INCÓGNITA - CAPÍTULO 3
quarta-feira, setembro 30, 2020INCÓGNITA
Capítulo 3 - Fui "eu"
Uma novela de
MISTER HUDSON
Supervisão de Texto
MEGAN CLARKE E TEDILDE MOREIRA
Personagens desse capítulo
SHERON MENEZZES - Larissa
DAN FERREIRA - Ronaldo
DAVID JUNIOR - Humberto
SILVIO GUINDANE - Dr. Eduardo
.
Cena 1:
Delegacia Geral de Polícia/Noite/ Sala da Espera da Sala do Delegado (Interior)
Continuação
imediata da última cena do capítulo anterior
Larissa
(enraivecida): - Atira! Atira! Isso só vai provar que você tem algo contra mim e
contra a minha família!
O Delegado
abaixo lentamente o revólver, e continua observando o rosto de Larissa. Os
policiais chegam à sala do Delegado.
Policial: - O
que tá acontecendo aqui?
Larissa: - “Tá” acontecendo que esse...esse servidor, que se diz público...quer mesmo é
defender os ânimos privados dele!
O Policial
se vira para o Delegado.
Policial: - E
então, Dr.?
O Delegado
respira profundamente.
Dr. Eduardo: - Essa...essa senhora entrou aqui, interrompendo o depoimento deste rapaz, me
acusando de ter “plantado” aquela droga no carro desse delinquente.
Larissa
tenta partir pra cima do Delegado, e é segurada por Humberto.
Policial: - Por favor, peço para os senhores se retirarem do recinto. O interrogatório é um
ato privativo entre o Chefe de Polícia e o Acusado.
Larissa,
abaixa a cabeça e respira fundo.
Larissa: - Eu
quero saber o que vai acontecer com o meu filho...
Dr. Eduardo - Como já devem ter dito para a senhora, Tráfico de Drogas é um crime
inafiançável. Amanhã mesmo vou providenciar a transferência à penitenciária
masculina.
Larissa
levanta a cabeça, com um olhar revoltado.
Larissa: - PE... PENITENCIÁRIA?
A câmera
retorna para o rosto do Delegado, que se senta confortavelmente em sua cadeira.
Ele fecha uma das mãos e bate na palma da outra, continuamente.
Dr. Eduardo - Isso
mesmo: PE-NI-TEN-CI-Á-RIA. Pense que vai ser como um SPA: os presos tem uma boa
mão pra amaciar uma carne de “segunda”, como a desse aí.
Larissa,
descontrolada, sobe na mesa e agarra o pescoço do Delegado.
Cena 2: Delegacia Geral de Polícia/Noite/ Sala da Espera da Sala do Delegado (Interior)
O
Delegado quase sufoca. Seu rosto fica vermelho com a pressão das mãos de
Larissa em seu pescoço. Ela grita continuamente.
Larissa: - SEU MONSTRO, DESGRAÇADO, EU VOU ACABAR COM A SUA VIDA, EU VOU TE MATAR!
Os
policiais agarram Larissa pelo tronco de seu corpo. O Delegado tenta recobrar a
respiração.
Dr. Eduardo (revoltado/enraivecido): - Eu...eu...eu vou te processar por ameaça e difamação,
sua louca!
Larissa: - Vai, faz isso mesmo! Mas eu só te digo uma coisa: a tua máscara e quem vai
arrancar ela sou eu!
Larissa
apanha sua bolsa e sai acompanhada de Humberto. Eles entram no carro e partem
para a Mansão dos Silva.
Cena 3:
Mansão dos Silva/Interior/Noite
Larissa
ingressa na mansão, junto a Humberto.
Humberto: - Larissa, não era melhor eu ter pegado um táxi e ido pro meu apartamento, sei
lá...vai que tem algum fotógrafo escondido, essa avenida é um breu, qualquer um
se esconde e bota uma manchete sensacionalista num tabloide qualquer.
Larissa se
senta no sofá e prende seus longos cabelos com um coque.
Larissa: - Relaxa, cara. “Pra” todos os efeitos, você é irmão do Emiliano: vínculo
familiar. É mais garantido você ter vindo aqui do que eu ter ido no “seu”
apartamento, ainda mais agora à noite.
Humberto se
senta ao lado de Larissa
Humberto: - “É” ...realmente.
Larissa
(confusa/questionadora): - Eu não entendo, Humberto. Aquele Delegado é muito
estranho. Ele age como alguém que desejasse...desejasse se vingar de mim, da
minha família!
Humberto: - “É” ...você falando assim, agora...eu percebi.
Larissa: - Então...ele agiu com você no depoimento, também? Desse jeito...desse jeito
ácido, vil?
Humberto: - Agiu. Ele inclusive me questionou sobre aqueles euros que...que a gente desviou
daquela sociedade que o Emiliano fez com aquela empresa de próteses de
silicone.
Larissa
(assustada): - O que? Daquela sociedade que você superfaturava os contratos e
repassava o mínimo de crédito pro Emiliano?
