O Guarda-Chuva Rosa- Capítulo 14
quinta-feira, maio 02, 2019
O Guarda-Chuva Rosa
Cap 14
Cena 1/Sertão/Noite
Continuação da cena anterior:
Brígida: (De boca aberta:) Pelas joias da Rainha...
Brigitte: (Desesperada:) É o nosso fim! Uma Made in China nordestina! Vão nos afogar, fuzilar, mutilar, nos enforcar na câmara de gás, nos eletrocutar na guilhotina!
Brígida: (Levanta:) Mei Mei...É você?!
Mei Mei: Brígida, eu...
Brígida desmaia.
Brigitte: Ah, muito esperta que você é! Vai se fingir de morta pra canibal te ignorar e me comer! (Ajoelha:) Pelo amor de Deus, dona cangaceira japonesa sul-coreana, não me mate! Eu posso servir de samurai, eu já assisti quinze vezes o kung fu panda, não me condene, não me condene!
Mei Mei: Calma aí, criatura! Eu não sou selvagem, e nem vou machucar vocês.
Brigitte: Ah mas por favor...Ah, espere, você não é uma lunática psicopata assassina sádica que vai me matar?
Mei Mei: Não. Agora deixa de drama e me ajuda a colocar a Brígida em cima de alguma coisa.
Elas colocam Brígida em cima de uma pedra lisa.
Mei Mei: (Tira algo da sacola:) Isso deve ajudar. (Passa a coisa no nariz de Brígida).
Brígida acorda.
Brigitte: Uau, santo remedinho. Isso é o que?
Mei Mei: Bucho de bode.
Ao ouvir isso, Brígida desmaia novamente.
Mei Mei: Oh, droga.
Brigitte: Liga não dona Cangaceira, ela gosta de fazer esses chiliques.
Mei Mei: Sei. Bom, já que ela desmaiou de novo acho que podemos aproveitar a deixa e irmos indo daqui, tá escuro e os animais não demoram pra aparecer.
Brigitte: E como a gente faz pra levar esse peso morto?
Mei Mei: Me ajude a colocar ela no cavalo, ele pode levar até o acampamento.
Brigitte: Acampamento? Oh, que excitante, sempre quis conhecer a irmandade cangaceirista...
Mei Mei: Por hora, vamos indo.
Cena 2/Copacabana Palace/Quarto de Donna/Varanda/Exterior/Noite
Kate está sentada na cadeira da varanda. Enquanto ela adormece, olha uma foto que tirou com Téo, e sorri. Enquanto dorme, a cena corta para o interior do quarto, onde Donna a observa dormir, com um olhar malicioso e diabólico.
Cena 3/Pensão Dona Nicoleta/Quarto de Nicoleta/Interior/Noite
Enquanto Nicoleta dorme, a cena mostra Bino vestido de Zorro subindo pela árvore da pensão. Ele entra no quarto. Ao entrar, a luz acende e mostra Nicoleta com uma espingarda apontada pra ele.
Bino: (Dá um pulo, assustado:) Que isso?!
Nicoleta: Muito bem, seu carniceiro sem vergonha, achou mesmo que ia me roubar sem levar o troco?
Bino: Mas o que? Não, isso é um engano...E que roupa é essa que você está vestindo?
Nicoleta: Não reconhece? Princesa Leia, seu patife. E vou te mandar pra guerra nas estrelas se não dar meia volta, larápio ordinária.
Bino: Meu Deus do céu, Nicoleta! Sou eu, Bino, abaixa essa arma!
Nicoleta: Você não me engana, sei muito bem que você é o Bandido da Luz Vermelha que mamãe me contou!
Bino: Bandido de quê? Ora não importa, sou eu! (Tira a máscara:) Bino!
Nicoleta: Bino, é você?
Bino: Sou sim, meu amor!
Nicoleta: Ah, e por que não disse antes? (Coloca bala na espingarda:) Agora sim eu tenho motivo pra te encher de chumbo!
Bino: O que?!
Nicoleta: Seu duas caras, traidor, me apunhalou pelas costas!
