PENÚLTIMO CAPÍTULO DE TESOUROS PERDIDOS NO VALE RELER! (Reprise)
quinta-feira, fevereiro 07, 2019
apresenta:
uma novela de
FELIPE ROCHA
Edição
Tesouros Perdidos Capítulo 18 (reprise) = todos os capítulos 40, 41 e 42 originais (versão com cortes)
CENA 01 /CASA DE LUANA E GEREMIAS /INT / NOITE
Atenção Edição: Continuação da última cena do capítulo anterior.
Luana – Espere. Quem é você para decidir isso por mim?
Suposta Velha – Sou sua amiga e conselheira.
Luana – Mas eu nem a conheço direito! E sou eu que decido com quem eu fico. Como sabes da minha vida?
Suposta Velha – Eu sei de todos presentes nessa terrinha e espero que ouça meus conselhos.
Luana – Eu não posso confiar em você.
Suposta Velha – Bom, você quem sabe. Mas acho melhor ouvir o que estou dizendo antes que aconteça alguma coisa. O Príncipe vai trazer má sorte em sua vida.
Luana – O que pode acontecer?
Suposta Velha – Só o tempo pode traduzir isso. Eu vou indo.
Luana – Está bem.
Ela vai embora. Luana fecha a porta.
Luana – Porque ela veio aqui para me dizer isso? Será que estou sendo enganada novamente?
CORTA PARA:
CENA 02 / PALÁCIO REAL / SALA/ INTERIOR / NOITE
O Príncipe chega ao Palácio Real. Georgia, Valdirene, Bernardo e Iracema estão lá.
Fábio – Valdirene?
Valdirene – Príncipe Fábio!
Bernardo faz um sinal para Fábio.
Valdirene dá um abraço nele.
Valdirene – Trouxe um presente para você.
Fábio se espanta ao ver o leitão.
Fábio – Um leitão? Mas o que eu vou fazer com um leitão?
Valdirene – Pensei que um leitão seria bom para sua saúde, uma alimentação rica em nutrientes. Vocês, Príncipes, Reis e Rainhas, devem comer isso.
Fábio – Mas nós não comemos isso! Nós comemos outras carnes. Como esse leitão está sujo. Valdirene acho que precisamos ter uma conversa! Vamos, me acompanhe até o jardim.
O Príncipe conduz Valdirene até o jardim.
Em seguida, Bernardo, Georgia e Iracema riem da situação.
Bernardo – Essa mulher é maluca! Espero que o Fábio dê um jeito nela.
Iracema – Deus me livre de ter uma nora como essa. Imagina, e também Princesa!
Bernardo – Vamos rezar para isso não acontecer.
Iracema – Mas claro que não acontecerá.
Georgia – Vocês não perceberam até agora?
Bernardo e Iracema – O que houve?
Georgia – Minhas hipóteses foram confirmadas hoje! O Fábio tem que afastar essa mulher. Ela está interessada nele e quer dar um golpe. O golpe do baú. Com certeza, ela quer ser a Princesa.
Bernardo – Mas nunca que ela vai ser! Nunca.
CORTA PARA:
CENA 03 / PALÁCIO REAL / JARDIM / INTERIOR / NOITE
O Príncipe conversa com Valdirene no jardim.
Fábio – Hoje você passou dos limites, Valdirene. Até então estava permitida de me fazer visitas, mas depois do que vi hoje, sugiro que pare de tentar me conquistar. Isso nunca vai acontecer.
Valdirene – Do que você está falando?
Fábio – Não se faça de mal entendida. Eu sei muito bem que você tem interesse em mim não pela minha pessoa, e sim pela Coroa. Sugiro que pare de tentar me conquistar com esses presentes, porque eu já sei o que você quer.
Valdirene – Assim o senhor está a me ofender? Tudo isso por causa de um leitão? Coitado, tá rejeitando o bichinho.
Fábio – Pelo contrário, adoro animais. Mas onde já se viu dar um presente desses para Vossa Alteza?
