Anjo ou Demônio - Capítulo 14

segunda-feira, abril 01, 2019

Capítulo XIV


NO CAPÍTULO ANTERIOR...

·         Epaminondas afirma para Gabriel que Soraia/Maria está escondendo alguma coisa.
·         Will e Tony descobrem que o telefone do Antunes ligou apenas apara um único número.
·         Rodrigo não se conforma em ver Joana tomando partido em favor de Gabriel.
·         Soraia encontra uma fotografia de Joana nas coisas de Gabriel.
·         Frida conversa com Daiana que se distrai pensando no Gabriel.
·         Fabinho e Edson combinam de irem à boate juntos.
·         Angelina conta para Joana e Kléber sobre as falcatruas de Antunes.
·         Soraia conta para Rodrigo da foto que encontrou nas coisas do Gabriel.
·         Will e Tony descobrem que o telefone que ligava para o Antunes estava no nome do Epaminondas.
·         Ludmila fica sentida por ter ficado com Glauber e “traído” o Fabinho.
·         Diná consegue falar com Soraia. Rodrigo leva Soraia até o shopping para que ela se vista de Maria.
·         Will vai no orfanato atrás de Epaminondas.

FIQUE AGORA COM O CAPÍTULO DE HOJE.

CENA 01/ INT/ LAR SÃO TARCÍSIO/ SALA DE ESTAR/ TARDE

Rosália em frente a porta do lado de dentro. Will e Tony do lado de fora.

ROSÁLIA: (estranhando) Com o Epaminondas?
WILL: Ele não mora aqui?
ROSÁLIA: Sim, mora. É o nosso jardineiro.
WILL: E poderíamos dá uma palavrinha com ele?
ROSÁLIA: Claro. Venham, levarei os senhores até o jardim.
Will e Tony entram e o Rosália os levam até o jardim. PLANO sequência acompanhando os três até o jardim. Ao chegar no jardim eles encontram Epaminondas que está mexendo com algumas plantas.

ROSÁLIA: Epaminondas, esse é o delegado Will e o inspetor Tony, eles gostariam de conversar com você.
EPAMINONDAS: Polícia? Não me lembro de ter cometido nenhum crime.
TONY: Estamos apenas investigando um caso.
WILL: Poderíamos conversar um pouco?
EPAMINONDAS: Tudo bem, vamos ali até o meu quartinho.
ROSÁLIA: E eu vou deixar os senhores a vontade. (se retirando) Com licença.

CORTA para a cena dos três já no quartinho do Epaminondas.

CENA 02/ INT/ LAR SÃO TARCÍSIO/ QUARTINHO DO EPAMINONDAS/ TARDE

Will e Tony estão sentados em um sofá velho com uma capa. Enquanto Epaminondas está em pé próximo a uns utensílios de conzinha.

EPAMINONDAS: Os senhores querem beber uma água, um café, um suco, alguma coisa?
TONY: Não queremos nada.
WILL: Nós vamos direto ao ponto. Qual ligação existe entre o senhor e o Antunes?
 Respira fundo depois senta em uma cadeira de plástico em frente aos dois.

EPAMINONDAS: Não podemos plantar jaca e querer colher melancia. Se você quer saber o que vai colher amanhã é só observar o que está semeando hoje.
Will e Tony dá uma olhada um para o outro sem entender as palavras de Epaminondas.

WILL: Não respondeu. O senhor poderia ser mais claro?
EPAMINONDAS: O Antunes apenas colheu aquilo que plantou. No entanto respondendo a sua pergunta. Eu conheci o seu José Antunes há quase trinta anos. Cheguei a trabalhar com ele, eu fui o seu motorista.

Epaminondas continua conta a história, cena fica muda. CORTA para cena seguinte.

CENA 03/ INT/ CASA DOS ANTUNES/ SALA DE ESTAR/ TARDE

Joana e Kléber vão chegando em casa.