Bino: Pelo amor dos meus filhinhos Nicoleta, do que que você tá falando?
Nicoleta: Não se faça de mula, por que a única mula aqui é a Mara. Eu sei muito bem quer você foi desfile só pra me afrontar. Acha mesmo que pode vencer Nicoleta Rodamante? Pois se enganou, ladino! Agora é guerra!
Bino: (Se aproxima devagar:) Meu doce de coco australiano, abaixe isso...
Nicoleta: Nem mais um passo, se não você vai ficar tal qual um queijo suíço!
Bino: Queijo suíço?
Nicoleta: Cheio de buracos!
Bino: Ora me dê isso!
Bino abaixa a arma de Nicoleta e beija-a. Ela corresponde e os dois se beijam loucamente perto da janela. Então, Mara e Joaquim abrem a porta do quarto e, assim que percebe isso, Nicoleta empurra Bino da janela, fazendo-o cair Pensão abaixo.
Mara: Credo! Que coisa é essa?
Nicoleta: (Gaguejando:) Uma espingarda, ora essa. Não vê?
Joaquim: E por que a senhora tá com isso na mão em plena madrugada?
Nicoleta: (Gaguejando:) Ah, pra...Pra...(Olha pro dvd do Batman na escrivaninha:) Matar morcegos, isso! Esses pestinhas adoram vir aqui. Sabe como é né, eles não resistem ao meu sangue jovial e incrível...
Mara: Certo, mas por que a senhora tá vestida de princesa Leia?
Nicoleta: Halloween antecipado, adoro me precaver. Mas e vocês, o que querem aqui?
Joaquim: Bom nós ouvimos um barulho e...
Nicoleta: Vieram bisbilhotar, né?
Mara: Bom é que...
Nicoleta: (Aponta a espingarda pros dois:) Circulando!
Joaquim e Mara saem.
Nicoleta olha pela janela e vê Bino, que gemia de dor enquanto tentava sair de uma sarjeta de lixo na qual tinha caído.
Trilha Sonora: Mamãe Eu Quero – Carmen Miranda
Cena 4/Sertão/Rainha do Oeste/Exterior/Noite
Mei Mei, Brígida, Brigitte e Pangaré chegam em uma cidade de velho oeste, com um banco, cadeia, bar, e pequenas casas colocadas quase que de frente uma pra outra. No fim da rua de terra, a igreja ficava isolada, no s eu topo havia uma grande torre do relógio.
Brigitte: Onde estamos?
Mei Mei: Bem-vinda à Rainha do Oeste.
Mei Mei coloca Brígida dentro do prédio da cadeia, onde também ficava a delegacia do xerife.
Brígida: Mei Mei?
Mei Mei: Brígida.
Brígida: Mas eu pensei que estivesse morta...
Mei Mei: É, motivos de força maior.
Brígida: Onde estamos?
Mei Mei: Rainha do Oeste.
Brígida: Rainha de quem?
Brigitte: Como você veio parar aqui?
Mei Mei: É melhor você se sentarem, a história é longa.
Brígida e Brigitte acomodam-se.
Mei Mei: Tudo começou naquele desfile...
{FLASH BACK}
As cenas são mostrada de acordo com a visão de Mei Mei.
Mei Mei: Eu já estava pronta pra entrar, era a minha vez de desfilar. Eu lembro que a plateia estava lotada, todos em alvoroço, afinal aquele dia era grande final, e todos apostavam em mim, eu iria ganhar. Quando anunciaram meu nome e eu estava prestes a entrar...Alguém em pegou. Alguém forte me colocou um pano molhado contra a boca e eu desmaiei. Depois disso eu apenas lembro de alguns flashes de memória, de mim dentro de um carro azul sem teto, numa noite escura. Eu lembro que tinha alguém dirigindo. Como eu estava no banco de trás, pude ver que apenas, apenas alguns relances, mas não consigo lembrar do rosto...Depois disso eu fui jogada no meio do nada, e só lembro de ter visto o carro indo embora, e me deixando lá, sozinha. Eu acordei no dia seguinte aqui em Rainha do Oeste. A dona do bar me encontrou e me trouxe pra cá, onde os cidadãos cuidaram de mim. Depois de um tempo eu decidi permanecer, por que fiquei com muito medo de voltar, por que talvez a pessoa que me fez isso, se elas descobrisse que eu tinha voltado, talvez me pegasse de novo e sabe lá Deus se não faria algo pior.
