Castelo de Vidro - Capítulo 14
sexta-feira, outubro 09, 2020
Fortunato suspira fundo e move sua cadeira de rodas até a porta. Ele gira a chave na fechadura e abre a porta, o homem fica chocado ao ver de quem se trata.
Fortunato: Você?!
A câmera sai do foco de Fortunato e vai para quem estava na porta, revelando Eduardo que está com uma pasta de documentos em mãos. Closes alternados entre os dois.
Castelo de Vidro
NOVELA DE
Gabriel Malifer
COLABORAÇÃO
Gabriel Pretto
Ivette Dorleak
AUTORIZAÇÃO
Web Novelas Channel
Capítulo 14 - Xeque-Mate
O CONTEÚDO ABAIXO NÃO É RECOMENDADO PARA MENORES DE 12 ANOS. CONTÉM LINGUAGEM IMPRÓPRIA, CONTEÚDO SEXUAL E VIOLÊNCIA
CENA 01/EDIFÍCIO ROYAL/CASA DE FORTUNATO/HALL DE ENTRADA/INTERIOR/DIA
A cena continua o gancho do capítulo anterior. Fortunato encara Eduardo de um jeito pasmo, como se estivesse vendo um fantasma. Eduardo, por sua vez, já está mais tranquilo e com uma expressão séria. Ele está com uma pressa discreta, mas mantém a postura. Nas suas mãos, ele segura a pasta que roubou da Real Brasil. Fortunato observa a pasta e volta o seu olhar para o homem.
Fortunato (surpreso): Eduardo? É...você?
Eduardo da uma risada de canto.
Eduardo (sorridente): Em carne e osso.
Fortunato (cauteloso): É bom te ver de novo, mas o que você está fazendo aqui? Como descobriu o meu endereço?
Eduardo: Não fique assustado. Eu não vim aqui te difamar, ferir ou coisa pior. Não vim aqui para fazer mal para você. Eu não sou a Ana Maria. O motivo de estar aqui envolve ela, mas não é pra te ferir. É pra discutir outras coisas.
Eduardo mostra a pasta para Fortunato.
Eduardo (sério): Eu...decidi voltar a algum tempo para procurar pelo Lucas. Foi quando eu descobri que a Ana Maria virou dona da Real Brasil. Depois, após umas investigações, fiquei sabendo que a Real Brasil é cheia de esquemas podres e que a Ana tá usando o Lucas como ferramenta para o seu sucesso.
Fortunato (surpreso): Desse golpes eu já suspeitava, mas o Lucas? Quem pode ser tão interesseiro ao ponto de usar ao próprio filho como ferramenta de sucesso e de status?
Eduardo: Além da Ana Maria? Não sei. Mas enfim, o que eu tenho aqui nessa pasta são provas irrefutáveis dos crimes de Ana Maria. Eu sei que o seu acidente foi tramado por ela para te tentar tirar do caminho. Eu gostaria de alguém para me ajudar a me vingar da Ana Maria. Você parece a pessoa certa pra isso. Você me permitiria entrar para que possamos discutir isso melhor?
Fortunato: Claro. Sinta-se a vontade.
Eduardo: Muito bom. Obrigado.
Fortunato: Estamos sozinhos em casa, mas não por muito tempo. Logo me esposa e filhas chegam. Então precisamos ser um pouco breves.
Eduardo: Entendido.
Eles iniciam a conversar e armar um plano.
CENA 02/MORRO DO SOL/CANTINHO DA MAURA/INTERIOR/DIA
Carlinhos está escondido no chão amedrontado. Os capangas de Sobral estão todos a sua volta. Ele sabe que precisa encontrar um jeito de sair dali o mais rápido possível ou irá morrer. Ele se levanta e alguns homens tentaram imobilizá-lo. Ele morde o dedo de um e chuta o outro entre as pernas. Ele sai correndo dali, e um dos homens sai correndo atrás dele. A câmera segue o capanga. Ele consegue chegar do lado de fora do restaurante e perde Carlinhos de vida. Ele suspira e tira um rádio do bolso.
Capanga (para o rádio): O moleque fugiu!!!
Sobral (off): O quê!? Como deixou isso acontecer, seu incompetente???
