O Guarda-Chuva Rosa- Capítulo 01 (ESTRÉIA)
segunda-feira, abril 01, 2019
O
Guarda-Chuva Rosa
Capítulo
1
Cena 1/Top Model/Sala de Johanna/Interior/Dia
É manhã na agência de
modelos Top Model, e Johanna Cabello, a proprietária, já começa a gritar para
sua secretária, Brigitte:
Johanna: (Grita:)
Brigitte! Sua protozoária mal formada, onde você está?!
Brigitte: (Entra suada e nervosa:) Sim, senhora senhorita dona Johanna, às ordens!
Johanna: Posso
saber onde patavinas a senhorita estava?! Tô te chamando há horas.
Brigitte: Mil desculpas, dona Johanna. É que o cego Durval veio pedir esmolas de
novo...eu fiquei com tanta pena e acabei dando uns centavinhos pra ele...
Johanna: (Ri:)
Cego, ah tá! Ele não é cego coisa nenhuma, sua animal! Ele um falsário, te
enganou de novo!
Brigitte: O que?
Johanna: (Abre
as cortinas:) Olhe lá.
Cego Durval está dançando
no meio da rua enquanto grita: “sete pessoas enganadas!”.
Brigitte: (Triste:) Oh, nossa, como sou estúpida.
Johanna: Esqueça.
Me diga, onde está Vanessa, Carla, Sabrina? (Toma um gole de café).
Brigitte: As nossas modelos? Ah, se demitiram.
Johanna: (Cospe
o café na cara de Brigitte:) O que?! Demitiram? Isso é um abuso, é motim, é
traição! Fui apunhalada por aquelas miseráveis filhas de uma quenga! E pra
piorar, esse café tá gelado!
Brigitte: (Limpa o rosto:) Nem me fale.
Johanna: Calma
Johanna, calma. Nem tudo está perdido. Eu posso contratar novas modelos, sim!
Eu ainda tenho dinheiro no banco...
Brigitte: (Olha a prancheta:) O gerente acabou de ligar. A senhora deve quinze
mil.
Johanna: (Cospe
o café de novo:) Quinze mil?! Mas será o
benedito, estou sendo fuzilada por todos os lados! Vou ter que atrasar os
honorários da Beth até poder pagar o...
Brigitte: Falando nisso, a dona Beth acabou de ligar, disse que se pegar a senhora
na rua arranca até as suas orelhas.
Johanna: Aquela
mamute, Maria Tonelada! Não é possível, estou falida! (Se joga na cadeira:) A
quem quero enganar? Estou pobre, pobríssima. Sou tão pobre, mas tão pobre, que
comecei a fazer aquele ato que só o mais pobre dos pobres faz!
Brigitte: Pedir dinheiro na rua?
Johanna: Guardar
feijão no pote de sorvete. Inferno! Brigitte, me diga, como anda a cascavel?
Brigitte: Cascavel? Ah, refere-se à senhora Caffona?
Johanna: Ednna
Caffona, vulgo Cascavel. Como anda aquela empresa mequetrefe dela?
Brigitte: (Lê o jornal:) “Antes rica, a miserável estilista falida, Ednna Caffona,
está à beira da falência por atraso das entregas dos vestidos”.
Johanna: (Joga
o café pro alto:) Viva, meu Deus! Finalmente aquela cascavel, ariranha da
moléstia vai ir pra rua da amargura! Viva! Brigitte, pegue o champanhe, esse
momento é meu!
Brigitte: (Mexe no freezer:) A única coisa que temos é essa fanta guaraná. Tá
vencida há três meses, e quente.
Johanna:
(Se joga na cadeira:) Oh, Deus, como sofro!
Trilha Sonora: Tiro Ao Alvo – Péricles
Cena 2/Tecelagem Gutierez/Sala de
Máquinas/Interior/Dia
Ednna: Brígida!
Brígida: Senhora.
Ednna: Como
está a produção? As tecelãs estão trabalhando?
Brígida:
Ah...a senhora quer a verdade ou a ficção?
Ednna: A
ficção.
