Mil e Uma Luas - Capítulo 2
sexta-feira, fevereiro 16, 2018Capítulo 2: O Surgimento do Inferno
Cena 1: //Sala de Recuperação//
Sulamita chega em choque ao quarto onde Diná está sedada.
• Sulamita: Aí Meu Deus e agora? Eu... Presenciei uma troca de bebês e não posso fazer nada! Que tipo de pessoa, eu sou? Um monstro!
Ela olha para Diná que dorme.
• Sulamita: Ai, amiga. Você me desculpa? Eu não tive intenções, mas era a minha vida ou aquilo.
Ela chora inconsolável, a beira do leito.
A enfermeira chefe chega ao quarto.
• Enfermeira: Moça, pode vir comigo um momento?
• Sulamita: Claro.
Ela enxuga as lágrimas e sai.
• Enfermeira: Veja só, ela está sedada por motivos fortes, segundo exames realizados, ela possui um problema que deve desgastar os ossos dela a medida que o tempo for passando. Infelizmente, o caso não possui tratamento.
• Sulamita: Mas de onde veio essa doença? Ela não tinha nada, não apresentava nenhum quadro dessa doença.
• Enfermeira: O estopim para a doença, foi a força que ela fez na tentativa do parto em casa. Mas no DNA dela, já existia compatibilidade com a doença.
• Sulamita: Aí Meu Deus.
• Enfermeira: Sinto muito...
Ela sai.
• Sulamita: E agora? O que vou fazer?
Ela entra no quarto e senta na cadeira de novo e continua a chorar.
Cena 2: //Emergência Obstétrica//
Samantha chega na cadeira de rodas.
• Samantha: Mandou bem, Capetinga. Depois te pago de um jeitinho bom, muito bem pago... Agora anda, vai, antes que meu marido chegue.
• Capetinga: Se prepara, que vai ser até umas horas, tchau... Amanhã, venho aqui.
Ele vai embora.
• Samantha: Ai que bom ser mãe de um menino, me livrei daquela garota com cara de guaxinim. Cruzes! Chega me arrepio de lembrar daquela cara enjoada.
Ela se levanta e se deita na cama, para dormir.
Olavo chega.
• Olavo: Oi, meu amor. Voltei.
• Samantha: Oi, como vai?
• Olavo: Bem. Cadê nosso bebê?
• Samantha: Está no berçário, pode ir lá. Fale com a enfermeira e você vai ver o quão ele é lindo.
• Olavo: Ok, agora descanse.
Ele beija a testa dela e sai.
//Berçário//
Olavo chega e fica olhando o filho.
• Olavo: Meninão do pai, vai ser muito galã quando crescer! Lindão!
Ele olha para os outros leitos e vê a bebê que Samantha rejeitou.
• Olavo: Que menininha mais linda, fofa.
//Amanhece//
Cena 3: //Sala de Recuperação//
Diná acorda e vê Sulamita dormindo na beira da cama.
• Diná: Sulamita...
Sulamita acorda.
• Sulamita: Oi, amiga, está se sentindo bem?
• Diná: Sim, mas, cadê meu bebê? Ele está bem?
• Sulamita: É... É... Está sim, está ótimo! Saudável, forte!
• Diná: Poderia trazer ele para mim? Gostaria de ver.
• Sulamita: Vamos, eu lhe coloco numa cadeira de rodas.
Ela pega uma cadeira e ajuda Diná a sentar.
• Diná: Porquê eu dormi tanto? Acho estranho.
• Sulamita: Você teve uma complicação na hora do bebê sair. Só isso. Aí ficou sedada.
• Diná: Ah.
Elas chegam no berçário.
• Diná: Onde ele está?
• Sulamita: A... Ali.
Ela aponta para a menina.
• Diná: Não, aquilo é uma menina. O meu é menino.
• Sulamita: É... Não, é uma menina!
• Diná: Mas eu peguei nele ontem, vi ele. É um menino.
• Sulamita: Vo... Você tava ainda sobre o efeito da anestesia que levou na hora do parto.
• Diná: Ah, está bem. Ela é linda! Uma fofa.
• Sulamita: Mas você já tem um nome em mente?
• Diná: Sim, Ariel. Como a pequena sereia. Ela é como uma sereia para mim! Uma princesa.
• Sulamita: Que fofa.
Sulamita fica com cara de culpada, enquanto Diná olha sua "filha".
• Sulamita pensando: Até quando eu vou esconder isso dela! Eu tenho que revelar o quanto antes, para algo ser feito.
Nessa hora, Samantha chega no corredor com seu marido.
Sulamita olha para ela e se assusta.
• Sulamita pensando: Aí, não. Ela tá aqui.
Samantha passa por ela e bate com o ombro de propósito.
• Samantha: Vem, amor.
Ela entra com ele e pega o bebê nos braços.
• Olavo: Hora de ir para casa, filhão!
Eles saem do berçário e vão embora.
• Sulamita pensando: AI, NÃO. QUE BURRA EU SOU! ELA JÁ LEVOU ELE.
Sulamita chora escondida de Diná, que olha sua "filha" com orgulho.
//Alguns minutos depois//
Cena 4: //Mansão Gonzalez//
Samantha chega com o bebê nos braços e Olavo com as bolsas.
• Empregados: BEM-VINDOS!
• Samantha: Xiu, falem baixo. Ele está dormindo, nasceu ontem. Os ouvidos são sensíveis!
• Empregados: Desculpe, senhora.
• Samantha: Tá, tá, agora façam uma comida para mim, estou morta de fome. A gravidez acabou, mas a fome continua.
Os empregados saem para fazer suas tarefas.
• Olavo: Não precisava tratar eles assim. Só queriam nos receber bem.
• Samantha: Ah, Olavo. Tá bom. Vou subir para o quarto com ele, quero descansar e ele também merece descanso.
• Olavo: Eu não terminei de falar, Samantha.
• Samantha: Que se dane!
Ela entra em casa e sobe as escadas com seu filho.
• Olavo: Não sei para quê, tanta ignorância! Até eu, levo culpa!
Cena 5: //Hospital//
O doutor chega no quarto onde, Diná está com Sulamita.
• Doutor: Olá, bom dia. Como vão?
• Diná e Sulamita: Bem.
• Doutor: Diná, eu falei ontem com a Sulamita sobre algo sério a respeito de você. É que... Uma complicação na hora do parto fez você ficar sem poder ter mais filhos...
• Diná: Não, não, não.
• Doutor: Infelizmente, mas não tinha mais nada a fazer. Seu útero estava muito ferido.
• Diná: Eu perdi meu útero?
• Doutor: Sim.
• Diná: NÃO. NÃO.
Ela chora.
• Diná: E AGORA, QUE HOMEM VAI ME QUERER?
• Sulamita: O que importa não são homens, mas sim a sua vida, minha amiga.
• Doutor: Você está de alta, pode levar seu bebê para casa.
• Diná: Obrigada.
Ela chora abraçada a Diná.
Cena 6: //Mansão Gonzalez - Quarto do Casal//
Samantha se senta na cama e põe o bebê em cima da cama.
• Samantha: Ai, seu pai é muito chato. Espero que você não seja como ele... Homem chato, inocente e fútil, se deixa levar por tudo! Eu hein! Mas... Não vai ficar assim por muito tempo.
Ela olha para o bebê.
• Samantha: E se eu pedisse para matar ele? BOA IDEIA NÉ?
GANCHO
0 Comments