Más Intenções - 02x07

quinta-feira, setembro 24, 2020



Capítulo 19
“Confessando os Pecados”

Criação
Megan Clarke

Roteiro
Megan Clarke e Isabela Ágata

Personagens deste capítulo:
Teresa – Manoela Aliperti
César – Chay Suede
Rodolfo – Bruno Guedes
Vânia – Adriana Esteves
Carolina – Gabz
Vicente – Igor Fernandez
Denise – Gabriella Mustafá
Bráulio - Humberto Carrão
Evódia – Cláudia Raia


CENA 1 – DELEGACIA/ CELA/ MANHÃ:
Rodolfo está sentado num canto, pensativo, quando o delegado se aproxima da cela.

DELEGADO: Bom dia, bonitão.

Rodolfo olha para ele, que está com um riso irônico no rosto.

DELEGADO: Levanta. Hora de ir pra sua casa nova.

Rodolfo em choque, ainda sem acreditar que aquilo tudo está acontecendo. Ele não esboça reação alguma quando um policial aparece no local e abre a grade da cela, muito menos quando é algemado. Nenhum sorriso, nenhuma gracinha e nenhum surto como era de praxe. Rodolfo é tirado do local e conduzido para fora sob o olhar do delegado.

CORTA P/ SALA DO DELEGADO:
Ele sentado atrás da mesa com o telefone no ouvido.

DELEGADO: Ele acabou de ir.

CENA 2 – MANSÃO BOAVENTURA/ SALA/ MANHÃ:
Teresa em pé com o telefone sem fio no ouvido.

TERESA: (sorrindo) Certo, delegado. Obrigada por avisar.

Ela desliga e coloca o telefone de volta no gancho, desviando seu olhar para Denise que está sentada no sofá com a mão na cabeça e morrendo de dor após ter tomado todas na noite anterior.

DENISE: Você não tem nenhum remédio aí não?

TERESA: Isso aqui não é uma farmácia.

DENISE: Credo. Vai ser grossa assim lá na casa do caralho.

TERESA: Ninguém mandou beber. Acha o quê? Que cachaça é água?

DENISE: Desgraçada, fodida. (sente dor) Aí. (T) Já que você não vai me ajudar então fala logo o que você quer porque tô doida pra voltar pra casa e dormir.

Teresa senta-se na poltrona, cruza as pernas e encara Denise com uma expressão intimidadora.

TERESA: Como eu previ, o Rodolfo acabou de ser transferido pra um presídio. Eu quero que você peça a um desses conhecidos seus que faça um serviço pra mim.

DENISE: Pagando bem, que mal tem? (T) Pode falar.

Teresa apenas dá um leve sorriso maléfico.


CENA 3 – MANSÃO ALBUQUERQUE/ QUARTO DO BEBÊ/ MANHÃ:
Vicente está coberto por um edredom, dormindo serenamente no colchão de ar que está no chão do quarto. Uma mão começa a fazer carinho no seu rosto, seguindo pelos seus cabelos cacheados, fazendo com que ele automaticamente acorde. Vai despertando aos poucos e sorri ao ver César agachado em sua frene com duas xícaras de café.

CÉSAR: Bom dia.

VICENTE: Bom dia... – ele se espreguiça – que horas são?

CÉSAR: Oito. – entregando uma das xícaras – Toma.

VICENTE: Obrigado. (bebe) Nossa, muito bom.

CÉSAR: (sorri) Gostou?

VICENTE: Demais. (bebe mais um pouco) Bem que a Teresa dizia que seu café era o melhor.

CÉSAR: (ri) Obrigado. Mas não fui eu que fiz esse café.

Vicente fica com cara de tacho, enquanto César gargalha.

VICENTE: (solta um riso) Eu não acredito...

César continua rindo, enquanto o outro olha pra ele incrédulo.

VICENTE: (rindo) Para de rir.

CÉSAR: (se recompondo) Você só precisava ver a cara que você fez.

VICENTE: Eu tava achando tudo tão bonitinho e agora tô fazendo papel de palhaço.

CÉSAR: (parando de rir) Tá nada, vem cá. – dá um beijo nele – Eu achei bonitinho.

VICENTE: Achou bonitinho?

CÉSAR: (ri) Achei fofinho.

Vicente sorri e discretamente passa a mão pelos cabelos de César. Logo em seguida, se achega para mais perto dele, abraçando-o.

CÉSAR: Tem algum plano pra hoje?

VICENTE: Não exatamente. Tenho que sair agora de manhã. Você vai ficar o resto do dia aqui?

CÉSAR: Não sei, o Bráulio ainda não ligou nem nada.

O bebê acorda e começa a chorar. César levanta e vai até o berço, enquanto que Vicente olha para sua mão, onde há um fio de cabelo. Ele termina de beber o resto do café, levanta e vai até a uma cômoda onde encontra a escova de cabelo do bebê. Ele, discretamente tira um fio de cabelo de lá.

