Más Intenções - 01x03
quarta-feira, janeiro 15, 2020
Capítulo
3
(Dedo no c* e gritaria)
(Dedo no c* e gritaria)
Atenção:
Essa novela não é recomendada para conservadores maiores de 80 anos.
Cena
1/ Mansão de Genésio/ Sala/ Interna/ Tarde.
Após voltarem do hospital, Teresa dá
uma medicação misturada com água para Genésio, que está sentado no sofá.
TERESA: Amanhã começa seu tratamento de
quimioterapia.
GENÉSIO: (fala com dificuldade) Eu não
vou fazer tratamento nenhum.
TERESA: Vai sim! Vai e não se fala mais
nisso. Precisa fazer pra se curar dessa doença.
Ela pega o copo na mão dele e entrega a
empregada.
TERESA: Pai, olha só. Tenta colaborar,
por favor. Eu quero que você se cure. Sempre foi um homem forte, sempre
conseguiu o que queria.
GENÉSIO: Sempre nada. Não consegui
ficar com você! Sua mãe te levou pra longe e nos afastou por 6 anos.
TERESA: (pensativa) É… nem sempre.
GENÉSIO: Eu sinto que não vou
conseguir.
TERESA: Dessa vez vai!
Carolina desce as escadas mexendo no
celular.
CAROLINA: Já voltaram?
TERESA: Não, a gente ainda tá lá!
CAROLINA: Ai nossa, como é grossa essa
garota.
TERESA: Gente, e o que eu falei demais?
Você perguntou, eu respondi.
CAROLINA: (para Genésio) Você tá vendo,
papai. Você tá vendo. Eu tô tentando.
TERESA: Vai continuar tentando e vai
morrer tentando.
CAROLINA: Continuar tentando… Olha,
quer saber? Não vou tentar mais me aproximar de você, sabe porque? Porque não
tem escrito ‘anfíbio’ na minha testa pra eu me juntar com uma cobra que nem
você, Teresa!
TERESA: Cobra é réptil, sua ignorante!
GENÉSIO: Parem com isso, por favor.
TERESA: (para Carolina) Ó aqui, chega,
eu tenho mais o que fazer. Não vou ficar perdendo meu tempo com uma sequelada
que nem você, que nem aproveitar a escola cara que papai pagou pra você
estudar, você aproveitou. Se formou e continuou burra. Aposto como ele não deve
ter subornado a diretora pra ela fazer você passar de ano.
CAROLINA: Não fala o que você não sabe,
sua infeliz. Pelo menos não fui eu quem passou seis anos vivendo num interior
de jecas ao lado de bois e vacas.
TERESA: É, e uma dessas vacas era
aquela vadia da sua mãe!
GENÉSIO: (se levanta) Chega! Parem
agora com essa baixaria. Eu não quero saber de briga aqui dentro de casa.
CAROLINA: Se não quer saber de briga,
trata de deserdar logo essa daí.
TERESA: Meu amor, eu tô por cima de
você. Eu sou filha legítima, você é só uma bastarda que ele fez e foi obrigado
a assumir. Essa casa é mais minha do que sua, você mora aqui de favor!
GENÉSIO: Teresa! Para!
TERESA: Paro mesmo! (T) Mas por
respeito a você, papai. Você precisa descansar e não é obrigado a nada.
A empregada aparece na sala. Teresa vai
até ela. Depois pega um papel na bolsa e uma caneta.
TERESA: (escrevendo e entregando o
papel) Aqui é meu número. Pra emergência. Se ele tiver alguma coisa, alguma emergência,
me liga.
A serviçal assente com a cabeça. Teresa
vai até o pai, lhe dá um beijo e vai embora. Carolina vai até a empregada e
toma o papel da mão dela de forma brusca, que a encara.
CAROLINA: Que é? Tá olhando o quê? Vai,
volta pra cozinha!
A empregada retorna para a cozinha.
Cena
2/ Uber/ Interna/ Tarde.
Teresa está no banco traseiro. Ela
disca os números no celular e liga para alguém.
TERESA: Alô? Queria marcar um encontro
com você hoje à noite. Tá disponível?... Certo. (T) Ah, consegue uma vaga em
algum restaurante pra gente. (T) Tanto faz, o que você achar melhor pra mim vai
estar... (é interrompida) Ah, assim tá ótimo… (T) Isso! A gente se vê de noite
então. Beijo, tchau!
Ela bloqueia a tela do celular.
Cena
3/ Anoitece/ Casa dos Boaventura/ Sala/ Interna.
