CAP 7- MORRER OU NÃO MORRER EIS A QUESTÃO

CENA 01: À beira do rio/ Divisa entre Fairywood e Vampbell Hills/ EXT/ Dia

E assim, após matar Héllade e algumas fadas e vampiros, Zeus jogando seus poderosíssimos raios, vai matando o resto das fadas e vampiros o até não sobrar nenhum. Eleonora, impossibilitada de correr devido ao parto instantâneo, acaba se escondendo numa moita próxima, que por coincidência acha Malthus nela.

 

CENA 02: À beira do rio/ Divisa entre Fairywood e Vampbell Hills/ Uma moita qualquer/ INT/ Dia

Eleonora (impedindo Malthus de fugir): Filho, não fuja... Fique aqui, pode ser perigoso pra você.

 

Belzebu: Só relembrando que na física há forças que se anulam e, como pode ver agora, no mundo há forças que se rotulam...

Eleonora: Então era um demônio que habitava os meus sonhos falando esse enigma... (choramingando) O que você quer?

Belzebu: Calma... não precisa ter medo! Como pode ver estão todos morrendo, não demorará muito para que você seja a próxima... Então, eu quero firmar um pacto contigo! Para isso, basta furar o dedo nessa agulha de injeção...

Eleonora (tapando o nariz): Que nojo... essa agulha tem cheiro de cu suado.

Belzebu: É porque no submundo eu sou veterinário e uso essa agulha de injeção em cavalos mandados pra lá e nem preciso falar que, assim como os cavalos vivos, eles têm o cu suado.

Eleonora fica indecisa.

Eleonora (vomitando): Meu Deus! (indecisa) Eu não tenho escolha né... (furando o dedo, tapando o nariz, fechando os olhos e dando as mãos a Belzebu) À minha sobrevivência! Peraí... e o meu filho?

Belzebu: Ah o marmanjo fadampiro peladão aí do seu lado é seu filho?! Não se preocupe, fadampiros são seres imortais, achei que soubesse pelo enigma que eu te dizia quando engravidou...

Fadampiro: Que frio aqui, eu tô há horas sem roupa desde que essa matança começou... E peraí eu sou filho dela?! Eu já nasci adulto?

Eleonora: Sim você é meu filho, é minha longa história... Não deu nem tempo de te batizar, nem de te ver crescer junto com essas intimidades aí que você mostra desnudo, mas tudo bem... eu te batizo de Malthus!

Belzebu: Será que a mamãezinha aí não pode comprar roupas pro filhinho dela e limpar todo esse sangue dele, nos poupando de ver essas nádegas e vergonhas ensanguentadas?!

Eleonora: Primeiro vamos fugir logo, antes que ele nos ache...

Eles fogem do local e Belzebu os leva voando até o Rio de Janeiro.

Zeus (verificando tudo): É... e meu trabalho por aqui terminou! Esperando a próxima ninfa descumprir a próxima ordem, nunca aprendem que luz e sombras não se misturam...

Hera (no céu): Amor, a Zoroastra veio se candidatar à vaga de ninfa, terminou aí embaixo?

Zeus: Calma, já estou subindo!

 

 

 

CORTA PARA

CENA 03: Leblon/ Apartamento/ Cozinha/ INT/ Dia

Repórter (na TV): Ontem à tarde foi investigado o assassinato de Adalgiza Pinheiro dos Anjos. No entanto, o assassino se encontra foragido, a polícia ainda investiga para onde ele fugiu. Se você tiver alguma informação sobre Lincoln Aguiar e Neves, você pode enviar uma mensagem à nossa equipe pelo site da emissora ou pelo nosso whatsapp. Tudo consta que Lincoln teria matado Adalgiza carbonizada e, depois disso, ele também teria ocultado suas cinzas em um pote. O laudo do IML confirmou que o corpo era de Adalgiza e que as digitais de Lincoln estavam no pote.

Raimunda (desliga a tv, chorando): Meu coração de mãe diz que meu Lincoln jamais faria isso... Oh minha santinha proteja o meu filho a onde ele estiver...

Bárbara Cristina: Dona Raimunda, o que houve?

Raimunda (chorando): Oh dona Bárbara, meu filho Lincoln acabou de ser preso e assim que assumiu o emprego...

Bárbara Cristina: E você deve estar querendo ir vê-lo né? Tudo bem, eu te libero...

Raimunda (chorando): Dona Bárbara, ele fugiu...

