Capítulo XXVI

NO CAPÍTULO ANTERIOR...

·         Daiana fica furiosa com Gabriel depois de tê-lo flagrado beijando Soraia.

·         Ludmila decide fazer um perfil fake para descobrir se Fabinho é gay.

·         Rodrigo se encontra com Daiana, e ela concorda em ver o conteúdo da caixa.

·         Gabriel conta para Rosália que Maria na verdade se chama Soraia.

·         Joana decide assinar a carteira de Milena.

·         Rosália e Tereza desconfiam de Gabriel.

·         Soraia joga a caixa no fogo.

·         Will analisa o vídeo e pensa na hipótese de Epaminondas e Gabriel serem cúmplice na morte de Antunes.

·         Diná chama a atenção de Soraia ao vê-la tacando um objeto no espelho.

·         Daiana fica balançada ao ver o conteúdo da caixa.

·         Soraia vai até o orfanato falar com Gabriel.

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CENA 01/ INT/ LAR SÃO TARCÍSIO/ PORTÃO/ TARDE

GABRIEL: Entra, vamos até o jardim, lá a gente fica mais a vontade.

SORAIA: Está bem.

Soraia e Gabriel entram.

SORAIA: (sem graça) Oi irmã Rosália!

ROSÁLIA: Oi Soraia! Vai lá, vocês tem muito o que conversar.

Os dois vão para o jardim, Ana fica de boca aberta sem entender o que estava acontecendo.

ANA: Não estou entendendo nada.

ROSÁLIA: É uma longa história. Deixa os dois conversarem, é importante. E você vai lá cuidar das crianças e peça para a irmã Tereza vim aqui falar comigo.

CORTA para cena seguinte.

CENA 02/ INT/ APT DO JUCA/ SALA DE ESTAR/ TARDE

Ludmila e Carla estão sentadas no sofá, ambas mexendo no celular.

LUDMILA: (ao ver um mensagem) Ih carái!

CARLA: O que foi Ludmila?

LUDMILA: O Fabinho respondeu a mensagem que eu enviei.

CARLA: A mensagem que você enviou no perfil falso? E então, o que ele disse?

LUDMILA: (lendo) “Boa tarde, a gente se conhece de onde mesmo, não estou lembrado de você?”. E agora o que eu respondo?

CARLA: Sei lá, fala que você o conheceu em um aplicativo.

LUDMILA: Aplicativo Carla?

CARLA: É, esses de pegação que a gente dá match quando curte o perfil do outro.

LUDMILA: (digitando) “Te conheci em um aplicativo”. Pronto, enviado. Ele está respondendo. Ai que nervoso!

CARLA: E aí o que ele respondeu?

LUDMILA: (lendo) “Mas foi em qual aplicativo, ainda não estou lembrado de você?”. Como assim que aplicativo? E ele usa esses aplicativos?

CARLA: Ele está com conversinha demais. Sei não Ludmila, essa coca é fanta.

LUDMILA: (choramingando) Não acredito que esse viado está fazendo isso comigo! (jogando o celular para o lado) Não quero conversar mais não.

CARLA: Amiga, aceita que dói menos. Você é Maria purpurina. Primeiro se envolveu com o Fabinho depois com o Glauber. Depois os dois se envolveram entre eles. Você realmente não tem sorte.

LUDMILA: (se animando) Hoje eu vou sair e vou me acabar. Vou chegar naquela boate pegando geral.

CARLA: Aí sim, agora botei fé! Não tem que se deprimir por causa de macho não.

LUDMILA: Mas também se o próximo que eu pegar for viado, aí eu desisto minha filha. Eu caso com a Talita.

Carla sorri. CORTA para cena seguinte.

CENA 03/ INT/ CASA DOS MEIRELES/ SALA DE ESTAR/ TARDE

Rodrigo e Daiana estão sentados no sofá. Meireles está sentado em sua cadeira ao lado.

MEIRELES: Como vamos fazer com as ações da Mulambo, Rodrigo? Precisamos resolver isso.

RODRIGO: Eu estava decidido a não vender as ações. Minha mãe conversou muito comigo sobre isso, ela é a favor de que eu venda. Mas eu não sei se seria um bom negócio. Abrir mão de uma empresa com um nome tão conhecido no mercado.