César, Rodolfo e Manuela estão na mesa
jantando, os 3 sentados numa mesa redonda. Barulho de talheres batendo no prato
ecoam pelo ambiente.
CÉSAR: (para Rodolfo) A noite foi boa
hein. Nem dormiu em casa.
RODOLFO: Fui jantar com a Lara num
restaurante chique. Só pra relembrar um pouco a época que a gente estava por
cima, sabe?
CÉSAR: Sei. Também sei o quanto você
deve amar ela né? Mas claro, você ama ela pelo o que ela é, e não pelo que ela
tem.
RODOLFO: Não vou discutir esse assunto
com você! (T) Aliás, a conta de luz e água já foram pagas?
MANUELA: Já, o César pagou.
RODOLFO: Que ótimo. Porque ninguém
merece ser pobre. Ainda mais pobre sem luz e água dentro de casa. Viver desse
jeito é o mesmo que viver na rua como mendigo.
César atira os talheres no prato.
CÉSAR: Rodolfo, você tem uma capacidade
incrível de ser desagradável em qualquer hora do dia.
RODOLFO: Assim como você agora,
querendo se meter na minha vida.
MANUELA: Gente, por favor. Não vamos
brigar agora tá? (para Rodolfo) E como foi o jantar?
RODOLFO: Foi perfeito. Semana que vem
vai ser nossa festa de noivado.
CÉSAR: Que eu saiba, a gente noiva com
uma pessoa. Não com o dinheiro dela.
RODOLFO: (bate a mão na mesa) Agora já
chega!
Rodolfo se levanta.
MANUELA: Gente, calma!
CÉSAR: Ficou irritado só porque eu
falei a verdade?
RODOLFO: Eu já estou cansado de você se
metendo na minha vida, César. Quem você pensa que é?
CÉSAR: Seu irmão mais velho. É minha
obrigação cuidar você.
RODOLFO: Não sou mais criança, muito
menos um doente pra precisar dos cuidados de alguém! E outra, você pode ser meu
irmão mais velho, mas não é meu pai.
CÉSAR: Rodolfo, abre seu olho cara.
Você acha mesmo que sua relação com essa menina vai dar certo?
RODOLFO: Eu acho sim, o que eu acho que
não tá dando certo é nossa convivência dentro desta casa, só que isso vai mudar
muito em breve, porque eu vou me casar com a Lara e não vou mais ter que ser
obrigado a olhar na tua cara!
MANUELA: Gente, na moral, vamos jantar
em paz. É sério. Senta aí Rodolfo.
Os dois acalmam os ânimos. César bebe
um gole do suco. Rodolfo o encara, furioso e respirando fundo após se sentar.
MANUELA: Meu Deus. Não tem um dia que a
gente consiga conviver em paz aqui. Todo dia uma briga, uma confusão, uma
coisinha.
Teresa vem do quarto arrumada para
sair. Ela para no meio da sala e começa a passar batom nos lábios.
CÉSAR: Onde é que você vai?
TERESA: (passando batom) Sair.
CÉSAR: Pra onde?
TERESA: (para de passar batom e o
encara) É o quê? Meu marido agora? Não devo satisfação pra você não César, eu
hein.
RODOLFO: Depois reclama quando eu falo.
CÉSAR: (ofendido) Qual é? Só foi uma
pergunta simples.
TERESA: (grossa) Eu vou sair com meu
namorado, merda. Tá bom pra você agora?
MANUELA: (intrigada) Namorado? (a
encara) Que namorado é esse, Teresa?
TERESA: Pra quê você quer saber,
Manuela? Já tá afim de roubar esse também, igual fez com o Bráulio?
MANUELA: (revira os olhos) Eu não vou
responder, sua idiota.
TERESA: Claro, você não tem argumentos,
é toda errada, e não adianta falar merda nenhuma quando se é a errada na história.
(T) Ah sim. Papai tá doente viu? Tá com câncer, vai começar o tratamento e eu
preciso da ajuda de cada um aqui.
MANUELA: Ajuda pra quê?
TERESA: Ajuda pra dobrar vários pedaços
de papel higiênico para poder limpar as merdas que você faz. (fala sério) Ajuda
para acompanhante, Manuela! Vai ter alguns dias que eu não vou poder ir, como
filhos dele, vocês poderiam dar uma força.
CÉSAR: Não conte comigo pra nada. Não
vou mover um dedo pra ajudar esse cara.
TERESA: (desacreditada) É sério que eu
tô ouvindo isso, César?