Bárbara Cristina: Nossa, eu sinto muito pela senhora e pelo seu Cândido... Olha se você precisar, tá liberada hoje dona Raimunda.

Raimunda (enxugando as lágrimas): Eu lhe agradeço dona Bárbara, vou me arrumar logo até... (dirige-se ao banheiro e vai tomar banho e se trocar).

Antonino: Por que liberou ela, amor?

Bárbara Cristina: O filho dela contratado pela empresa do pai do Dante, sabe?

Antonino: Sim...

Bárbara Cristina: Parece que ele foi preso por ter assassinado uma pessoa e tá foragido... Enfim... Eu liberei porque ela tá arrasada com a notícia, tadinha... E você anda muito saidinho pro meu gosto, só vive indo com o Dante pra lá, Dante pra cá... (rindo) Eu tenho até ciúme sabia?

Antonino (rindo): Ah amor... São negócios, é dele que eu tiro nosso sustento assim como você tira nosso sustento trabalhando, ué...

Bárbara Cristina: Eu sei bobo, vamo pro quarto...

 

VOLTA PARA

CENA 04: Loja de Roupas/ Dia/ EXT

Enquanto Malthus escolhia roupas e provava lá dentro, Eleonora e Belzebu o esperavam do lado de fora.

Belzebu: Aproveitando que o seu filhinho está lá escolhendo as roupinhas novas dele... (entrega uma caixinha dourada e brilhosa) Tome essa caixinha, ela que garantirá a sua imortalidade para que possa conviver anos e anos com seu filho...

Eleonora: Que caixinha linda, adorei o presente! O que tem dentro?

Belzebu: A parte que você mais amava no Anderson...

Eleonora (se emociona e pensa nele): Anderson... (abre a caixinha e vê o que tem dentro) Como você sabia que essa era a minha parte preferida dele?

Belzebu: Talvez porque essa parte seja sua fonte de orgasmo e tesão?! Enfim... MASSS temos um pequeno PORÉM...

Eleonora: Ih tava demorando...

Belzebu: Se você revelar o que tem nessa caixinha ou se alguém descobrir que nela está a cabeça inferior do seu falecido namorado, você morrerá no mesmo instante! Ou seja...

Eleonora: Nem o meu filho pode saber... Tava demorando pro demônio sair de mocinho para vilão da história...

Belzebu: Veremos quem se sairá como vilão da história...

Eleonora: Isso é alguma chantagem ou ameaça?

Belzebu: Não, lesada, é apenas uma previsão. Agora o submundo me chama, já fui um demônio bondoso só em te explicar como se manter viva, se fosse Mamon ou o Lúcifer, você nem saberia e morreria na primeira oportunidade de tão acéfala que é... (cuspindo na cara de Eleonora).

Eleonora: Já vai tarde seu resto de carniça de anjo!

Malthus (saindo da loja): Mãe, pra onde foi aquele demônio que nos ajudou?

Eleonora: Pro lugar de onde nunca devia ter saído, meu filho... Agora vamos!

Malthus: E essa caixinha dourada e brilhosa? Foi ele que te deu?

Eleonora: Isso? Ah não, não é nada filho, foi uma herança que o seu falecido pai me deixou... Agora vamos arrumar um local para viver... venha...

Os dois saem e vão em direção a um bordel próximo às redondezas.

CENA 05: Appealing Bodies/ Caixa/ Dia/ INT

Eleonora e seu filho entram no local à procura de emprego, mas fazendo de tudo para que percebam que são humanos.

Paty Bate: Só digam que vieram à procura de emprego, por favor!

Eleonora: Sim viemos... Eu sou Eleonora e ele é Malthus meu filho.

Paty Bate: Seu filho? Nossa, olhando vocês eu podia jurar que ambos eram irmãos ou primos...

Eleonora: Pois é, é uma longa história...

Paty Bate: Ok Eleonora, vou te levar à minha chefe pra ver o que ela acha de te contratar, meu nome é Patrícia, mas me chame de Paty Bate, meu eterno nome de guerra. Você também terá o seu, caso ela te contrate.

Eleonora: E o Malthus?

Paty Bate: Será o gerente do caixa, estávamos precisando de um, se ele quiser...

Malthus: Tudo bem, eu aceito, com tanto que deem abrigo a mim e à minha mãe...

 

CENA 06: Appealing Bodies/ Escritório/ Dia/ INT

Paty Bate: Chefe Barbatina, eu consegui! Ela não é perfeita?! Vem Eleonora...