MEIRELES: Essa empresa sempre pertenceu a mim. Eu vendi uma parte das ações para o seu pai...

RODRIGO: (corrigindo) Padrasto.

MEIRELES: Perdão. Eu vendi a parte das ações para o Antunes, porque na época eu estava precisando muito de dinheiro, as vendas estavam poucas. E eu não tinha outra saída a não ser abrir mão de um pouco do meu patrimônio. Mas depois o Antunes foi se apoderando e fez o que a gente já sabe, tentar me sabotar.

RODRIGO: Eu fiquei sabendo que ele foi o responsável pelo o acidente que aconteceu com o senhor. (sem graça) Eu sinto muito.

MEIRELES: É por culpa dele que estou nessa cadeira de rodas.

DAIANA: O senhor confiava muito no Antunes, eu sinceramente nunca gostei muito desse cara.

RODRIGO: Como um pedido de desculpas por essa monstruosidade que aquele crápula lhe causou, que eu decidi vender as minhas ações para o senhor.

MEIRELES: (feliz) Então você vai vender as ações?

RODRIGO: Vou sim.

MEIRELES: Que coisa boa. Fico feliz por você ter tomado essa decisão. E não se preocupe eu vou lhe pagar um valor justo, até mais do que elas valem.

DAIANA: Obrigado por isso Rodrigo. Pois meu pai sempre quis comprar essas ações.

RODRIGO: Eu vou provar pra você Daiana, que eu continuo sendo o cara por quem você se apaixonou um dia.

MEIRELES: Eu espero mesmo que você seja inocente, pois sempre gostei muito de você. Seria uma decepção saber que está mentindo.

CORTA para cena seguinte.

CENA 04/ INT/ LAR SÃO TARCÍSIO/ JARDIM/ TARDE

Soraia e Gabriel estão sentados no banco em meio ao jardim. Gabriel levanta furioso ao saber que Soraia queimou a caixa que continha os seus pertences.

GABRIEL: Eu não acredito Soraia, porque fez isso? Você sabia como essa caixa é importante para mim.

SORAIA: Eu fiquei nervosa, ao ver o Rodrigo bajulando a Daiana. Perdi o controle e joguei a caixa no fogo.

GABRIEL: (se alterando) Você não tinha o direito de fazer isso! (T) Você queimou tudo ou dá pra juntar?

SORAIA: O Rodrigo ficou lá tentando juntar os pedaços. Ele está obsecado tentando mostrar o aqueles recortes pra Daiana. (se levantando) Gabriel, você ainda quer conquistar a Daiana?

GABRIEL: Eu amo a Daiana!

SORAIA: E eu amo o Rodrigo. A gente não pode deixar esses dois juntos. Me ajuda a separar os dois?

GABRIEL: (se sentando novamente no banco) Os métodos que você usa para conquistar as pessoas são diferentes dos meus, Soraia.

SORAIA: (sentando ao lado dele) Então você prefere deixar a garota que você disse que ama nos braços de outro?

GABRIEL: Quando a gente ama de verdade, a gente respeita a escolha do outro. Eu quero reconquistar sim a Daiana. Mas eu vou fazer isso do meu modo.

(Soundtrack suspense)

SORAIA: Não tenho paciência para esperar os seus modos. (T) Escute bem, eu não vou permitir que esses dois fiquem juntos.

GABRIEL: (com um certo ódio) O que você não deveria ter feito, era entrar no meu quarto e me roubar àquela caixa. E pior ter queimado.

SORAIA: Estou cagando e andando para aquela porcaria de caixa. Enquanto você está aqui choramingando os dois estão lá juntinhos. (se levantando) Eu não vou ficar aqui de braços cruzados.

GABRIEL: (se levantando) Espera! O que você está pretendendo fazer?

SORAIA: Me aguarde. Nem que eu mate a Daiana, mas ela e o Rodrigo não vão ficar juntos. Escreve o que estou te dizendo.

Soraia sai bufando de raiva. Gabriel inerte no mesmo lugar, preocupado com o que Soraia possa fazer contra Daiana.

