O Jogo do Poder- Capítulo 09
quarta-feira, julho 18, 2018Capitulo 9
CENA 01: AVENIDA/ MANHÃ.
Logo o local do atropelamento seguido de acidente é lotado por curiosos. Dois homens ajudam Pedro a se levantar, ele vê a irmã no chão, bastante ferida.
Pedro – Rose, fala comigo Rose! – ele acaricia os cabelos da irmã que está bastante machucada, com várias escoriações pelo corpo e com a parte direita do crânio jorrando sangue.
Homem – Ela tá morta, não mexe no corpo.
Pedro – Ela é minha irmã! vocês não entendem! – as lágrimas que escorrem do rosto dele se misturam ao sangue dela que se espalha no chão. Ele em seguida desmaia.
Alguns minutos depois os bombeiros e duas viaturas chegam no local. Stefanny é retirada de dentro do carro por dois bombeiros e é logo colocada em uma maca amarela. Pedro também é socorrido.
Stefanny é levada ao hospital da família, enquanto Pedro é levado para um pronto socorro.
CENA 02: HOSPITAL/MANHÃ:
O médico adentra o quarto em que Eduardo está.
Médico – E aí Heitor, já se sente um pouco melhor? – ele se aproxima da cama e pega a ficha.
Eduardo – Já sim. As dores passaram e a febre também, se colocarem uma bola aqui eu chuto.
Médico – Vai com calma garotão – ele sorri – tô vendo aqui que você já foi medicado e está tudo certo. Bom, o que eu tenho pra te dizer sobre isso é: parabéns, jogador, pode ir pra casa.
Eduardo – Glória a Deus, aleluia, hosana nas alturas! – ele estende os braços para o céu.
Médico – É, mas eu não tenho noticias muito boas pra te dar não. A tua irmã, a Stefanny tá aqui no hospital, sofreu um acidente de carro agora a pouco. Tá em observação, nada grave, mas ela vai ficar bem. E eu não sei se você viu na televisão que a busca pelo o teu irmão foi encerrada. Eu sinto muito ter que te dizer tudo isso de uma vez, mas é que eu não gosto de ficar enrolando ninguém, me desculpa.
Eduardo – Não, que isso, obrigado por ter me contado tudo isso assim, bem objetivo. É... eu posso ver a minha irmã antes de ir embora?
Médico – Vou deixar só porque eu conheço vocês, vou pedir pra enfermeira trazer as muletas.
CENA 03: HOSPITAL/ MANHÃ:
Com a ajuda do médico, Eduardo entra no quarto em que Stefanny está. Eles ficam a sós.
Stefanny – Tá fazendo o que aqui?
Eduardo – Vendo com os meus próprios olhos que a lei do retorno é tiro certo. É claro que eu não esperava que fosse voltar tão cedo. Sabe, no caminho pra cá o Ênio me disse que você atropelou uma mulher que por sinal, tá morta. E aí, já ensaiou o que vai dizer pro delegado antes dele te dar a voz de prisão? – Eduardo se senta ao lado de Stefanny.
Stefanny – Eu não vou ser presa, a imprensa já teve aqui e o hospital vai divulgar uma nota dizendo que eu passei mal no volante por conta de uma crise de hipoglicemia causada pela diabetes
Eduardo – Isso é mentira, você não tem nada disso. É só um papo teu pra driblar esses otários! Meu Deus, você matou uma pessoa! – ele se levanta.
Stefanny – Que se dane! Morreu? Enterra!
Eduardo – Essa aí é a Stefanny que eu conheço, a mesma merda que a mamãe preferiu cuidar e chamar de filha, do que jogar em uma privada e dar descarga. Você devia tá correndo igual uma louca se achando a protagonista de um filme de corrida, “A Loira Louca do Volante” e agora vem querer dizer que passou mal, ah vai enganar o teu pai, o satanás!
Stefanny – Heitor, por favor, vê se da um tempo tá? Sai daqui porque eu preciso descansar e olha, acho que você ficou muito tempo andando com o Eduardo porque né, tá falando igual a ele.
Eduardo – O que eu falo ou como eu falo é um problema meu, não teu! – ele usa as muletas até chegar a porta, ele a abre com dificuldade e sai do quarto.
Passam-se três dias:
CENA 04: BAR DO ALCIDES/ NOITE:
Pedro e seu amigo Klebber, estão bebendo cerveja enquanto estão sentados ao redor de uma mesa na calçada do bar.
Klebber – Já procurou um advogado pra poder abrir um processo contra a mulher lá? – Klebber enche o copo americano com cerveja.
Pedro – Acha mesmo que um perrapado como eu, vai conseguir vencer um processo contra uma das famílias mais poderosas do Brasil? Só se eu for doido. Não tem nada pra mim não Klebber, aquela lá já disse pra todo mundo que desmaiou por culpa da diabetes.
Klebber – Eram pra proibir essas pessoas de dirigir, isso sim. Eu fiquei sabendo de um caso parecido há alguns anos atrás, lá em Belém do Pará.
Pedro – É, eu lembro– ele dá um gole na cerveja – eu já sei o que eu tenho que fazer, tá tudo pronto já.
Klebber – Olha cara, não vai fazer merda.
Pedro – Escuta, se a lei não faz o que é justo, eu vou fazer. Eu investiguei a safada, sei o que ela faz e onde ela mora. Eu vou fazer ela pagar por ter matado minha irmã, cê vai ver.
CENA: 05/ HOSPITAL/ MANHÃ:
Stefanny está terminando de preencher uma ficha quando escuta dois toques na porta de um paciente.
Stefanny – Pode entrar! – ela continua de cabeça baixa, preenchendo o mais rápido que pode a ficha. Ela termina e estende a mão – bom dia! tudo bem? Você é o?.....
Pedro – Pedro, o meu nome é Pedro – ele estende a mão.
Stefanny – É um prazer, Pedro – eles sorriem enquanto com o cumprimento, apertam as mãos.
CENA: 06/ MANSÃO VILLANOVA/ MANHÃ:
Flávia, uma das empregadas carrega na bandeja o café da manhã de Eduardo. Ele está lendo alguns documentos na tela do notebook, ele se levanta da cama.
Flávia – Senhor, eu vou deixar a bandeja aqui em cima do criado-mudo.
Eduardo – Eu já cansei de te dizer que é pra me chamar de senhor, lembra? Eu sou o patrão e você é a empregada, burguês e proletária, sacou?
Flávia – Me desculpe, mas é que o senhor nunca me pediu pra lhe chamar assim. Quem dizia isso pra mim era o Eduardo. Mas esse erro não vai mais acontecer, senhor. Com licença – Flávia sai do quarto e ao fechar a porta, pega o celular em seu bolso para ler mensagens.
Eduardo – Que merda! Eu tô dando muita bandeira, daqui a pouco todo mundo vai saber que eu não sou o Heitor, inferno!
Flávia – Não é o Heitor?
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