JOANA: Eu já não me surpreendo com mais nada em relação ao Antunes.
KLÉBER: Depois de tudo o que você me contou. O Antunes tentar roubar as ações do Meireles foi o de mais leve que ele aprontou.
JOANA: Esse cara era um monstro. Minha vida foi destruída nas mãos dele.
KLÉBER: Mas agora acabou Joana e você pode finalmente ser feliz. E quem sabe encontrar alguém que cuide de você de verdade?(pegando na mão de Joana) Alguém que te trate como a mulher que você merece ser tratada.
(Trilha sonora: O defensor – Zezé de Camargo e Luciano)
JOANA: (puxando a mão) Que isso Kléber? Eu sou uma mulher viúva.
KLÉBER: Sério mesmo que você está preocupada com a memória do Antunes?
JOANA: Não é por conta da memória do Antunes. Isso não é certo Kléber.
KLÉBER: E porque não é certo Joana? Eu gosto de você. E já percebi que você também gosta de mim.
JOANA: Eu já não penso mais nessas coisas. Minha preocupação agora são os meus filhos, que estão aí na mira da polícia.
KLÉBER: Seus filhos já são adultos. Você tem que cuidar de você.
JOANA: Meus filhos estão sendo acusado de assassinato, você acha que estou com cabeça para pesar em saliência?
KLÉBER: Amor não é saliência.
JOANA: (se alterando) Chega Kléber! Eu exijo que você me respeite. Se for ficar falando dessas coisas, eu peço que você vá embora.
KLÉBER: Desculpe, não tive a intenção de te ofender.

CORTA para cena seguinte.
(Trilha off)
CENA 04/ INT/ LAR SÃO TARCÍSIO/ QUARTINHO DO EPAMINONDAS/ TARDE

Will e Tony sentados a frente do Epaminondas dando continuidade a cena 02.

WILL: Então o senhor era irmão do Jurandir?
EPAMINONDAS: Depois da morte dos meus pais, o Jurandir era o único parente que me restava. Eu era quinze anos mais velho que ele , eu que terminei de criá-lo. Depois que ele se tornou adulto cada um tomou o seu rumo, por conta do trabalho passávamos dias sem se ver. Até que um dia ele apareceu lá em casa, todo encantado por uma moça.

{Flashback on}

CENA 05/ EXT/ CASA ANTIGA DO EPAMINONDAS/ QUINTAL/ TARDE

Epaminondas está capinando o mato e Jurandir em pé ao seu lado.

JURANDIR: Ela é linda Epaminondas, uma formosura de menina. Eu estou apaixonado por essa mulher.
EPAMINONDAS: Estou percebendo, os seus olhos brilham só em falar dela.
JURANDIR: E deve brilhar mesmo. Essa mulher mexe comigo de um jeito que eu não sei nem explicar.
EPAMINONDAS: E quem é essa moça, eu conheço?
JURANDIR: Filha do seu Amaro.
EPAMINONDAS: Você não deve se meter com a filha do seu Amaro. Ouvir dizer que ela foi vendida pelo o próprio pai. E está de casamento marcado com um cara poderoso aqui da cidade.
JURANDIR: Mas ela não o ama é a mim que ela gosta. Sou eu o amor da vida dela, Epaminondas.
EPAMINONDAS: Jurandir não vai procurar sarna pra se coçar. Ouvir dizer que o noivo é carne de pescoço.
JURANDIR: Eu vou lutar pelo o meu amor. A Joana me ama Epaminondas, e ninguém vai nos separar.

CORTA para cena seguinte.

{Flashback off}

Continuidade da CENA 04/ INT/ LAR SÃO TARCÍSIO/ QUARTINHO DO EPAMINONDAS/ TARDE

EPAMINONDAS: Essa moça foi a chave do calvário do meu irmão.
WILL: Seu Epaminondas continue. Como o senhor foi trabalhar na casa do Antunes?
EPAMINONDAS: (se levantando da cadeira) Porque toda essa investigação a meu respeito? Estão achando que eu tenha alguma coisa a ver com a morte do Antunes? É isso doutor?
TONY: O senhor fazia ligações pra ele, não fazia?
WILL: Calma Tony, eu quero ouvir o resto da história. Porque o senhor foi trabalhar na casa do Antunes?

Epaminondas olha sério para o Will. CORTA para cena seguinte.

