A CAIXA DE PANDORA- CAPÍTULO 10
segunda-feira, setembro 07, 2020
CAP
10- Uma síndrome, um desgosto
Acerca da
notícia no que tange às ruínas das cidades das fadas e dos vampiros estudadas
pelos historiadores da UFRJ...
CENA 01:
Appealing Bodies/ Caixa/ INT/ Tarde
Malthus:
Paty Bate, pode chamar minha mãe pra vir aqui?! Por gentileza...
Paty Bate:
Certo...
Eleonora
(entrando no caixa): E então filho?
Malthus:
Mãe, olha essa matéria que divulgaram, é sobre as ruínas daqueles reinos...
Acabei de me lembrar que eu, você e aquele carinha lá fugíamos do holocausto
desses reinos... Mas uma coisa que eu tô até hoje procurando entender, é por que naquele dia eu estava completamente
pelado e ensanguentado?! E por que estávamos fugindo? A senhora tem algo a me
explicar?
Eleonora
fica surpresa com a notícia e o questionamento do filho.
Eleonora:
Precisamos ir a um lugar mais reservado, pois aqui podem nos ouvir, venha
comigo.
CENA 02:
Appealing Bodies/ Almoxarifado de bebidas e roupas/ INT/ Tarde
Ela o
leva ao setor do estoque de bebidas para conversar e dizer-lhe toda a verdade.
Eleonora: Belzebu
disse que você era um ser imortal como todo fadampiro é, você lembra?
Malthus:
Sim.
Eleonora: Pois
bem, você nasceu já nasceu siando adulto de dentro de mim devido a um feitiço
que três suínas nojentas jogaram em mim! O feitiço era justamente com o
objetivo de acelerar sua gestação, só que acelerou tanto que você acabou
nascendo adulto...
Malthus
faz uma expressão de choque.
Eleonora: E
tudo isso sabe por que? Pra mostrar que as goFADAS eram incrédulas, tudo por um
único erro! (chorando) O mais triste disso tudo é que todas as fadas, exceto
eu, a ninfa guardiã dos reinos e todos os vampiros morreram, tudo porque eu me apaixonei por um vampiro
lindo, dotado e caliente, vulgo o seu pai...
Malthus
(abraça): Calma mãe, você ainda pode ser feliz... E quem eram as goFADAS?
Eleonora
o leva até os armários do almoxarifado e mostra os discos das goFADAS.
Malthus:
Então essas são Séfora e Isis que a senhora tanto fala?
Eleonora (se
emociona e chora): Sim... Minhas eternas irmãs do coração... As goFADAS foi
divisor de águas nas nossas vidas.
Malthus
(percebendo que Eleonora guarda a caixinha brilhosa junto com os CD’s na
gaveta): Me lembrei dessa caixinha, você estava com ela assim que sai da loja
de roupas... O que guarda tanto nela? Dinheiro? Fotos?
Nesse
exato momento, Bárbara Cristina grita pelo nome de Eleonora, avisando que está
na “hora da bolsinha” e a mesma a ouve.
Eleonora
(desesperada): Fique longe dessa caixa brilhosa! Filho, tem coisas que são
inexplicáveis... Agora tenho que ir, é hora da bolsinha, senão já viu qual é a
punição né... E eu não quero injeção de histamina no meu rego...
Malthus
(rindo): É verdade, me lembrei da Rosa Escarlate que literalmente ganhou uma
rosa após essa punição...
Eleonora
(rindo): Filho... A gente ri mas nem imagina a dor infernal que deve ser...
Agora fui...
Malthus
aproveita e também dá uma saidinha.
CENA 03:
Leblon/ Apartamento/ Sala/ INT/ Tarde
Gurrique
volta para casa totalmente triste e Bárbara Cristina repara.
Bárbara
Cristina: Que foi filho? Não gostou do primeiro dia?
Gurrique
(tristonho): Não...
Bárbara
Cristina (reparando no aspecto físico): Você botou silicone nos peitos e na
bunda escondido de mim e do seu pai? Entendi, filhote... Você saiu do armário e
sofreu bullying, foi isso?
Gurrique
(chorando): Não, mãe, eu gosto de mulheres! É que eu não sei o que está havendo
comigo, desde que fiz 13/14 anos isso vem acontecendo...
Bárbara
Cristina: Ah Gurrique, então só se você tiver nascido hermafrodita, se bem que
não existem humanos hermafroditas... então nem sei... Por que você não assume
que saiu do armário? Pode assumir pra mamãe.
Gurrique:
Como você quer ajudar desacreditando no que eu falo?! Na moral, eu to indo pra
cozinha, talvez a dona Raimunda me ajude melhor do que você, pra variar...
Ele se
dirige à cozinha.
CENA 04:
Leblon/ Apartamento/ Cozinha/ INT/ Tarde
Dona
Raimunda: Gu, então por que você não procura um médico? Talvez ele possa te
dizer que está acontecendo, já que essas mudanças estão te afligindo tanto.