Brígida: As
operárias estão a mil, a produção nunca foi melhor! Vendemos todo o estoque,
nossa clientela aumentou, os preços estão favoráveis...
Ednna: Oh,
céus. E a verdade?
Brígida: As
operárias estão em greve, a produção tá
no vermelho, o estoque tá cheio, não temos nenhum cliente há dias e os preços
aumentaram em 40%.
Ednna: (Pega
um novelo de lã e joga em uma das máquinas:) Isso é um ultraje! Só por que eu
atrasei o salário quinze vezes, não significa que não vou pagar!
Brígida: Desculpe,
dona Ednna, mas a senhora não paga as operárias desde 2011. Nem sei como elas
ainda se propuseram a trabalhar por mais sete anos.
Ednna: Calúnia,
todos sabem que eu sempre fui justa. Isso é culpa sabe de quem? Daquela boca de
chupa-ovo da Johanna, aquela jararaca, filhote de cobra vive me prejudicando.
Brígida: Ela
também não anda bem das pernas.
Ednna: Pois
devia ficar é sem a língua, aquela venenosa...
Brígida: Dona
Ednna...falando sério...estamos quase falidas. Endividadas até o pescoço.
Ednna: E
eu não sei disso? Que culpa eu tenho se a demanda não vai bem. Nem tudo está
tão ruim, faturamos um fortuna no trimestre passado. Se não me engano,
faturamos 20 mil!
Brígida: 20
mil centavos, lembra-se?
Ednna: Você
também não ajuda em nada hein, criatura. (Sobe as escadas:) Isso é um
disparate. Nunca imaginei em minha vida que logo eu, Ednna Caffona, a grande
estilista, fosse ficar nessa miséria!.
Brígida: Onde
a senhora vai?
Ednna: Vender
as últimas joias que me restam. Não tenho mais dinheiro pra pagar o hotel e
vendi minha mansão há cinco anos, não tenho nem mais um tostão furado. Vou ter
que morar no cortiço da dona Raimunda.
Brígida: Não
se preocupe, dona Ednna, não tem nada tão ruim que não possa melhorar!
Ednna: Nesse
caso, Brígida (Abre a porta:), sempre tem como piorar.
Cena 3/Cortiço/Pátio/Interior/Tarde
Yasmin sai de casa e vai
para a fonte do pátio. Manuela chega em seguida.
Yasmin: (Abraça
Manuela:) Manu! Que bom que você chegou, eu tenho um babado pra te contar. Sabe
o Pedro Cavalcante?
Manuela: Pedro
Cavalcante? Aquele príncipe da Pérsia?!
Yasmin: Tá
caidinho por mim.
Manuela: Como
assim?
Yasmin: (Mostra
o celular:) Olha as mensagens que ele me mandou. Ele tá dando em cima de mim há
dias! Mas eu não vou ficar com ele assim tão fácil não, tenho que bancar a
difícil. Afinal, não é todo dia que um gato desses me chama! Ai, que sonho!
Manuela: Min...o
que ele te mandou?
Yasmin: O
que? Ora, deu em cima de mim...
Manuela: Por
acaso ele disse: “Mil vidas eu tivesse, mil vidas te daria, pois você é um
quindim, um quindim de padaria”?
Yasmin: (Surpresa:)
Como...como você sabe?
Manuela: (Mostra
o celular:) Ele me mandou isso antes de ontem.
Yasmin: (Dá
um murro na pedra:) Não é possível! (Começa a chorar:) Cretino! Ele só queria
ficar comigo e depois jogar fora, como se eu fosse um objeto. Raparigo duma
figa!
Yasmin e Manu encostam as
cabeças uma na outra.
Yasmin: Ai,
Manu, tô cansada dessa vida.
Manuela: Eu
também.
Yasmin: Esses
homens de hoje em dia...quer dizer, homens não, galinhas! Esses frangos de
padaria são todos uns rudes, ficam com as garotas como se elas fossem feitas
pra ser usadas. Não suporto isso.
Manuela: É
por isso que eu nem tento.
