Vale Reler - Tesouros Perdidos Capítulo 13 (Reprise)
quinta-feira, janeiro 31, 2019
apresenta:
novela de FELIPE ROCHA
escrita por FELIPE ROCHA
com a direção artística de LEONARDO RUSSO
Capítulo 13
Edição
Tesouros Perdidos Capítulo 13 (reprise) = todo capítulo 28 original + início do
capítulo 29 original
CENA 01 / PALÁCIO REAL / APOSENTO DA RAINHA / INTERIOR / NOITE
Atenção Edição: Continuação da última cena do capítulo anterior.
A Rainha pega um pincel e começa a escrever uma carta que lê.
Quando uma rainha está nas trevas, não se encontra mais a sua alma... A
realidade está na carta que pronuncio agora. Quando você se decepciona com uma
paixão amorosa, o momento é terrível, até mesmo quando vivemos inúmeras datas
juntos. A dor é grande e permanecerá para a eternidade em meu tempo. Sabes bem
que eu não queria interromper meu reinado, esta hora mas eu não tenho outra
alternativa...
Enquanto a rainha escreve a carta, está endo visões do encontro de Bernardo e
Laura.
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FUSÃO PARA:
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FUSÃO PARA:
CAM foca na rainha escondida atrás do mato, vendo os dois.
Ela escuta quando Bernardo fala da gravidez de Laura e se apavora.
E continua a escrever a carta.
[...] E quando você descobre que um determinado indivíduo consegue estender
a relação até ter o fruto do amor, eu caracterizo a gravidez. Não
penses que fui louca neste momento em que convivemos, mas ressalto que, apesar
de tudo, eu o perdoo. Todos merecem uma chance, um perdão. Estranho né? Dizem
que traição é o maior pecado dos setes sacramentos. Mas eu digo que rompemos os
laços há alguns meses atrás. Estes são meus últimos momentos, mas sou
agradecida profundamente por me fazer um mar de rosas neste tempo decorrido.
Quando o Fábio voltar da viagem diga que o meu amor por ele é incondicional.
Sinto que eu devia esperar ele chegar da viagem, mas eu não tenho mais nenhuma
palavra.
Adeus,
Rainha Iracema.
Em seguida, a Rainha fecha a carta, coloca em um envelope. Deixa em cima
da mesa. Noite chuvosa. Direciona um olhar triste para a janela.
Rainha Iracema acena para janela como se estivesse vendo alguém. Ela
continua a pegar a faca e mutila parte do corpo. O sangue corre e ela desmaia.
Em seguida, uma das arrumadeiras bate na porta. Ela abre a porta.
Arrumadeira – Ah, meu Deus. Rainha Iracema! Saulo, Saulo! Venha cá, me
ajude.
A arrumadeira chama por Saulo, que vai até lá.
Saulo – O que foi? O que foi?
Arrumadeira – Veja vossa Rainha.
Saulo – Ah, meu Deus. Pega um pano e enxuga todo esse sangue. Ou então
utilize alguns métodos até que eu chame um médico. Pegarei a carruagem.
Arrumadeira – Está bem, está bem.
Saulo pega o casaco.
A arrumadeira coloca um pano e enxuga o sangue que corre. Em seguida,
pega um pouco de sal e coloca no local.
Arrumadeira – Ah, santo Deus. O que a senhora fez? Fala comigo. Rainha
Iracema, fala comigo, Rainha Iracema! Você está toda cortada.
Em seguida, a arrumadeira direciona um olhar para a mesa.
Arrumadeira – Mas que carta é aquela?
A arrumadeira vai até a mesa, abre o envelope e tira a carta lá de
dentro. Ela se assusta com o que está escrito e direciona outro olhar para
Iracema.
CORTA PARA:
CENA 02 / CASA DE GUMERCINDO / INTERIOR / NOITE
Rei Bernardo beija as mãos de Laura.
Rei Bernardo – Vim te visitar, flor do meu jardim.
