O Jogo do Poder - Capítulo 11
sexta-feira, julho 20, 2018CAPÍTULO 11
CENA 01/ MANSÃO VILLANOVA / SALA DE ESTAR/ TARDE:
Zilda está sentada no sofá branco de quatro lugares, ela está lendo uma revista sobre culinária. Eduardo adentra a sala guardando o celular no bolso.
Eduardo – Ah! A senhora tá aí né, eu tava lhe procurando.
Zilda – Você já foi ver como é que a Stefanny está?
Eduardo – Não, não – ele se dirige até uma mesa no canto da sala. Ele prepara um drink – eu só queria avisar a senhora que amanhã eu vou dar uma festa aqui em casa, pra comemorar a minha posse a presidência – ele se senta no outro banco, idêntico ao que Zilda está sentada e que fica de frente para o outro.
Zilda – Festa? Não, você só pode estar brincando comigo.
Eduardo – E por que eu faria isso? Bom, eu acabei de assumir um cargo importante no hospital, o natural é que eu comemore ué.
Zilda – A tua irmã tá de cama, ela não está bem, e você quer fazer uma festa? Não, eu não permito isso! – ela se coloca de pé e joga a revista sob a mesa de centro.
Eduardo – A senhora não é ninguém pra permitir ou não permitir alguma coisa aqui nessa casa. Se eu disse que eu vou fazer essa festa, é porque eu vou fazer essa festa. Até porque até onde eu sei, essa casa aqui é minha!
Zilda -Essa casa é do Eduardo! Meu Deus, o que tá acontecendo com você? Ficou petulante, nojento, prepotente. Quer saber de uma coisa, eu tô te achando parecido com o Eduardo. E eu vou ficar muito chateada se você ficar igual a ele! Logo você, que sempre foi um menino educado e respeitoso comigo e com as outras pessoas! – ela pega a revista que jogou sob a mesa e sai da sala.
CENA 02/ CASA DA RAQUEL / SALA /TARDE:
Raquel passa para Heitor uma xícara de café e em seguida se senta ao lado dele, só que na cadeira ao lado.
Raquel – E quando é que você pretende voltar?
Heitor – Amanhã mesmo. Vou chegar lá numa boa, como se eu não lembrasse de tudo que aconteceu, só do carro perdendo o controle e caindo do barranco e é claro, de como eu vim parar aqui. Eu não vou falar nada sobre a Stefanny justamente, pra eu não alarmar ela e sim poder me aliar – ele dá um gole no café.
Raquel – Eu até agora não tô conseguindo entender o motivo de você querer se juntar da irmã que tentou te matar e matar o teu irmão. Sendo que você tinha que fazer era baixar numa delegacia e denunciar ela.
Heitor – Olha Raquel, foi como eu te falei. Eu sempre odiei o Eduardo pelos mesmos motivos da Stefanny. Só, que é claro que eu não demonstrava isso do mesmo jeito que ela. Já que ao contrário dela, que sempre foi chata, raivosa, arrogante, prepotente e invejosa, eu já era mais educado, simpático, meigo, amoroso, rostinho de galã. Assim eu ganhei confiança, enquanto os outros dois se batiam. Mas eu nunca gostei da atenção e o tratamento que o Eduardo tinha, na verdade até hoje eu não consigo entender.
Raquel – Você quer ficar com tudo, não é? Riqueza, e eu te dou razão. Eu nunca me conformei com essa pobreza que eu herdei e por isso eu te entendo.
Heitor – Você vai vir comigo, eu vou te dar a vida que você sempre quis, longe desse lugar podre, dessa gente pobre. Eu vou te levar lá pra cima, pra um patamar que ninguém imaginou te ver!
Raquel – Cara, eu te amo pra porra! – eles se abraçam enquanto se beijam.
CENA 03: MANSÃO VILLANOVA/ ESCRITÓRIO/ TARDE:
Eduardo está lendo alguns papéis, enquanto ouve Heitor Villa Lobos no computador. Stefanny adentra a sala, ela fecha a porta com muita força que o estrondo assusta Eduardo.
Eduardo – Pra quem tava quase morrendo, você parece bem conservada ainda. Tomou formol?
Stefanny – Escuta aqui Heitor! Sem gracinhas, ok? Eu vim aqui pra saber de uma coisa. Foi você que fez isso comigo?
Eduardo pausa a música – Fiz o quê?
Stefanny – Eu sei que foi você, fez isso por vingança, não foi?.
Eduardo – Olha, eu vou ser bem direto. Foi eu sim, tentei te matar, mas infelizmente não era meu dia de sorte. E antes que você estufe o peito pra dizer que vai me denunciar, eu te digo a mesma coisa que você me falou lá no hospital, lembra? Que eu não tinha provas e que por isso eu não podia fazer nada. Então, acho que já estamos kits.
Stefanny – Eu te odeio, seu desgraçado! Mas pode anotar aí nessa tua agenda, que vai ter troco, eu juro por Deus como vai ter troco!
Eduardo – Ok, e vou anotar também que eu tô cagando e andando pra você, querida!
Stefanny sai do escritório, enfurecida.
DIA SEGUINTE...
CENA: 04 / MANSÃO VILLANOVA/ JARDIM/ NOITE.
O jardim está sendo palco da festa de Eduardo, vários convidados estão presentes. O DJ passa pra Eduardo o comando do som. Todos se divertem e pulam ao som da batida. Ao olhar pra plateia, Eduardo fica imóvel. Os convidados abrem o caminho assustados. Eduardo fica paralisado e com os olhos vidrados. Heitor aparece, sorrindo e abrindo os braços.
Heitor – Eu voltei! Eu tô vivo meu irmão! Vivo!
Stefanny que acompanhava a festa através da janela, vê Heitor de braços abertos e sorrindo.
CONGELAMENTO EM STEFANNY, ASSUSTADA.
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