Valdirene – Como eu disse, pensei que Vossas Majestades alimentassem de carnes suínas.
Fábio – Está bem. Leve esse leitão com você e não volte nunca mais!
CORTA PARA:
CENA 04 / CASA DE LUANA E GEREMIAS /COZINHA / INTERIOR / NOITE
Geremias sentado na cadeira. Luana faz o chá, apaga o fogão e distribuiu em dois copos. Entrega. Senta-se.
Geremias – O que você queria dizer para mim minha filha?
Luana – Pai, eu quero ter uma conversa séria com você. Eu estou confusa.
Geremias – Mas o que houve de tão grave?
Luana – Há pouco tempo o senhor havia saído para visitar aquele amigo doente não é mesmo?
Geremias – Perfeitamente minha filha.
Luana – Bom, enquanto você esteve ausente, apareceu uma senhora... Aparentava ter 80 anos, completamente acabada. Ela disse para eu casar com o Neno, não com o Príncipe.
Geremias – Isso está estranho! Mas porque ela disse isso?
Luana – É isso que estou querendo entender. De forma alguma, não entendo. Papai, eu preciso de uma saída. Eu preciso saber se o que essa senhora está me dizendo é verdade ou não.
Geremias – Você conhece essa senhora?
Luana – Não. Ela disse que está sempre pelas redondezas. Mas nunca a vi em lugar algum. Aliás, acho que ninguém daqui a conhece.
Geremias – Ela atende-se por qual nome?
Luana – Ela não se identificou papai.
Geremias – Eu tenho algo a dizer...
Luana – Diga.
Geremias – Eu acho que é alguém disfarçado!
Luana – Mas que alguém seria esse?
Geremias – Alguém que quer prejudicar sua relação com o Príncipe, já que vocês reataram.
Luana – Será?
Geremias – Fique de olhos bem abertos minha filha.
CORTA PARA:
Amanhece.
CENA 05 / CASA DA FAMÍLIA ELIZALDE / INTERIOR / DIA
Toda a Família reunida na sala.
Reginaldo – Mas você fez o que minha filha? Deu um leitão para o Príncipe?
Valdirene – Culpa do Wagner! Ele disse que eu estava com atitudes equivocadas.
Reginaldo – Wagner foi você quem teve a ideia? Mas é a primeira vez que você concorda com ele minha filha.
Wagner – Foi minha ideia sim. Mas ela também concordou;
Valdirene – Eu não devia nem ter agido dessa forma papai, tudo por causa dele. Entende mais de chiqueiro do que da vida.
Wagner – Ó, você não fale assim de mim que eu tenho meus sentimentos. E sei bem da vida. É você que precisa aprender.
Valdirene – Aprender? Eu não sou bebê não.
Reginaldo – Mas até quando vocês vão discutir? Elizete, você não ajudou nossa filha?
Elizete – Mas eu disse Reginaldo. Eu disse que não daria certo. E ela não quis acreditar em mim. Agora levou uma resposta do Príncipe. E mereceu se tivesse ouvido meus conselhos de mãe.
Reginaldo – Bom, não vamos discutir mais. Eu reuni vocês aqui porque preciso dar uma notícia.
Valdirene – Finalmente, espero que seja uma boa notícia.
Reginaldo – Uma excelente notícia minha filha! Sabe aquele emprego que eu estava procurando? Consegui! Hoje mesmo, ao anoitecer, mudaremos para a capital paulista. Portanto, arrumem as malas.
CORTA PARA:
CENA 06 / PALÁCIO REAL / HORTA / INTERIOR / DIA
Aurora e Neno conversam.
Aurora – Fiquei surpresa quando você disse que queria conversar comigo. Não te conheço o suficiente. Quem é você? E o que desejas comigo?
Neno – O meu nome não importa agora. Princesa, eu vim propor uma aliança. Vamos nos unir para destruir o relacionamento do Príncipe com a Luana. Eu fico com ela e você com o Príncipe, certo?
Neno propõe uma aliança a Princesa Aurora.