Yasmin: E
quando a gente se revolta com as atitudes deles, eles ainda vem dizer que somos
“feministas obsessivas”. Ora, qual é o problema de ser feminista? Nós só buscamos
ter os mesmo direitos que um homem tem em sociedade. Já viu quando ganhar uma
empresária? 30% a menos que um homem! Mesmo os dois terem níveis iguais de
intelectualidade. Isso é um absurdo.
Manuela: Esse
mundo tem muito que mudar. Mas a gente não pode mudar tudo sozinha.
Yasmin: Mas
eu posso fazer a minha parte. (Levanta).
Manuela: Vai
ir pra faculdade?
Yasmin: Tô
cansada dessa faculdade. Eu não quero ser economista nem advogada. Fico
perdendo tempo nisso, quando o que eu realmente quero fica bem perto de mim.
Manuela: Modelo.
Yasmin: Isso!
(Pega nas mãos de Manuela:) Imagina, Manu. Eu e você largando aquela faculdade
idiota e indo trabalhar na Top Model, com Johanna Cabello! Desfilando nas
passarelas do Rio de Janeiro, sendo vista e admirada por todo mundo. Imagine
ficar livre daqueles brutamontes da faculdade e começar a conviver com pessoas
educadas, chiques! Sair desse cortiço e indo viver em um apartamento!
Manuela: Você
não gosta mesmo daqui?
Yasmin: É
claro que eu gosto. Nasci e cresci aqui. Mas eu não consigo ver o meu futuro
aqui, nesse lugar, entende? Eu quero ter uma casa, viajar pelo mundo à fora,
tirando fotos em todos os lugares, dormir em todos os lugares, comprar e viver
em todos os lugares! Tem coisa melhor que isso?
Manuela: E
o seu pai?
Yasmin: (Larga
as mãos de Manuela e vira de costas para ela:) Ele não é meu pai, é meu
padrasto. E você tá careca de saber que ele não está nem aí pra mim. Me botou
naquela faculdade só pra me explorar no futuro. Na primeira oportunidade ele me
bota pra fora.
Manuela:
Eu também quero ser uma modelo de sucesso e viajar o mundo como você. Mas pensa
bem, Min, como nós duas vamos fazer isso? Somos pessoas simples, não conhecemos
empresários famosos e nem ninguém que nos banque a ponto de sermos contratadas!
Yasmin: E
desde quando a gente precisa de empresários pra crescer na vida? Vamos evoluir
com o nosso próprio mérito. A gente pega ônibus, anda a pé, bate de porta em
porta, mas vamos conseguir!
Johanna e Brigitte entram
no cortiço carregas de mala. Johanna veste um chapelão preto e óculos escuros.
Manuela: Min,
aquela não é a perua que você é fã?
Yasmin olha para trás de vê
Johanna. De boca aberta, ela vai ao encontro do ídolo.
Yasmin: (Pula
em cima de Johanna:) Johanna Cabello! Santa Maria!
Johanna: Ah,
não, não é possível, fãs alucinadas até aqui no fim do mundo?
Yasmin: Eu
sou a sua maior fã! Eu adoro a senhora! Sua carreira, suas modelos, os
desfiles!
Johanna: Brigitte,
chama o segurança.
Brigitte: O Robson se demitiu semana passada...
Johanna: Energúmeno!
Yasmin: Mas
o que uma pessoa maravilhosa como a senhora veio fazer aqui?
Brigitte: Ela veio...
Johanna: Brigitte
(Belisca o braço de Brigitte:), não se atreva.
Dona Raimunda: Morar aqui.
Dona Raimunda, proprietária
do cortiço, desce as escadas para recepcionar a nova moradora.
Dona Raimunda: Mas vejam só se não é a grande Sueli de Souza!
Brigitte, Manuela e Yasmin: Sueli?
Yasmin: Dona
Raimunda está tão velha que chega a delirar. Ela é Johanna Cabello, grande
estilista e...
Dona Raimunda: Grande cara de pau. Johanna Cabello coisa
nenhuma, o nome dela é Sueli da Perpétua Beneficência de Souza, a nossa nova
inquilina.