Gurrique:
Boa ideia! Queria que a minha mãe me compreendesse como você me compreende...
Ele
abraça novamente dona Raimunda
Dona
Raimunda: Ela compreende, do jeito dela mas compreende... Tente também compreendê-la.
CENA 05:
Ponto de ônibus/ EXT/ Tarde
Malthus
vai à casa de Marly para pôr em prática seu plano de vingança.
Nesse
momento sobe instrumental de “Real Slim Shady”
CENA 06:
Floresta/ Cabana/ INT/ Tarde
Marly: Que
bom que chegou para nos contar o seu plano, eu trouxe dois caras que podem nos
ajudar no nosso plano... Malthus, esses são Uchôa e Lincoln.
Malthus: E
como eles podem nos ajudar?
Marly: Esses
dois camaradas são meus clientes aqui desde que você me ajudou no meu
estabelecimento de bebidas... E eles sabem de uma coisa que eu me lembrei de
você, daí acabei contando que você é um fadampiro...
Malthus:
VOCÊ FEZ O QUE?!
Lincoln:
Calma, Malthus, ela só contou pra gente. Ela lembrou de você porque eu disse que
conheci um vampiro chamado Anderson na mesma noite que eu terminei um namoro,
mas faz tempo já... Tá vendo Uchôa, como fadas e vampiros existem?!
Uchôa: Tô
sim, BROW. CARALHO DESESTABILIZEI AGORA!
Lincoln: E
Malthus, Marly já nos contou o que aconteceu e quem é o alvo... Agora quem
desestabilizou fui eu, descobrindo que você trabalhou pra dona Bárbara e que
ela e o marido fizeram uma monstruosidade com a Marly.
Malthus:
Peraí, você disse que conheceu um vampiro chamado Anderson?!
Lincoln:
Sim, você o conhece? Tem notícia dele? Faz tempo que não o vejo.
Malthus:
Como esse mundo é pequeno... Anderson é meu pai, provavelmente não o verá nunca
mais, a menos que você...
Lincoln
(corta): Que? Ele morreu? Quando foi isso?
Malthus:
Minha mãe disse que ele morreu num holocausto que teve no reino das fadas e
vampiros por eles viverem um romance proibido de fada com vampiro. Daí ambos os
reinos foram condenados ao massacre. Por isso, atualmente, só eu e mamãe somos
os únicos seres míticos existentes.
Uchôa
(raciocinando): Faz sentido aquelas ruínas serem estudo de historiadores da
UFRJ, então existiram de verdade... Fui um leigo em não acreditar.
Malthus: Não
se culpe, é comum seres humanos não acreditarem na nossa existência.
Lincoln: E
como eram os nomes dos reinos?
Malthus:
Fairywood e Vampbell Hills. Mas agora vamos direto ao plano, é o seguinte...
Nos vingaremos desse casal da seguinte forma...
Após horas
contando o plano...
Marly: Nossa
gostei, aquelas sucatas de mictório público vão se ver comigo! Farei com gosto!
Lincoln:
Mais uma coisa, eu quero incluir o Dante no alvo dessa vingança! Eu conto ou
você conta, Marly?
Marly: Você
que foi a vítima, vá em frente...
Lincoln:
Dante é o atual herdeiro da Daff Duff, graças a ele eu quase fui preso por um
crime que não cometi, perdi um emprego importantíssimo lá naquela empresa...
Até hoje a polícia me tem como suspeito de matar uma mulher carbonizada chamada
Adalgiza! Por culpa dele minha vida de desandou, até hoje sou um foragido e
virei morador de rua...
Malthus:
Nossa mas o que levou ele a fazer isso?
Lincoln:
Racismo e também porque eu descobri que ele desviava dinheiro da empresa do
pai, tanto que quando o doutor descobriu se suicidou com tanto desgosto do
filho.
Malthus: E
lá você trabalhava como o que?
Lincoln:
Contador.
Malthus:
Você disse C-O-N-T-A-D-O-R?! Tenta avaliar quanto esse plano nos renderia de
grana...
Lincoln:
Olha, tratando-se de um assassinato como o da Adalgiza e de um patrimônio da
humanidade preservado pela UNESCO, que até hoje procuram o assassino... Acho
que oferecerão uma recompensa boa, sim, mas quanto ao patrimônio é um valor
incalculável.
Malthus: Vai
dá tudo certo! Eu consigo ver aura das pessoas, quando eu tiver dominando meus
poderes, conseguirei até ver as pessoas certas para executar essas partes
complicadas, não se preocupem! Vocês confiam?! Estamos nessa?
Todos
eles dão as mãos e concordam entre si. Prometendo fazer o que Malthus disse.
CORTA
PARA:
CENA 07:
Leblon/ Sala/ INT/ Tarde
Bárbara Cristina:
Vamos filho, eu conheço um ótimo urologista pra você ir. Vai, você não queria
ajuda, então?