CENA 06/ INT/ SHOPPING/ SEGUNDO PISO/ TARDE

Rodrigo está próximo a escada rolante escorado na passarela. Soraia vem vindo do banheiro já vestida como Maria.

SORAIA: Pronto, a Maria voltou!
RODRIGO: Impressionante, parece outra pessoa.
SORAIA: Pra você ver o sacrifício que eu faço por amor a você. Eu estou aqui do seu lado Rodrigo. Já a Daiana foi a primeira a duvidar da sua inocência.
RODRIGO: Não vamos ficar falando da Daiana, o foco aqui é o Gabriel. Me ajude a encontrar uma prova para colocar aquele marginal atrás das grades.
SORAIA: Eu vou ajudar sim bebê. Nem que eu tenha que fuçar aquele orfanato de cima a baixo.
RODRIGO: Agora vá, você já ficou muito tempo fora.
Soraia se aproxima do Rodrigo e os dois se beijam.

SORAIA: Não esqueça estou fazendo tudo isso por amor a você.
RODRIGO: E eu agradeço. Apesar de continuar achando arriscado a sua permanência no orfanato.
SORAIA: Não se preocupe eu vou tomar todas as precauções.

Os dois se beijam novamente. Soraia desce a escada rolante e Rodrigo a observa. CORTA para cena seguinte.

CENA 07/ INT/ LAR SÃO TARCÍSIO/ ESCRITÓRIO/ TARDE

Rosália está sentada na cadeira atrás da mesa. Tereza em pé em sua frente.

TEREZA: O que aconteceu irmã Rosália? O que a policia está fazendo lá na casa do Epaminondas?
ROSÁLIA: Eu não sei irmã Tereza. Devem está investigando ainda sobre a morte daquele cara da Mulambo. Estou aqui tão preocupada.
TEREZA: Mas eu não estou entendendo o que o Epaminondas tem a ver com isso?
ROSÁLIA: Isso eu também não entendi. E o Gabriel na rua, sabe lá Deus onde esse menino está. Eu penso que ele só pode ter ido atrás da mãe dele.
TEREZA: Outra que sumiu também desde cedo foi a Maria.
ROSÁLIA: A Maria pobrezinha, deve está ainda procurando um lugar pra ficar. Eu já falei pra ela que pode passar o tempo que precisar aqui, mas não adianta. Ela se sente como se estivesse incomodando.
TEREZA: Imagina, ela não incomoda nada. Nos ajuda é muito na lida aqui com as crianças.
ROSÁLIA: Estou pensando em contratá-la como monitora.
TEREZA: Eu acho uma excelente ideia.

CORTA para cena seguinte.

CENA 08/ INT/ LAR SÃO TARCÍSIO/ QUARTINHO DO EPAMINONDAS/ TARDE

Epaminondas em pé continua contando a sua história para Will e Tony que continuavam sentados no sofá.

EPAMINONDAS: A Joana já estava grávida e o Jurandir procurando um jeito de raptá-la. E ele iria fazer isso de qualquer forma. Estava correndo risco de morrer nas mãos do Antunes. Eu vi então o anúncio no jornal dizendo que eles estavam precisando de um motorista, resolvi me candidatar a vaga.
WILL: Então o senhor foi motorista na casa do Antunes? E eles não sabiam que você e o Jurandir eram parentes?
EPAMINONDAS: Como eu disse ao senhor a gente não era muito de se ver. O nosso círculo de amizades eram diferentes, por esse motivo poucos sabiam do nosso parentesco.  No dia em que ele marcou para fugir com a Joana, a gente combinou certinho. E eu enrolei o Antunes o máximo que eu pude na rua para dá tempo dos dois fugirem.
TONY: História interessante seu Epaminondas. Mas não foi bem para ouvir o seu passado que viemos aqui. E sim para ouvir sobre o presente.
EPAMINONDAS: Como assim ouvir o presente? Vejo que o moço está inquieto. Pois não, diga o que vieram fazer aqui de fato?
WILL: Foram trocadas nada menos que cinquenta e oito ligações entre o seu aparelho celular a outro aparelho que pertencia ao Antunes.
EPAMINONDAS: Eu não tenho contato com o Antunes há anos. Depois que o meu irmão morreu o Antunes me mandou embora e nunca mais eu soube dele, até agora.
TONY: O número que ligou para o Antunes está cadastrado em seu nome.  Como explica isso?
EPAMINONDAS: Eu fui roubado levaram todos os meus documentos e também o meu celular. Eu tenho como provar, eu registrei queixa.
WILL: Em qual delegacia o senhor registrou queixa?
EPAMINONDAS: Na delegacia da cidade vizinha. Eu estava lá quando sofri o assalto. O senhor pode investigar que deve ter algum registro meu lá. Agora eu estranho o ladrão ter entrado em contado com o seu José Antunes.
TONY: Nessa história o que mais tem é coisa estranha.
WILL: Mas iremos desvendar todos os mistérios.