Bárbara Cristina (olhando): Nossa, quanto brilho, quanto glamour... Diga-me o seu nome, querida...

Eleonora (sem jeito): Eleonora...

Bárbara Cristina: Tão brilhosa, parece até uma fada, já ia jurando que você veio carregada de pó mágico, (rindo) que coisa, não....

Eleonora (aflita): É, pois é... fadas queria que elas existissem, às vezes me sinto uma!

Bárbara Cristina: Ei, isso me dá uma ideia! Como meu produto, você se chamará Fada Gofada!

Eleonora (se emociona e relembra dos grandes momentos das goFADAS): Gofada...

Bárbara Cristina: Darling, cê tá chorando?

Eleonora: Não, não foi nada... Tudo bem, a Fada Gofada aqui dará o melhor de si!

Bárbara Cristina: Nossa, nem me apresentei, sou Bárbara Cristina, mas me chame de Chefe Barbatina.

Eleonora: Chefe Barbatina?!

Bárbara Cristina: Então já me conhecia, é... Pelo visto, eu tô ficando uma cafetina famosa... Oh não, tenho uma consulta com o meu obstetra.

Eleonora: Obstetra? Vai ser mamãe? E pra variar...

Bárbara Cristina (interrompe): Não, não, não, o pai essa criança tem sim, quem disse que o meu marido sabe que eu sou a Chefe Barbatina?!

Eleonora: Sinistro! Gostei de você!

Tudo fica resolvido entre elas, Eleonora explica sua situação e a de seu filho à Bárbara Cristina, ela os oferece abrigo e eles aceitam na mesma hora.

Bárbara Cristina: Bom, então combinado! Agora me deem licença, eu tenho que ir, tchau Fada Gofada, Paty Bate e Malthus. Estarei aqui no horário de sempre, fui! (sai de cena)

Eleonora: Qual o horário de sempre?

Paty Bate: Ela sempre vem depois da meia noite, a final é como ela te disse, o marido dela não sabe que ela nos chefia...

Eleonora: Hum entendi...

Malthus: Ótimo lugar que a senhora escolheu, mamãe... Aqui tem tudo até academia...

Paty Bate: Malthus ela é exclusivamente para você, justamente para termos um segurança e caixa fortões! Ah e falando nisso, Vitão... VITÃO!

Vitão (entra em cena): Diz aí Paty!

Paty Bate: Esse é o Malthus, seu mais novo colega de trabalho. Malthus, Vitão. Vitão, Malthus.

Vitão: Aí mano pode contar com o que precisar, valeu?!

Malthus: De boa.

Paty Bate: Vem Eleonora, digo Fada Gofada...  (pega pela mão e a leva) Vou te apresentar às outras garotas, elas ficam no andar de cima, dentro do camarim se embelezando o dia todo pros bofe...

 

CENA 07: Loja de Roupas/ EXT/ Dia

Bárbara Cristina (avista o carro de Antonino): Droga... Tudo bem, aja naturalmente Bárbara...

 (entrando no carro) Oi amor, não encontrei o modelo de roupas para grávidas, triste né?

Antonino (com a pulga atrás da orelha): Mas querida essa loja não vende roupas para grávidas...

Bárbara Cristina: Ah amor, quem disse que eu fui nessa loja? Fui em outra aqui perto, em seguida fui na confeitaria, gravidez é terrível nunca senti tanta vontade de comer cheesecake e torta de morango... Vamo, o doutor tá esperando a gente pra ultrassom, pisa fundo mô!

Antonino (olhando para a vestimenta de Bárbara): Mas uma coisa, eu nunca te vi usando essas roupas... (rindo) Por a caso, anda comprando essas roupas e casacos de pele pra ficar bonita pra mim e fazer surpresa? Cuidado que eu sou ciumento!

Bárbara Cristina: Amor... (beijando-o)

 

CENA 08: Centro médico de obstetrícia/ INT/ Tarde

Médico (analisando os exames de ultrassom): Meus parabéns ao casal! Tudo ocorre bem com o bebê como consta nos exames.

Antonino: É menino ou menina, doutor?

Médico: Ah sim, já ia me esquecendo... É um menino!

 

CENA 09: Iate/ INT/ Tarde

Eles comemoram e vão velejar com tudo preparado dentro.

 

 

CENA 10: Hospital/ Ala de Aleitamento Materno/ INT/ Madrugada

Passaram-se exatamente 9 meses e o bebê acabou de nascer.