Capanga: Ele foi mais esperto. Diabo de moleque marrento.
Sobral: Que droga!!! Olha, quer saber? Vão incendiando esse lugar. Eu vou atrás do moleque. Ele vai me pagar por ter nos enrolado! Eu vou fazer picadinho dele.
Capanga: Entendido.
O capanga volta para dentro do restaurante.
CENA 03/REAL BRASIL/SALA DE ANA MARIA/INTERIOR/DIA
Neidinha e Ana Maria estão sozinhas dentro da sala. Ana chamou a funcionária para ter uma conversa. Ana já está mais calma e recomposta de seu surto, mas ainda se encontra um pouco tensa. Neidinha não sabe ao certo o motivo de ter sido convocada para uma conversa depois de um assunto delicado, mas ela tem suas suspeitas. Ela engole seco antes de Ana Maria começara a falar.
Ana Maria (irritada): Você sabe por que está aqui, não sabe?
Neidinha (temerosa): ...não exatamente, madame.
Ana Maria fica estressada e dá dois tapas fortes em sua escrivaninha, o que assusta Neidinha.
Ana Maria (furiosa): Não se faça de santa comigo, sua falsa vigarista de bosta!!! Como eu fui burra ao confiar em você. Nem sei onde eu tava com a cabeça. Devia ter bebido quando fiz isso. Como você pode ser tão imoral e covarde ao ponto de averiguar o relacionamento do meu filho, sendo que eu sou a dona dessa empresa e mãe dele?
Neidinha (destemida): Já ouviu falar em ‘privacidade’? É algo muito bom se ter, especialmente quando você está envolvido em grandes empresa. O Lucas é maduro o suficiente para cuidar do próprio nariz e expor o seu relacionamento com a Helena seria uma invasão de privaci-
Ana Maria (interrompendo e furiosa): Quem você pensa que é pra falar de privacidade???
Ela pausa por alguns segundos.
Ana Maria: Que coisa mais irônica, não?. É realmente memorável ver uma pessoa que gravou secretamente as minhas conversas telefônicas para me comprometer, querer falar da privacidade do meu filho!
Neidinha engole seco.
Ana Maria: E você já olhou o seu telefone? Se não, provavelmente vai estranhar o fato da gravação, que eu apaguei, não estar lá nos arquivos. Primeiro, é bom você colocar uma senha no seu telefone para evitar coisa assim. Segundo, você é uma traidora! Quem é que você pensa que é pra tentar bater de frente comigo? Não compre brigas as quais você não pode ganhar. E pode ter certeza que se eu descobrir mais alguma coisa relacionado a comprometimento público de minha pessoa na qual você esteja envolvida, a coisa não vai ficar bonita.
As duas se encaram.
CENA 04/REAL BRASIL/HALL PRINCIPAL/INTERIOR/DIA
Lucas e Helena estão abraçados. Manoel e Liliana estão em frente a eles, o clima é desconfortável. Lucas tenta acalmar Helena e Manoel resolve falar com eles:
Manoel: Gente… Vocês devem se acalmar! O clima é complicado e a Ana está estressada em nível extremo. O ideal é esperar a poeira abaixar e conversar com ela!
Liliana: Eu concordo com o Manoel. Se vocês falarem mais alguma coisa agora vai ser pior, eu não recomendo de maneira alguma! E é melhor vocês se prepararem, pois daqui para frente não terão paz.
Manoel: Olha, eu só peço para que vocês se cuidem e tenham juízo, pelo amor de Deus! Agora a gente precisa ir, boa sorte aí para vocês dois…
Lucas e Helena acenam para eles com a cabeça. Manoel e Liliana saem de cena indo em direção a saída. Foco em Helena que abaixa a cabeça entristecida, Lucas percebe e resolve a confortar.
Lucas: Ei… não precisa ficar triste! Quem tiver incomodado com o nosso amor que se exploda, eu não vou te deixar por conta da opinião alheia. Eu te amo e ponto final, garota!
Helena: Mas, Lucas… como eu vou vir trabalhar todos os dias e olhar para a cara da sua mãe sem sentir vergonha?
Lucas: Vergonha de quê? Você não tem que sentir vergonha dos seus sentimentos, Helena. O que importa é o amor que eu sinto por você e o que você sente.