CÉSAR: Eu não tenho mais nenhum tipo de
vínculo com esse homem, Teresa.
TERESA: (grita) Ele é nosso pai! Seu
infeliz!
CÉSAR: (se levanta gritando) É? E
quando ele traiu a nossa mãe? (T) E quando ele teve outra filha com a amante dele?
Quando a gente veio morar aqui, que a gente passou por um perrengue danado, ele
foi nosso pai nessas horas também?
Manuela põe a mão na testa.
RODOLFO: (faz som da sirene de
ambulância) Iu, iu, iu, iu.
César e Teresa se encaram.
CÉSAR: Você não sabe de nada! Você
sempre foi privilegiada porque era a filhinha preferida dele, mas quem se
ferrava era a gente. Se não fosse por mim na época, se eu não tivesse aquele
emprego na prefeitura, a gente estaria passando fome nessa casa. Ele não me
ajudou quando eu mais precisei dele e eu também não vou ajudar agora!
César sai de casa, batendo a porta.
RODOLFO: Ih gente, vai quebrar a porta.
Parabéns Teresa, conseguiu dar nocaute nesse intrometido sem precisar falar quase
nada.
Cena
4/ Rua/ Exterior/ Noite.
César está em frente à sua casa
encostado num carro e olhando pro chão. Só tem ele na rua, que está silenciosa
e calma.
CAMILA: (off) Pensativo?
César leva um susto e olha pra frente,
vendo Camila parada e sorrindo.
CÉSAR: Que susto. (ele ri) Eu tô
sim.
Camila se aproxima dele e se encosta ao
seu lado no carro.
CAMILA: Aconteceu alguma coisa? Você tá
com uma cara.
CÉSAR: (respira fundo) Tive um problema
agora em casa.
CAMILA: Quer conversar? Eu sou horrível
pra dar conselho, mas sou ótima pra ouvir.
CÉSAR: (solta um riso) Você é igual a
mim então.
CAMILA: (tentando animar) Em
compensação a gente tem uma coisa em comum.
CÉSAR: É intrometida também?
CAMILA: (ri) Sou! Só aí já são duas
coisas em comum.
Eles dois riem juntos.
CAMILA: Sou tão intrometida que resolvi
seu problema com o emprego. Consegui uma coisa pra você!
César olha seriamente pra ela, chocado.
CÉSAR: Você achou alguma vaga em algum
lugar?
CAMILA: Achei. Não é muita coisa, mas
acho que já vai te ajudar.
CÉSAR: Não, tô agarrando qualquer
oportunidade que surgir. Quero dar um jeito na minha vida.
CAMILA: Meu irmão, Flávio, tem um bar.
Eu falei com ele. Ele disse pra você passar lá amanhã pra uma entrevista.
CÉSAR: (feliz) Não acredito. Hahaha.
Ele abraça Camila, que fica surpresa e
leva um tempo pra retribuir. César se afasta.
CÉSAR: (eufórico) Eu nem acredito,
cara. Eu tô muito feliz, de verdade.
CAMILA: (sorri) Que bom que você ficou
feliz. Eu fico feliz por você estar feliz.
CÉSAR: O que eu posso fazer pra te
agradecer? Já sei! Topa sair comigo?
Camila fica surpresa.
Cena
5/ Casa dos Boaventura/ Sala/ Interior/ Noite.
Teresa em pé, Rodolfo sentado e Manuela
tirando a mesa.
TERESA: Eu fico pensando, como é que o
César tem a coragem de falar daquele jeito? Ele acha que nosso pai é quem?
Algum bandido?
MANUELA: Certo é ele. O papai abandonou
a gente. Nem de pai ele merece ser chamado.
RODOLFO: Peraí, Manu. (T) A Teresa tem
razão. A gente não deve falar mal do papai assim não.
MANUELA: (estranha) Que história é essa
agora, Rodolfo? Não é você que vive ressentido pelo que aconteceu lá no
passado?
Teresa olha para Rodolfo, sem entender.
RODOLFO: Manuela, para de falar
mentira! Eu não guardo ressentimentos de ninguém. E outra, César tá errado sim.
Vocês dois estão errados.
MANUELA: Meu Deus, como você é cínico!
Manuela vai pra cozinha.
TERESA: (dá muxoxo) Eu hein.
CORTA P/ COZINHA: Manuela liga para
Bráulio.
MANUELA: Oi meu amor. Vem me ver hoje?
BRÁULIO: Adoraria gata, mas eu tenho
que sair.
