Cena 1

Célia é atingida por uma bala de Natanael.

//Renata// Célia! Célia!

//Célia// Nata... Natanael... Seu... Maldi...

Célia morre. Renata pega a criança que está numa cesta no chão.

//Renata// Meu filhinho lindo! Olha Miguel, que fofura!

//Miguel// Ai meu Deus! Eu vou passar mal com tanto amor!

O bebê faz graça.

//Guarda 1// Majestades, o que faremos com o corpo?

//Renata// Leve-o para a casa funerária. Ao menos um enterro digno ela merece!

//Guarda 1// Sim.

Renata e Miguel voltam com a criança para o castelo.

//Sala de Estar, Castelo de Boaventura, dia//

Cena 2

//Augusta// Onde esses dois se meteram? Até agora não voltaram!

//Justa// Verdade! Somente o rei voltou agora a pouco, muito choroso, sem a tal Joana.

//Augusta// Onde ele está?

//Justa// Está na biblioteca, junto com Maria. Devem estar desabafando algo.

O casal chega com Manoel, o bebê de Renata.

//Augusta// Não creio, este fofinho é meu neto?

//Renata// Sim, mamãe. Seu netinho Manoel! Finalmente vai poder conhecê-lo!

Augusta fica brincando com Manoel.

//Miguel// Onde está meu pai e minha mãe?

//Justa// Seu pai está na biblioteca. Já sua mãe, não sabemos onde está.

//Augusta// Os dois saíram juntos e ele voltou só.

//Miguel// Bom, vou tirar essa história a limpo!

//Antiga Casa de Família Hans, Dia//

Cena 3

//Helena// Tá chegando a hora! Ai, ai, ai!

//Pedro// A hora de que mamãe?

//Helena// Do seu irmãozinho ou irmãzinha conhecer o mundo! Vá chamar Diogo imediatamente!

//Pedro// Sim!

Pedro vai chamar o padrasto.

//Diogo// O que foi, meu amor?

//Helena// O nosso filho vai nascer agora!

//Diogo// Sério? Nossa, meu filhinho vai nascer! Vou buscar a parteira. Logo logo eu volto!

//Helena// Sim, mas não perca tempo!

Diogo busca a parteira e Helena dá a luz.

//Parteira// É uma menina linda e saudável!

//Helena// Ai que princesa!

//Biblioteca,Castelo de Boaventura, dia//

Cena 4

//João// Maria, é difícil ver o amor da sua vida te trair e no fim ver ela morrer na sua frente!

//Maria// Eu sei como é difícil, mas é a vida.

Miguel entra na biblioteca.

//Miguel// Papai, cadê minha mãe? Por que não voltaram juntos de onde vieram?

//João// Porque, filho, eu descobri que sua mãe estava aqui porque foi enviada por Otoniel para nos espionar. E lá, infelizmente, ela acabou morrendo em meus braços, de um tiro que Otoniel acertou em cheio nela.

Miguel começa a chorar.

//Maria// Bom, acho melhor me retirar.

//Miguel// Mas porque ele fez isso com ela?

//João// O tiro, na verdade, era pra mim. Sua mãe, morreu me salvando!

//Miguel// Meu Deus, e como vamos contar isso para o Joaquim?

//João// Não sei, filho, não sei!

//Quarto de Joaquim, Castelo de Boaventura, dia//

Cena 5

//Joaquim// Oi tio João, como vai?

//João// Vou levando a vida, e tu?

//Joaquim// Um pouco solitário, mas bem. Vos mercê sabe onde está minha mãe?

//João// Sei... Só que vai ser um pouco difícil tu aceitar o que aconteceu com ela.

//Joaquim// Ela me abandonou, não foi? Ela não gostava de mim mesmo...

//João// Não é isso! Acontece que... Ela foi embora, só que não foi porque ela quis.

//Joaquim// Diga-me, o que se sucedeu?

//João// Infelizmente sua mãe morreu!

//Joaquim// Como?

Joaquim não aceita a situação e começa a chorar.

Mais tarde..

//Casa funerária, Dia//

Cena 6

//Pessoa 1// Nossa, que triste foi essa morte da princesa!

//Pessoa 2// Uma bruxa daquelas... Bem merecido mesmo!

Os responsáveis por arrumar o corpo da finada se surpreendem.

//Pessoa 1// Credo! Cadê o corpo de Célia? Fugiu pra onde?

//Pessoa 2// E agora, o que vamos fazer? Será que alguém roubou o corpo sem que ninguém percebesse?

//Pessoa 1// Não sei. Devemos avisar a família.

//Sala de Estar//

Cena 7

//João// Como assim o corpo sumiu?

//Pessoa 1// Não fazemos a mínima ideia. Não entrou ninguém de estranho lá, apenas um homem perguntando sobre os  nossos planos funerários.

//Miguel// Será que foi Natanael?

//Renata// Ou será que ela morreu de verdade?

//João// Isso está muito estranho...

No dia seguinte...