CENA 05/ INT/ CASA DOS ANTUNES/ SALA DE ESTAR/ TARDE

Joana está em pé próxima a janela. E Kléber em pé um pouco atrás.

JOANA: O Rodrigo foi lá na casa do seu Meireles, disse que tinha algo importante para mostrar para a Daiana. Só espero que ele não esteja tentando prejudicar o irmão. Ah meu Deus, só de imaginar que o meu filho poderá ser preso me dá uma aflição.

KLÉBER: Mas qual dos filhos você está falando?

JOANA: Dos dois, Kléber. Eu sei que foi um dos dois que matou o Antunes. Estão lá no vídeo, aparece, dá pra ver que são eles. Mas não teria uma possibilidade de ser uma terceira pessoa que fosse parecida com eles?

KLÉBER: A gente já sabe bem quem matou o Antunes, Joana. Eu sei que é difícil pra você como mãe aceitar isso, mas infelizmente o Rodrigo é culpado. Eu vou fazer de tudo para amenizar a pena dele. Todos nós já sabemos do caráter do Antunes e eu vou apelar para isso. O Rodrigo matou em legítima defesa. Vou procurar um jeito de ele responder em liberdade. Se ele assumisse logo seria mais fácil.

JOANA: Eu tenho tanto medo do que ele possa fazer com o irmão. É só tocar no nome do Gabriel que você ver o ódio estampado nos olhos daquele menino.

KLÉBER: Preocupante. Só espero que o Rodrigo não faça mais nenhuma besteira e complique mais ainda a coisa para o lado dele.

CORTA para cena seguinte.

CENA 06/ INT/ DELEGACIA/ SALA DO DELEGADO/ TARDE

Will está sentado a sua mesa. Tony vai entrando com mais uma novidade.

TONY: A polícia da delegacia vizinha prendeu mais um delinquente, que também pode ser comparsa do Antunes.

WILL: Mais um comparsa do Antunes? Temos que ir lá conversar com esse cara, ele pode nos dizer mais alguma coisa.

TONY: O Boca não disse que trabalhava sozinho? Pelo o jeito mentiu.

WILL: O Boca era apenas mais um dos muitos capangas que o Antunes deveria ter. Vamos até a delegacia vizinha interrogar esse novo suspeito. (se levantando) Não vejo a hora de encerrar esse caso e por a mão no verdadeiro assassino do Antunes.

TONY: Vamos lá então Dr. Willian, quem sabe o cara não nos dá mais uma pista.

Os dois saem da sala. CORTA para cena seguinte.

CENA 07/ INT/ CASA DO JUCA/ QUARTO DA LUDMILA/ TARDE

Ludmila está deitada na cama, Carla em pé ao seu lado.

CARLA: E então, o Fabinho falou mais alguma coisa com o perfil fake?

LUDMILA: Nem tive coragem de olhar.

CARLA: Posso ver?

LUDMILA: (entregando o celular) Ver aí o que esse viado fala.

CARLA: (olhando as mensagens) “Boa tarde! Você tecla de onde?”.

LUDMILA: Ele perguntou isso?

CARLA: Amiga, ele está muito interessado. Um hétero não ficaria dando tanta corda assim para outro macho.

LUDMILA: (tendo uma ideia) Marca um encontro. Vamos tirar essa história a limpo.

CARLA: Tem certeza disso?

LUDMILA: Será que ele vai nesse encontro?

CARLA: Só testando para ter certeza.

LUDMILA: Ai que meda! Eu queria tanto que ele fosse macho. Mas marca o encontro, eu quero ver de qual é.

CARLA: Você que pediu. (escrevendo) “O que você acha da gente se conhecer? Gostei muito de você”.

LUDMILA: Nossa, você foi bem direto. E aí, ele já viu?

CARLA: Está offline. A gente vai ao encontro se ele concordar?

LUDMILA: Claro, você acha que vou perder o melhor? Quero só ver a cara dele ao descobrir que somos nós.

CARLA: Isso vai dá barraco. (sorrindo) Adoro!

(Trilha Sonora: On & On – Cartoon feat. Daniel Levi)

Mostra imagens aleatórias da cidade. CORTA para cena seguinte.