Enfermeira (trazendo o bebê da incubadora): Seu filho, senhores! Meus parabéns... O doutor ainda vai falar com vocês, esperem que eu vou chamá-lo.

Médico (entrando): Muito bem vejo que o filhinho de vocês nasceu bem saudável, que bom que seguiu minhas recomendações, Bárbara, podem ir, estão liberados!

Bárbara Cristina: Que bom, doutor! Ainda bem que acertei na escolha do meu ginecologista e também obstetra.

Minutos depois após dar de mamar, eles saem e vão direto para casa.

 

CENA 11: Hospital/ Corredor/ INT/ Madrugada

Enquanto Bárbara Cristina e Antonino pegam o elevador para ir para casa, de maca, passa Marly sendo levada para outra sala. Marly ao ver seus ex-patrões, lembra-se do que ambos lhe fizeram.

FLASHBACK (I)

CAP 4

CENA 07: Rio de Janeiro/ Leblon/ Apartamento/ Dia/ INT

Antonino: Então hoje é o último dia da empregadinha?

Marly: Dá licença que eu tenho que varrer a casa...

Antonino (dopando-a): Nan nan nin nan não, hoje que vai varrer sou eu com esse esfregão aqui (tirando a própria roupa e a dela enquanto dopada).

As horas se passam e começa a anoitecer...

Marly: Nossa que dor, parece que...

Antonino: Enfiaram um cabo de vassoura em você?! HAHAHA, apenas varri a casa, o melhor o ralo, por você...

Marly (começa os prantos): Não pode ser... Você, você... E ainda me deixou pelada...

Antonino: Sou um monstro?!

Marly (aos prantos): UM DEMONIO VINDO DA CASA DO CARALHO QUE ABUSA DE MULHERES E NINFOMANÍACO! Eu não consigo andar, minhas nádegas doem, eu preciso me vestir...

Antonino (retirando toda a roupa novamente): Você ainda não viu nada...

Marly (chora e suplica): Vai me estuprar de novo? Tenha dó...

Antonino (mostrando a ela o frasco de “boa noite Cinderela”): Olha que frasco lindo que eu tenho aqui... Tá vendo esse líquido aqui que eu te dei? É a minha vez de tomar e você assistir tudo!

 

FLASHBACK (II)

CAP 5

CENA 02: Rio de Janeiro/ Leblon/ Apartamento/ Noite/ INT

Dirigindo-se ao seu quarto...

Bárbara Cristina (vê Marly nua na sua cama chorando e seu marido, também pelado, caído no chão e dopado): Que visão poluída é essa que eu tô tendo ao entrar no meu quarto? Só podem ter colocado LSD na minha comida... OU EU TÔ SINESTÉSICA OU QUE PORRA É ESSA QUE EU TÔ VENDO AGORA

Marly (aos prantos e suplicando): Não é nada do que você tá pensando! Eu fui estuprada, eu nem tô conseguindo andar porque morro de dores naquele local...

Bárbara Cristina: CHEGA! CHEGA! Essa história foi a gota d’água! Além de ir pra cama com o meu marido e dopá-lo como posso ver, ainda me vem com atuação chifrin de moça estuprada??? Pois eu vou te ensinar a não ciscar no terreno alheio!

Marly (aos prantos): NÃO FAÇA ISSO, EU TE SUPLICO! POR FAVOR, EU FUI ESTUPRADA, OLHA MEU ESTADO... Seu marido tá aí no chão porque se dopou, não foi eu!

Bárbara Cristina: CALA A PORRA DESSA BOCA E ME ESCUTA AGORA, SUA VADIA! (pega e mostra a ela o pote de soda cáustica) Porque agora chegou a vez de você perder a beleza desse seu lindo rostinho, assim, você nunca mais vai pra cama com marido nenhum ou muito menos ser “alvo de estupro” como adora falar aí! E detalhe, se você fosse mesmo estuprada, deveria fazer plástica, porque um rostinho são vários estupros. Mas nesse caso, foram vários estupros e agora uma pulverização!

 

FIM DOS FLASHBACKS

Marly (olhando para Antonino e Bárbara Cristina): FORAM ELES! Mas principalmente por culpa dessa aí que eu tô nesse estado, DESGRAÇADA, ORDINÁRIA, CANALHA, CÍNICA, A TUA HORA VAI CHEGAR, A TUA HORA VAI CHEGAR!!!!!

Bárbara Cristina e Antonino se surpreendem ao verem sua ex-doméstica numa maca.

 

GANCHO