Vale Reler - Buquê de Lágrimas - Capítulo 16

quarta-feira, maio 08, 2019




Capítulo 16:
Cena 1: Paramaribo- SME. Boate Sexy Body/ Escritório de Ronald/ Interior/ Noite.
Ronald ri debochando de Helena, que fica farta e vai até a mesa, dando um soco, fazendo com que o homem levante-se com raiva.
Helena: O que é? Não vai trocar não? Se não for fazer isso, diz logo!
Ronald: Você tem certeza da decisão que está querendo tomar, Heleninha?
Helena: Pra tirar a minha filha desse inferno, eu sou capaz de morrer.
Ronald-(debochado): Não se esqueça que eu posso ficar um pouco enciumado, já que eu me degustei de sua pessoa.
Helena-(enojada): Que nojo, eu não gosto nem de lembrar disso.
Ronald: Quando você gemia feito uma cachorra, você não falava isso.
Helena-(enfrentando): Porque eu te amava, enquanto você só estava brincando comigo, querendo roubar a minha filha.
Ronald: Olha, Helena, eu tenho uma notícia até boa pra te dar, eu gostava de você, de todas as mulheres que já fiquei, você foi a melhor, até mais do que a Camila.
Helena: Eu não quero saber de nada que você gostou ou deixou de gostar, vamos logo ao que interessa. Cadê a minha filha?
Ronald: Calma, as coisas não são assim, primeiro temos que ver se você está bem preparada para fazer programas, e quem vai fazer esse teste, será eu!
Helena: Eu não preciso de teste nenhum, queridinho, não foi você quem disse que eu fui a melhor?
Ronald: Primeiro, Heleninha, a pessoa que está em condições de impor aqui sou eu, e segundo que é você quem quer a sua filha e terceiro que foi você quem disse que faria o que precisar pra salvar ela.
Helena: Eu exijo ver a Maria Eduarda agora, se eu ver a minha filha, eu faço o que você quiser.
Ronald sente-se encurralado com o pedido de Helena e olha tenso para James.

Cena 2: Caxias do Sul- RS/ Hospital Saúde/ Cafeteria/ Interior/ Noite.
Jorge e Isabel estão tomando um café, preocupados.
Jorge: Isabel, quem foi que fez isso com a nossa filha?
Isabel mexe na sua bolsa e pega seu celular, a mulher dá play em um vídeo e mostra seu marido onde Dalila atropela Jordânia.
Isabel: Acho que você sabe quem é essa pessoa!
Jorge: Não acredito que aquela desgraçada da Dalila fez isso.
Isabel: A polícia já está procurando ela, eu mostrei esse vídeo para eles. A Dalila está foragida.
Jorge-(furioso): Aquela desgraçada da Dalila vai me pagar.
Isabel-(intrigada): O que você vai fazer?
Jorge pega o seu telefone e faz uma ligação. Dalila atende e Jorge coloca no viva voz.
Dalila-(desconfiada): Jorge? Aconteceu alguma coisa?
Jorge: Dalila, a minha mulher foi na cadeia ver o seu filho já tem muito tempo, ela não me atende, eu estou preocupado, ela está na sua casa?
Dalila: Não, Jorge, ela não foi na minha casa. Ela não te disse nada?
Jorge: Disse o quê? Tá acontecendo alguma coisa que não sei?
Dalila: Não, não está acontecendo nada, Jorge.
Jorge: Dalila, eu estava pensando em uma coisa, eu vou defender o Olavo e preciso conversar com você pra gente montar algumas estratégias.
Dalila: Sim, quer marcar?
Jorge: Sim, amanhã nos encontramos.
Jorge desliga e Isabel toma o telefone da mão dele.
Isabel-(diabólica): Eu vou nesse encontro e vou acabar com a raça dessa desgraçada, eu já sujei as minhas mãos com aquele neguinho e não me importaria em sujar as minhas mãos com essa ratazana.