Laura – Sugiro que pare de direcionar esses elogios para minha pessoa.
Você não é santo, já sabe de tudo.
Rei Bernardo – Mas você não tem outro assunto, além disso... Não sabe
conviver em paz? Santo Deus!
Laura – O senhor sabe bem, Majestade. Não quer aceitar esse filho que geramos
com tanto carinho.
Rei Bernardo – Laura, eu já te pedi perdão. Se vossa pessoa estivesse em
meu lugar, até entenderia minhas atitudes. É o país que está em jogo, querida.
Eu tenho ele nas minhas mãos. O poder nas minhas mãos. Quando a Coroa caiu em minha
cabeça e óleo jorrou na minha testa, eu jurei que eu iria governar essa nação
da melhor forma possível e sendo fiel e respeitando as ordens impostas pela
Igreja!
Laura – Mas e nosso filho? Como vamos fazer para esconder isso das
pessoas? É a vida dele. Eu abortar uma criança que está dentro da minha
barriga.
Rei Bernardo – Então, podemos esconder esse filho.
Laura – Esconder meu filho? E quando ele crescer? Como ele vai crescer
sem pai?
Rei Bernardo – Ele vai ter a você, e não se preocupe, quando ele nascer,
eu farei visitas.
Laura – Santo Deus. Eu não sei mais o que fazer.
Rei Bernardo – Bom, eu tenho que ir, está ficando tarde.
Rei Bernardo tenta dá um beijo no rosto de Laura, mas ela recusa.
Rei Bernardo – Laura!
Laura – Só quando o caso do nosso filho estiver resolvido.
Em seguida, o rei vai embora de carruagem.
CORTA PARA:
CENA 03 / CABANA / INTERIOR / NOITE
Na cabana, há uma prateleira com várias porções mágicas. Um homem faz
magia, de aparência velha, cerca de 90 anos, vestido com uma capa e um rosto
extremamente assustador. Alguém bate na cabana.
Mago – Entre!
Em seguida, o rei entra.
Mago – Majestade, o senhor aqui na casa de um mago? Estou a desconfiar
da atitude de vossa pessoa.
Rei Bernardo – Eu não vou fazer rodeios para responder a tua pergunta.
Mago – Vejo que o senhor está bem decidido, mas, que bons ventos o
trazem?
Rei Bernardo – Más ventos me trazem. Uma maré de azar se aproxima para
mim.
Mago – Bom, mas não tem nenhuma porção que resolva isso. Ou então, é
ironia do destino e o senhor tem que ter paciência. Só se envolver com o preço
da magia.
Rei Bernardo – Paciência eu já tive muita para aturar. Eu me envolvi com
uma pessoa e ela está grávida.
Mago – Grávida? Mas que facada Majestade. Que erro.
Rei Bernardo – Bom, eu não resisti.
Mago – E o que o senhor quer de mim?
Rei Bernardo – Não entendeste? Eu quero uma solução. Uma solução para os
meus problemas, para tirar esse bebê do meu caminho.
Mago – Vejo que Vossa Majestade não desejas esse filho. É um pecado.
Rei Bernardo – Mas se a Igreja descobrir eu serei punido...
Mago – Eu sei de tudo, o senhor não precisa me contar. Então, desejas um
conselho?
Rei Bernardo – Sim, isso. Um conselho. E não quero que a rainha
desconfie de mim.
Mago – Jamais. O conselho que te darei servirá para resolver seus
problemas.
Rei Bernardo – Bom, pode falar.
O Mago prevê o futuro de Rei Bernardo.
Mago – Só quero ressaltar que se estiver com dúvida de como deve
realizar o trabalho, eu estou sempre na floresta, às vezes encarnado num corpo
de uma criança, um idoso velho ou um animal. Há na floresta um casal que deseja
ter um filho. Pois bem, quando a sua criança nascer, pegue-o e me dê
que darei para esse casal. Certo?
Rei Bernardo – Mas é uma excelente ideia! O senhor é um gênio. Gênio! E
minha amante, vai desconfiar?