Gurrique: Tá
bom, mãe.
CENA 08:
Clínica/ Consultório médico/ INT/ Tarde
Bárbara
Cristina: E então o que esse rapaz tem, doutor?
Doutor: Seu
filho nasceu com a síndrome de Klinefelter, isso explica porque há um aumento
nas mamas, dilatação do quadril e encolhimento peniano. É muita rara e só se
manifesta durante a puberdade.
Gurrique:
Aquela síndrome que se aprende no ensino médio na qual um homem manifesta
CARACTERÍSTICAS FEMININAS?!
Doutor: Sim,
e não para por aí, além de você portar a síndrome, também é estéril.
Gurrique
e Bárbara Cristina se espantam.
Doutor: Mas
se você quiser, podemos fazer um tratamento hormonal, eu tenho um ótimo amigo e
colega que é endocrinologista.
Bárbara
Cristina (irônica): Vou pensar com calma sobre isso, doutor.
Chegando
em casa...
CENA 09: Leblon/
Quarto/ Sala/ INT/ Noite
Bárbara
Cristina: Antonino nem pra meter e fazer um filho direito você presta! ERROU NA
HORA DE FAZER O MENINO E AGORA ELE NASCEU COM APARÊNCIA MASCULINA, PORÉM COM
SEIOS E QUADRIL LARGO??? Meu Deus do céu, o que eu pus no mundo?! COM QUEM EU
ME ENVOLVI, QUE MUNDO É ESSE?
Antonino: Bárbara,
que droga tu andou tomando?
Bárbara
Cristina: Não tomei droga nenhuma, o Augusto Henrique nasceu com uma síndrome
que faz ele ter características femininas... E parece que o pai dele andou
passando isso geneticamente né?! Espera aí (vendo a cueca no chão) quem é essa
cueca aí no chão?
Antonino: É
minha ué...
Bárbara
Cristina (cheirando a cueca): FALA LOGO DE QUEM É A PORRA DESSA CUECA, PORQUE
NÃO É SUA E EU CONHEÇO O CHEIRO IMPREGNADO NELA, A FINAL ANOS SENDO FUDIDA...
BORA, DIZ LOGO!
Antonino
(pensando desesperadamente numa resposta):
É minha sim, Bárbara, eu posso explicar... O cheiro está diferente,
porque... porque...
Bárbara
Cristina: POR QUÊ?! FALA LOGO!
Antonino:
Esses dias fui diagnosticado com gonorreia...
Bárbara
Cristina: O QUÊ?! (dá vários tapas) TU ANDOU SE ATRACANDO COM PUTA DE ESQUINA,
É SEU IMBECIL?!
Antonino:
Por que tá se xingando? Se a única mulher que eu tenho é você...
Bárbara
Cristina: Engraçadinho... Vou tomar um banho pra relaxar, porque ser mãe é a
maior tortura que pode existir! (aos
prantos) Não acredito que botei uma aberração no mundo...
Antonino:
Espera deixa eu tomar com você, pra te acalmar...
Bárbara
Cristina: SAI PRA LÁ... Gonorreia é contagioso e eu quero ficar com a vagina
intacta e funcionando até na velhice.
CENA 10:
Leblon/ Apartamento/ Quarto de Gurrique/ INT/ Noite
Toca “Mr.
Lonely”
Gurrique
ouve toda a discussão do seu quarto e as barbaridades que sua mãe disse a seu
respeito. Ele chora e toma uma decisão de sair de casa, após ouvir tudo que foi
dito.
CENA 11:
Leblon/ Apartamento/ Quarto/ INT/ Noite
Bárbara Cristina
sai de toalha do banho e vê Antonino se arrumando.
Bárbara
Cristina: A onde você vai a essa hora da noite?
Antonino:
Vou ao hospital ué, você não quer um maridão com a rola necrosada por gonorreia
né? Então...
Bárbara
Cristina: Tá bom, pois vá... Beijo e desculpa pelas coisas que eu te disse
hoje.
Antonino
(saindo): De boa, vadia, volto logo. Beijão.
Bárbara
Cristina: Aiai, eu não fui feita pra parir um humano mutante não...
CENA 12: Ipanema/
Apartamento/ Cobertura/ EXT/ Noite
Antonino:
Você sabe que eu sou muito mais do que um mero CAPANGA seu né...
Homem não
identificado (de costas, olhando pra praia de vista aérea na sacada da
cobertura): Sei, CAPANGA... Veio aqui pra mais uma noite só nossa?
Antonino:
Não, DANTE! Eu vim aqui pedir pra gente dar um tempo... Ou você para de ir lá
em casa em busca de sexo e de deixar suas cuecas lá, ou eu digo à polícia que
foi a gente que carbonizou a Adalgiza!
Dante se
vira e se surpreende com a resposta.
GANCHO
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