Castelo de Vidro - Capítulo 07
terça-feira, setembro 29, 2020
Castelo de Vidro
NOVELA DE
Gabriel Malifer
COLABORAÇÃO
Gabriel Pretto
Ivette Dorleak
AUTORIZAÇÃO
Web Novelas Channel
Capítulo 07 - Corda Bamba
O CONTEÚDO ABAIXO NÃO É RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS. CONTÉM LINGUAGEM IMPRÓPRIA, CONTEÚDO SEXUAL E VIOLÊNCIA
CENA 01/AEROPORTO DE CONGONHAS/SÃO PAULO/INTERIOR/DIA
Regina, Brian e Sara acabam de chegar dos Estados Unidos e de desembarcar de seu voo. Eles carregam malas. Regina usa um óculos de sol, o qual ela tira para dar uma olhada ao redor do aeroporto. Ela sorri em felicidade e nostalgia. Sara segura a mão de sua mãe.
Regina (maravilhada): Wow...it’s great to be back. This place has changed a lot since I left Brazil. I’m impressed. (Nossa...é bom estar de volta. Esse lugar mudou muito desde que eu deixei o Brasil. Estou impressionada.)
Brian (sorridente): I can imagine, honey. (Eu posso imaginar, meu amor.)
Regina: I’m sure you are all hungry after the trip. You guys would like to go to a nearby restaurant to eat something before we head for the hotel? (Tenho certeza que vocês estão famintos depois da viagem. Vocês querem ir num restaurante próximo para comer algo antes de irmos para o hotel?)
Brian: Sure. (Claro)
Sara: Yes, please! (Sim, por favor!)
Os três ficam quietos por um breve momento.
Sara (preguiçosa): Mommy, is São Paulo big? (Mamãe, São Paulo é grande?)
Regina: Yes. It’s very big. (Sim. É bem grande.)
Sara: And the weather is really hot right now. Is it always hot here in Brazil? (E o clima está muito quente agora. É sempre quente aqui no Brasil?)
Regina: Not always. But it is in the majority of times. (Nem sempre. Mas é sim na maioria das vezes.)
Sara (reclamando): Oh my god… (Ai meu deus…)
Eles continuam a andar.
CENA 02/MORRO DO SOL/BARRACO DE SOBRAL/INTERIOR/DIA
Sobral e Januário estão sentados sozinhos em uma mesa tomando cerveja e jogando baralho. Suas armas estão em seus bolsos e seus celulares aos seus alados. Eles estavam conversando sobre Carlinhos.
Januário (surpreso): O Carlinhos não vai poder vir hoje?
Sobral: Sim. Ele me deu um toque a uma hora atrás dizendo que não ia poder vir.
Januário: Por quê?
Sobral: A avó dele passou mal durante enquanto dormia. Ela tá sendo levada pro hospital agora e ele tá tendo que ir junto.
Januário (desapontado): Que droga.
Sobral (impaciente): ‘’Que droga’’ digo eu. É bom você rezar pela saúde daquele totem. Porque se aquele velha matusalém lá morrer, a chance dele desistir da vida do crime é alta. Ele deixou bem claro que só tá trabalhando pra mim por conta da saúde da avó. Eu não posso perder o Carlinhos. Ele é um moleque de ouro.
Januário: Deixa de ser egoísta. Nós não podemos perder ele. E ele não trabalha pra você. Ele está trabalhando pra nós.
Sobral: Que seja.
Sobral toma um gole de cerveja e joga uma carta na mesa. Januário também joga outra.
Sobral: Olha, outra coisa que me preocupa é aquele clone de Rosa Palmeirão e a amiga dela. Aquelas do restaurante.
Januário: E por que isso te preocupa?
Sobral: Porque ela tá suspeitando que a gente tá fazendo algo com o Carlinhos. Se ela continuar a suspeitar e conseguir provas disso, adeus Carlinhos.
Januário: Mas você disse que ela está suspeitando, e não espionando.
Sobral (indignado): Você tá surdo? Eu acabei de dizer que se as suspeitas continuarem, isso pode ser o fim da linha.
Januário: Eu escutei. Mas o que nós podemos fazer para fazer com que isso deixe de ser um problema?
Sobral suspira e dá um sorriso maléfico.
Sobral: E se a gente destruísse com aquele restaurante? Ela ficaria intimidada e deixaria de encher o nosso saco.
Januário: Por que o restaurante? Vamos estar prejudicando a amiga dela que não tem nada haver com a história.
Sobral: Ela depende do restaurante para sobreviver e sustentar as contas. Se colocássemos fim nisso, ela ficaria dependente e nos deixaria em paz, já que ela iria parar de nos encher o saco e focar nas custas. O que acha da ideia?
