Herói Nacional - Capítulo 33 (Últimas Semanas)

sábado, julho 21, 2018


Herói Nacional






Novela de Felipe Rocha

Escrita por
Felipe Rocha

Direção / Direção Geral /Núcleo
Felipe Rocha

Personagens deste capítulo

 DELEGADO RENATO
EUSÉBIO
GIGI
GUTO
DIVA
LORENZO
LUIGI
MANUELA
MELISSA
OLÍMPIA



Participação Especial

INVESTIDOR 

CENA 1. BARRA. AVENIDA. INTERIOR. DIA
Atenção Edição: Continuação da penúltima cena do capítulo anterior (06).
Luigi e Isabela sentados no banco da praça.
Luigi       — Deseja uma água de coco? Vamos partilhar juntos!
Isabela     — Se não for incômodo, eu quero sim... mas deixe que eu pago.
Luigi       — De jeito nenhum!
Luigi vai até o quiosque e pede ao dono do estabelecimento.
Luigi     — Duas águas de coco, por gentileza. (recebe) Obrigado!
Luigi vem trazendo as águas de coco para Isabela.
Luigi        — Mas e aí? O que aconteceu com sua avó Ná?
Isabela      — Na verdade não aconteceu nada com ela, sabe? Ela tá é desconfiando de mim, na festa, ela achou que eu tava se divertindo por aí!
Luigi      — Ah sim! Já tive experiência com isso. Na verdade, você estava onde?
Isabela     — Convenhamos que eu tava me divertindo sim. A vovó tem aquele espírito de uma pessoa conservadora, ela parece que tem até ciúme da gente.
Luigi   — Perfeitamente! É normal! Pessoas mais velhas sempre tem medo de que algo possa acontecer com os maiores tesouros da vida dela, nós. E quem paga o parto?
Isabela    — Verdade. Mas mudando de assunto, sinto que tenho que lhe dar palavras de consolo que ainda não pude dar.
Luigi    — Palavras de consolo? Onde você arrumou isso?
Isabela    — Na festa, uai. Seu pai foi preso, e, a sua namorada...
Luigi     — Ah sim, sim! Não liga para isso não. Todos estamos muito bem agora.
Isabela   — Mesmo seu pai sendo preso? Você não se importa?
Luigi    — É claro que eu me importo, né? Mas é a vida! Ele merece pagar pelos erros que cometeu, as atitudes racistas! Lá ele vai aprender a ser gente de verdade.
Isabela   — Entendo... bem complicado. Mas que bom que tudo está sob controle. Tenho que ir, senão a vovó tem um ataque de nervos, aí você já viu, né? Tomara que eu encontre a casa aos pés!


Os dois riem.
Luigi        — Vai lá!
Isabela      — Obrigada pela água de coco!
Luigi        — De nada!
Isabela      — Apareça um dia para nos visitar.
Luigi     — A gente nunca esquece dos bons amigos!
Os dois sorriem um para o outro.
CORTA PARA:

CENA 02. CASA DE GUTO. INTERIOR. DIA
Diva e Olímpia conversam.
DIVA — Então é isso? Tudo certo! É fácil para você, né?
OLÍMPIA — Mas que teimosa você! Eu já disse, desde aquele dia que minha filha saiu, eu conversei com ela. Ela me confessou tudo, sabe? Disse que até era capaz de ficar com o seu filho, Bartolomeu. Ela agora tá procurando outro romance, sabe? Só não deixa seu filho saber de nada, vai abalar o emocional dele.
DIVA — Ah, então, tudo está resolvido?
OLÍMPIA — A meu ver sim. Dona Diva, você precisa parar de ficar desconfiando das pessoas! Eu abri as portas da minha casa para você, poxa! Não vamos brigar de novo, vamos ter uma conversa pacífica! Não houve nada entre os dois, só namoro, namoro de adolescente! E deu para perceber sabe? Nos olhares sinceros da minha filha. Ah se você soubesse o que ela disse para mim... ela falou tão bem dele... (lembra) Foi magnífico. É minha cabeça, sabe? Péssima! Deveria ter gravado tudo como prova e mostrado para você. É uma loucura, é de emocionar qualquer um. Uma história linda.
DIVA — Então você acha que eu vou privatizar meu filho desse final? Eu não! Os dois tem que se encontrar, Olímpia! E nós temos que dar um jeito.
OLÍMPIA — Peraí... deixa eu entender, você tá querendo juntar o Bartolomeu e Melissa? É isso mesmo! Diva, nem consigo acreditar!
DIVA — É Olímpia, você me convenceu. Tenho que parar de ser bruta. Só a Melissa pode resolver o caso do Bartolomeu, só ela! Ele não pode ficar agitado assim. Tem assustado até os colegas. E desse jeito ninguém vai querer se aproximar dele, achar que ele é perigoso e tal... ah, você sabe a cabeça do povo, né Olímpia? E onde está a Melissa?
OLÍMPIA — Ah meu Deus do céu... eu nem faço ideia, Diva.
DIVA — Como assim Olímpia? Você nem faz ideia?
OLÍMPIA — É, eu realmente não sei, ela saiu hoje de manhã... deve ter saído com alguém por aí, alguma amiga.
DIVA — Olímpia, não esconda de mim, eu sei que você não quer o Bartolomeu e a Melissa juntos. Cadê ela? Eu preciso falar com ela agora. (sobe as escadas) Melissa! Melissa! Apareça.
OLÍMPIA — Não mulher, desce daí. Ela não tá aqui, é verdade. O que eu quero te dizer agora é que a paixão as vezes engana sabe, a gente pode ter um monte de alternativas, questões e eu não sei se a da Melissa ainda foi selecionada.
DIVA — Então, me deixa entender. Você tá dizendo que a Melissa tá tendo relação com outro cara?
OLÍMPIA — Sim, é isso mesmo Diva. Ele é filho do delegado da cidade. Ela tá a fim dele. E os dois tão dando super bem, sabe? Ah, eu não sei, atrapalhar isso, a essa altura do campeonato... não sei como ela reagiria.
DIVA — Tá, eu não vou obrigar ela ficar com o meu filho. Ela tem as suas próprias escolhas.
OLÍMPIA — Não mesmo?
DIVA — Não! Eu só quero uma ajuda Olímpia, só ela pode salvar o Bartolomeu da crise, como você sabe. Precisa repetir isso? Vem de uma mãe desesperada.
OLÍMPIA — Está bem, Diva. Nós duas juntas. Prepare-se para uma aventura. Onde está o Bartolomeu?
DIVA — Na escola!
OLÍMPIA — Na escola Diva? Não é possível!
DIVA — Quer dizer / jardim de infância. Ah, para com isso Olímpia! Vamos focar em achar a Melissa primeiro, depois eu invento qualquer bico para tirar o Bartolomeu de lá... será um reencontro emocionante!
Olímpia e Diva saem de casa.
CORTA PARA:

CENA 03. CASA DE TEATRO GIGI. INTERIOR. DIA
Gigi conversa com um investidor na casa de teatro, que observa tudo a sua volta.
GIGI — Então, gostou? O espaço é amplo. Tem 5 auditórios, recepção, dá para caber muita gente sabe? Além disso, tô te dando um presente, a minha equipe de sonoplastia, cenografia, tudo... só custa o dinheiro da venda mesmo.
INVESTIDOR — Sim, eu diria que esse lugar é uma maravilha! Eu particularmente não o venderia. Tem certeza que quer isso mesmo?
GIGI — Dificuldade financeira batendo na porta! Eu já vivi várias aventuras nesse lugar. Tô velha né? Você não me deve nem conhecer! Apagada, esquecida... eu era o rostinho dos discos, dos pacotes de salgadinhos, doces... até naquela época né? Mas hoje o público mudou, as pessoas julgam antiquado, sabe. Deve ter vários CDs meus espalhados pela rua aí, e eu tô pronta para uma vida de desafios, aventura. Vou aproveitar esse dinheiro aqui e viajar. Nos últimos dias eu estive ausente, tive que visitar um parente distante, bom... esse lugar ficou fechado por muito tempo! Mas agora eu tô abrindo minhas portas para você. Só espero que mantenha a tradição. E tem um monte de contas para pagar, aluguel, conta de luz, água, infelizmente, muitas dívidas... mas como eu não tenho dinheiro, você mesmo tem o potencial para isso, confio em você. Você sabe o que fará com minha primeira casa, primeira mais do que meu apartamento, um presente que se guarda no coração! Eu nunca desisti daqui, mas tô sendo obrigada a isso... entende?
INVESTIDOR — Sinto muito por você. É uma pena. Se eu pudesse pagava todas as suas contas.
GIGI — Não, não precisa ter pena de mim. Também a tradição diz que a gente deve passar de geração a geração, como aconteceu comigo... na verdade, isso não é só meu. É da minha família! Nem fui eu que fundei isso, foi meu tataravô, e isso foi um dos nossos tesouros perdidos, nenhuma estrela caiu do céu para ajudar. É a vida né?
INVESTIDOR — Se você tivesse que recitar uma frase de otimismo, qual você recitaria?
GIGI — Nunca desistam dos seus sonhos, nunca mesmo, não se importe com as opiniões, com as críticas negativas que querem te derrubar, mesmo que forem positivas implícitas, isole a sombra e o obscuro, e principalmente: enquanto Deus for teu chão, não há quem te derrube! Aprenda a esperar algo de precioso: o tempo! O tempo é precioso e há de apaziguar toda a dor, o tempo é o mestre das nossas ações, é a arché que compõe tudo que existe.
INVESTIDOR — Leu isso em algum lugar?
Gigi olha para as câmeras.
GIGI — Na verdade aprendi com um sábio que escreveu a nossa história. Felipe Rocha. Um dos grandes nomes otimistas.
O novo investidor se emociona.
INVESTIDOR — Eu, sinceramente, tô emocionado com suas palavras, sabe? Você é realmente encantadora, Gigi.
GIGI — Obrigada! Você também. Bom, eu tenho que ir. (aponta para a pequena mala) Essa é a minha pequena mala. Mas tudo que eu adquiri aqui fica guardado no mais precioso, o nosso coração! Luz de bênçãos para sua vida, Dylan!
Gigi vai embora com sua mala, desapontada, olhando sempre para trás e chorando. Porém, os atores da casa de Gigi sobem ao palco e Manuela fala ao microfone:
MANUELA — Espera, Gigi! Não vá embora. Não agora!
Gigi se vira para trás e vê todos os seus atores.
MANUELA — (ao microfone, a Gigi) Nós prometemos nunca te abandonar, a Casa de Artes Gigi é uma família, nós sempre vamos estar unidos.
GIGI — Ô meus lindos! Eu sei que a gente tem que estar junto, mas acabou... eu não tenho dinheiro!
MANUELA — Mas nós temos!
SÉRGIO — É isso aí.
Todos os atores mostram os cofres.
SÉRGIO — Nós fizemos isso.
MANUELA — Por você, nossa mentora Gigi! Já somamos tudo! Com esse dinheiro aqui dará para pagar a dívida. A Casa de Artes Gigi supera qualquer coisa, qualquer dor! Nós somos uma verdadeira família!
GIGI — Gente, eu nem acredito nisso. É sério isso?
Gigi sobe ao palco para comemorar com os atores e tira fotos.
CORTA PARA:


CENA 04. PRAÇA. INTERIOR. DIA
Lorenzo e Melissa namoram no banco da praça.
LORENZO — Então é isso mesmo Melissa? Você vai embora?
MELISSA — Eu? Tá doido? Já disse que é meu irmão.
LORENZO — Eu tô começando a ficar preocupado, Melissa! Nós precisamos tomar providências.
MELISSA — Por quê? O que aconteceu de tão ruim assim?
LORENZO — O prefeito não é o que diz ser para vocês! O meu pai tem alguma coisa a dizer, vamos lá, na casa dele! Nós precisamos salvar seu irmão. Será que dá tempo ainda?
MELISSA — Se a gente correr dá.
CORTA PARA:

CENA 05. CASA DE EUSÉBIO. SALA. INTERIOR. DIA
Eusébio ameaça Guto com uma arma. Ele deduz tudo.
GUTO — Eu não acredito, Eusébio! Eu larguei tudo! Como fui burro. Ainda acreditei nessa história para boi dormir, tinha alguma coisa de errada nessa história mal contada... não foi nada avisado, o prefeito não sairia de uma hora para outro! Eu deveria ter lido os noticiários... você foi um covarde, isso sim! Foi mentir para nós? Como pode? Qual é o seu real interesse em mim em? Como foi aproximar da nossa família? A única em que você teve contato! Peraí... quem você realmente é?
EUSÉBIO — Pelo visto, você acertou. Deduziu tudo!
GUTO — Eu não acredito, você tem coragem de confirmar tudo!