Neno – Eu sei muito bem que você quer o Príncipe e eu a Luana! Portanto, me ajude a separá-los de vez.
Princesa Aurora – Não te conheço o suficiente para confiar.
Neno – Eu sou amigo do cozinheiro, que trabalho no Palácio Real. Fiquei sabendo pelos ouvidos dele, ele custou toda a sua conversa. Você sabe muito bem, não é?
Princesa Aurora – Perfeitamente. Eu tinha a percepção de que ele fazia mexericos e minhas hipóteses acabam de ser confirmadas, mas reconheço uma boa causa e um ganho nesse assunto todo.
Neno – Eu sei também que a senhor quer achar os Tesouros Perdidos do Capitão Kidd. Proponho uma aliança nesse contexto também. Vamos, nós três, aliarmos para encontrar os tesouros.
Princesa Aurora – Era só o que me faltava, agora você quer sair ganhando com tudo.
Neno – Tenho certeza que precisará de auxílio para achar os Tesouros. Vamos, responda-me, aceita minha aliança ou não?
Princesa Aurora – Não sabia que você desejava aquela plebeia. Eu já tomei certas providências. Disfarcei-me de uma pessoa velha e fui até a casa dela para dar conselhos. Certamente não precisamos fazer nada agora. Ela está confiante em você, esse momento.
Neno – Como sabes?
Princesa Aurora – Recomendo que o que eu vou pronunciar agora seja guardado a sete chaves ou sofrerá consequências terríveis.
Neno – Não denunciarei essa conversa para ninguém.
Princesa Aurora – Sinto que devo contar isso para você, pois bem... Eu sou dotada de magia. Eu sei que era você que estava na vida dela. Sei de tudo. Portanto, se é isso que você quer. Deixe-a em cárcere privado no dia em que formos achar os Tesouros.
Neno – Cárcere privado?
Princesa Aurora – Só falta essa ação para completar o plano.
CORTA PARA:
CENA 07 / CASA DE REGINALDO / INTERIOR / D9A
Atenção Edição: Continuação da CENA 01 deste capítulo.
Reginaldo – Minha filha, eu sei que levou tempo, mas não vá rejeitar essa proposta. Nós vamos para Portugal hoje mesmo! Hoje à noite.
Elizete – Ah, eu sempre quis morar em Portugal. Terrinha produtiva, excelente para as plantações e criações. E ter sotaque português, meu sonho.
Valdirene – Pai, você não está esquecendo-se da dívida do Gumercindo, não?
Reginaldo – Minha filha, em meio a essa minha batalha toda, eu enxerguei o verdadeiro valor da vida. Tudo aconteceu quando...
Entra um flash-back não apresentado nos capítulos anteriores.
Reginaldo conversa com um mendigo na rua.
Reginaldo – O senhor tem família?
Mendigo – Minha família foi escravizada para trabalhar nas minas de ouro, nas lavouras de açúcar. Eu já fui um escravo. Só Deus sabe o porquê de me conceder tantos anos de vida. Pode parecer que eu tenho mais, mas na verdade, tenho 60 anos de idade.
Reginaldo – 60 anos de idade?
Mendigo – Perfeitamente, enfrentei vários obstáculos nessa vida. Agora, hoje, sou isso, minha imagem refletindo para você. Eu era dono de uma taberna igual o senhor.
Reginaldo – Coincidência. Estou prestes a fechar minha taberna, ninguém paga a dívida.
Mendigo – Uma taberna de bebidas, não é? Não se preocupe, porque nós juntos temos o mesmo problema. Quer um conselho?
Reginaldo – Gostaria. Sei que tem mais experiência do que eu. Em breve estarei me despedindo desse mundo.