VICENTE: Bom, eu acho que já vou.

CÉSAR: Mas já?

VICENTE: É, eu vou dar uma passada em casa antes. Mas eu te mando mensagem depois.

CÉSAR: Tá bem.

Eles dois dão um beijinho. Vicente despede-se do baby também.

VICENTE: Tchau. – E vai embora.

CENA 4 – CASA DE VÂNIA/ SALA/ MANHÃ:
Vânia e Carolina conversam.

VÂNIA: Então quer dizer que ela confirmou mesmo pra você?

CAROLINA: É o que eu tô te dizendo. A Denise falou com todas as letras que ela foi paga pela Teresa pra poder sabotar o carro da Manuela.

VÂNIA: Meu Deus, que desgraçada.

CAROLINA: Aí Vânia, eu quero te pedir que por favor, não entregue a Denise pra polícia. A gente acabou de se conhecer, ela pode ser o que for, mas no fundo é uma garota bem legal.

VÂNIA: Você me desculpe, meu bem, mas se ela sabotou o carro ela tem que pagar tanto quanto a Teresa.  

CAROLINA: Bom... (frustrada) Eu vou indo então.

VÂNIA: Eu te acompanho até a porta.

As duas se levantam e Carolina vai embora. Vânia fecha a porta e fica pensativa.



CENA 5 – MANSÃO ALBUQUERQUE/ SALA DE ESTAR/ MANHÃ:
César conversa com Evódia, que está passando pano e limpando um vaso.

CÉSAR: Você tem certeza que o Bráulio ainda não ligou pra cá?

EVÓDIA: Certeza absoluta.

César percebe a expressão preocupada e sabe muito bem o porquê daquilo.

CÉSAR: (pretensioso) Você parece estar tão aflita.

EVÓDIA: (disfarça) Eu?

CÉSAR: Sim. O que houve?

EVÓDIA: Não é nada.

CÉSAR: Pode falar, Evódia. Caso queira desabafar... É algum familiar seu?

Evódia olha para ele, surpresa.

EVÓDIA: (tentando disfarçar) Não. (trêmula) Claro que não. (T) É... eu acho que vou pra cozinha agora. Com licença.

Ela sai, deixando César sozinho e intrigado. A porta se abre e Bráulio entra.

BRÁULIO: Bom dia, César.

CÉSAR: Bom dia. Eu achei que você não fosse vir mais.

BRÁULIO: Desculpa, é que a investigação durou a noite inteira e eu ainda tive que sair pra resolver alguns problemas. O Cassiano onde tá?

CÉSAR: Tá lá em cima. A Carolina acabou de chegar da rua, eu deixei o Cassiano com ela.

BRÁULIO: É. Ele tá em boas mãos.

CÉSAR: Certamente. (T) Bom, eu vou indo.

Ele vai andando até a porta da frente.

BRÁULIO: Até logo, César.

Bráulio joga-se no sofá, aparentando estar exausto.


CENA 6 – CASA DE VÂNIA/ TARDE:
Vânia parada na porta do banheiro.

VÂNIA: A Carolina conseguiu o que a gente queria.

César sai do banheiro enxugando os cabelos molhados com uma toalha.

CÉSAR: A Denise então era mesmo cúmplice da Teresa?

VÂNIA: Pois é, meu filho.

César vai pro seu quarto, sendo seguido por Vânia. Ele pega uma escova e começa a pentear o cabelo.

CÉSAR: Ótimo, dona Vânia, você já tem o que você queria. E aí?

VÂNIA: E aí é que eu vou entregar a Teresa pra polícia né, César? Vou aproveitar pra dar o troco nessa pentelha, que teve a audácia de me processar porque dei um corretivo nela.

CÉSAR: (ri) Quero só ver como você vai fazer pra colocar a Teresa na cadeia, acusada de tentativa de homicídio sendo que nem provas você tem.

VÂNIA: Não tem provas ainda, mas e quando a polícia começar a investigar?

CÉSAR: A senhora acredita mesmo que a polícia dessa cidadezinha de merda vai resolver isso? Por favor, né mãe? Tenha a santa paciência. A polícia de Pedra das Flores só inicia uma investigação quando é o rico que tá no comando. (T) Não vai falar nada pra polícia. Você não tem provas. Não pode comprovar que a Teresa mandou sabotar aquele carro. Se pedir pra Denise confessar, ela vai mentir. E a Teresa tem o delegado nas mãos.

VÂNIA: Tá, tá, você tá certo. (T) Mas eu não sei até quando eu vou suportar isso.

Alguém bate na porta. César vai abrir e dá de cara com um homem engravatado e portando um envelope nas mãos.

CÉSAR: Quem é o senhor?

HOMEM: Sou o advogado da família, vim te trazer esses documentos.

César pega o envelope e abre. Começa a ler. Vânia atrás, atenta.