O refrão da música "Te Assumi Pro Brasil" de Matheus & Kauan começa a tocar. Lucas e Helena se beijam carinhosamente. Closes em vários ângulos do beijo dos dois.
CENA 05/MORRO DO SOL/CANTINHO DA MAURA/EXTERIOR/DIA
Maura e Socorro estão caminhando pelas ruas do Morro do Sol em direção ao restaurante para começar mais um dia de trabalho. Elas já estão recompostas depois do velório de Zeferina. Porém, as duas ainda estão tristes e não estão com seus sorrisos que sempre estampam seus rostos. Socorro ainda parece estar mais alarmada, visto que ela doou o sangue para idosa. Mas ainda sim isso não foi o suficiente para salvá-la. Maura, percebendo o desconforto da amiga, da um tapa em suas costas e sorri para ela. Socorro sorri um pouco também. As duas continuam andando em direção ao restaurante. A câmera foca em seus rostos. Quando elas chegam na frente do estabelecimento, elas arregalam os olhos horrorizadas e param. A imagem revela que o Cantinho da Maura está em chamas. Maura se desespera e Socorro fica horrorizada. Várias pessoas estão em volta do estabelecimento, incrédulas com o que está acontecendo.
Maura (desesperada): Meu restaurante! Não! O que foi que aconteceu!? MEU RESTAURANTE!
Socorro (em pânico): Calma Maura. Calma. Eu vou buscar ajuda. Você fica aqui e não vai lá dentro!
Socorro sai correndo pedindo ajuda.
Socorro (gritando): Alguém chama o corpo de bombeiros!
Maura fica desesperada e cai de joelhos no chão, berrando em desespero.
CENA 06/MORRO DO SOL/CASA DE ZEFERINA/INTERIOR/DIA
Carlinhos entra correndo dentro da casa fugindo de Sobral e tranca a porta da frente. Ele pega uma tesoura sem ponta para se defender na mesa, corre pelos corredores e se esconde dentro de um banheiro, fechando a porta. Ele soluça de medo. Sobral chega na porta da frente, chuta e arromba a mesma. O homem caminha pela casa ferozmente em busca de Carlinhos. Ele chega na frente da porta do banheiro, que está fechada. Isso levanta as suas suspeitas. Ele tenta abrir e percebe que está trancada. A ficha cai. Ele percebe que Carlinhos só pode estar ali dentro. Ele arromba a porta. Carlinhos tentar atacar ele com a tesoura, mas leva um tapa na cara e deixa a tesoura cair no chão. Sobral joga o garoto no chão e sobe em cima dele, enchendo seu rosto de tapas e golpes. Ao notar a tesoura no chão, ele e a pega e tentar feri-lo. Carlinhos o segura e Sobral tenta afundar a tesoura no seu peito.
CENA 07/SÃO PAULO/RESTAURANTE A LA CARTE/INTERIOR/DIA
Renata e Roberto estão se encontrando no Restaurante para discutir alguns planos para derrubar Ana Maria. Roberto parece agitado e Renata inquieta.
Roberto: Então...como foi lá dentro?
Renata (inquieta): Deu tudo errado, Roberto. Tudo errado!
Roberto: Como assim deu tudo errado!? Eles te flagraram?
Renata: Foi mais ou menos isso, mas pior. Eu entrei na sala e achei a pasta, aí entrou um homem lá dentro, pegou a pasta de mim e foi embora.
Roberto: Como assim embora? Era um guarda-costas?
Renata: Não parecia.
Roberto suspira em frustração.
Roberto (frustrado): Que droga! Não podia ser mais atenta!? Agora lá se vai por água abaixo a maior chance que a gente dia contra a Ana.
Renata (desapontada): Eu sei...eu sei...mas uma coisa não bate. Se era um guarda costas, porque fugir com a pasta e não me imobilizar? Ele me deixou sair dali livre, leve e solta. Será que aquele homem tem segundas intenções contra a Ana também?
Roberto: Talvez. Se esse for o caso, será melhor ainda. Mas agora nós precisamos ir atrás desse sujeito. Não para pedir ajuda a ele, mas sim pra pegar a pasta de volta.
Renata balança a cabeça positivamente.