Johanna: Escuta
aqui, sua velha, você jurou que nunca ia falar isso!
Dona Raimunda: Mudei de ideia, e velha é o seu passado.
Brigitte: Dona Johanna...
Johanna: Curiosa
como sempre, não é, Brigitte? Eu explico: Johanna é meu nome artístico...me
chamo Sueli, na verdade.
Manuela: Que
duas caras.
Yasmin: Manuela,
cê tá louca?
Johanna: Brigitte,
pelo amor da minha defunta mãe, me leva daqui.
Dona Raimunda: Acompanhem-me, senhoras. Logo mais chega a sua
colega de casa.
Johanna: Colega
de casa?
Brigitte: Isso não vai acabar bem...
Raimunda, Johanna e
Brigitte sobem a escada.
Yasmin: Você
viu isso, Manu?
Manuela: A
perua exibida? E como eu não veria.
Yasmin: É
isso, essa é a oportunidade que a gente tava precisando!
Manuela: A
gente precisa da perua?
Yasmin:
Ai, Manuela, com você é burra! Não entendeu ainda? Vai ser Johanna Cabello que
vai nos levar à passarela. Nós vamos virar modelos!
Manuela: Ai,
Yasmin...
Trilha Sonora: Altera entre “Unfortunate Soul”
(Tema de Yasmin) e “Tiro Ao Alvo” (Tema de Johanna).
Cena 4/Aeroporto Santos
Dumont/Desembarque/Interior/Noite
Vestida à moda francesa e
com uma mala na mão, Donna Cabonna faz o checkin no aeroporto e se dirige para
a saída. Ao seu lado, a modelo americana Katherine McLamar exibe sua beleza
ruiva e exótica.
Donna: Aleluia,
chegamos. Que voo mais demorado.
Katherine: Yes, lady Cabonna. Estou com as pernas bambas.
Donna: Normal.
Só de voltar a esse terrível país, já fico tonta!
Katherine: Lady Cabonna não gosta do Brasil?
Donna: Ah,
bobagem, claro que gosto! Bem longe de mim! (Ri:) Isso aqui é uma miscigenação
que não deu certo. Não tem ordem, nem progresso. Aliás, tem desordem e
regresso!
Katherine: Não entendo...se não gosta, por que me trouxe?
Donna: Ainda
tenho um assunto pendente antes de deixar esta porcaria de país de vez. E o
nosso trunfo está bem aqui (Aponta para a bagagem:), nessa mala.
Katherine: Pra onde vamos?
Donna: Copacabana
Palace, conhece?
Katherine: E como! O mais luxuoso hotel do Brasil...encrustado de joias...
Donna: Joias?
(Ri:) Não seja tola, Kate, isso aqui é Brasil, não é nenhuma França ou
Inglaterra. Aqui é oito ou oitenta, nada mais. A gente só vai pra esse hoteleco
por falta de opção.
Katherine: Se você diz.
Ao saírem do aeroporto,
Donna e Katherine ficam em frente à estrada.
Donna: (Olha
para o lado:) Ah, típico. (Ri).
Katherine: O que?
Donna: Uma
gente feia pegando uns ônibus caquéticos. Que rebuliço. Depois reclamam do
aumento da gasolina. Brasileiro é uma espécie a ser estudada mesmo.
Katherine: Lady Cabonna quer dizer que todos os brasileiros são vagabundos?
Donna: Oh
não, querida, não generalize. Eu conheço um ou dois que não são (Ri).
Katherine: Sabe...eu gostaria de namorar um brasileiro...
Donna: Escuta,
menina, você é pistoleira, ex-combatente e bandida, gente como a gente não se
apaixona, fecha negocio.
Katherine: Nosso táxi chegou.
Pegam o táxi até o
Copacabana Palace.
Taxista: São
cem reais.
Donna: Como
é? (Fica surpresa:) Cem reais, uma corridinha à toa?
Taxista: É
a crise.
Donna: “É
a crise”? É a treva! Típico desse povinho imundo, aumentam até a beterraba às
alturas e ainda têm a cara de pau de jogar a culpa na crise. (Dá duas notas ao
taxista:) Toma aí, protótipo de shofer,
e pode ficar com o troco, compre um kinder
ovo . Ou pelo menos metade dele (Ri).