CENA 08/ INT/ LAR SÃO TARCÍSIO/ JARDIM/ TARDE

(Trilha off)

Gabriel está sentado no banco em meio ao jardim, pensativo. Rosália vai se aproximando.

ROSÁLIA: Tudo bem?

GABRIEL: Nada está bem irmã. Parece que o mundo resolveu desabar sobre a minha cabeça. Eu não quero ser preso, não é justo.

ROSÁLIA: (sentando ao seu lado) E você não vai, se for mesmo inocente como diz.

GABRIEL: Tudo o que eu queria era ter uma família como todo mundo. Foi isso que eu sempre procurei a minha vida toda. Eu nunca quis saber de um lar adotivo, eu só queria saber da minha família de sangue. Alguém para responder aquela pergunta que martelava em minha cabeça. Porque eu vim parar aqui? Porque os meus pais não me quiseram?

ROSÁLIA: (abraçando Gabriel) Porque aqui você poderia ser cuidado com amor e carinho. E foi isso que eu fiz, cuidei de você como um filho. Esse pesadelo vai passar e você vai conseguir provar a sua inocência, tenha fé Deus.

GABRIEL: A fé é a única coisa que ainda me resta.

ROSÁLIA: E a Maria? Ou melhor, a Soraia. O que ela queria com você?

GABRIEL: Ela tacou fogo na minha caixa. Ficou com ciúmes quando viu o Rodrigo bajulando a Daiana.

ROSÁLIA: Como assim bajulando, o Rodrigo e a Daiana estão juntos? Ela não estava contigo?

GABRIEL: Parece que agora é com ele que ela está. Com certeza deve está achando agora que eu sou o culpado. (chorando) Estou me sentindo tão só, irmã.

ROSÁLIA: (deitando Gabriel em seu colo) Meu amor, não fica triste. Eu estou aqui pra cuidar de você.

Gabriel chora deitado no colo de Rosália, enquanto ela lhe faz cafuné. CORTA para cena seguinte.

CENA 09/ INT/ CASA DOS MEIRELES/ QUARTO DO CASAL/ TARDE

Meireles está deitado em uma maca, enquanto Edson lhe faz exercício nas pernas. Edson pressiona a perna do Meireles, depois estica. Repete o mesmo movimento na outra.

EDSON: Opa, isso aí. O senhor está indo muito bem. Vamos mais uma vez? Concentra e tenta sentir cada movimento.

MEIRELES: (desanimado) Como se eu fosse sentir alguma coisa.

EDSON: Que pensamento negativo é esse? Vamos pensar positivo. Esqueceu do nosso jogo? Tem que ficar bom pra jogarmos o nosso futebol.

EDSON: Gosto muito desse seu otimismo, rapaz! (sentindo) Aí! Você apertou o meu pé.

EDSON: (para por um instante, admirado) O senhor sentiu o pé?

MEIRELES: (caindo em si) Sim, eu senti. (feliz) Eu senti o meu pé.

EDSON: (entusiasmado) Calma. Vou apertar de novo. Dessa vez vou devagar. (apertando o pé de Meireles) Assim, sente alguma coisa?

MEIRELES: (emocionado) Sim, eu estou sentindo. (mexendo os dedos do pé) Eu consigo mexer os meus dedos. Eu vou voltar a andar.

EDSON: (sorrindo com lagrimas nos olhos) Eu não falei para o senhor que o processo era reversível? Essa é a importância da fisioterapia. Aos poucos suas pernas voltarão os movimentos.

MEIRELES: Obrigado rapaz, você não tem ideia da minha felicidade. (mexendo os dedos) Olha só eu mexendo os meus dedos.

EDSON: Fico feliz em poder ajudá-lo. Mas ainda temos muito trabalho, essas pernas tem que endurecer para poder ficar em pé. E é o que faremos no nosso próximo encontro.

Daiana vai entrando e Meireles já comemora.

DAIANA: Com licença. Como está indo a fisioterapia?

MEIRELES: (animado) Filha, eu senti o meu pé! Eu consigo mexer os meus dedos.