CORTA para cena seguinte.

CENA 09/ INT/ SHOPPING/ ESTACIONAMENTO/ TARDE

Gabriel vai saindo do elevador olhando para baixo e topa com Rodrigo.

RODRIGO: (nervoso) Não olha por onde anda?
GABRIEL: Desculpe!
(Soundtrack de suspense)
Os dois olham fixamente um para o outro e falam juntos.

OS DOIS: Você?
RODRIGO: Você deveria está preso, e não andando livremente por aí. Você é um risco para a sociedade.
GABRIEL: O único risco que estou vendo aqui é você. Porque está fazendo isso comigo meu irmão? Nós dois sabemos que você é o culpado. Cara se entrega logo de vez para com essa tortura. Eu não mereço está passando por isso.
RODRIGO: Parabéns garoto o seu nome foi indicado ao óscar. Você é um excelente ator. Agora já pode tirar a máscara, estamos sozinhos aqui. E eu sei que você é o culpado.
GABRIEL: Se você tiver um bom comportamento poderá ser liberado logo. Eu já percebi que esse Antunes não tinha um bom caráter e que você tinha todos os motivos para matá-lo. Posso imaginar o quanto você e a nossa mãe sofreram nas mãos desse verme. A polícia vai levar em conta isso. Se você tiver sorte poderá até responder em liberdade. Eu sempre sonhei em ter uma família, não vou te deixar na mão agora meu irmão. Se entrega logo vamos acabar com esse pesadelo.
RODRIGO: Impressionante o seu cinismo.  O assassino dessa história é você, não eu. Sinceramente, eu não queria está em sua pele quando essa história finalmente for desvendada. Porque a verdade vai surgir. E essa carinha sua de bom moço não vai permanecer pra sempre.
GABRIEL: Para com isso cara. Estou sendo acusado de algo que eu não fiz. Você acha justo isso? Eu sou inocente, você que é um assassino.
RODRIGO: (se alterando) Sai da minha frente rapaz, porque senão é isso que vou me tornar.
GABRIEL: Vai fazer comigo o mesmo que você fez com o Antunes?
RODRIGO: Você é um doente, um psicopata. A polícia tem que te interditar urgente.

CORTA para cena seguinte.

CENA 10/ INT/ CASA DOS ANTUNES/ SALA DE ESTAR/ TARDE

Os dois sentados no sofá. Joana está de cabeça baixa, mexendo nos dedos. Kléber ao lado só a observando.

KLÉBER: Eu estou indo embora. Você ficou estranha depois que eu te falei dos meus sentimentos.
JOANA: (levantando a cabeça e olhando para Kléber) Kléber, não vamos misturar as coisas. Você é um grande amigo, uma pessoa que eu tenho muito carinho. Mas entre nós deve ser mantida só amizade, nada mais que isso. Entendeu?
KLÉBER: Na verdade eu não entendi Joana. Como eu posso entender? Eu sempre gostei de você. Mas como você era uma mulher casada eu mantinha o respeito. Eu pensava que você e o Antunes tivesse uma relação sadia. Agora que o Antunes morreu, eu vendo que você não tinha sentimento por ele. Me senti na liberdade de me expressar.
JOANA: Você já se expressou e eu já disse o que eu acho. Por favor, não toca mais nesse assunto.
KLÉBER: Está bem, como você quiser. Estou indo embora, depois a gente se fala.
JOANA: Até mais!
(Trilha sonora: O defensor – Zezé de Camargo e Luciano)

Kléber levanta e sai sem graça, abre a porta e antes de sair dá mais uma olhada para Joana. Ele balança negativamente e fecha a porta. CORTA para cena seguinte.