Mago – Ela se esquecerá dos momentos que passou com você e nem lembrará.
Rei Bernardo – Mas eu quero continuar a relação.
Mago – Majestade, se me permite um conselho... Não continue. No futuro
você correrá o risco de algumas pessoas descobrirem ou até arrumar uma nova
criança. Eu repito: ela só lembrará de sua vida com sua família. Só isso. Após
isso, afaste-se dela.
Rei Bernardo – Está bem, o senhor tem razão.
Mago – Está combinado?
Rei Bernardo – Combinadíssimo.
Mago – Bom, se permite-me novamente... O senhor sabe que toda magia tem
um preço a se pagar...
Rei Bernardo – E me diga, o que você quer?
Mago – Eu ainda vou pensar nisso, mas em breve revelarei a você.
Rei Bernardo – Está bem, vou indo.
Mago – Tenha uma ótima noite.
Em seguida, o Rei vai embora.
O mago dá uma gargalhada e direciona um olhar suspeito para a porta. Ele
comemora.
CORTA PARA:
CENA 04 / PALÁCIO REAL / INTERIOR / NOITE
O rei chega ao Palácio Real. Saulo desesperado.
Saulo – Vossa Majestade, que bom que o senhor chegou. A Rainha, A
Rainha, Majestade!
Rei Bernardo – O que foi Saulo? O que tem a rainha?
Saulo – A Rainha perdeu sangue! Muito sangue! Ela corre o risco de
morte. O médico está no aposento real.
Rei Bernardo – Então vamos.
CORTA PARA:
CENA 05 / PALÁCIO REAL / APOSENTO DA RAINHA / INT / NOITE
No aposento da rainha, o médico examina-a. A arrumadeira está ao lado
dela, desesperada.
Rei Bernardo – Doutor Olegário! Como ela está?
Dr. Olegário – Bem, eu sinto muito, mas vossa esposa perdeu muito
sangue. Ela se mutilou com uma faca. Veja.
Rei Bernardo – Meu Deus. Mas alguém sabe o motivo? Arrumadeira
Arrumadeira – Não, Majestade. Quando eu cheguei ao quarto ela já estava
desmaiada.
Rei Bernardo – E agora? O que faremos Doutor Olegário?
Dr. Olegário – Bom, os batimentos cardíacos estão acelerados. Eu vou
receitar alguns medicamentos, ela mutilou quase o corpo inteiro e perdeu muito
sangue. Ainda bem que parou de correr...
Rei Bernardo – Mas ela tem condições de voltar a viver?
Dr. Olegário – Eu não posso afirmar isso! Só Deus sabe.
O Dr. Olegário entrega a receita ao rei.
Rei Bernardo – Obrigado Doutor Olegário.
Dr. Olegário – Forças amigo. Quando precisar me chame.
O doutor vai embora.
Rei Bernardo – Vocês podem ir para seus afazeres, por gentileza, eu
cuidarei da rainha.
Saulo e arrumadeira saem do quarto e fecham a porta.
O Rei se aproxima da rainha acaricia seus rostos. Direciona um olhar de
felicidade para ela. Em seguida, passa um tempo, ele se ajoelha a o pé da
santa, pega um terço e começa a rezar por horas.
Rei Bernardo – Oh, minha santinha.
Sabes bem que eu amo minha esposa e apesar de não ser fiel a ela, não ter
carinho todos os dias... É o meu maior pecado. Mas de qualquer forma, eu gosto
dela. Perdoe-me, eu perdi a cabeça, eu sinto que não deveria ter traído ela com
a Laura. Mas deixe-a voltar à vida. Faça ela reviver e voltar para mim.
O Rei reza uma ave-maria. Fica
ajoelhando durante oras na santa, derrama várias lágrimas, faz rituais com o
corpo da rainha. Ele apaga as luzes, se deita ao lado dela, e deixa cair uma
lágrima em seu corpo. O Rei dorme.