Cena 3: Penitenciária Industrial de Caxias do Sul/ Cela Isolada/ Interior/ Noite.
Benício está sentado no chão, naquela cela onde não havia cama, apenas uma esteira de palha para ele se deitar.
Benício-(pensativo): Ele armou pra mim, agora a Jordânia não vai poder me ver.
Benício tenta olhar da pequena janela de grades com vidro e não consegue ver nada, apenas o brilho da lua embaçado.
Benício-(marejando): A única pessoa que eu tenho na vida, a única pessoa que me ama de verdade vai ficar sem vir me ver.
Vários momentos felizes vêm na mente de Benício, que chora inconsolavelmente, o homem escora a sua cabeça na parede e coloca as mãos no rosto, limpando as lágrimas.
Benício-(decidido): Eu vou ser forte, eu não posso ser fraco nesse momento, eu vou sair daqui e vou ser feliz com a Jordânia, minha Jordânia.

Cena 4: Paramaribo- SME/ Boate Sexy Body/ Escritório de Ronald/ Interior/ Noite.
Helena e Ronald se olham fixamente.
Helena: E aí, Ronald, eu vou ver a minha filha?
Ronald: Não. Nada feito!
Helena: Então eu vou embora. Tchau!
Helena tenta sair, mas James entra na frente da mulher.
James: Onde você pensa que vai, lindinha?
Helena olha para Ronald que sorri maquiavelicamente para ela.
Ronald: Agora você está no meu território, eu posso dizer se vou ou não deixar você sair.
Ronald vai se aproximando.
Helena: Desgraçado, você vai me pagar! –Pensando- Isso mesmo, seu trouxa, isso é exatamente o que eu quero que você faça, demonstre essa sua face de bandido.
Ronald-(falando com James): Leva essa vadia para o alojamento!
James segura Helena, que tenta soltar-se.
Helena-(debatendo): Me solta, me solta seu desgraçado!
James aperta o braço de Helena e se aproxima do ouvido dela.
James-(intimidando): Vadia! Se você falar um “a” quando a gente tiver indo pro alojamento, eu mato a sua filha.
Helena olha para James tensa.
Helena-(enfrentando): Você não é nem louco de encostar na minha filha, seu vagabundo, bandido!
James: Cala a boquinha e me respeita.
Ronald: Leva logo essa puta pro alojamento.
Helena olha com ódio para Ronald.
Helena: O seu dia está chegando, Ronald, escreva todas essas palavras.
Farto, James tira Helena da sala de Ronald.
Ronald-(sorrindo): Perdi a filha, mas ganhei a mãe.
Ronald gargalha.

Cena 5: Boate Sexy Body/ Alojamento/ Interior/ Noite.
James joga Helena no chão, ela fica chocada ao ver algumas crianças e adultos no local. James aproxima-se de Helena e sorri.
James: Aqui é o lugar de todas as mães iguais a você, aquelas vagabundas que trocam os filhos por homem.
Helena: Um dia você vai engolir todas as suas palavras, seu canalha. Foi você quem ligou pro celular do Ronald aquele dia, né? Eu estou reconhecendo essa sua voz de marginal!
James dá uma bofetada em Helena.
James: Você aprende a falar direito com a gente aqui, sua cadela, está achando que eu tenho medo de você por causa da surra que deu no Ronald?
Helena-(levantando): Deveria ter, seu patife, safado, sem vergonha, o seu lugar é na prisão.
James: Quer levar outra bofetada, sua rapariga?
Helena provoca James colocando a mão em sua face.
Helena: Bate, seu covarde. –Grita- Bate!
James lança um tapa no rosto da mulher, que revida dando nos dois lados.
Helena: Eu não tenho medo de vocês, de nenhum de vocês.
James tira uma arma da cintura e aponta para Helena.
Helena-(provocando): Atira, me mata se você for homem!
Ronald entra no local e fica surpreso com a situação.
Ronald: Solta essa arma, James!
James: Essa rameira me bateu, eu não vou deixar isso barato.
Ronald-(grita): Solta logo essa merda dessa arma!
James-(vai até Ronald/ enfrentando): Você acha que é meu patrão? Acha que manda em mim?
Ronald-(furioso): O que é, hein James? Tá querendo brigar?
James: A única pessoa aqui que quer brigar é você. Escuta bem o que eu vou te falar, Ronald, se você não começar a me tratar como seu sócio, as coisas aqui vão mudar radicalmente!
Ronald-(intrigado): Tá me ameaçando?
James: Entenda como quiser.
James vai embora, mas ao passar por Ronald, ele esbarra no homem, que fica surpreso com a atitude de James. Ronald e Helena se olham fixamente.