Mendigo – Já passei fome por causa das dívidas, os clientes não pagavam. Cansei de cobrar, mas metade deles não davam o dinheiro. Eu passei a procurar alguns meios para me sustentar, correr atrás dos meus sonhos, que infelizmente alguns não tiveram sucesso. Claro, cometi muitos equívocos. Mas nunca abaixei a cabeça. Eu enxergava o verdadeiro valor da vida naquilo que eu gostava de fazer, sempre gostei de me apresentar. Uma coisa que eu aprendi é que nessa vida se leva a alma. Portanto, se você está precisando de dinheiro e ninguém paga, tente procurar outros meios para se sustentar, não procure cobrar de ninguém, alguns estão passando por uma situação inferior a você.
Fim do Flashback.
Reginaldo termina de contar a história.
Reginaldo – Então, foi isso que aconteceu.
Elizete – Esse mendigo só disse palavras bonitas para você. Quando o conheceu?
Reginaldo – Algumas semanas atrás. Mas resolvi me preparar para contar a vocês. Eu não vou cobrar dívida de ninguém, Valdirene. Eu quero recomeçar.
Valdirene – Mas você vai escutar conselhos de um mendigo meu pai? Vamos viver na miséria desse jeito.
Reginaldo – Minha filha, ele me ensinou o valor da vida... E os conselhos dele estão corretos, eu...
Nesse momento, alguém interrompe a conversa deles e bate na porta. Reginaldo abre e se assusta ao deparar-se com Gumercindo à sua frente.
Reginaldo – Gumercindo?
Gumercindo – Eu vim em paz senhor Reginaldo! Tenho uma excelente notícia para o senhor. Deixe me entrar, por favor.
Reginaldo – Está bem, entre.
Gumercindo entra e Reginaldo fecha a porta. Valdirene critica o homem.
Valdirene – Até que enfim resolveu aparecer né grávida?
Wagner – O que você tá fazendo aqui? Já trouxe muito incômodo para nossa família. Pai, se o senhor quiser, eu expulso ele daqui.
Reginaldo – Não será preciso, Wagner. Vamos ver o que ele tem a dizer.
Gumercindo – Obrigado Reginaldo! Bom, eu serei breve e objetivo. Não farei rodeios. Não sei se vocês sabem, mas há algumas semanas atrás eu consegui um emprego no Palácio Real! Aos poucos, estou ganhando dinheiro. E hoje vim justamente aqui para resolvermos a questão da dívida. Eu vim pagar a dívida.
Gumercindo – Eu gostaria que vocês não julgassem minhas atitudes, pois não sabem a minha condição social. O senhor Reginaldo, já trabalhou nas minas de ouro e sabe como o salário de um garimpeiro é uma miséria. Mas eu gostaria de pedir perdão por meus equívocos, o que importa é que vim aqui para acertar as contas e pagar a dívida. E me perdoem às vezes que não fui homem e abri mão de vários métodos para escapar da dívida. Senhor Reginaldo, Elizete, Valdirene, eu gostaria que permanecesse amizade entre a gente, união. Já é da consciência de vocês que me disfarcei de vários personagens. Eu gostaria que vocês aceitassem minha amizade.
Todos se emocionam.
Reginaldo – Admiro a sua atitude de vir até aqui. Gumercindo é de justa coincidência, que acabei de comentar sobre o verdadeiro valor da vida com meus filhos agora. Um mendigo me disse para eu olhar a situação inferior dos outros primeiro antes de julgar a minha. E ele estava correto de suas hipóteses. Sinto que deveríamos nos conhecer mais, mas infelizmente isso não será possível. Eu mudarei para Portugal, não sei se a notícia já correu pelas redondezas.
Gumercindo – Não, não houve comentários a respeito disso. Mas qual o objetivo de sua mudança para Portugal?
Reginaldo – Recomeçar a vida sem divergências.
Gumercindo – Está bem. Bom, eu vou indo, o dinheiro está entregue.
Ele entrega o dinheiro para Reginaldo.
Reginaldo – Agora reconheço que é uma boa alma, apesar de tudo. Eu agradeço pelo dinheiro, não gostaria mesmo de aceitar, mas sou obrigado a fazer isso.
Gumercindo – Eu desejo energias positivas sobre sua vida Reginaldo.
Os dois se abraçam.