Januário: Boa. Eu a apoio.
Sobral: Ótimo.
CENA 03/HOSPITAL PÚBLICO/HALL PRINCIPAL/INTERIOR/DIA
A maca com Zeferina entubada passa apressadamente pelo corredor. Carlinhos, Maura e Socorro adentram ao local logo em seguida bastante atordoados.
Carlinhos (nervoso): EU QUERO VER MINHA AVÓ! CADÊ A MINHA AVÓ?
Socorro (entristecida): Calma, Carlinhos! Não adianta gritar. O que nos resta é aguardar notícias.
Maura: Eu vou pegar um copo d'água para você se acalmar.
Maura vai até o filtro de água e pega um copo de plástico, adicionando água ao recipiente. Ela volta e entrega o copo para Carlinhos, que bebe o líquido afobado.
Carlinhos: Eu só vou me acalmar quando eu ver a minha avó…
Carlinhos começa a desabar em lágrimas e abraça Socorro fortemente. Close em Socorro sem jeito e sem saber que atitude tomar.
CENA 04/VILA CÉU AZUL/CASA DE BONIFÁCIO/SALA/INTERIOR/DIA
Bonifácio está sentado no sofá sozinho com um olhar preocupado pensando no que disse a Dorotéia. Ele está com um olhar de preocupação e arrependimento. Ele tenta beber água e assistir televisão para se acalmar. Ele suspira, pega o celular e liga para a Dorotéia, que atende depois de alguns segundos.
Dorotéia (do outro lado da linha): Alô?
Bonifacio (cabisbaixo): Oi, Dorotéia. Sou eu.
Dorotéia: Boni? Tudo bem com você? Você parece estar triste.
Bonifácio: Não, Dô. Não tô não. Lembra quando eu me abri com você? Então, eu não estava sendo sincero.
Dorotéia: Sério?
Bonifacio (deprimido): Sim. Eu me sinto bastante preocupado e cansado. Tô me sentindo um lixo. Eu sinto que a Laila não gosta de mim e fico com medo que isso seja verdade com ela e com a Nana também. Desculpa eu ter mentido pra você.
Dorotéia (com pena): Ai, Boni...não se desculpe por isso. Eu entendo como deve ser difícil pra você se abrir pelo fato de você estar cuidando das meninas. Olha, quem sabe você não vem aqui em casa? A gente pode tomar um café e conversar melhor. O que acha?
Bonifácio: Pode ser. Eu vou me trocar e já to indo ai.
Dorotéia: Ok. Te vejo já.
Bonifácio: Até.
Bonifácio desliga e suspira em desapontamento.
CENA 05/CONDOMÍNIO/MANSÃO DE MANOEL/BANHEIRO/INTERIOR/DIA
Manoel e Liliana estão abraçados no chuveiro, tomando banho juntos, de uma forma um tanto quanto romântica e caliente. Eles desferem beijos por todo o corpo um do outro, entregues de verdade um para o outro. Manoel sentia por ela o que nunca havia sentido por nenhuma outra mulher. Aquele momento era deles, apenas deles. Não existia mais nada a não ser eles dois. Closes alternados em diversos ângulos deles no banhos aos beijos mais carinhosos e adocicados.
CENA 06/REAL BRASIL/CAFETERIA/INTERIOR/DIA
Ana Maria está comprando um café puro na cafeteria durante uma pausa de seu trabalho. Ela está com um rosto satisfeito tendo em vista que esta tendo um excelente dia de trabalho. Ela pega o café e agradece o atendente. De repente, uma voz é ouvida gritando pelos corredores da cafeteria.
X (Furioso/Furiosa): Vadia!
Ana Maria se vira em um susto. De repente, Fortunato entra na cafeteria e Ana Maria arregala os olhos. Ela suspira para se recompor e começa a ameaçá-lo.
Ana Maria (ameaçadora): O que você está fazendo aqui, seu chantagista?
Fortunato (furioso): Fecha essa boca! Fecha essa boca, sua vagabunda. Quem você pensa que é pra me receber na base de tapas e ainda se referir a empresa do nosso pai como sua? Pode tirando essa sua bandinha do palco. Eu sou filho do mesmo pai que você. Você não tem autoridade de me excluir das ações dessa droga dessa multinacional como se eu não fosse nada!?