{FIM DO FLASH BACK}
Mei Mei: Me ofereceram o cargo vago de xerife da cidade, e eu aceitei. Com o tempo eu me acostumei com a rotina, e agora eu nem sinto mais falta da vida na cidade...
Brígida: Nossa...
Brigitte: E você não tem vontade de voltar e descobrir quem te fez isso?
Mei Mei: É claro que eu tenho, mas nunca tive oportunidade. Além do quê os cidadãos não se viram se mim. Estou atrás de um meliante faz tempo, um contrabandista que perambula por aí vendendo produtos falsificados.
Brígida: Já que virou xerife, já pode nos prender agora.
Mei Mei: Por que? E aliás, como pararam aqui?
Brígida: Dona Johanna nos pediu para resolvermos coisas em Salvador, mas nos metemos numa confusão com um motorista de ônibus e ele acabou nos deixando no meio do nada.
Brigitte: E no desespero acabamos roubando aquele cavalo de um comerciante mexicano, que vida...
Mei Mei: É, realmente...Espere, vocês roubaram esse cavalo de quem mesmo?
Brígida: Dum lunático mexicano que vendia umas bugigangas vagabundas...
Brigitte: Ligeirito Trueca-Tapa...
Mei Mei: O que?!
Brígida: Que foi, criatura?
Mei Mei: Ele, é esse o meliante que eu procuro! Ordinário, voltou pro sertão.
Brigitte: O que ele faria no meio do nada?
Mei Mei: Rainha do Oeste é uma cidade que já saiu dos mapas há tempos, mas mesmo assim aqui ainda reside uma mina de ouro que foi fechada por desmoronamento. Quando a mina desabou os comerciantes abandonaram o local e a cidade ficou como fantasma, embora ainda tenha habitantes. Esse Ligeirinho já foi pego várias vezes tentando roubar o ouro daqui, por isso estou atrás dele. Então o patife ainda está vendendo...
Brigitte: E como...
Um relincho é ouvido. As três saem da delegacia e avistam Ligeirinh Troca-Tapa no fim da rua, de lado para o cavalo.
Ligeirinho Troca-Tapa: Ora, ora, si no eres la mejor xerife de Rainha del Oeste...
Mei Mei: Ligeirinho Troca-Tapa...Enfim nos encontramos.
Ligeirinho Troca-Tapa: Pero si. Vim para buscar lo que eres mio por direito, mi asno Pangaré!
Mei Mei: Quer o animal? Fique á vontade.
Ligeirinho Troca-Tapa: Eres mui gentil...
Mei Mei: Pero antes, vai ter que devolver tudo o que roubou.
Ligierinho Troca-Tapa: Ligeirito Trueca-Tapa devolver tudo? (Ri:) Pero te enganas se achas que yo voy devolver, eres tudo mio!
Mei Mei: Então, vou ter que intervir. (Ameaça pegar a arma).
Ligeirinho Troca-Tapa: Bien, miro que usted esta precavida...(Tira a arma do bolso:) Pero yo tambien.
Os dois se encaram por um tempo.
Mei Mei: Certo, querido. Quer o cavalo de volta? Pois não gostaria de fazer um duelo?
Ligeirinho Troca-Tapa: No compreendo.
Mei Mei: Volte aqui amanhã ao meio dia. Um duelo. Se você vencer, pode ficar com o cavalo e tudo o que roubou. Mas se eu vencer, você devolve cada coisa que pegou e fica sem o Pangaré. Justo. O que me diz, queridito?