CENA 08/COLÉGIO MARANHÃO/SALA DA COORDENAÇÃO/INTERIOR/DIA
Pelos corredores vazios do horário de aula do colégio em horário de aula, caminham tensos Regina e Bonifácio. Bonifácio é o que está mais nervoso e desapontado, pelo fato de ter sido Laila que começou com toda a briga. Regina já parece mais tranquila, mas mesmo assim tensa. Os dois acabam chegando junto às portas da coordenação e se olham. Bonifácio encara por um momento. Regina o olhar dos pés a cabeça e sente um frio descendo sua espia. Bonifácio bate na porta e espera alguns segundos. Regina disfarça o seu incômodo e franze a testa. Alguns segundos depois a coordenadora abre a porta.
Coordenadora (séria): Entrem e sentem-se, por favor.
Os dois entram sérios. Regina percebe a presença de Laila e arregala os olhos, mas rapidamente retoma a posturas. Os dois se sentam e ficam sérios.
CENA 09/COLÉGIO MARANHÃO/PÁTIO/INTERIOR/DIA
O sinal toca anunciando o recreio no colégio, todos os alunos saem da sala. Alice é vista sentando no banco, o mesmo no qual conversou pela primeira vez com Laila, e pega seu celular. Ela suspira meio desapontada pela atitude da amiga com ela e com a Sara, que chegou ao seus ouvidos. Ela abre o seu grupo de amigos, no qual se encontram Laila, Nana, Nina e vários outros alunos do colégio e escreve uma mensagem.
Alice (na mensagem): Existem certas pessoas na vida que a gente põe fé. As considera amigas, troca ideia, dá conselhos, trata como irmã. Porém chega uma hora que as cortinas caem e uma pessoa podre é revelada. Esse é o caso da @LailinhaXOXO. Tão mimada que é, foi capaz de mentir sobre sua origem humilde pelo fato de ter vergonha por morar em uma vila, roubar minhas coisas dentro da minha própria casa e me humilhar. Além disso, faz zombarias covardes de uma menina só porque ela não sabe falar português. Essa mesma menina levou um tapa da própria Laila sem razão alguma. O pior de tudo é justamente a parte de eu (burramente) tratar ela como amiga. Estou desfazendo a amizade com ela, mas preciso alertar ao meus amigos de verdade para abrir os olhos quanto a esta falsa. Pra mim já deu.
A imagem corta para a área da cantina da escola, onde vários alunos estão lendo a mensagem de Laila e ficando abismados. Alguns se entreolham chocados e outros dão gargalhadas do exposed feito por Alice. A imagem se move e vemos Nana lendo a mensagem, que se demonstra irritada com o que lê. Ela se levanta da mesa na qual estava sentada e vai em direção a Alice para tirar satisfação. Ela para na frente da garota e mostra a mensagem pra ela enfurecida.
Nana (mostrando o celular enfurecida): Quero saber quem você pensa que é pra falar calúnias da minha irmã. O que aconteceu entre ela se a Sara não é assunto seu!
Alice (revoltada): Calúnia? Sério isso? Olha tudo o que ela fez já essa manhã! Ela mentiu pra mim sobre sua origem só porque não gosta de ser humilde. Seu avô é uma pessoa maravilhosa e dá o sangue pra colocar ela na linha. Você sabe disso.
Ela faz uma pausa e respira fundo.
Alice (gritando para todos): E caso vocês não saibam, a Laila é uma mentirosa do cacete. Mentiu sobre sua origem humilde, bateu numa menina por nada e tentou roubar minhas coisas.
Todos ficam chocados.
Alice (irritada): E você, Nana, tá sendo igual ela ao averiguar a coisa mesmo com todos os fatos que comprovam isso que estou dizendo.
Nana (enfurecida): Olha aqui, sua fofoqueira. Você pode ir calando esta boca pra falar da minha irmã antes qu-
Nina (interrompendo): Baixa o seu tom pra falar com a minha irmã!
Nana olha para Nina e engole seco, meio surpresa.
Nana (surpresa): N...nina…
Nina (interrompendo): Eu não quero saber de explicações! Quem é que você pensa que é pra vir no meio da quadra brigar com a minha irmã?