Humberto: - É, Larissa, é...
Larissa
(com riso nervoso): - Impossível, Humberto! Todos os comprovantes de transações
verdadeiros você queimava e repassava os falsos pro Emiliano. Além disso, todo
o dinheiro tá malocado no cofre, você sabe disso!
Humberto:- O
problema não é esse, Larissa! A questão é um Delegado conhecer um desvio desse.
Larissa: - Você
acha que...que ele também tá investigando isso? Que o Emiliano sabia de alguma
coisa e deixou isso nas mãos dele, sei lá?
Humberto: - Como, Larissa? Só se ele tivesse uma amizade com esse Delegado, ou...ou tivesse
comprado a ajuda dele pra investigar a gente na maciota e pegar a gente “de
jeito”.
Larissa: - Droga! O pior é se ele souber aonde a gente malocou a grana e não usar só isso
pra incriminar a gente...
Humberto:
...Tá falando do que?
Larissa se
levanta e olha atentamente para Humberto
Larissa: - Ele pode chegar até a explosão que matou o Emiliano naquela madrugada.
Humberto se
vira e caminha pela Sala de Estar
Humberto
(pensativo): - Mas...isso não prova nada. Além do mais, o dinheiro tá no cofre e
eu arquivei todos aqueles comprovantes com a rubrica do Emiliano. Pra todos os
efeitos a gente tá protegido, pronto, serão suspeitas “in-fun-da-das”
Larissa: - Tá,
tá, menos mal que a gente tem “isso” pra se proteger. E eu já sei o que eu vou
fazer pra dobrar esse Delegado...
Humberto
(sensual): - E qual feitiço essa “minha” deusa vai jogar naquele patife?
Larissa: - A
melhor arma que uma mulher pode usar: a sedução.
Humberto
levanta e apanha uma taça de vinho
Humberto: - Hum...só espero que esse longa-metragem de classificação “Livre” que você tá
maquinando aí na tua cabeça, não chegue no “inadequado para menores de 18
anos”.
Larissa dá
um sorrisinho esperto e recebe uma taça de vinho das mãos de Humberto. Ela se
recosta na cabeceira do sofá.
Larissa: - Quem sabe...quando você me conheceu, eu ainda era uma dama da noite...
Humberto: - E
eu, o seu cliente VIP.
Os dois se
beijam. Larissa se levanta.
Larissa
(pensativa): - Quem diria...nunca pensei que um dia eu trataria dessa parte da
minha vida de um jeito tão debochado, banal.
Humberto
abraça Larissa.
Humberto: - Eu
entendo. Mas, agora, eu quero que tudo se exploda e vá pelos ares...
Larissa
interrompe Humberto
Larissa
(rindo): - Da mesma forma que o Emiliano fez o “check-in” no inferno...
Larissa e
Humberto se beijam e vão para o quarto, em altas doses de vinho e deboche.
Cena 4:
Delegacia Geral de Polícia/Noite/Cela
Ronaldo
está na cela dos presos na Delegacia, reflexivo.
Corta para:
“flashback”
Cena 5: Mansão
dos Silva/Interior/Tarde/2018
Emiliano e
Ronaldo estão discutindo, em virtude de uma grave discussão que o cirurgião
teve com Larissa na noite passada.
Emiliano
(raivoso): - Você é uma “merdinha”! É claro que a cria da rameira defenderia ela!
Ronaldo: - Não chama a minha mãe assim! Ela foi sua esposa por todos esses anos, sempre te
respeitou, sempre esteve ao seu lado!
Emiliano
(raivoso): - Como uma vadia atrás do outro faz!
Ronaldo,
agressivo, dá um soco contra o rosto de Emiliano, que revida automaticamente
com outro.
Emiliano: - SAIA DAQUI, JÁ!
Ronaldo
sobe as escadas do quarto e se tranca. Ele apanha algumas drogas na gaveta e as
usa. Larissa o observa pela fechadura da porta e chora, passando a mão pelas
feridas mal coaguladas e Emiliano abrira na noite anterior com as agressões.
Corta para:
Cena 6 - Delegacia Geral de Polícia/Noite/Cela
Ronaldo: - Delegado!...Delegado!
O
carcereiro surge frente à cela dos presos onde Ronaldo está
Carcereiro: - O que “cê” que, moleque?
Ronaldo: - Eu
preciso falar com o Delegado, urgente.
O
carcereiro contata o Delegado em sua sala, que permite a conferência de
Ronaldo.
Cena 7:
Delegacia Geral de Polícia/Sala do Delegado/Noite
Ronaldo
ingressa na Sala do Delegado, algemado. Se senta e encara o servidor.
Delegado: - 23h00. Isso é hora de criança tá acordada? Anda, moleque, o que vo...
Ronaldo
interrompe a fala do Delegado.
Ronaldo:- EU
MATEI O MEU PAI!
A câmera
corta para o rosto do Delegado
-GANCHO-
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