Ana Maria (no mesmo tom): Você não é nada! Usastes as palavras mais que corretas para se referir a um pilantra como você. Tirou as palavras da minha boca, Fortunato. A empresa tá no meu nome. Ela não é do nosso pai. Ela já foi. Mas agora não é mais. Você nunca tava ai pra auxiliar na Real Brasil e que se achar dono de tudo? Se enxerga. E se você continuar a vim aqui me ameaçar, eu vou te processar. E pare de seguir o meu filho!
Fortunato: Do que você tá falando? Eu não encostei em nenhum fio de cabelo do Lucas.
Ana Maria: Cala essa boca!
Ana Maria joga o café na cara de Fortunato.
Fortunato (berrando de dor): Ai! Tá quente! Sua vaca!
Ana Maria: Sai daqui antes que eu chame a segurança.
Fortunato saí correndo de dor por conta da queimadura do café. Ana Maria suspira, arruma o cabelo, cruza os braços e volta para a sua sala.
CENA 07/REAL BRASIL/SECRETARIA/INTERIOR/TARDE
Helena chega com as pastas de documentos na secretaria e as deixa sobre a mesa. Ela se encosta na mesa e suspira fundo, sem jeito. Neidinha que teclava no computador percebe e resolve conversar com ela:
Neidinha: Posso saber o por que da mocinha estar com esse sorriso bobo no rosto? (Se levantava e ia até ela)
Helena: Você nem vai acreditar (T) O Lucas me chamou para sair e eu aceitei o convite.
Neidinha: MENTIRA! EU TÔ PASSADA! QUE LUXO, HELENA!
Helena: Pois é mulher!
Neidinha: E quando vai ser isso?
Helena: Amanhã!
Neidinha: Ai que TUDO!
Neidinha e Helena se abraçam animadas e comemoram.
CENA 08/COLÉGIO MARANHÃO/SALA DE AULA/INTERIOR/TARDE
Nana está realizando algumas tarefas do período integral na sala de aula e resolve que chegou a hora de contar toda a verdade a Alice e Nina e por a irmã contra a parede. O sinal toca e a menina sai correndo da sala atrás de sua irmã, Laila.
CENA 09/APARTAMENTO DE ANA MARIA/SALA DE ESTAR/INTERIOR/TARDE
A cena começa com Roberto fechando a porta da frente de sua casa. Ele está carregando Renata para seu quarto. Renata está sorrindo para o homem, que está descamisado. Chegando no quarto, Roberto coloca Renata deita na cama e se senta ao lado dela.
Renata (excitada): Que saudade de você. Tentei te ligar, mas você não me atendeu.
Roberto: Eu queria ter te ligado, mas eu não sei o que eu fiz do meu celular que eu não acho ele.
Renata: Que horas a jamanta rugenta chega em casa?
Roberta: Daqui a algumas horas. Então a gente tem um tempo a sós-
Antes que Roberto possa terminar de falar, ela o puxa para baixo e começa a beijá-lo apaixonadamente. A música ‘’Blank Space’’ de Taylor Swift começa a tocar. Roberto retribui o beijo. Os dois se deitam na cama e começam a ficar.
CENA 10/EDIFÍCIO ROYAL/APARTAMENTO DE DOROTÉIA/SALA DE ESTAR/ANOITECER
Dorotéia e Bonifácio estão sentados em um sofá na sala de estar tomando café e conversando sobre os sentimentos de Bonifácio. Dorotéia olha para ele com um olhar empático.
Doroteia: Então pelo o que eu entendi, a Laila está com saudades da mãe e vive se rebelando contra você. As dores no peito tem ficado mais frequentes. É isso?
Bonifácio: Isso mesmo. E inclusive eu vou até ligar para ela pois hoje foi horário integral no colégio.../
Doroteia: (Corta) Sobre a Laila, eu aconselho que você comece a impor um pouco de disciplina com ela.
Bonifácio: Mas eu não sou a mãe nem o pai dela, Dodô.
Dorotéia: Não é. Mas você é avô dela. Você é responsável por ela. Ela não tem o direito de infringir sua autoridade. A casa é sua e não dela. Sobre as dores, se elas continuarem, eu sugiro que você consulte um médico.
Bonifácio (aliviado): Ok. Vou tentar fazer isso. Obrigado pela ajuda, Dô. Não sei o que faria sem você.
Dorotéia: Sem problemas!
CENA 11/APARTAMENTO DE ANA MARIA/SALA DE ESTAR/INTERIOR/ANOITECER/
Lucas chega em casa. Ele tira suas chaves do bolso para destrancar a porta e a enfia na fechadura. No que ele gira o objeto para abrir a porta, ele percebe que ela já está desligada. Ele estranha, tira as chaves da fechadura, guarda elas no bolso e entra dentro da casa. A câmera o segue.