Em seguida, um raio de luz entra no
quarto pelas cortinas e cicatriza o sangue da rainha, que acorda devagar. Ela
abre os olhos, olha para o lado, e chama pelo Rei.
Rainha Iracema – Bernardo!
O rei acorda e comemora.
Rei Bernardo – Iracema! Iracema! É
você?
Rainha Iracema – Bernardo! Bernardo.
Rei Bernardo – Ah, meu Deus. Que
felicidade! Minhas preces foram ouvidas. Obrigado Nossa Senhor. (grita) Gente
venham ver, a Rainha acordou.
A arrumadeira e Saulo vão até o aposento
da rainha e explodem de felicidade.
Arrumadeira – Ah, meu Deus do céu!
Saulo – Vo...Vo...Vossa Majestade! A
senhora está viva! Vivinha! Meu Deus é um milagre! É um milagre! É um milagre!
Arrumadeira – Olhem cicatrizaram
tudo, as feridas, tudo. É um milagre mesmo.
Rainha Iracema – Ah, eu estou curada!
Rei Bernardo – Enquanto você esteve
dormindo, eu ajoelhei nos pés da santa, por várias horas. Tudo isso por você
meu amor... Eu te amo!
Rainha Iracema – Eu também te amo.
Rei Bernardo – Vocês dois, agora que
a rainha está bem, pode nos deixar a sós?
Saulo e a arrumadeira vão embora. O
Rei tranca a porta do aposento.
Rei Bernardo – Eu acho que nós temos
que ter uma conversa bem séria.
Rainha Iracema – Sou eu que preciso
falar com você.
Rei Bernardo – Pois eu acho que o que
nós temos para falar um com o outro é o mesmo assunto, certo?
Rainha Iracema – Pois bem, eu como
mulher, devo começar primeiro. Se o milagre não estivesse
acontecido, eu já estaria partido dessa para melhor. Você me traiu, Bernardo.
Me traiu com uma mulher e ainda teve um bebê.
Rei Bernardo – Eu sei, eu sei. São
tantos erros na vida. Meu amor, eu não esperava que você fosse descobrir isso.
Rainha Iracema – Acha que eu sou
burra?
Rei Bernardo – E não precisava se
mutilar com a faca. Olha o que você fez. Prejudicou a si mesma. Não pensaste na
tua vida?
Rainha Iracema – A razão de eu ter me
mutilado é por ter presenciado a cena em que você estava se envolvendo com
aquela mulher...
Rei Bernardo – Mas precisava disso,
Iracema? O que eu posso fazer para você ser feliz?
Rainha Iracema – Você sabe que nos
últimos meses não tem me agradado. Aliás, me trata como uma invisível.
Rei Bernardo – Suponho que pare de
pensar mal de mim. Eu sou um rei e cuido dos negócios do país.
Rainha Iracema – Ah, me conte outra
Bernardo! Se eu tivesse descoberto antes... A cidade toda iria saber! Mas eu
posso contar.
Rei Bernardo – Não, por favor, não
faça isso ou estragará meu reinado e desonrará o rei.
Rainha Iracema – Pois então, sugiro
que fique mais próximo de mim. Espero que continuemos a relação que tínhamos
antes... Ou, eu teria coragem de me mutilar de novo... Deus me deu mais uma
chance para viver, mas se isso acontecer de novo, eu morro Bernardo!
Rei Bernardo – Iracema! Pare com
isso. Eu já tenho uma solução.
Rainha Iracema – Que solução
Bernardo? Que solução para esconder o filho? A partir de agora pare de correr
atrás de raparigas.
Rei Bernardo – Eu prometo a você que
vou ser fiel. Não irei correr mais atrás delas. Fui hoje até a casa do Mago! E
ele... (off).
Bernardo continua a explicar e
Iracema se surpreende.
Depois de um tempo, os dois tem uma
relação amorosa e ele se deita ao lado dela.
CORTE PARA:
FIM DO CAPÍTULO 13 (reprise)
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