MANUELA: Ué. Vai aonde?
BRÁULIO: (sem jeito) É… vou encontrar
um amigo.
MANUELA: (desconfiada) Um amigo?!
BRÁULIO: É. Amanhã eu te ligo, tá?
MANUELA: Tá…
BRÁULIO: Beijo!
Ele encerra a chamada. Manuela fica
intrigada. Ela volta pra sala.
TERESA: (para Rodolfo) Vou indo, tchau!
Teresa passa por Manuela. Não se
despede dela, e sai de casa.
MANUELA: (pensativa) Teresa saindo pra
encontrar um namorado… Bráulio saindo pra encontrar um amigo. Os dois saindo ao
mesmo tempo…
RODOLFO: (em tom provocativo) Seria
coincidência demais, você não acha?
MANUELA: (pensativa) Acho não. (o
encara) Tenho certeza! (T) Se ela acha que vai roubar meu namorado, essa vadia
tá muito enganada.
RODOLFO: É aquele ditado minha irmã:
Ladrão que rouba ladrão...
Rodolfo gargalha e Manuela sai de casa
furiosa. O celular de Rodolfo toca. Ele tira do bolso e atende com um sorriso.
RODOLFO: Achei que já tivesse esquecido
de mim. Quero te ver. Tô com saudades!
Cena
6/ Restaurante/ Interior/ Noite.
Teresa está sentada de frente para
Bráulio tomando um gole de champanhe enquanto o fita com os olhos.
BRÁULIO: Confesso que fiquei surpreso
quando você me ligou hoje cedo.
TERESA: (coloca a taça de champanhe na
mesa) É, a gente não teve tempo pra conversar desde que eu cheguei. Achei que
seria bom a gente colocar algumas coisas em ordem por aqui.
BRÁULIO: Do que você está falando?
TERESA: Eu sinto sua falta! Desde o dia
que eu fui embora, eu nunca parei de pensar em você, Bráulio.
BRÁULIO: (toca na mão dela) Confesso
que eu também.
TERESA: (dá meio sorriso) Não sei se
deveria acreditar nisso. Já que bastou eu ir embora pra você começar pegar a
minha irmã.
BRÁULIO: Você tinha dito que não guarda
mágoas disso.
TERESA: Eu disse, mas verdades precisam
ser ditas também, e você não cumpriu com a sua promessa.
BRÁULIO: Eu fiquei com medo de você
nunca mais voltar, da gente não dar certo. Eu já tinha visto tanto namoro à
distância não dar certo. Eu tive medo. (T) Eu também não sei porque comecei a
namorar com a Manuela naquela época. Acho que eu não sabia bem o que eu tava
fazendo.
TERESA: Por que você me bloqueou no
twitter?
BRÁULIO: Não fui eu, foi ela.
TERESA: Eu sabia!
BRÁULIO: Eu parei de usar o twitter desde
o dia que a Manuela chegou falando que seu pai tinha bancado uma viagem pra
você, e que você estava estudando no exterior. Como eu já não acreditava mais
em namoro à distância eu resolvi seguir com a minha vida.
Teresa arregala os olhos.
TERESA: (barbarizada) Que merda é essa,
Bráulio?
BRÁULIO: Eu achei estranho também, mas
eu liguei pra sua mãe e ela confirmou tudo.
TERESA: (nervosa) A minha mãe
confirmou?
BRÁULIO: Confirmou!
TERESA: (com ódio) Essa história era
mentira!
Bráulio fica em choque.
BRÁULIO: O quê?
TERESA: (nervosa) Se a Manuela falou
que meu pai bancou essa tal viagem, por que você não procurou ele pra
confirmar?
BRÁULIO: (nervoso) E eu fui. Eu liguei.
Mas quem atendeu o telefone no dia foi aquela sua outra irmã, ela também
confirmou a história.
TERESA: (chocada) Carolina, aquela
filha da puta!
BRÁULIO: Eu… eu não sabia.
Manuela entra no restaurante e ao
vê-los vai até eles.
MANUELA: (para Bráulio) Ah, então era
esse o seu amigo?
Os três se encaram.
Cena
7/ Sorveteria/ Interior/ Noite.
César e Camila estão sentados, tomando
sorvete.
CÉSAR: Meus pais eram casados! Mas aí a
minha mãe descobriu que ele traía ela e tinha outra família. Tinha uma filha da
idade da Teresa.
CAMILA: Eu já sabia de parte dessa
história.