Cena 6: Amanhece. Caxias do Sul/ Mansão Chermont/ Sala/ Interior.
Dalila entra no local e senta-se.
Dalila: Onde está o Jorge?
Empregada: Ele já deve estar descendo. Com licença.
Dalila fica sozinha na sala e surpreende-se ao ver Isabel descendo as escadas com uma arma na mão.
Dalila-(assustada): Isabel? O que você está fazendo com uma arma na mão?
Isabel-(gargalha): Advinha, Dalila? O que uma pessoa faria com uma arma na mão?
Dalila-(com medo): Pelo amor de Deus, Isabel, vamos conversar?
Isabel: Você quis conversar com a minha filha? Você tentou matar ela na minha frente!
Dalila: Tentei mesmo e se fosse por minha causa, ela estaria num caixão uma hora dessas.
Isabel-(diabólica): Então vamos ver quem vai pro inferno primeiro?
Isabel aponta a arma para Dalila. A mulher levanta-se assustada e olha com muito medo para a arma.
Isabel: Sabe, Dalila, eu vou te revelar uma coisa antes de você morrer. –Falando baixinho- Eu e o Olavo tínhamos um caso bem antes dele namorar a minha filha!
Dalila-(chocada): Desgraçada! Isso tudo está acontecendo por sua causa, foi você quem causou esse inferno.
Isabel-(fria): Tchau, sua ratazana de laboratório!
Isabel dispara um tiro na cabeça de Dalila, a mulher morre na hora. Isabel aproxima-se do corpo estirado no chão.
Isabel: Bom, a Jordânia não é a minha filha, mas eu escolhi ela na maternidade!
Isabel olha maleficamente para o corpo de Dalila.

Cena 7: Penitenciária Industrial de Caxias do Sul/ Quarto isolado/ Interior/ Manhã.
Benício recebe seu café da manhã por baixo da porta, ele fica surpreso ao ver Olavo olhar pela grade na parte de cima da porta.
Olavo: Fiquei sabendo você de que eu não vou te deixar em paz, seu macaquinho desgraçado, o que eu puder fazer para destruir a sua vida, eu vou fazer.
Benício: O que você quer de mim, Olavo? Já não quebrei a sua cara?
Olavo: Mas isso não vai ficar barato, seu pretinho, assim como eu e a Isabel armamos pra você ser presos, vamos armar pra você continuar aqui.
Benício­-(chocado): Você também tem alguma coisa a ver com esse plano, seu ordinário?
Benício levanta-se e vai até a porta, olhando Olavo pela grade.
Olavo-(sorrindo): Como você se sente ao saber que eu quem colaborei para que você estivesse atrás das grades?
Benício: Você me paga, Olavo, você vai se ver comigo, seu imbecil.
Olavo sorri debochadamente.
Olavo: Você vai aprender com quantos paus se faz uma canoa, Benício, aguarde que o que é seu está por chegar.
Olavo vai embora, deixando Benício intrigado.
Benício-(pensativo): O que será que o Olavo está planejando?

Cena 8: Paramaribo- SME/ Boate Sexy Body/ Escritório de Ronald/ Interior/ Manhã.
Helena entra na sala de Ronald juntamente de um dos capangas do grupo.
Helena: A minha filha não está aqui, seu maldito, o que foi que você fez com ela?
Ronald-(sorrindo): Acredita que a sua filha fugiu ontem mesmo, Helena? Que ironia do destino, eu perco a filha, mas ganho a mãe.
Helena: Filho de uma cachorra, eu vim pra esse lugar à toa.
Ronald: À toa não, você vai faturar muita grana aqui nesse lugar e vai encher o meu bolso de dinheiro, porque é pra isso que você serve, pra ser a puta que você é.
Helena fica calada e Ronald fica desconfiado.
Ronald: Você não está armando nada não, né?
Helena: Armando o quê? O que eu poderia fazer nessa prisão?
Ronald: Vá limpar uns quartos que é mais útil, aqui não é só dar o rabo e fica na mamata, tem que trabalhar pra pagar a dívida.
Helena: Mas que dívida eu tenho com você?
Ronald: A do hospital que tive que gastar dinheiro.