As duas saem do táxi.
Katherine: (Olha maravilhada para o hotel:) Isso é...incrível.
Donna: Incrivelmente
ultrapassado. Consigo ver uma rachadura daqui.
Katherine: Oh, God! Acabei de ler aqui no meu manual do Brasil que o Copacabana
Palace já recebeu o Tom Cruise! Engraçado, ele elogiou tanto o hotel quando
veio, mas nunca mais voltou. Por que será.
Donna: Deve
ter dado de cara com a Gretchen. Imagina o trauma da criatura. (Pega as malas:)
Vamos, temos trabalho a fazer.
Trilha Sonora: O Melhor Pra Mim – Ivete Sangalo
Cena 5/Cortiço/Casa de Johanna/Interior/Noite
Dona Raimunda: E aqui fica o banheiro.
Johanna: (Arregala
os olhos:) Banheiro? Você chama esse cubículo sujo de banheiro?
Brigitte: Tá mais pra depósito.
Dona Raimunda: E você ainda quer exigir alguma coisa? Eu te
aluguei essa casa por preço de banana, fiz caridade! Essa casa não é alugada há
anos, não poderia perder a oportunidade de vendê-la para alguém...como posso
dizer? À altura dele, como você.
Johanna: Dispenso
as delicadezas. Tem água, luz, telefone?
Dona Raimunda: A água é gelada, a luz pisca de vez em quando e
telefone só no orelhão aqui da esquina. A senhora se acostuma.
Johanna: Acostumo,
é claro. Como fui parar aqui? Isso é um pesadelo. Não mais caviar ao fim, da
noite, longas duchas calorosas e festas luxuosas até as cinco da madrugada...
Dona Raimunda: Se a senhora quer tanto se divertir é só ir no
“Irina’s Club”, o bailão que tem aqui do lado.
Johanna: Bailão?
E eu lá tenho cara de que vai a bailões? Me poupe!
Brigitte: Não é tão ruim assim, dona Johanna. Pense pelo lado positivo: Aqui não
têm aquelas dondocas insuportáveis do seu antigo bairro.
Johanna: Refere-se
às minhas amigas, protozoária?
Dona Raimunda: Bom, a casa já tá devidamente apresentada. Daqui
um pouco mais chega a sua colega de casa (Se dirige para a porta).
Johanna: (Puxa
dona Raimunda de volta:) Um minuto aí, dona. Que colega de casa é essa? Isso
não tava no contrato.
Brigitte: A senhora assinou algum contrato?
Johanna:
(Sussurra para Brigitte:) Claro que não, sua jamanta, não tá vendo que eu tô
tentando passar a perna nessa velha?
Dona Raimunda: Então o seu tiro foi pela culatra, dona perua.
Por coincidência, uma outra mulher quis alugar essa casa no mesmo dia que você.
E como eu prezo pela boa convivência e sempre recebo a todos com amor e
carinho, pus junto com você. Olha que belezura, agora vocês podem rachar o
aluguel entre si, uma mão com açúcar!
Johanna: Você
quer que eu divida esse cubículo de 2x2 com outra pessoa?!
Dona Raimunda: Mas é claro! Qual o problema? Jesus dividiu o
pão com os discípulos e eu faço o mesmo com minhas casas.
Johanna: Jesus
até podia dividir o pão, mas duvido que dividisse a manjedoura!
Uma pessoa bate na porta da
casa, e Raimunda vai ao seu encontro.
Dona Raimunda: (Ela diz alegremente:) Ah, você chegou! Que
prazer, por favor, entre! Dona Sueli, aqui está sua parceira de quarto, dona
Marli!
Sueli (Johanna) e Marli
(Ednna) se olham espantadas.
Ednna: Jararaca?!
Johanna: Cascavel.
A tela congela com um guarda-chuva
rosa pousando ao lado de Johanna e Ednna, que se olham perplexas.
Trilha Sonora: Erva Venenosa – Rita Lee
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