Nana: Mas, Nina! Ela ta difamando a Laila. Ela tá difamando a minha irmã. Se fosse a Alice que estivesse passando por isso, aposto que faria o mesmo.
Nina (explodindo): Não me interessa! Você não tem direito de vir aqui humilhar a Alice. Isso não é da sua conta! Você pode parar de espumar e cria vergonha nessa cara. E se você continuar a ameaçar a minha irmã ou qualquer pessoa da minha família, você vai se entender comigo.
Nina cospe na cara de Nana e vai embora a passos largos, irritada.
Nana (chorosa): Nina...volta aqui…
Nana suspira em frustração e encara Alice com um pouco de raiva.
CENA 10/MORRO DO SOL/CANTINHO DA MAURA/EXTERIOR/DIA
O incêndio do restaurante já foi contido pelos bombeiros. Mas pela rápida ação do fogo, o lugar está todo destruído e acabado. As mesas estão queimadas. O chão empoeirado, as janelas estraçalhadas e os aparelhos quebrados. Maura está do lado de fora do restaurante chorando de joelhos no chão arrasada. O pequeno negócio no qual deu seu suor para manter está totalmente destruído. O restaurante era o único sustento de sua família. Ela grita e berra em desespero. Socorro chega perto da amiga, se ajoelha no chão na frente dela e a abraça, enquanto luta para não chorar. Depois de um longo e apertado abraço, as duas se levantam. Socorro segura nos braços da amiga.
Socorro (empática): Maura...eu tenho consciência de que nós duas vamos perder com isso. Pra você, a perda provavelmente será maior. Mas fique sabendo que você não vai passar por isso sozinha. Eu vou estar do seu lado para te ajudar. Nós vamos sair dessa, tá bom? Eu...eu acabei de falar com alguns moradores e eles disseram que estão dispostos a ajudar no que for necessário.
Maura balança a cabeça e olha para o chão, desesperançosa. Socorro tira a amiga dali para tomar uma água numa cantina próxima.
CENA 11/REAL BRASIL/CAFETERIA/INTERIOR/DIA
Depois de se acalmarem, Lucas e Helena decidem passar na cafeteria para pegar um café e algo para comer. Helena está um pouco tensa, como se algo terrível tivesse acontecido. Lucas está mais tranquilo, mas ainda um pouco sem jeito por conta da briga que ocorreu. Lucas vai na cantina, pede dois cafés médios, uma torrada para Helena e uma salada de frutas para ele. Enquanto Lucas faz a comprar dos lanches, Helena olha o telejornal que passa na televisão. O noticiário relata o incêndio no restaurante de Maura. Ao se dar conta de que aquele se trata do estabelecimento de sua mãe, Helena fica em choque.
Helena (em choque): Ai meu deus…
Lucas pega os lanches e se vira para Helena e questiona se ela está bem.
Lucas (preocupado): O que foi, Helena? Tá tudo bem?
Helena (apontando para a televisão em um tom de nervosismo): Aquele...aquele é o restaurante da minha mãe, Lucas. Ele pegou fogo! Eu preciso ir lá pra ver se minha mãe ta bem!
Lucas (estressado): Meu deus…Helena, fique calma. Estresse só faz as coisas piores. Me segue, eu te levo até lá.
Os dois saem apressados da cafeteria em direção ao estacionamento.
CENA 12/EDIFÍCIO ROYAL/COBERTURA/ENTRADA/INTERIOR/DIA
Eliza entra em sua casa junto de Dorotéia que está com suas sacolas cheias do que comprou na feira. Eliza pergunta:
Eliza: Fortunato!!! Cadê você?
Dorotéia Parece que ele não está...
Eliza: Ai, o que será que esse homem foi fazer? Ele esquece que ainda está em tratamento?!
Dorotéia: Não faço a mínima ideia...
Eliza fecha a porta. Ela pergunta a Dorotéia:
Eliza (indecisa): Será que é uma boa ideia ligar para ele?
Dorotéia: Olha, nós conhecemos o senhor Fortunato… Dificilmente ele vai atender! Vamos preparar a comida, eu fiz feira! Logo, logo ele aparece.
Eliza: Bem pensado. Preciso distrair minha mente um pouco!