Cena 9: Caxias do Sul- RS/ Hospital Saúde/ Quarto de Jordânia/ Interior/ Manhã.
Isabel está ao lado de Jordânia, a menina está desacordada.
Isabel-(diabólica): Eu não posso esperar você acordar pra saber se está com ou sem memória. –Maligna- Você tem que morrer, minha filhinha, mas eu te amo tanto, -Isabel começa a chorar e depois gargalha- mas você não vai ficar viva, meu amor.
Isabel pega um travesseiro que estava na poltrona e olha maleficamente para Jordânia. Isabel sorri com lágrimas nos olhos.
Isabel-(abaixando o travesseiro): Adeus, minha filha.
Jordânia abre os olhos e Isabel assusta-se, a mulher disfarça e coloca o travesseiro debaixo do outro travesseiro que Jordânia está deitada.
Isabel-(chocada): Jordânia? Como você está?
Jordânia: Ainda com as lembranças do que a senhora e o Olavo disseram na cadeia.
Isabel fica perplexa e Jordânia olha sarcasticamente para sua mãe, que expressa fúria em sua face.

Cena 10: Paramaribo- SME/ Casa de Gerald/ Quarto de hóspedes/ Interior/ Manhã.
Clara e Maria Eduarda estão dormindo. Diana acorda e olha para as meninas.
Diana-(cutucando as duas): Clara, Maria Eduarda?
As meninas continuam dormindo e Diana deixa elas dormirem. Diana sorri e levanta-se, mas quando ela coloca a mão na fechadura, ela ouve e abre uns barulhos de conversa e abre a porta um pouquinho, ela olha pela greta e vê uma mulher conversando com Gerald.
Rebecca-(desesperada): Eu preciso de mais colombianas para fazer o trabalho, eu tenho entregas que vão acabar se atrasando!
Gerald: Olha, Rebecca, eu não estou achando ninguém que queira trabalhar no ramo, as colombianas já estão desconfiados e não aceitam o serviço, eles querem ver com os próprios olhos.
Rebecca: Olha, isso não me importa, foi pra isso que te contratei, vai nessas áreas de pobreza e ofereça algo imperdível, aquelas mulheres não negam um salário altíssimo, mas não exagere porque você sabe que pode trazer desconfiança.
Gerald: Eu vou dar um jeito, pode ficar despreocupada, sempre tem uma pessoa que quer.
Rebecca-(furiosa): Acho bom mesmo, ou do contrário, está despedido!
Rebecca vira as costas e vai embora, deixando Gerald furioso.
Diana-(pensando): Onde foi que eu me meti?

Cena 11: Hotel Courtyard by Marriot/ Quarto de Eric/ Interior/ Manhã.
Eric, Camila e Dionísia estão no computador e vêem a boate por uma micro-câmera instalada em Helena, a mulher vai até o salão e conversa com Ronald e os 3 observam atentamente a tela do computador.
Helena: A minha filha fugiu sozinha, Ronald?
Ronald-(intrigado): Pra que você quer saber?
Helena-(indignada): Uai, eu sou mãe, eu me preocupo com minha filha, a única pessoa que não se preocupa com filho aqui é você, imagina o desgosto que o Renan vai ter quando crescer e souber o lixo que o pai dele é.
Ronald desfere um tapa no rosto de Helena.
Ronald: Lave essa sua boca de vagabunda pra falar de mim!
Helena: Você não vai me dizer com quem a minha filha fugiu não?
Ronald: Ela fugiu com duas outras vadiazinhas, com a Clara e com a Diana.
Dionísia fica boquiaberta e feliz.
Dionísia: A minha filha conseguiu fugir!
Camila: A Helena foi pra lá à toa!
Eric: Á toa não, ela vai se vingar desse homem e acabar com essa quadrilha!
Camila e Dionísia olham esperançosas para Eric, que está tenso.

Cena 12: Paramaribo/ Lanchonete/ Interior/ Manhã.
Célia está a espera de Diana, que chega com Clara e Maria Eduarda. A mulher levanta-se e abraça Diana.
Célia: Querida, como vai você?
Diana: Agora eu estou bem, Célia. –Desesperada- Me leva pra casa, por favor?
Célia olha fixamente para Diana, que está aflita esperando uma resposta.
Continua...

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