//Cemitério, fim da tarde//

Cena 8

Todos estão de preto, muito tristes.

//Padre// Estamos aqui reunidos para realizar o sepultamento de Joana, uma mulher que veio ao mundo e cumpriu sua missão.

//João// [chorando] Ela pode não ter sido um exemplo de mulher, mas morreu dignamente, pedindo perdão pelos seus erros.

Um homem começa a descer o caixão de Joana no túmulo. Todos, de um por um, jogam flores dentro da cova.

//João// Nunca nos esqueceremos de tu!

João escuta uma voz.

//Joana// Nem eu de vos mercês!

Ele se emociona. O enterro acaba e Renata e Miguel entram em uma das carruagens para retornarem ao castelo.

//Estrada, Reino de Boaventura, fim da Tarde//

Cena 9

//??// O clima hoje está tão triste...

Renata reconhece a voz.

//Renata// Não pode ser!

//Miguel// O que, meu amor?

//Célia// [ironicamente] Oi seus lindos! Sentiram minha falta?

O casal fica surpreso. O motorista se revela ser Natanael.

//Natanael// E o bebê, está bem, Renatinha?

//Renata// Como... Como pode? Célia, tu não tinha morrido?

//Célia// É que eu ressuscitei sua bobinha!

//Natanael// Na verdade, a bala na qual eu acertei era de festim. Por isso ela não morreu. Fiz isso para que tanto ela como eu escapássemos da cadeia, já que se ela te matasse, seria presa.

//Célia// É isso mesmo Renata! A nossa novela não podia simplesmente acabar no penúltimo capítulo! [Risos] O que iria mostrar? Os dois se casando de novo? Não, né!

Natanael faz com que os cavalos andem mais rapidamente, sem controle.

//Miguel// Deixem a gente ir embora, por favor!

//Célia// Não mesmo!

De dentro da carruagem, Célia atira nos pneus, e desgovernada, a carruagem bate em cheio em uma árvore. Natanael morre na hora e os outros ficam gravemente feridos.

Passam-se 8 anos...

//Jardim, Castelo de Boaventura, Dia//

Cena 10

//Manoel// Eu sinto tanta falta de meus pais!

//Augusta// Também sinto, principalmente da sua mamãe! Não merecia terminar assim...

//Manoel// Olha, vovó! Meu desenho!

//Augusta// Que lindo! Aposto que esse é seu pai e essa é sua mãe!

//Manoel// Acertou!

João e Maria, agora casados, chamam Augusta.

//João// Augusta, venha para cá! Tenho uma surpresa para todos, mas que primeiro contarei a ti!

//Augusta// Estou indo!

Carla, a filha de Helena, se aproxima dele.

//Carla// Oi, Manoel. Como vos mercê está?

//Manoel// Bem.

Ouve-se um grito de Augusta.

//Manoel// Vamos lá ver o que é?

//Carla// Sim!

Os dois correm até o castelo.

//Sala de estar, castelo de Boaventura, dia//Cena 11

//Manoel// Mamãe!

//Renata// Filho! Meu amor! Eu senti tanta a sua falta!

//Manoel// Eu também! Não devia ter viajado por tanto tempo!

//Renata// Eu sei, meu querido, mas eu quero me livrar dessa cadeira de rodas o quanto antes, ainda mais agora que o médico disse que tenho chances de voltar a andar!

//Miguel// Meu querido, eu estou aqui também!

//Manoel// Eu sei, pai!

Os dois se abraçam.

//Manoel// Mamãe. eu vou voltar para o jardim, tá?

//Renata// Sim, meu amor! Mas eu quero que volte logo!

//Manoel// Sim.

Manoel corre para o jardim.

//Miguel// E como está o casamento dos dois?

//Maria// Melhor impossível!

//Helena// Os dois fizeram tanta falta!

//Renata// Nós dois sentimos falta de todos! Afinal, 2 anos não são dois dias! E Carlinha, como está?

//Helena// Está muito bem, não é filha?

//Carla// Sim.

Enquanto isso...

//Jardim Castelo de Boaventura, Dia//

Cena 12

Enquanto Manoel desenha, aparece uma mulher com uma capa.

//Manoel// Quem és tu?

//??// Sou a fada madrinha! Vos mercê quer um docinho?

//Manoel// Não posso aceitar coisas de estranhos!

//??// Mas eu não sou estranha, não! Todos me conhecem!

//Manoel// Se é assim, então me dê!

?? dá os doces para Manoel.

//??// Vos mercê quer mais?

//Manoel// Sim!

//??// Então me acompanhe, minha casa está cheia dessas delicias!

Manoel pega na mão da ?? e os dois vão embora. Renata vai até o jardim procurar o filho.

//Renata// Manoel? Filho? Onde estás?

?? tira a capa, revela ser Célia e acena para Renata.

//Célia// Tchauzinho! [Risos]

//Renata// Nãaaaaao!

//Narrador// Será que essa história acaba aqui???