Cena 1: //Algumas horas depois//
//Mansão Gonzalez//
Samantha está em seu quarto vestindo o bebê.
• Samantha: Ai, ai, agora nós seremos donos da maior fortuna desse bairro! Só eu e você, afinal, como diria minha amiga, Paola Bracho, mortos não falam!
Ela põe ele no colo, começa a andar e fica de frente do espelho se olhando.
• Samantha: Mais uma referência, Nazaré Tedesco em meu lugar diria: "Gostosa... Irresistível... É impressionante como o tempo só te valoriza!", Hahahahah, adoro!
Ela sai do quarto com o bebê.
• Empregada: Patroa, o secretário de economia do patrão, chegou e já disse que tá tudo pronto para o enterro.
• Samantha: Ótimo, será uma pena mesmo despedir de meu verdadeiro amor!
Ela desce as escadas.
• Samantha: Olá, Secretário Diniz.
• Diniz: Olá, Samantha, meus pêsames!
• Samantha: Obrigada, é uma perda... Muito difícil, sabe!
Ela começa a fingir.
• Diniz: Pensando na sua dor, eu já preparei tudo e está pronto! Vamos?
• Samantha: Vamos... Os empregados vão conosco!
Todos saem e fecham a casa.

Cena 2: //Hospital//
Sulamita e Diná caminham pelos corredores do hospital.
• Diná: Sabe, Sulamita, mesmo ela tendo apenas poucos dias de nascida... Ainda não sei como vou criá-la!
• Sulamita: Ainda? Nossa, é difícil mesmo ser mãe solteira! Mas, quero que saiba que estou aqui. Do mesmo jeito que estou presente aqui desde ontem, estarei junto com vocês para o resto da vida!
• Diná: Obrigada, amiga, é difícil mesmo! Eu só queria saber onde meu "marido" foi... Ele sumiu do nada e deixou apenas um bilhete, que para mim, foi uma desculpa muito esfarrapada!
• Sulamita: Diná, olha para mim!
Diná se vira e olha para Sulamita.
• Sulamita: Ergue a cabeça! Esquece ele, esquece que vocês viveram juntos, que ele e você tiveram esse filho, que ele te amava! Um homem assim, não merece seu amor, tão pouco, sua atenção.
• Diná: Você acha que é fácil?
• Sulamita: Minha filha, eu superei os vinte e um anos de ditadura militar, onde quase fui presa e torturada! Você consegue sim. Pare de se rebaixar! Agora, vamos, quero saber se minha afilhada tá bem!
• Diná: Mas que audácia a sua, afilhada é? Kkkkkkk.
• Sulamita: Claro!
Elas caminham até a entrada do centro de recuperação.
• Diná: Fica aqui, vou falar com o doutor Tiago, preciso saber se podemos visitar agora!
Diná entra no centro.
• Diná: Doutor Tiago!
• Tiago: Oi, Diná, já sei! Quer ver sua filha e quer saber se sua amiga ali na porta pode ver ela também. Acertei?
• Diná: Perfeitamente!
• Tiago: Podem sim!
Diná faz um sinal e Sulamita entra.
Elas se vestem com batas e se direcionam ao leito onde Ariel está.
• Diná: Minha pequena Ariel! Minha pequena sereia... Você logo logo, vai sair daqui, vai começar a engatinhar por toda a casa, dizer suas primeiras palavras, fazer suas primeiras travessuras!
Ela começa a chorar.
• Diná: Eu... Eu não sei como sou capaz de um dia, te deixar e morrer!
• Sulamita: Fecha essa boca, mocinha, ainda tá muito longe! Até 2050, você tá viva.
• Diná: Você acha?
Ela sorri.
• Sulamita: Se vaso ruim não quebra, tomara o vaso bom! Agora, enxuga essas lágrimas e pega ela nos braços.