EUSÉBIO — Um garoto esperto como você devia ter lido os noticiários na pág 9. Lá estava dizendo a verdade sobre o prefeito, ele iria continuar, seu tolo! Ah, sabe? Foi tão fácil de enganar você e sua família.
GUTO — Mas como é que você ficou descobrindo do meu sonho de disputar corridas?
EUSÉBIO — Foi tão simples... eu faria tudo de novo num estalo de dedos. O seu pai, me ajudou Guto!
Eusébio ri e o ameaça com uma arma.
GUTO — O meu pai? Essa história ainda está mal contada! Ele está morto.
EUSÉBIO — Acontece que sem você saber, eu era amigo do seu pai. (lembra)
Entra aqui um flashback que não apareceu na história de Eusébio jogando cartas com Ricardo no bar. Os dois bebem e fumam juntos, se divertem. Ricardo dá as cartas e Eusébio ganha por várias vezes consecutivas. Fim do flashback.
EUSÉBIO — Sim, a gente costumava jogar bastante, ele nem me conhecia direito... nem imaginava que eu tinha dado uma série de golpes, que eu estava atrás de dinheiro. Eu achava que ele era latifundiário, dono de várias terras. Por isso me aproximei dele. Ele sempre deixava escapar o segredo da família, até mesmo de você, que queria correr na Fórmula 1 e tinha potencial.
GUTO — Como você descobriu que eu tinha potencial?
EUSÉBIO — Ele disse que você gostava de assistir os desenhos de corrida na televisão, narrava bem as corridas, e até interpretava... aí eu repensei e resolvi investir em você. Podia dar muito dinheiro para mim. E é isso que estou fazendo.
GUTO — Seja lá o que for, eu não quero, é dinheiro sujo!
EUSÉBIO — Olha, como você sabe antes de conhecer? Eu diria que é dinheiro de escravos de uma fazenda latifundiária produtiva de meu amigo no Interior de São Paulo, escondida aí. É meu amigo. Ainda pagamos conta da escravidão. E com isso eu investirei e você. Não tá feliz não?
GUTO — Não, estou me sentindo um fracassado por ter aceitado essa proposta. Você é uma pessoa horrível, Eusébio. E eu aqui pensando que você traria um futuro para nossa cidade.
EUSÉBIO — Futuro para a sua cidade? Você tá engando né? Da onde que eu iria virar prefeito de uma hora para outra só para as coisas melhorarem ao favor de vocês. Se enxerga.
GUTO — Eu quero ir para casa!
Eusébio ameaça matar Guto como uma arma.
EUSÉBIO — Acho melhor parar de ficar se comportando como criança, você vai nem que seja amarrado, ou sua família inteira correrá perigo... entendeu? Quietinho, caladinho! Mas calma, que você vai ficar feliz. Vai fazer vários amigos. É a chance de você ficar famoso. Comemore! Finalmente chegou o seu dia.
CORTA PARA:


CENA 06. PRAÇA. INTERIOR. DIA
Diva e Olímpia chegam a praça, mas não encontram Melissa e Lorenzo lá.
DIVA — Ah, meu Deus! Os dois não estão aqui.
OLÍMPIA — Mas eu jurava que a Melissa estivesse com o Lorenzo à uma hora dessas. Eles sempre ficam até mais tarde.
DIVA — Ou alguma coisa inesperada pode ter alterado a agenda de namoro deles, né?
OLÍMPIA — Vamos continuar procurando. Eles devem estar aí, debaixo de uma árvore, ou até em cima, escondidos!


DIVA — Está bom. Você vai para a direita e eu vou para a esquerda.
OLÍMPIA — Certo.
Diva e Olímpia continuam a procurar Lorenzo e Melissa.
CORTA PARA:

CENA 07. DELEGACIA. INTERIOR. DIA
Lorenzo e Melissa chegam à delegacia correndo e invadem a sala do delegado.
DELEGADO RENATO — Quê isso? Isso é jeito de invadir a minha sala? Quem é essa moça meu filho?
MELISSA — Delegado, me escute, peço perdão, mas nós não temos tempo! É caso de vida ou morte! Nós precisamos da sua agenda para desvendar um mistério, um vigarista!
Os dois desesperados. Renato não entende nada. Closes alternados nos quatro, com Gilberta observando sentado na cadeira dele.
CORTA PARA:
FIM DO CAPÍTULO

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