CORTA PARA:
CENA 08 / CASA DE MARIA CHIQUINHA/ INTERIOR / DIA
Gumercindo e Neno conversam na cozinha. Os dois comemoram ao saber que ele conseguiu pagar a dívida.
Gumercindo – É isso mesmo que vocês ouviram! Eu consegui! Eu consegui pagar a dívida com o fruto do meu trabalho. Mas esse mês não tenho nenhum tostão.
Eles comemoram.
Maria Chiquinha – Eu rezei muito por esse momento acontecer.
Neno – Gumercindo, temos que comemorar!
Gumercindo – Agora, eu estou livre! Livre dessa dívida.
Maria Chiquinha – Olha, eu até acho que podemos comemorar. Mas os disfarces valeram à pena não é?
Gumercindo – Não se preocupe Maria Chiquinha, sei que você fez de tudo para me ajudar, mas infelizmente esse plano não obteve sucesso.
Maria Chiquinha – Ô Gente, acabei de lembrar, esqueci o café.
Gumercindo – Não, não. Só esse pão está bom.
Maria Chiquinha – Eu vou buscar. Não fico sem meu café! Vocês dois, tomem conta da casa e fiquem aí conversando.
Maria Chiquinha vai embora.
Gumercindo – Não é uma excelente notícia, Neno?
Neno – Perfeitamente Gumercindo. Mas acho que temos que dar mais foco para um assunto... Eu tenho algo sério para falar.
Gumercindo – Algo sério? Mas o que houve, gente? Não me diga que é mais um problema.
Neno – Não, nunca. É uma missão que transformará nossas vidas. Ficaremos ricos.
Gumercindo – Ricos?
Neno – Perfeitamente. Lembra-se dos Tesouros Perdidos?
Gumercindo – É claro! Mas o que aconteceu com eles? Encontraram? Quem? Quando? Onde?
Neno – São vários questionamentos na sua cabeça, mas neste momento, apenas pode se inferir nós encontraremos!
CORTA PARA:
CENA 09 / PALÁCIO REAL / INTERIOR / DIA
Na sala do Palácio Real, todos presentes.
Rainha Georgia – Bom, eu mandei que todos ficassem reunidos aqui para que eu dê um comunicado de extrema importância.
Rei Bernardo – É isso mesmo! A ideia veio de mim.
Rainha Iracema – Mas eu acho que está tão cedo...
Rainha Georgia – Cale-se Iracema! Ou estragará a surpresa.
Fábio – Diga logo, Rainha Georgia.
Aurora – Mamãe estou a desconfiar. Quais são os seus planejamentos?
Rainha Georgia – No momento eu só posso dizer que amanhã se aproxima uma data marcada pelo matrimônio de vocês. As Coroas começam a ser unidas!
Aurora e Fábio se surpreendem. Fábio, assustado.
Fábio – O quê? Você está falando sério? Mas está tão cedo! Nem conheci a Princesa o suficiente.
Aurora – Excelente. Não vejo a hora de casar com o Príncipe.
Fábio – Aurora! Mas você também não concorda?
Aurora – Mas é claro que eu concordo com a minha mãe!
Rainha Georgia – Um mês foi o tempo suficiente para vocês se conhecerem. Está decidido, amanhã vocês casam, eu já marquei a data com o arcebispo.
Fábio – Mas está em cima da hora. Temos que arrumar várias coisas.
Rainha Georgia – Não importa. Será suficiente. Agora, vamos. Não temos tempo a perder.
Fábio – Eu vou sair.
Rainha Georgia – Para onde? Você tem que se arrumar para o casamento amanhã.
Rainha Iracema – Irmãzinha, você não pode impedir o meu filho de sair. Aliás, a mãe dele sou eu e ele não pertence a você.
Rainha Georgia – Iracema! É impressão minha ou você está fazendo de tudo para que esse casamento não aconteça?
Rainha Iracema – Impressão sua. Longe de minhas intenções praticar essa ação terrível. Só não concordo com esse casamento exatamente agora.