Cena 3: //Cemitério - Área Reservada//
Samantha e os empregados chegam e observam o caixão de Olavo.
• Empregado: Ai Meu Deus, ainda não havia pensado como seria esse dia! E infelizmente, ele chegou... Adeus, Seu Olavo!
• Motorista: Eu lembro quando estava apenas em farrapos e ele me ajudou, por conta da minha mãe!
• Empregada: Adeus, Seu Olavo, não tenho o que dizer sobre o senhor. Homem bom, ingênuo...
Eles choram junto com os outros empregados.
O padre chega.
• Samantha: Olá, Padre Tito, fico agradecida por ter vindo.
• Padre Tito: Olá, Samantha, é meu dever como servo do senhor estar aqui! Vamos começar a cerimônia!
Os mais conhecidos e amigos de Olavo se aproximam.
No momento que os empregados vão se aproximar do caixão, mais ainda, Samantha põe uma faixa.
• Samantha: Sinto muito, terão que ficar atrás da faixa!
• Motorista: Mas nós éramos amigos dele também!
• Samantha: Sinto muito, o lugar de vocês é aí! Atrás da faixa...
• Empregada: Mas que errado! Nós sempre fomos confidentes do patrão, que sempre nos tratou com amor e bom gosto! Totalmente errado!
Ela se vira e o padre começa a cerimônia, os empregados ficam revoltados e chorando.
• Padre: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo... Amém! Que Deus, nosso pai e redentor, receba a humilde alma do nosso amado Olavo! Homem bondoso, que nosso bom Deus quer dar compaixão e recepção calorosa! Que a paz esteja com ele e conosco, amém!
Ele termina a cerimônia e o caixão se fecha.

Cena 4: //Hospital//
Diná e Sulamita olham Ariel com muito amor.
• Tiago: Olha só, parecem duas mães!
• Diná: Kkkkkkk, que nada, Doutor.
• Tiago: Eu tenho boas notícias, querem saber pelo jeito! Ela vai sair hoje a noite! Está em boa fase de recuperação.
• Sulamita: Ô glória! Aleluia.
• Diná: Ainda bem, Deus. Obrigada!
• Tiago: Inclusive, vim tirar ela da incubadora agora!
Ele abre uma portinha e tira os fios que estavam no corpo de Ariel.
• Tiago: Parabéns, garota! Você é forte...
Diná encosta a filha em seu corpo e chora de alegria.
• Sulamita: Eu acho que caiu um cisco grande aqui no meu olho, sabe...
• Diná: Deixe de suas baboseiras, Sulamita!
Tiago abre a porta do centro e Diná e Sulamita saem andando.

Cena 5: //Cemitério - Saída//
Samantha vem na frente com o filho nos braços, sendo seguida pelo secretário Diniz e pelos empregados.
• Samantha: Chegar em casa, vamos tomar um banho, Paulinho. Esse lugar tem muita bactéria e infecção é muita aqui!
Os empregados conversam baixinho.
• Empregada: Isso é injusto! Não tivemos direito de dar um último adeus à nosso patrão! Ajudamos ele a levantar aquela casa. Não é pouco, nosso esforço! Essa mal agradecida!
• Motorista: Sabe, agora que ele morreu, acho que ela deve mostrar sua verdadeira face. Ela não tem nada de boa!
• Empregado: Também acho! Sempre teve uma personalidade forte e rude, tantas mulheres boas para se achar e ele justamente ficou com ela!
Samantha olha para trás.
• Samantha: Vamos, entrem antes!
Os empregados entram em uma van e Samantha em seguida e vão para casa.
• Samantha: Pessoal, quero anunciar que amanhã, vou ter uma reunião com vocês, muito séria! Haverá muitas mudanças na mansão!
Os empregados ficam calados.
• Samantha pensando: A HORA DA ASCENSÃO CHEGOU! CAPETINGA VAI MORAR COMIGO, EU VOU EXPULSAR A METADE DESSES EMBUSTES E TUDO VAI SER DE MINHA CONTA. QUERO ESQUECER QUE UM DIA FUI "ESPOSA" DE OLAVO GONZALEZ!

GANCHO