HOMEM: A justiça baniu o senhor Rodolfo da herança do senhor Genésio Boaventura. E como consta no testamento, o senhor é o sucessor dele.

César termina a leitura e olha pra ele, contente.

CÉSAR: Eu preciso assinar alguma coisa?

O advogado tira uma caneta do bolso do paletó e entrega para César.

HOMEM: (apontando p/ documento) Assine aqui.

César assina.

HOMEM: E agora, a cópia.

César entrega o documento para ele.

HOMEM: (cumprimenta César com um aperto de mão) Meus parabéns.

CÉSAR: (sorri) Obrigado. Até logo.

Ele fecha a porta e encara Vânia.

CÉSAR: Finalmente, mãe. Agora sim. Eu tenho tudo o que é meu.

Eles dois se abraçam, felizes.

CENA 7 – PEDRA DAS FLORES/ PLANOS GERAIS:

Transição do tempo na cidade, mostrando os diversos pontos turísticos em vários horários do dia. Legenda: Alguns dias depois.


CENA 8 – PRESÍDIO/ PÁTIO/ MANHÃ:
Rodolfo está trajando a farda do presídio, tomando banho de sol, solitário, distante de vários outros detentos. Uns jogam futebol numa área, outros sentados fumando. Um grupo conversa entre si, quando um segurança se aproxima deles, falando algo e entregando algumas notas de cem de forma discreta. Rodolfo está distraído, olhando o céu azul. O grupo vai se aproximando dele. Rodolfo para de olhar pro céu e estranha ao percebe os detentos chegando perto dele.

RODOLFO: Se vieram aqui pedir cigarro, pode esquecer.

Ele vai se afastar, mas o homem mais forte do grupo o segura.

HOMEM: Peraí.

RODOLFO: (tenta se desvencilhar) Me solta porra.

HOMEM: Fica quietinho.

Ele prensa Rodolfo num canto e com uma faca na mão, o homem começa a dar golpes na barriga dele, um atrás do outro. Rodolfo olha pra ele, com os olhos arregalados e cuspindo sangue. Em seguida é jogado no chão, se esvaindo em sangue enquanto outros detentos aproximam-se dele, fazendo o maior barulho.



CENA 9 – CASA DE VÂNIA/ SALA/ NOITE:
Já de noite, César e Vânia estão jantando, quando o telefone começa a tocar. César se levanta para atender.

CÉSAR: Alô. (T) Sim, somos parentes dele sim. (T) Sim, César. Irmão dele... (feição séria) O quê?

César olha para Vânia, que já se levanta preocupada, indo até ele.

CÉSAR: Claro. (T) A gente tá indo pra aí.

César põe o telefone no gancho.

VÂNIA: O que foi? É alguma coisa com o Rodolfo?

CÉSAR: (ainda em choque) Rodolfo foi esfaqueado na cadeia.

Vânia fica chocada. César fica quase sem palavras para falar.

CÉSAR: Parece que ele... que ele quer falar com a gente.



CENA 10 – HOSPITAL PENITENCIÁRIO/ ENFERMARIA/ NOITE:
César e Vânia vão sendo conduzidos por uma segurança pelo local. Até que chegam na ala onde está Rodolfo, deitado e bastante fraco, sendo acompanhado por um médico.

VÂNIA: (abalada) Meu filho...

RODOLFO: Mãe...

Ela pega na mão dele.

MÉDICO: Fizemos o possível para estancar a hemorragia.

VÂNIA: (p/ ele) A gente não pode transferir ele pra um hospital com mais recurso?

RODOLFO: (fraco) Não, mãe. Não tem mais nada que você possa fazer. Ninguém pode fazer nada.

MÉDICO: A facada afetou vários órgãos. É um milagre que ele ainda esteja com vida.

RODOLFO: (desesperado) Eu preciso falar...

VÂNIA: Não fala nada, filho, não diz...

RODOLFO: (desesperado) Eu preciso... César...

CÉSAR: (se aproxima) Eu tô aqui.

Rodolfo segura na mão dele bem forte.

RODOLFO: (chora, desesperado) Perdão... (tosse) Por tudo. Eu... – geme de dor – Você precisa saber...

César começa a chorar de desespero ao vê-lo naquela situação.

RODOLFO: Seu filho, César... (T) Seu filho...

CÉSAR: (nervoso) O que tem? O que tem meu filho?

RODOLFO: Seu filho não morreu...

César olha assustado para Vânia, que retribui o olhar.

VÂNIA: Do que você tá falando, meu filho?

RODOLFO: Os bebês... (T) Trocados... (T) Eu mandei trocar... (T) Eu paguei ao Felipe. (T) Seu filho César... vivo.

CÉSAR: (desesperado) Onde tá meu filho?

RODOLFO: Cassiano... (T) Cassiano é seu filho.

César começa a chorar, completamente desacreditado.

(Continua...)

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