Ligeirinho Troca-Tapa: Eh bien, esta feito. Vuelvo a las doce para cá. Bueni sorte, xerife, usted precisará.
Mei Mei: Igualmente, arriba arriba.
Ligeirinho sai.
Brígida: Você tá louca é?
Brigitte: O pimenta malagueta é perigoso, ele tá armado!
Mei Mei: Nada que a japa aqui não possa resolver. Senhoritas, preparem-se, teremos uma riba amanhã.
Brigitte e Brígida se entreolham assustadas.
Cena 5/Gigi Coffer/Sala da Presidência/Interior/Noite
Gigi está pegando suas coisas para ir para sala. O telefone toca e la atende:
Gigi: O que foi, Marcela?
Marcela: Desculpa dona Gigi, mas tem alguém na linha querendo falar com a senhora.
Gigi: Oh céus, é madrugada e ainda tem gente me incomodando? Tá, passa a ligação. Alô, olhe só eu nós estamos fechados e eu não posso fazer absolutamente...
Pelo Telefone: Avoada como sempre, meu amor?
Gigi congela.
Gigi: O que você quer?
Pelo Telefone: Só saber como vão as coisas, o nosso amadinho sente falta de você, sabia?
Gigi: (Desesperada:) Ordinário! Me diz o nome dele, eu preciso saber!
Pelo Telefone: Pergunte a sua irmã, ele deve saber.
Gigi: Sabe que não posso, ela não sabe que...Ela não sabe que...
Pelo Telefone: Que você está viva?
Gigi: O que é que você quer?
Pelo Telefone: Grana, grana, grana. Sabe como é, o dinheiro que você me deu já está no final e você sabe o quanto eu detesto ficar sem meu vinho.
Gigi: De quanto você precisa?
Pelo Telefone: Ah, coisa pouca, uns 500 mil.
Gigi: 500 mil?! Está louco? (Fala mais baixo:) Está louco? Eu não posso conseguir tudo isso assim de repente!
Pelo Telefone: Ah, você conseguiu muito mais em muito pouco tempo antes, pode conseguir agora.
Gigi: Mas eu não...
Pelo Telefone: Se vire! O problema é seu. Quero esse dinheiro até amanhã de noite se não eu vou até a casa do seu precioso e acabo com a raça dele e com a repugnante da sua irmã! Estou lhe avisando, não teste a minha paciência.
Gigi: Você teria coragem de fazer com o próprio...Com o próprio...
Pelo Telefone: Você ainda não viu tudo do que eu sou capaz.
Gigi: Está certo, me encontre amanhã na praia reservada atrás dos coqueiros.
Pelo Telefone: Boa menina, garanto que não vai se arrepender. (Desliga).
Gigi desliga o telefone e olha pela janela a noite caindo.
Cena 6/Cena de Transição/Rio de Janeiro
Cena de transição mostrando as paisagens do Rio de Janeiro.
Trilha Sonora: I Will Follow Him – Little Peggy March
Cena 7/Praia/Exterior/Noite
Dia seguinte de noite. Johanna, Ednna, Mara, Joaquim, Yasmin e Manuela vão a festa na praia reservada que Gigi os convidou.
Johanna: Ah, o mar aberto, sem preocupações e ou ameaças, tem algo melhor?
Ednna: (Põe a mão na cabeça:) Sim, um quarto com ar condicionado e que não vente tanto.
Johanna: Não reclama de barriga cheia, é só umas festinha...
Mara: E que festinha!
A câmera mostra um pequeno local da praia delimitado por uma cerca branca, com seguranças pra todos os lados. A praia ficava afastada da cidade. Nela, havia uma grande tenda tapada por panos brancos. Comida, bebida e decorações espalhavam-se pelo local.
Gigi: Ah, meus queridos! Que bom que vieram.
Ednna: Não tem um ventilador por aqui não?
Gigi: Os ventos do mar servem, minha querida, venham! Eu já sigo vocês.
Gigi vai até um coqueiro, onde alguém de capuz preto que não revela o rosto lhe espera. Johanna vê Gigi dar um pacote para a pessoa.