Rainha Georgia – Está bem... Então, vá, Fábio. E volte depressa para se arrumar.
Todos vão embora.
Em seguida, Saulo chega à sala e se aproxima de Rei Bernardo.
Saulo – Majestade perdoe a interrupção. Mas tenho um assunto de extrema importância para falar contigo.
Rei Bernardo – O que houve Saulo?
Saulo – A mina senhor! Os garimpeiros.
Rei Bernardo – Desmoronou novamente?
Saulo – Sinto muito, mas afirmo que nenhum Tesouro Perdido foi encontrado. Os garimpeiros passaram horas procurando na mina como o senhor disse, e nada senhor. Nada. Só vestígios de antigas civilizações que viveram lá e mais nada!
Rei Bernardo – Mas isso é inadmissível. Onde será que está esse Tesouro Perdido, meu Deus?
Aurora acabara de ouvir a conversa.
CORTA PARA:
CENA 10 / CASA DE LUANA / SALA / INTERIOR / DIA
Na cozinha, Luana faz um bolo de chocolate seguindo as ordens da receita e enquanto isso conta seu lucro.
Luana – Ah, estou tão feliz. Consegui lucrar um pouco. Mas isso aqui só vai dar para os ingredientes. Várias pessoas me fizeram elogios e me incentivaram a continuar com esse lindíssimo trabalho.
Geremias – Mas é claro! Eu concordo com eles minha filha. É bom que você encontrou alguma coisa para se distrair e entrar com dinheiro na casa. Eu sinto muito, não posso fazer nada para ajudar. Ver você dando duro assim, me dava vontade de retomar o trabalho, mas não posso.
Luana – Papai, não se preocupe com isso. Eu sinto que mudei para uma pessoa melhor. E estou gostando disso.
Geremias – Se você está gostando, quem sou eu para impedir não é mesmo?
Em seguida, alguém bate na porta. Geremias abre e vê o Príncipe.
Geremias – Você?
Fábio – Posso entrar?
Geremias – Por favor.
Fábio entra e olha para Luana.
Fábio – Meu amor!
Ele corre para abraça-la, mas ela hesita.
Luana – Não! Afaste-se de mim.
Geremias – Bom, eu vou deixar vocês dois conversando, vou dar uma saída.
Geremias sai de casa.
Fábio – Mas o que aconteceu com você para me tratar desse jeito? Alguém apagou sua memória? Não se lembra de quando aceitasse retomar o nosso romance?
Luana – Mas é claro que eu lembro! Mas por ironia do destino, um passarinho me aconselhou e me fez acreditar que a vida ao lado de você seria péssima para minha pessoa.
Fábio – Ah, é? Quem te disse isso?
Luana – Não vou identificar, mas ressalto que eu acreditei nessa pessoa.
Fábio – Certamente é alguém querendo atrapalhar nosso romance! Deve ser aquele homem, Neno. Claro, mas é claro.
Luana – Não levante falsas acusações contra ele. E eu não posso viver com você. Eu quero uma vida de aventuras! Eu não quero ser Princesa, não quero! E não quero também que as pessoas fiquem fazendo comentários em relação à minha pessoa. E vá embora, não temos nada para conversar. Esqueça-se dos momentos que passamos juntos, das felicidades. Acho que você deveria fazer isso, porque eu já os apaguei de minha memória. Agora, o jogo virou e vou recomeçar a vida!
Fábio – Você está muito estranha. Eu nunca pensei que você seria capaz de pronunciar essas palavras contra minha pessoa. Decepcionei-me novamente. Mas se você quiser, eu te dou uma vida aventuras. Poderíamos navegar juntos, em um navio e conhecer países.
Luana – Mas eu não quero você mais! Eu quero alguém que me ame de verdade.
Fábio – Mas eu amo você de verdade.
Luana – Contaram também que a pessoa ideal para mim é quem estivesse ao meu lado durante sua viagem para os países orientais.
Fábio – Você sabe muito bem. Mas porque está usando o plural nesta frase? Foi um grupo de pessoas?