DAIANA: (surpresa) Nossa, que bom. Isso é maravilhoso pai, sinal que as suas pernas estão voltando os movimentos. Logo o senhor vai está andando novamente.

MEIRELES: Se Deus quiser e o Edson continuar me ajudando.

EDSON: Estou aqui pra isso.

DAIANA: Estou tão feliz. Você acha que ele vai demorar a andar?

EDSON: Tivemos um ótimo resultado com os exercícios. Na próxima sessão já vou providenciar as barras paralelas para a gente tentar dá os primeiros passos. (brincando) Vamos tentar desenferrujar essas pernas, né seu Meireles?

 DAIANA: Que coisa boa, paizinho. Eu agora estou indo lá na agência, preciso resolver umas coisas com a Frida. Não pare os exercícios.

MEIRELES: Não mesmo, agora estou muito mais animado. Vambora garoto que eu quero mexer as minhas pernas.

Daiana sai, e Edson continua com os exercícios nas pernas de Meireles.

(Trilha sonora: My favorite girl - P9)

Mostra cenas aleatórias da cidade. TIME-LAPSE transição dia/noite. CORTA para cena seguinte.

CENA 10/ INT/ APT DO JUCA/ COZINHA/ NOITE

(Trilha off)

Carla está sentada próxima ao balcão, Ludmila ao lado da pia. Ludmila entrega o celular para Carla.

LUDMILA: Olha aí e ver se ele respondeu.

CARLA: (olhando o celular da Ludmila) Ih carái ele respondeu.

LUDMILA: E o que ele disse?                                                   

CARLA: (lendo) “Beleza, estarei na boate Eclipse hoje a noite, aparece por lá”. Ele marcou encontro com o carinha.

LUDMILA: Que decepção! Pode isso produção?

Juca vai entrando na cozinha.

JUCA: O que vocês tanto aprontam hem?

LUDMILA: Eu acabo de descobrir que o meu crush é gay.

JUCA: (pegando água na geladeira) Primeiro eu não sei nem o que é crush.

CARLA: Crush é quando a gente gosta...

LUDMILA: (interrompendo) Depois a gente explica Carla. Temos que nos arrumar pra ir à boate.

CARLA: Tem certeza que você ainda vai querer ir?

LUDMILA: Claro que vou querer ir. Quero ficar frente a frente com esse viado.

JUCA: Eu realmente não consigo acompanhar a cabeça de vocês.

LUDMILA: Então nem tenta, papai. (puxando Carla) Vamos logo, Carla!

Ludmila e Carla saem, Juca balança a cabeça negativamente com um sorriso discreto no rosto. CORTA para cena seguinte.

CENA 11/ INT/ CASA DOS ANTUNES/ COZINHA/ NOITE

Milena está próximo ao fogão mexendo as panelas. Rodrigo chega sentindo o cheiro da comida.

RODRIGO: Humm, o cheirinho está bom!

MILENA: Oi seu Rodrigo!

RODRIGO: Eu não sabia que você estava fazendo diária aqui hoje.

MILENA: Eu vou trabalhar aqui agora de carteira assinada e tudo. A sua mãe me contratou.

RODRIGO: Sério? Que coisa boa!

JOANA: (chegando) Que bom que você gostou. Eu já estava mesmo precisando de alguém pra me ajudar aqui. Essa casa é grande demais para eu limpar sozinha, e só as diárias da Milena não estavam servindo.

RODRIGO: Eu sempre fui de acordo a contratar alguém pra trabalhar aqui direto. Mas a senhora sabe bem porque não poderíamos fazer isso, né?

JOANA: E como sei. Até nisso aquele monstro se metia. Tinha medo que alguém estranhasse as coisas que aconteciam aqui e chamasse a polícia.

MILENA: (abismada) Eita gente e o que acontecia aqui? 

JOANA: Nada Milena. (mexendo na panela) O cheirinho dessa comida realmente está muito bom.

RODRIGO: A Milena é cozinheira de mão cheia.

MILENA: Tudo o que eu sei aprendi com a minha mãe. Eu cozinho desde menina.

CORTA para cena seguinte.

CENA 12/ INT/ DELEGACIA/ CELA/ NOITE

Will vem andando pelo o corredor e fica diante da cela em Boca está.