CENA 11/ INT/ LAR SÃO TARCÍSIO/ SALA DE ESTAR/ TARDE
(Trilha off)
Soraia vai entrando no orfanato e Rosália a ver.

ROSÁLIA: (ao ver Soraia chegando) Maria, poderia vim até o escritório?
SORAIA: Algum problema irmã?
ROSÁLIA: Nenhum. Me acompanhe, por favor.

CORTA para a cena das duas já no escritório.

CENA 12/ INT/ LAR SÃO TARCÍSIO/ ESCRITÓRIO/ TARDE

Rosália está sentada a mesa e Soraia a sua frente.

SORAIA: Eu não entendi porque a senhora me trouxe até aqui.
ROSÁLIA: Calma menina não precisa ficar assustada, eu só quero conversar um pouco contigo. Você conseguiu achar um lugar pra ficar?
SORAIA: Não. Todos os alugueis que eu achei é caro, não tenho condições de manter. Mas hoje eu consegui falar com a minha mãe, vou voltar para o Maranhão. A vida lá é difícil, mas eu não vejo outra saída.
ROSÁLIA: Eu tenho uma saída pra você. Eu falei de você para o padre Ernesto, ele é o nosso pároco. E pedi para te contratar como monitora das crianças. O que você acha? Não vamos poder te pagar muita coisa, mas com certeza vai lhe ajudar até você encontrar outra coisa.
SORAIA: (surpresa) Eu monitora? Nossa irmã, eu não sei nem como agradecer a senhora.
ROSÁLIA: Imagina, nós é que ficamos felizes em ter você aqui para nos ajudar. Agora eu preciso que você me traga os seus documentos.
SORAIA: (preocupada) Meus documentos?
ROSÁLIA: Sim Maria. Identidade, carteira de trabalho. Para que a gente possa te fichar de acordo com a lei. Temos que fazer as coisas tudo direitinho. Você vai trabalhar com tudo que tem direito.
SORAIA: Claro, depois eu trago os documentos pra senhora então.
ROSÁLIA: Ok! Me entrega o quanto antes.
SORAIA: (saindo) Com licença.
CORTA para Soraia saindo do escritório. Ela fecha a porta, e passa a mão na cabeça preocupada.

SORAIA: E agora o que eu faço?

CORTA para cena seguinte.

CENA 13/ INT/ DELEGACIA/ SALA DO DELEGADO/ TARDE

Will está sentado em sua cadeira falando ao telefone, Tony em sua mesa ao lado só observando a conversa.

WILL: Ok, obrigado. (desliga o telefone) O delegado da delegacia vizinha confirmou, realmente lá tem um boletim de ocorrência no nome de Epaminondas Siqueira.
TONY: Ou seja, de fato ele foi roubado?
WILL: Essa história está cada vez mais estranha. O Epaminondas foi roubado há mais de três meses. E logo depois é que começam as ligações do número registrado no nome dele para o celular do Antunes. O Epaminondas não foi assaltado por acaso. O ladrão sabia exatamente quem ele era.
TONY: Será Will? Isso faz sentido. Então esse ladrão está ligado diretamente ao Antunes.
WILL: (levantando da cadeira e caminhando pela a sala) Sobre isso eu não tenho dúvidas. O que não está encaixando é o Rodrigo e o Gabriel nessa história. Porque obviamente não foi nenhum dos dois que assaltou o Epaminondas. Pelo menos não diretamente.
TONY: No meu entender, o ladrão que assaltou o Epaminondas foi mandado pelo o Antunes. Temos outra peça do quebra cabeça solta por aí. Precisamos saber quem foi que assaltou o Epaminondas. Ele já foi encontrado?
WILL: Ainda não. (olhando na janela) Quando eu penso que estou começando a montar o quebra cabeça, percebo que ele tem mais peças do que eu imaginava.