CÉSAR: É… eles dois vivem em guerra
desde o dia que aquele cara se recusou a pagar a pensão. Ele tentou tirar a
guarda da Teresa, mas não conseguiu, disso você sabe.
Camila assente com a cabeça.
CÉSAR: Eu sei que você é amiga dela,
mas a Teresa é muito hipócrita. Ela acha que eu estou agindo mal e passa pano para
as coisas que o Genésio fez. Ela quer que eu perdoe ele, sendo que ela também odeia
e nunca vai perdoar a Manuela.
CAMILA: Mas César, você não acha que
ficar guardando esses sentimentos não faz mal não?
CÉSAR: Eu já tentei. Mas eu não consigo
perdoar aquele homem.
Cena
8/ Continuação da cena 6/ Restaurante/ Interior/ Noite.
Manuela diante de Teresa e Bráulio.
MANUELA: (para Bráulio) Por que você
mentiu dizendo que ia se encontrar com um amigo?
TERESA: A única mentirosa aqui é você
sua galinha mal aproveitada! Mentiu junto com aquela piranha da nossa mãe.
MANUELA: Não fala assim dela!
TERESA: (grita) Piraaaaanha sim! E eu
quero todo mundo desse restaurante fique sabendo. A minha mãe é uma piranha.
Manuela vai partir pra cima de Teresa,
mas Bráulio impede segurando-a.
MANUELA: Sua vadia. Eu não admito que
você fale assim da minha mãe.
TERESA: Vocês duas se juntaram pra agir
contra mim. Duas falsas, invejosas, mal-amadas!
MANUELA: (chora, falando p/Bráulio)
Você mentiu pra mim pra poder se encontrar com ela!
BRÁULIO: Oh, não vem espumando pra cima
de mim não. Você que começou tudo isso mentindo pra mim sobre essa viagem fake
news.
MANUELA: E você queria que eu fizesse o
quê? Que eu te desse de bandeja pra ela? E se eu não chego a tempo aqui, era
bem capaz de vocês dois estarem se beijando.
TERESA: (debochada) É, bem capaz mesmo!
MANUELA: (parte pra cima) Vagabunda
desgraçada.
TERESA: É a vida dando o troco, minha
querida!
BRÁULIO: (p/Manuela, segurando-a) Chega
desse escândalo, oh porra. Tá todo mundo olhando.
MANUELA: (se solta) Eu quero que todo
mundo se dane! (para Teresa) Isso não vai ficar assim. (para Bráulio) E você
não me procure tão cedo!
BRÁULIO: Pode deixar que isso não vai
acontecer, mentirosa filha da puta.
Manuela sai dali como um furacão.
Teresa levanta sua taça de champanhe ao vê-la ir e toma a bebida.
Cena
9/ Mansão dos Albuquerque/ Quarto de Lara/ Interior/ Noite.
Lara está na varanda do quarto vestindo
um robe vermelho e uma taça de vinho na mão. Ela pega seu celular e telefona
para Rodolfo, que atende.
LARA: Oi meu amor. Só liguei pra dizer
que eu tô com saudade!
RODOLFO: (off) Também tô, meu amor!
LARA: Você tá em casa?
RODOLFO: (off) Não, eu tô numa reunião
com o meu pai. Ele me chamou pra gente jantar junto hoje à noite. Sabe como é.
LARA: (sorri) Tô feliz que você está
voltando a se dar bem com ele.
RODOLFO: (off) É… eu acho que também
tô! (T) É, eu tenho que desligar. Beijo!
Rodolfo desliga antes que Lara possa
dizer mais alguma coisa. Ela tira o celular do ouvido e fica olhando-o por um
tempo. Em seguida volta pro quarto e põe o aparelho em cima da cômoda. Close em
Lara pensativa, tomando seu vinho.
Cena
10/ Motel/ Suíte/ Interior/ Noite.
Rodolfo vem do banheiro de cueca com o
celular na mão.
RODOLFO: (falando baixo para si mesmo) Se a Lara não fosse a
principal herdeira daquele hospital, eu juro que eu já teria pulado
fora. Porra chata.
Ele joga o celular em cima de um puff e
se aproxima de uma pessoa que está na cama.
RODOLFO: (sorri com safadeza) E aí? Eu
demorei muito?
Ele beija a pessoa. Rodolfo se afasta e
olha nos seus olhos.
VICENTE: Demorou! (T) Demorou demais!
Eles se encaram por um tempo até que voltam
a se beijar loucamente, até que começam a transar na cama redonda do
motel.
(Continua
no próximo capítulonnnn...)
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