de teatros... Mas, na minha escola, as peças eram simples. Claro, eu aprenderia o verdadeiro valor da vida naquilo, onde eu não tinha vergonha... Eu vestia de homem, de cego, de um senhor de idade, poderia ser todo tipo de disfarce. Mas eu não me importava com isso. Porque era isso que eu gostava de fazer. E o meu sonho foi desperdiçado. E hoje, como sou solitária, a minha vida acabou. A minha vida é só fazer costuras, mas com o pouco dinheiro que ganho, não dá nem para comprar o pão de cada dia. Portanto Gumercindo, eu te darei um conselho... Se for mesmo trabalhar como Guarda Oficial do Rei, não se perca em um lugar só... Prometa a mim que vai se aventurar e não dará ao valor ao dinheiro. Porque, nessa vida, a gente não leva nada, nem os objetos, pertence algum. A gente leva a nossa alma, a essência, aquilo que nós fomos algum dia!
Neno e Gumercindo choram.
Gumercindo – Texto digno de palavras bonitas... Bem, eu vou indo... E agradeço toda a ajuda que me deste. Foram tentativas, mas... Não deixaram de ser boas... Eu sinto que a senhora está certa! Atuar é bom! E eu me divertia com meus disfarces.
Maria Chiquinha – Portanto Gumercindo, agora que você enxergou, me prometa que não vai se perder em um só caminho.
Gumercindo – Eu prometo. E me desculpe por te chamar de “velha maluca”, é o meu jeito né? Mas continua a maluquice de sempre. Eu tenho certeza que com a ajuda dos seus amigos, você ainda vai encontrar a identidade da menina que você foi algum dia na vida!
Os dois se emocionam.
Maria Chiquinha e Gumercindo se abraçam.
Neno se emociona.
Neno – Gente, eu estou tão emocionado com essas palavras... Vocês não imaginam. Eu sentirei saudades. Obrigado por toda a força que você deu ao meu amigo, Gumercindo. Não se observou resultados, mas tudo valeu a pena!
Maria Chiquinha – Sim, eu acredito! E prometa que vão me visitar sempre, espero que não se esqueçam de mim, se não ficarei triste...
Gumercindo – Está bem, é claro que não... Desculpe, desculpe mesmo... (enxuga as lágrimas) Vamos embora, Neno. Tenho que resolver a minha situação.
Maria Chiquinha – Espero que consiga subir na vida Gumercindo e que consiga pagar a dívida... Se você não conseguir, tente uma vida de aventuras, uma vida circense!
Neno e Maria Chiquinha se abraçam.
Neno – Bom, nós vamos indo.  Um beijo.
Maria Chiquinha – Que Deus os acompanhe...
Neno e Gumercindo vão embora, fecham a porta da casa de Maria Chiquinha... Ela sorri, olha para o guarda-roupa.
Maria Chiquinha – Cadê você menina perdida? Dê-me seu nome, seu endereço? Eu quero encontrar a sua identidade! E quero voltar a atuar em peças teatrais.
CORTA PARA:

CENA 03 / PALÁCIO REAL / INTERIOR / DIA
O Rei Bernardo beija a mão da Princesa Aurora.
Princesa Aurora – É uma honra estar neste palácio.
Rei Bernardo – Encantado. Imagino que percorreram um longo caminho.
Princesa Aurora – Uma distância incalculável Majestade. Você nem imagina os perigos que passamos. Mas estamos aqui né?
Rei Bernardo – Perfeitamente. Imagino que querem fazer um lanche ou repousar?
Princesa Aurora – Eu prefiro repousar... Ah, e a propósito, onde está o meu caminho do destino?
Rei Bernardo – Não entendo vossa pergunta. Poderia explicar melhor o que desejas?
Princesa Aurora – O príncipe! Onde está o meu futuro marido?
Rei Bernardo – (desconcertado) Certamente ele chegará ao final do dia. Mas vá repousar. Não tenhamos pressa até vocês se conhecerem e se casarem para unirem as duas Coroas.
Em seguida, Saulo chega à sala.
Saulo – Vossa Majestade tem dois plebeus querendo falar com o senhor lá fora.
Saulo e Rainha Georgia se espantam ao se verem.
Rainha Georgia – Você?
Saulo – Você??
Rei Bernardo – Por acaso vocês se conhecem?
Georgia disfarça.
Rainha Georgia – Não, por um momento, eu pensei que fosse um conhecido meu. Mas minhas hipóteses não foram confirmadas.
Saulo – Imagino que seja a Rainha Georgia.
Rainha Georgia – Sim, sou eu mesma.
Saulo – Encantado.
Rainha Georgia – Encantada.
Saulo – E quanto aos plebeus, Majestade?
Rei Bernardo – Peça que eles esperem um minuto... E mandem as arrumadeiras providenciar tudo o que a Princesa e a Rainha desejar. Certo?
Saulo – Entendido senhor.
Rainha Georgia – Ah, eu agradeço muito por nos aceitar aqui.
Rei Bernardo – Imagine! Se for para definir o futuro do reino e dos nossos filhos, porque não...
Rainha Georgia – Vossa Majestade está certa. Vou descansar.
Em seguida, a Rainha e a Princesa vão para os aposentos.
O Rei pisca para a Rainha.
Rainha Iracema – Vou sair.
Rei – Vai aonde?
Rainha Iracema – Vou resolver as questões do palácio... Mais tarde eu volto.
A Rainha Iracema sai.
CORTA PARA:

CENA 04 / CASA DE GUMERCINDO / INTERIOR / DIA
Laura está a cortar verduras na casa de Gumercindo. Em seguida, alguém bate na porta e ela atende surpreendida.
Laura – Vossa Majestade?
Iracema – Eu vim porque precisamos tratar de um assunto sério!
CORTA PARA:

FIM DO CAPÍTULO




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