CORTA para o lado de fora, mostrando o Will na janela.
(Trilha Sonora: On & On – Cartoon feat. Daniel Levi)
Cenas aleatórias da cidade. CORTA para cena seguinte.

CENA 14/ INT/ SHOPPING/ TERCEIRO PISO/ TARDE
(Trilha off)
Mostra Daiana passeando pelas as lojas, entra em uma sai, depois entra em outra, olhando tudo. Mostra Gabriel do outro lado também olhando as lojas. Gabriel avista Daiana e se aproxima.

GABRIEL: (chamando) Daiana!
DAIANA: Rodrigo?
GABRIEL: Gabriel.
DAIANA: Desculpe, vocês dois são tão...
GABRIEL: (interrompendo) Parecidos? Eu sei. Ouço isso com frequência nesses últimos dias.
DAIANA: Não sabia que gostava de passear no shopping.
GABRIEL: Só olhar mesmo. Meu dinheiro não dá pra comprar essas coisas aqui não, são tudo caro. Mas dá pra tomar um milk shake, você aceita?
DAIANA: (sorrindo) Aceito!
CORTA para cena seguinte.

CENA 15/ INT/ SHOPPING/ TERCEIRO PISO/ PRAÇA DE ALIMENTAÇÃO/ TARDE

Os dois sentados na praça de alimentação com os milk shakes.

GABRIEL: Eu encontrei o Rodrigo agora a pouco no estacionamento do shopping.
DAIANA: O Rodrigo também está aqui?
GABRIEL: Sim, mas acho que ele já foi embora. Já estava lá no estacionamento, logo em seguida pegou o carro.
DAIANA: A gente vinha muito aqui, costumávamos ir ao cinema. O Antunes ficava indignado, pois algumas vezes ele faltava a empresa pra sair comigo.
GABRIEL: Você gosta muito dele né?
DAIANA: Eu não sei mais o que eu sinto pelo o Rodrigo. Depois de ver ele lá deitado naquela mesa com a piranha da Soraia, me dá nojo quando eu lembro. Ele não respeitou nem a empresa da nossa família.
GABRIEL: Ele tem um jeito grosseiro de falar. Ele ficou me acusando, falando um monte de coisas pra mim. Me chamou até de psicopata. Ver ele ali na minha frente e imaginar que ele é o meu irmão, me dava uma alegria e ao mesmo tempo uma tristeza, por tudo isso que está acontecendo com a gente.
DAIANA: As vezes eu esqueço disso. Esse tipo de coisa não combina com o Rodrigo que eu amava. Ele não seria capaz de fazer algo tão grotesco como isso, tirar a vida de uma pessoa.
GABRIEL: Quando a gente está com raiva Daiana, as vezes fazemos coisas que não temos noção. Pelo o que eu entendi da história, o Rodrigo vivia sendo ameaçado pelo o Antunes, a nossa mãe mesmo disse isso. Ele só queria defender a nossa mãe e acabou fazendo uma besteira.
DAIANA: Você e a Joana já se encontraram?
GABRIEL: Sim. (com os olhos brilhando) Ela é tudo que eu sempre sonhei em uma mãe.
(Trilha Sonora: Calum Scott - You Are The Reason)
DAIANA: Você e o Rodrigo são idênticos fisicamente. No entanto tem o jeito completamente diferente.

Os dois se olham de um jeito apaixonado.
FIM DO DÉCIMO QUARTO CAPÍTULO, FREEZE FRAME pegando os dois se olhando.

Créditos:

Escrita por
Adélison Silva

Personagens deste capítulo
Daiana = Aline Dias
Epaminondas = Paulo Miklos
Gabriel = Sérgio Malheiros
Joana = Carolina Kasting
Jurandir = Marcello Melo
Kléber = Marcello Anthony
Rodrigo = Sérgio Malheiros
Rosália = Letícia Sabatella
Soraia = Isabella Santoni
Tereza = Rita Guedes
Tony = Alexandre Barros
Will = Dalton Vigh

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