Podemos ouvir o barulho da televisão ligada, o que deixa Lucas um pouco alarmado. Ele caminha silenciosamente até a sala de estar, onde ele se depara com Roberto e Renata deitados no sofá. Eles estavam assistindo ao filme ‘’Cinquenta Tons de Liberdade’’. Roberto está sem camisa e Renata apenas de roupa íntima. Lucas faz uma cara feia. Após um tempo em silêncio, ele decide tirar uma foto da cena. Ele tira o seu celular do bolso, abre a câmera, deixa o telefone no mudo (para que ele não faça barulho quando a foto seja tirada), desliga o flash e tira a foto. Ele olha se ela ficou boa. Satisfeito com o resultado, ele sai da casa e fecha a porta, não deixando um vestígio de sua presença. Ele vai para a Real Brasil mostrar sua fotografia para Ana Maria.
CENA 12/REAL BRASIL/SALA DE ANA MARIA/INTERIOR/ANOITECER
Todos os funcionários da Real Brasil já foram para casa. Apenas Neidinha e Ana Maria estão presentes na empresa. Ambas estão na sala da dona da empresa discorrendo sobre a entrada de Fortunato na empresa.
Neidinha: Mas como é que a segurança não barrou ele. Eles estão cientes das chantagens dele contra a senhora.
Ana Maria (incrédula): Nem eu sei, Neidinha. Eu estou sinceramente considerando em demitir aqueles seguranças tapados e contratar novos.
Neidinha: Se eles continuarem a fazer isso, eu aconselho que siga com essa ideia.
Ana Maria: E outra coisa. Tem alguém perseguindo o meu filho e eu tenho quase certeza que é o Fortunato que está fazendo isso. Contratei uns guarda-costas pra ele.
Neidinha: Isso foi uma boa ação da senhora.
Ana Maria: Eu não sei como eu vou fazer ele parar de me chantagear. Eu estou a ponto de entrar na justiça com um processo em cima dele. Mas do jeito do que ele é, eu não duvido que ele compre advogados e implante provas falsas para ganhar em casa.
Neidinha fica um pouco suspeita.
Ana Maria (continuando com sua frase em um tom de raiva): Mas ele vai parar de me perseguir SIM, Neidinha. Nem que eu tenha que matar ele pra isso!
Neidinha engole seco com as palavras de Ana Maria.
CENA 13/EDIFÍCIO ROYAL/COBERTURA/SALA DE ESTAR/INTERIOR/ANOITECER
Eliza está sentada no sofá assistindo a televisão quando de repente ela sente uma pontada muito forte em seu peito, um sentimento muito ruim e amargo. Na hora, ela só pensa em seu marido.
Eliza: Fortunato…
Close nela desesperada.
CENA 14/COLÉGIO MARANHÃO/PÁTIO/INTERIOR/ANOITECER
Nana vem arrastando Laila até o pátio.
Laila: Para que toda essa pressa?
Nana: Você já vai descobrir.
Laila: Olha pirralha se você me trouxe até aqui para nada, eu.../
Elas chegam até a frente de Alice e Nina.
Nana: Oi, gente! Eu queria apresentar a Laila a vocês, minha irmã!
Laila se toca da presença dela e engole seco, encurralada.
CENA 15/REAL BRASIL/SALA DE ANA MARIA/INTERIOR/ANOITECER
Ana Maria pega seu telefone em cima da mesa e começa a discar alguns números no teclado. A ligação começa a chamar e ela coloca o celular no ouvido. Neidinha que passava na hora para em frente ao local e se esconde.
Ana Maria: Alô?
A tela se divide em duas partes: De um lado se mostra Ana Maria falando ao telefone e do outro lado é mostrado Ivo (Carlos Machado) que é com quem ela está falando pela linha de telefone, ele é segurança da empresa.
Ivo: Alô, madame? O que deseja? Estou às suas ordens!
Ana Maria: Eu tenho um serviço para você e é urgente.
Ivo: Pode falar! Para a senhora eu sou todo ouvidos e obedeço a tudo.
Ana Maria: O seu trabalho é o seguinte: Eu quero que você acabe com o Fortunato!
Ivo (surpreso): Como assim??? O que a senhora quer dizer quando fala em acabar?
Ana Maria: Eu quero que você tire ele do mapa! Quero que mate aquele desgraçado e mande para o QUINTO DOS INFERNOS!
Ao fundo, Neidinha se choca com o que acaba de ouvir vindo de sua patroa e começa a gravar tudo. Do outro lado da linha, Ivo fica sem reação com as ordens de Ana Maria. Close nela.
[A câmera congela em Ana Maria decidida]
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