Dorotéia começa a cozinhar. Ela guarda no armário algumas coisas que comprou na feira e deixa na mesa a cesta de frutas que está cheia após as compras que ela fez. Eliza espera a comida, ao mesmo tempo em que fica pensativa em relação a Fortunato.
CENA 13/COLÉGIO MARANHÃO/SALA DE AULA/INTERIOR/DIA
A sala de aula está vazia. A porta se abre estrondosamente e Nina adentra ao local em seguida Nana também entra. Nina se senta uma mesa e Nana vai até ela se apoiando sobre a mesa e a encarando.
Nina: POR QUÊ VOCÊ VEIO ATRÁS DE MIM SUA IDIOTA?
Nana: OLHA AQUI! EU NÃO VOU ADMITIR QUE VOCÊ ME XINGUE, XINGUE A MINHA IRMÃ E AINDA CUSPA NA MINHA CARA E AINDA SAIA CORRENDO
Nina revira os olhos.
Nana: Eu esperava muito mais de você, Nina! Eu pensava que você era minha amiga.
Nina: Você também me decepcionou muito, se considere a partir de hoje minha EX AMIGA.
Nana: Quem tem uma "amiga" como você, não precisa de inimigo nenhum.
Nana balança a cabeça negativamente e solta língua para Nina. Em seguida, a primeira vai embora da sala, deixando Nina sozinha no local.
CENA 14/COLÉGIO MARANHÃO/SALA DA COORDENADORA/INTERIOR/DIA
A coordenadora já terminou de dar seus conselhos para as meninas e seus responsáveis. Ela sai da sala por um breve momento para pegar algumas coisas. Ela diz que eles já estão liberados para ir embora dali. Laila, Sara, Regina e Bonifácio se levantam. Sara olha para Laila com um olhar de culpa, como se ela fosse a responsável. Laila retribui com um olhar amargo e egocêntrico. Ela olha então para Regina e a estranha um pouco. A menina a encara de um jeito estranho, como se já a conhecesse ou já a viu em algum outro lugar. Regina fica um pouco nervosa e suas mãos começam a suar e a tremer
Laila (confusa): Eu...conheço você?
Bonifácio percebe o comportamento da neta e engole seco. um pouco aflito. Ela pega a mão dela.
Bonifácio (apressado e nervoso): Vem Laila. Vamos embora.
Bonifácio leva sua neta para fora dali. Laila tenta resistir um pouco, mas acaba se rendendo e acompanhando o avô. Regina engole seco e suspira. Sara fica um pouco suspeita e estranha o comportamento inquieto da mãe. Surpreendendo, Regina desmaia no meio da sala e Sara se desespera.
CENA 15/REAL BRASIL/SALA DE ANA MARIA/INTERIOR/ANOITECER
Ana Maria está sentada em frente à sua mesa de trabalho fazendo algumas anotações e pensando em soluções para salvar a empresa. Surpreendentemente, a porta se abre e bate na parede causando barulho. Ana se levanta assustada e indignada com a situação. Do outro lado, revela-se Fortunato e Eduardo.
Ana Maria: QUE PORRA É ESSA AQUI NA MINHA SALA? (Ela olha para os dois) Vamos, expliquem!
Fortunato: Eu e meu querido amigo Eduardo trouxemos alguns documentos aqui para te mostrar, irmãzinha…
Eduardo: Tenho certeza A B S O L U T A que você vai amar o que tem nesses documentos e nessas pastas que trouxemos.
Fortunato joga alguns documentos na mesa do escritório e algumas pastas que estavam guardando outras papeladas. Ana Maria, tensa, pega os documentos e começa a analisar, percebendo que se trata de todos os registros de corrupção que ela fez dentro da Real Brasil. A mulher fica em estado de choque.
Ana Maria (nervosa): Mas que porcalhada é essa?! Como vocês conseguiram essas papeladas???
Fortunato: Como isso foi obtido, não interessa. O que interessa aqui é que se você querida irmãzinha não passar todo o comando dessa empresa para meu amigo Eduardo e a mim… Eu sinto informar, mas os seus dias livres estão contados!
Closes alternados entre Fortunato, Eduardo e Ana Maria. Zoom intensificado em Ana Maria, que demonstra estar sem saber o que fazer.
[A câmera congela em Ana Maria em transe]
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