Luana – Isso não importa agora. O que é importa é que realmente a oração faz sentido. Eu posso até desconfiar de suas intenções, quem sabe tivesse me traído com outra nessa viagem. Mas eu preciso falar tudo que está aqui! Estou segurando isso há muito tempo. Eu penso que você devia ficar com a Princesa e eu com o Neno e assim nossa vida estaria resolvida.
Fábio – Eu vim aqui justamente para falar sobre a minha união com a Princesa. Nós temos que impedir isso meu amor! Aí sim, finalmente viveremos em paz. Marcaram o casamento para amanhã. Você me ajuda?
Luana – Eu não vou fazer isso Fábio.
CORTA PARA:
CENA 11 / CASA DO MAGO / INTERIOR / DIA
Geremias se senta à frente do mago da floresta.
Mago – Mas o que exatamente você quer de mim?
Geremias – Eu vim em sigilo para implorar que você reconheça quem está querendo prejudicar o romance da minha filha.
Mago – Um romance? Ah, mas é claro. Um romance com o Príncipe. Sabe que pode ter muitas consequências não é?
Geremias – Sim, é de minha consciência.
Mago – Mas não consigo compreender! O que é exatamente, o problema?
Geremias – Não dá para você perceber?
Mago – Eu não tenho bola de cristal e não sou adivinha. Só sei do presente, e preciso do auxílio para que eu ajude nos teus problemas. Portanto, diga o que é.
Geremias – Uma nuvem de azar. Escura, que pode ameaçar o romance da minha filha. Uma pessoa misteriosa, há uma semana, foi lá e persuadiu minha filha a não dar continuidade ao romance com o Príncipe. Bem, eu sei que toda magia tem um preço. Agora eu pergunto para você. Quem é a pessoa misteriosa?
CORTA PARA:
CENA 12 / CASA DE LUANA / INTERIOR / DIA
Luana e Fábio discutem.
Luana – É isso! Eu vou recomeçar a minha vida e acho que você também deve recomeçar a sua casando com a Princesa.
Fábio e Luana limpam as lágrimas que descem dos olhos.
Fábio – Está bem, mas eu garanto que você se arrependerá por isso! Vejo que está com sangue nos olhos.
Luana – E nunca mais me procure! Meu coração já está doído.
Fábio – Então, minha única alternativa é casar com a Princesa mesmo.
Luana – Boa sorte no seu casamento com a Princesa. O amor virá depois, com o tempo você aprenderá a amá-la. Desejo toda a felicidade para vocês.
Fábio – Desejo sorte na sua nova vida agora e nas vendas dos bolos.
Luana – Obrigada. Adeus!
Fábio – Adeus!
Em seguida, Fábio vai embora.
Luana começa a chorar descontroladamente.
Em seguida, Neno chega a casa, vê a porta aberta.
Neno – Meu amor. Porque está chorando? Você não pode ficar sozinha.
Luana – Não é nada. É só uma fraqueza do meu espírito... Bom, eu vou te dizer. Pode marcar a data do casamento! Eu terminei meu romance com o Príncipe.
Neno – Seu desejo é uma ordem, meu amor. E eu vou marcar esse casamento o mais rápido possível.
Neno consola Luana. Ao mesmo tempo, sorri.
CORTA PARA:
CENA 13 /CASA DO MAGO/INTERIOR / DIA
Na casa do Mago, Geremias e o homem conversam.
Mago – Então você quer saber quem disse essas barbaridades para sua filha?
Geremias – Perfeitamente. Qual é o preço?
Mago – Não discutiremos preço agora. Mas, é uma pessoa que você não iria desconfiar. Aliás, você nem deve conhecer. Ela chegou há pouco tempo aqui. É aquela que está com casamento marcado com o Príncipe para amanhã. E você precisa impedir esse casamento, sua filha precisa impedir.
Geremias – A Princesa?
Mago – Sim.
Geremias – Mas é claro. A Princesa!
CORTA PARA:
Fim do Capítulo
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