WILL: (se aproximando) Boa noite seu Reinaldo!

BOCA: Boa noite doutor! E aí quando vai ser o meu julgamento? Vou ter a dilação premiada que o senhor me prometeu?

WILL: O seu julgamento será em breve, você será transferido para um presídio. (T) Mas a minha conversa hoje aqui com você é outra. Prendemos um coleguinha seu, também envolvido no assalto do Epaminondas. Porque mentiu dizendo que estava sozinho?

BOCA: (recuando) Eu não sei do que o senhor está falando.

WILL: Claro que sabe. Vai dizer que você não conhece o Teco? Ele disse que te conhece muito bem.

BOCA: Eu não falei nada, porque eu não sou dedo duro, o Teco é o meu parceiro.

WILL: Eu conversei com o seu parceiro Teco, e ele afirmou que o Epaminondas não mantinha contato com o Antunes. Apesar que o Antunes sabia exatamente onde o Epaminondas estava. Inclusive também sabia da existência do Gabriel. E completou dizendo que você e ele, espionavam o Epaminondas a mando do Antunes. Parece que o senhor esqueceu de me contar essa parte da história.

BOCA: Eu não contei, porque eu não queria prejudicar o meu amigo. Mas mesmo assim ainda vou ter a minha dilação, né?

WILL: Eu prometi dilação premiada, se você fosse sincero e abrisse o jogo comigo. Mas você não me contou partes importantes da história.

BOCA: O senhor está me enrolando. Quer que eu abra o jogo, mas eu já sei que eu não vou ter dilação, porra nenhuma. De mim o senhor não arranca mais nada.

WILL: Como quiser. Só te lembrando, que não sou eu que estou trancafiado em uma cela. E lá no presídio, você não vai ficar solitário em uma cela como essa aqui não. A turma lá é barra pesada. Tenha uma boa noite.

Will se sai. CORTA para cena seguinte.

CENA 13/ INT/ CASA DOS MEIRELES/ QUARTO DA DAIANA/ NOITE

Quarto escuro. Daiana entra em seu quarto e quando acende a luz dá de cara com Soraia.

DAIANA: (se assustando) O que você está fazendo aqui no meu quarto?

SORAIA: Você estava com o Rodrigo né?

DAIANA: Com quem eu estava ou deixei de está é um problema meu. Você é muito abusada. Eu já não te proibir de entrar em minha casa? Ainda mais no meu quarto. Cai fora daqui!

SORAIA: Você não vai ficar com o Rodrigo, pois eu não vou deixar.

DAIANA: Ah não? E o que você vai fazer? Se atirar pra cima dele de novo?

SORAIA: Se for preciso com todo o prazer. Você pode até ser bonitinha, estampar as capas de revista. Mas na cama te garanto que é comigo que o Rodrigo prefere está. (com sarcasmo) Ou talvez nem necessariamente na cama, a mesa do seu pai mesmo já serve.

DAIANA: Sai do meu quarto sua piranha, ou eu não me responde por mim.

Daiana vai se aproximando de Soraia, ela puxa uma arma que estava escondi atrás, e aponta para Daiana.

(Soundtrack suspense)

SORAIA: Nem eu me respondo por mim.

DAIANA: (assustada) Que isso? Ficou maluca?

SORAIA: Isso é apenas um aviso. Ou se afaste ou tornarei a sua vida um inferno.

FIM DO VIGÉSIMO SEXTO CAPÍTULO, FREEZE FRAME no rosto de Soraia.

Créditos:

Escrita por
Adélison Silva

Personagens deste capítulo

Ana = Luisa Bastos

Boca = José Loreto

Carla = Marcela Barrozo

Daiana = Aline Dias

Edson = David Junior

Gabriel = Sérgio Malheiros

Joana = Carolina Kasting

Juca = Cássio Gabus Mendes

Kléber = Marcello Anthony

Ludmila = Tatá Werneck

Meireles = Tony Ramos

Milena = Bia Arantes

Rodrigo = Sérgio Malheiros

Rosália = Letícia Sabatella

Soraia = Isabella Santoni

Tony = Alexandre Barros

Will = Dalton Vigh