Mara: É comida que não acaba mais...
Manuela: Pois é...
Joaquim: Será que se eu levar um pouco no bolso ninguém vai dar falta?
Yasmin: Joaquim!
Joaquim: Brincadeira.
Johanna: Solta o som! Só as cachorras, as preparadas...
Mara: Acho que dona Johanna ainda tá sobre o efeito daquela bebida do show...
Ednna: Você acha? Eu tenho certeza.
Enquanto conversam, Joaquim vai até Gigi.
Joaquim: Dona Gigi?
Gigi: Fala meu garoto.
Joaquim: O que acontece quando todos vão embora daqui?
Gigi: Os seguranças vão pra guarita e tudo fica como está.
Joaquim: E não tem perigo de roubarem?
Gigi: Aqui? Não, de jeito nenhum. Na verdade, são poucas as pessoas que sabem da existência desse lugar, e assim ninguém vem aqui além de mim. É completamente seguro. Mas por que, rapaz? Tem planos pra passar a noite aqui? Por que se quiser não tem problema...
Joaquim: É sério?
Gigi: Claro. Amigo da Johanna e Ednna é meu amigo também. Vi que você tem um casinho com a modelo delas, se quiserem, ficar a sós...
Joaquim: (Envergonhado:) Ah...
Gigi: Ah, não se encabule. Mas é sério, pode ficar à vontade, se quiser passar a noite e dormir na tenda.
Joaquim: Eu agradeço muito. Sabe, já vai fazer dois meses que eu e elas estamos juntos e eu queria fazer algo especial.
Gigi: Um romântico, que exótico. Espécies como a sua já estão difíceis de serem encontradas, fico feliz em poder ajudar. A praia é de vocês.
Joaquim: Muito obrigado, dona Gigi.
Gigi: De nada, querido, e aproveite! (Enquanto sai:) Gostei desse garoto.
A cena a seguir mostra todos dançando e se divertindo. Até que chega a hora de ir.
Ednna: Muito obrigada por tudo, Gigi, foi ótimo.
Gigi: Voltem sempre, mas cadê a Johanna?
Ednna: Caiu dura no chão, depois de 20 drinks de tequila, Manu já está levando ela pro táxi.
Gigi: Essa menina é uma figura. Bem até o desfile!
Mara: Ô treco bem bão...
Ednna: Mara, para de comer e vem!
Antes de ir embora, Gigi olha para tenda e vê Joaquim e Yasmin conversando, ela sorri e sai.
Cena 8/Tenda da Praia/Interior/Noite
Yasmin e Joaquim estão sentados nas cadeiras de almofadas brancas olhando pro mar.
Yasmin: É tão bonito, o mar. Sabe, eu lembro de quando eu era pequena e o meu pai tinha um barquinho pesqueiro. Todo dias depois da escola ele me botava lá e nós íamos longe, longe, até a praia quase sumir completamente, e aí ele lançava a rede a gente ficava por horas e horas esperando os peixes virem, quase nunca dava certo...
Joaquim: Eu lembro de ir no parque com a minha mãe, mas eu sempre vomitava depois de andar no balanço.
Yasmin: (Ri:) É. Não é estranho?
Joaquim: O que?
Yasmin levanta.
Yasmin: Tudo isso parece tão, sei lá, irreal. Uma noite eu estava sentada do lado da fonte olhando as estrelas e pensando no dia em que o meu sonho ia se realizar. E hoje, eu me pego olhando de novo pras mesmas estrelas, só que com o sonho quase realizado.
Joaquim: (Levanta e caminha até ela:) Como você se sente?
Yasmin: (Olha para Joaquim:) Melhor do que eu poderia imaginar.
Joaquim segura o rosto de Yasmin com as duas mãos e os dois se beijam. Depois de alguns segundos se beijando eles começam a tirar as camisas um do outro, até que Joaquim para de beija-la.
Joaquim: Você...Você tem certeza?
Yasmin: (Acariciando o rosto dele:) Tenho. (Sorri).
E assim, os dois se beijam apaixonadamente e carinhosamente, tirando suas roupas. Joaquim a leva no colo até o pequeno sofá almofadado da tenda, colocando-a com carinho nele. Ela desabotoa os botões da camisa dele. Ele beija suavemente o corpo dela, e ela faz cafuné em seu cabelo. Ele beija o pescoço dela. A câmera que antes focava neles agora os desfoca, focando apenas em seus corpos sumindo no pano branco da tenda de uma praia qualquer.
Trilha Sonora: Always – Gavin James
Cena 9 /Praia/Estrada/Exterior/Manhã
Joaquim acorda e olha para frente. Lá, Yasmin está de frente pro mar, vestindo a longa camisa dele. Ele se aproxima devagar dela e a abraça por trás. Ela vira para ele e os se beijam novamente. A câmera se afasta para cima deles.
A câmera corta para os dois já cada um com sua roupa indo de mãos dadas pela estrada.
Joaquim: Já falei que te acho uma gatinha?
Yasmin: Acho que só umas doze vezes, mas se quiser repetir...
Os dois riem.
De repente, um homem de máscara preta chega e aponta uma arma para os dois.
Bandido: Perderam, perderam! Passa tudo!
Joaquim se posiciona na frente de Yasmin.
Joaquim: Calma, calma!
Bandido: Calma nada, eu tô com pressa, passa tudo!
Joaquim: Calma, olha só, isso aqui tá cheio de segurança, você pode escapar agora antes que eles te vejam!
Bandido: Tu é louco, rapá? Acha mesmo que eu vou acreditar nessa balela de segurança aqui no meio do nada? Passa tudo!
Yasmin: A gente não tem nada!
Joquim: A gente veio sem nada!
Bandido: Eu tô perdendo a paciência!
Joaquim: Cara, em escuta!
Bandido: Cambada, eu vou encher vocês de bala se cês não me der a grana!
Yasmin: Mas a gente não tem!
Bandido: Cansei de vocês dois!
O bandido aponta a arma pros dois. Quando ele vai atirar, alguém bate com um pedaço de madeira na cabeça dele, fazendo-o cair, era Téo.
Yasmin: (Nos braços de Joaquim, tremendo:) Ah, graças a Deus!
Téo: Cês tão bem?!
Joaquim: Calma Min, tá tudo bem. Cara, eu nem sei o que falar mano...
Téo: Tranquilo parça, sem problema. Esse cara é louco...
Joaquim: A gente não tinha nada e mesmo assim...
Yasmin: Eu pensei que ia morrer!
Téo: Eu imagino. Olha só, vamo dá o pé daqui antes que esse louco acorde.
Joaquim: Pera aí. (Pega o revólver e joga no mar:) Quero ver assaltar alguém agora.
Os três pegam o bandido e os levam até a guarita dos seguranças, onde mais tarde eles chamam a polícia para levar o assaltante.
Cena 10/Rainha do Oeste/Rua Principal/Exterior/Dia
Mei Mei está bem na frente da torre do relógio, vestida à caráter. Brígida e Brigitte assistem tudo pela varanda da delegacia. Ao soar do meio-dia, todos os habitantes começam a fechar as portas e janelas de suas casas e negócios.
Brígida: Onde foi que nós nos metemos?
Brigitte: (Comendo pipoca num balde de cinema:) Cala a boca, eu quero ver o duelo...
Ligeirinho chega no trem do meio-dia e caminha fazendo som com as esporas de suas botas, esbanjando o seu sombreiro mexicano até Mei Mei. Os dois ficam cara a cara.
Mei Mei: Muito bem, querido, está pronto?
Ligeirinho Troca-Tapa: Siempre.
Os dois ficam de costas um pro outro e dão três passos. Quando o relógio dá mais uma badalada, os dois viram-se um para o outro e começam a atirar.
A cena congela com um guarda-chuva rosa parando no meio dos dois, com suas armas apontadas e atirando um no outro.
Trilha Sonora: Malaguena – The Bambi Molesters
GANCHO
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